Para Everaldo Andrade, que lança o livro 'Haiti: Dois séculos de história', país busca se ver livre do domínio das grandes potências, as quais tentam tutelar região
Redação Opera Mundi
São Paulo (Brasil)
26 de nov de 2019 às 11:45
França e EUA sempre apregoaram suas vocações libertárias, mas quem reagiu à intromissão das duas potências, na verdade é que merece ser visto como um país de valentes.
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O Haiti não é um país que possui soberania, democracia ou liberdade, mas sim é uma nação tutelada pelos Estados Unidos e pela ONU, que vive uma herança de castigos por ter realizado sua independência no século XIX. Essa é a visão do historiador e professor da USP Everaldo de Oliveira Andrade, que lança nesta terça-feira (26/11) o livro Haiti: Dois Séculos de História (Alameda, R$66).
Em entrevista a Opera Mundi, o pesquisador disse que a nação caribenha foi castigada pela "ousadia" de realizar sua independência dos colonizadores franceses em 1804 em um país formado por pessoas negras escravizadas. Hoje, diz o professor, o Haiti busca se ver livre do domínio das grandes potências.
"No Haiti, os escravos se libertaram e conquistaram a independência. Isso criou uma maldição, segundo certa leitura: o Haiti não poderia dar certo, não é possível que escravos negros possam ter a ousadia de construir um país independente. E, a partir daí, todos os países no século XIX que puderam, tentaram inviabilizar o desenvolvimento do Haiti", diz.
Segundo Andrade, as diversas intervenções dos EUA no Haiti buscavam inviabilizar experiências democráticas na ilha. E isso provoca, diz, um silenciamento do país, com objetivos claros. "Ao silenciar o Haiti ou mostrá-lo como espaço do caos e da miséria, se está construindo uma leitura de que os haitianos são os responsáveis por isso, de que é produto da inviabilidade do Estado haitiano", diz.
Reprodução
Para Everaldo de Oliveira Andrade, Haiti foi castigado pela 'ousadia' de se tornar independente
Redação Opera Mundi
São Paulo (Brasil)
26 de nov de 2019 às 11:45
França e EUA sempre apregoaram suas vocações libertárias, mas quem reagiu à intromissão das duas potências, na verdade é que merece ser visto como um país de valentes.
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O Haiti não é um país que possui soberania, democracia ou liberdade, mas sim é uma nação tutelada pelos Estados Unidos e pela ONU, que vive uma herança de castigos por ter realizado sua independência no século XIX. Essa é a visão do historiador e professor da USP Everaldo de Oliveira Andrade, que lança nesta terça-feira (26/11) o livro Haiti: Dois Séculos de História (Alameda, R$66).
Em entrevista a Opera Mundi, o pesquisador disse que a nação caribenha foi castigada pela "ousadia" de realizar sua independência dos colonizadores franceses em 1804 em um país formado por pessoas negras escravizadas. Hoje, diz o professor, o Haiti busca se ver livre do domínio das grandes potências.
"No Haiti, os escravos se libertaram e conquistaram a independência. Isso criou uma maldição, segundo certa leitura: o Haiti não poderia dar certo, não é possível que escravos negros possam ter a ousadia de construir um país independente. E, a partir daí, todos os países no século XIX que puderam, tentaram inviabilizar o desenvolvimento do Haiti", diz.
Segundo Andrade, as diversas intervenções dos EUA no Haiti buscavam inviabilizar experiências democráticas na ilha. E isso provoca, diz, um silenciamento do país, com objetivos claros. "Ao silenciar o Haiti ou mostrá-lo como espaço do caos e da miséria, se está construindo uma leitura de que os haitianos são os responsáveis por isso, de que é produto da inviabilidade do Estado haitiano", diz.
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Para Everaldo de Oliveira Andrade, Haiti foi castigado pela 'ousadia' de se tornar independente
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