(...) os métodos bárbaros da agricultura indígena eram em alguns casos os que convinham.
Como substituir as derrubadas e queimadas brutais para o estabelecimento de novas plantações? Todos os expedientes familiares ao lavrador europeu visando conservar a atividade e o vigor dos solos de cultura perdiam o valor.
Não há exagero também em dizer que seriam até perniciosos nos casos em que precisamente a extrema fertilidade das terras surgia como barreira a vencer.
Nas lavouras de açúcar não faltava, por exemplo, quem tratasse de "esterilizar" o solo por via de plantas e fogos contínuos, para que as canas não crescessem demasiado selvagens, quer dizer gordas e viçosas, ricas em caldo, mas de pouco açúcar.
O café criado em terra fértil — dizia Burlamaque — produz bela vegetação, porém maus frutos e escassos.
Assim pensavam os fazendeiros do tempo, e o Senador Vergueiro, autoridade acatada nestes assuntos, costumava mandar derrubar as matas, aproveitava as terras durante alguns anos para outras comodidades, e deixava crescerem capoeiras; só ao cabo disso fazia plantar as primeiras mudas de café.
Trecho da obra de THOMAS DAVATZ - Memórias de um colono no Brasil (1850) - Livraria Martins/SP, p. 6.
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