Ontem tive uma conversa com o meu filho (que é budista) sobre o consumo de carne e o consumo de vegetais e uma das ponderações que fiz a ele foi no sentido de que não há coerência em não comer carne animal, ao argumento de que isto custa vidas, admitindo-se o consumo de vegetais. Pois, olhem a matéria que encontrei hoje:
Plantas possuem memória e raciocínio
Experiência mostra que as folhas são capazes de se lembrar de eventos passados, aprender e trocar informações entre si.
por Bruno Garattoni
Quem tem plantas
em casa costuma tratá-las com carinho - existe até quem converse com as
suas. Não é para tanto. Mas uma experiência feita pela Universidade de
Varsóvia constatou que as plantas são mais sofisticadas do que parecem - elas têm formas primitivas de memória, raciocínio
e aprendizado. Ou seja, inteligência. Os cientistas poloneses colocaram
uma planta da espécie Arabidopsis thaliana (parente da mostarda) num
ambiente escuro. Em seguida, um feixe de luz foi projetado sobre uma
folha. Os cientistas descobriram que essa folha era capaz de enviar
instruções para as demais - que, apesar de não estarem recebendo
nenhuma luz, imediatamente começaram a se preparar para isso. As plantas
também são capazes de se lembrar, por até 4 dias, quando foi que
receberam luz pela última vez - e até a tonalidade exata dessa luz. Os
cientistas supõem que as plantas
usem essa informação para saber em qual época do ano estão. "Isso
poderia ajudá-las a se preparar contra doenças típicas de cada
estação", dizem os autores do estudo. A memória e a comunicação das folhas usam um sistema de enzimas, que são armazenadas e transportadas pela planta. É o mesmo princípio que permite que as plantas
"conversem". Em 2007, cientistas holandeses descobriram que os
indivíduos de uma espécie de trevo, o Trifolium repens, estão
interconectados e alertam uns aos outros da presença de lagartas
parasitas - ameaça à qual as plantas reagem deixando suas folhas mais duras e menos apetitosas.
Fonte: http://super.abril.com.br/home
Fonte: http://super.abril.com.br/home
Um comentário:
Oi pai,
Muito interessante este estudo.
Suponhamos para fins de argumentação que as plantas são capazes de sentir dor. Neste caso a opção de reduzir ou eliminar o consumo de carne animal faria ainda mais sentido. Os animais de corte são alimentados com rações produzidas a partir de matéria prima vegetal (plantas). Para se obter 1 kg de carne bovina são gastos mais de 8kg de grãos. Portanto, ao comer 1kg de carne estaríamos "causando sofrimento" a oito vezes mais plantas do que estaríamos ao comer 1kg de grãos.
Outro ponto negativo do consumo de carne é a grande quantidade de hormônios utilizados para acelerar o crescimento e a engorda dos animais, além dos antibióticos utilizados continuamente para que os animais não adoecam devido as condições nas quais são mantidos (superpopulação, nutrição inadequada, etc). Naturalmente, a carne retém parte destas substâncias e o consumo pode ser prejudicial a nossa saúde. Levando isto em consideração e o fato de que os nutrientes presentes na carne também são encontrados em outros alimentos, pode se concluir que o vegetarianismo é uma opção de alimentação mais saudável.
Outro aspecto são os danos causados ao meio ambiente. Grande parte das queimadas na Amazônia e outras florestas do Brasil e do mundo são executadas para produzir pastagens para a pecuária. Portanto, quanto maior a demanda por carne, mais florestas são destruídas e mais gás carbônico é liberado na atmosfera, agravando o efeito estufa. Os os rios e lençóis freáticos também sofrem um grande impacto em função da enorme quantidade de estrume e urina produzida pelos animais que são reproduzidos e amontoados em uma escala muito maior que a "natural". Outro ponto a ser considerado é a quantidade de vegetais e de água necessários para a produção de um único quilo de carne. Os animais são alimentados com vegetais e, naturalmente, consomem água. Para se obter 1 kg de carne bovina são gastos mais de 10 mil litros de água e 8kg de grãos. Em contraste, para produzir 1 kg de soja, são gastos menos de 1,3 mil litros de água. Cerca de 30% da população mundial sofre de algum tipo de desnutrição e cerca de 23 crianças morrem de desnutrição por minuto. Se a prática de criar animais para consumo de carne fosse extinta, a produção de grãos atualmente utilizada para alimentá-los seria suficiente para eliminar a fome no mundo.
Aproveito para esclarecer que o budismo não impõe nenhuma restrição ao consumo de carne. O budismo ensina compaixão e, por compaixão aos animais, alguns budistas optam por reduzir seu consumo de carne ou se tornar vegetarianos. Portanto, é uma opção pessoal e não algo diretamente relacionado ao budismo.
Grande abraço,
Bruno
Postar um comentário