Temos observado uma busca frenética de terras por citadinos, motivados a fugir de centros urbanos, em direção a climas mais amenos, ares mais puros, águas mais saudáveis, costumes mais simples.
Pois bem: no livro de EÇA DE QUEIROZ (A cidade e as serras), Zé Fernandes, depois de migrar de Paris para uma zona rural, com seu amigo, tendo retornado à cidade grande e de lá debandado:
- (...) o carregador appareceu com um masso de jornaes e papeis, que eu esquecera na carruagem. Era uma papelada, de que me surtira na Estação d'Orleans, toda recheada de mulheres nuas, de historietas sujas, de parisianismo, d'erotismo.
Jacintho, que as reconhecera, gritou rindo:
―Deita isso fóra!
E eu atirei, para um montão de lixo, ao canto do Pateo, aquelle putrido rebotalho da Civilisação.
(...)
Em fila começamos a subir para a Serra. A tarde adoçava o seu esplendor d'estio. Uma aragem trazia, como offertados, perfumes das flôres silvestres. As ramagens moviam, com um aceno de doce acolhimento, as suas folhas vivas e relusentes. Toda a passarinhada cantava, n'um alvoroço de alegria e de louvor. As agoas correntes, saltantes, lusidias, despediam um brilho mais vivo, n'uma pressa mais animada.
(português da época)
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