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terça-feira, 5 de outubro de 2010

JÁ ESTÁ MAIS QUE NA HORA DE COMBATER ESTA VERGONHA



da Agência Brasil

A publicidade de bebidas alcoólicas cativa não só os adultos, aos quais em tese se destina, mas também as crianças e os adolescentes.

A constatação é de um estudo realizado pela pesquisadora da Uniad (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas) Ilana Pinsky.

cerveja-gostosa “Se isso [propaganda] é feito já pensando em atingir esse público [menores de idade], eu não posso afirmar. O que eu sei é que ele atinge, atrai e é interessante”, afirmou.

Mesmo com o endurecimento das normas do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Pinsk disse que a publicidade de bebida, em especial a cerveja, é muito atraente aos jovens.

“Se você for observar os elementos da publicidade de cerveja, que é a que mais tem na área de propaganda de bebidas alcoólicas, ela é extremamente bem humorada, mostra sempre pessoas bonitas e jovens. Ela não fala do produto em si, mas dos sonhos e do estilo de vida relacionado à alegria e às festas, o que tudo tem a ver com o jovem.”

Por isso, para a  pesquisadora, a propaganda de bebida leva o jovem a “um início mais precoce, a um consumo mais pesado e às ideias mais positivas em relação a beber”.

Quanto mais cedo se começa a beber, maiores as chances de desenvolver a dependência química, conforme a pesquisa realizada pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas de São Paulo (Cratod).

O estudo apontou que 40% dos jovens atendidos se iniciaram no uso de drogas entre os 7 e os 11 anos idade. Desses, 38% começaram pelo álcool.

“Quanto mais atrasar o consumo de álcool, melhor para a saúde dele [jovem] e melhor para a relação que ele vai ter com a bebida”, disse Arthur Guerra,  presidente do Cisa (Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool).

Segundo ele, o uso precoce de drogas está associado ao consumo excessivo de álcool que pode levar a uma “alteração no comportamento” e fazer com que o jovem se exponha a riscos.

Guerra é cauteloso ao relacionar o consumo precoce a publicidade. “É um assunto tão sério, que nós deveríamos ter dados objetivos, números concretos que a gente pudesse falar: 'Olha, a propaganda está levando tantos jovens a beber mais cedo' ”, afirmou.

Para Ilana Pinsky, a propaganda ideal deveria destacar apenas a qualidade do produto sem fazer associações ao estilo de vida ou à diversão.

Fonte: PAULOPES WEBLOG

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