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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

SURFISTA DE BALEIA (Republicação)

SURFISTA DE BALEIA

27/09/2010 - 13h46

Autoridades procuram jovem que "surfou" em baleia

DA BBC BRASIL
As autoridades da Austrália estão procurando um adolescente que "surfou" em uma baleia, segundo notícias veiculadas pela imprensa australiana no fim de semana.
Uma testemunha na cidade de Albany, no oeste da Austrália, disse ter visto um jovem montar sobre as costas de uma baleia-franca-austral na tarde de sexta-feira da semana passada.
Jeff Overs/BBC
Autoridades procuram jovem que surfou em baleia-franca-austral na Austrália
Autoridades procuram jovem que surfou em baleia-franca-austral na Austrália

De acordo com o site australiano ABC, a testemunha fotografou o incidente, mas a polícia decidiu não divulgar a foto enquanto as investigações estão em andamento.
Caso seja identificado, o jovem pode receber uma multa de quase US$ 10 mil por perturbar um animal selvagem.
As autoridades australianas estão irritadas com o caso. Um dos investigadores chamou o ato de "tolo e inconsequente".
Uma baleia-franca-austral chega a medir mais de 18 metros e pode pesar até oito toneladas. Uma pessoa pode até morrer caso seja atingida pela cauda da baleia.
As leis ambientais australianas obrigam as pessoas a se manterem no mínimo a 30 metros de mamíferos selvagens como a baleia-franca.

Fonte: FOLHA DE SP

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A notícia é curiosa, todavia não mais que a que segue:

- ANTONIO PIGAFFETA – A primeira viagem ao redor do mundo – L&PM Editores- Floresta/RS – 2005, p. 107, reportou-se a elas, nos seguintes termos: Nos contaram que nestes mares há uma ave negra, semelhante ao corvo, que costuma penetrar pela boca das baleias, quando estas aparecem na superfície, e vão direto ao coração, que arrebatam para comer. A única prova que nos deram deste fato foi dizer que se vê a ave comendo o coração da baleia e que esta é encontrada morta sem coração. Esta ave negra, de bico dentado e que tem carne branca e comestível, é chamada de Lagan.


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- Um excelente livro sobre a caça às baleias, na costa do Brasil, foi escrito por MYRIAN ELLIS - A baleia no Brasil colonial - Melhoramentos e Editora da Universidade de SP/1969. Ela noticia que a atividade de caça (pesca?) aos cetáceos em destaque, no Brasil, foi iniciada em 1602, pelo Capitão Pêro de Urecha e um grupo de biscainhos (naturais de Biscaia – Espanha), no Recôncavo Baiano (p. 25)

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- A baleia é uma besta enorme e tem de cem a duzentos côvados. Por ser essa costa cheia de muitas baías, enseadas e estreitos, acode grande multidão delas a estes recôncavos, principalmente de maio até setembro, quando parem seus filhos. Às vezes vêm quarenta a cinqüenta juntas. Têm o toutiço furado e por ele resfolegam e botam grande soma d’água, e assim a espalham pelo ar como se fosse chuveiro. A baleia permanece tanto tempo em um mesmo lugar que sobre seu costado crescem arbustos e ervas. Os navegantes, em sua ignorância, fundeiam ao seu lado pensando estarem na orla de uma ilha. Depois acendem fogo em cima dela para preparar sua comida e, quando o monstro sente o calor, submerge ao mais profundo do mar e arrasta consigo a nave e todos os marinheiros. A baleia significa o mundo e os marinheiros são os homens, mas não passam estes de uns tolos, pois ignoram que tudo é efêmero e desconhecem que, se um dia estamos sobre as ondas, no outro podemos afundar - COSME FERNANDES - Liber monstrorum de diversis generibus - citado por JOSÉ ROBERTO TORERO e MARCUS AURELIUS PIMENTA – Terra Papagalli – Editora Objetiva/RJ/2000, pág. 116. Há certa semelhança entre o que se fala sobre acender fogo em cima de baleia e a biografia do sábio talmúdico babilônio RABA BAR CHANA, que viveu no século XIII, segundo ALAN UNTERMAN - Dicionário Judaico de Lendas e Tradições - Jorge Zahar Editor/RJ/1997, pág. 216, senão vejamos: (...) Ele deparou um peixe gigantesco, tão grande que os marinheiros pensaram ter chegado a uma ilha e começaram a cozinhar a comida sobre as costas dele, até o calor fazê-lo virar-se. Outro peixe de dimensões enormes morreu e foi arrastado para a praia. Nesse processo ele destruiu sessenta cidades portuárias, e um dos olhos do peixe forneceu trezentos jarros de óleo. Ainda outro peixe desse tipo tinha duas barbatanas tão afastadas uma da outra que um navio levava três dias para navegar de uma barbata à outra enquanto o próprio peixe nadava na direção contrária.

- Frei SANTA RITA DURÃO - Caramuru - Livraria Martins Fontes Edit. Ltda/SP/2001, pág. 230 e seguintes, versejou sobre a espécie, em termos bastante interessantes:
 


(...) De junho a outubro para o mar se alarga,/Qual gigante marítimo, a baleia,/Que palmos vinte e seis conta de larga,/Setenta de comprido, horrenda e feia:/Oprime as águas com a horrível carga,/E de oleosa gordura em roda cheia,/Convida o pescador que ao mar se deite,/Por fazer, derretendo-a, útil azeite. Tem por espinhas ossos desmarcados,/O ferro as duras peles representam,/Donde pendem mil búzios apegados,/Que de quanto lhe chupam se sustentam:/Não parecem da fronte separados/Os vastos corpos na areia assentam,/Entre os olhos medonhos se ergue a tromba,/Que ondas vomita como aquátil bomba. Na boca horrível, como vasta gruta,/Doze palmos comprida a língua pende,/Sem dentes, mas da boca imensa e bruta/Com elas para o estômago transmuta/Quanto por alimento n’água prende,/O peixe ou talvez carne, e do elemento/A fez imunda, que lhe dá sustento. Duas asas nos ombros tem por braços,/Que aos lados vinte palmos se difundem,/Com asa e cauda os líquidos espaços/Batendo remam, quando o mar confundem:/e excitando no pélago fracassos,/Chorros d’água nas naus de longe infundem;/E andando o monstro sobre o mar boiante,/Crê que é ilha o inexperto navegante. Brilha o materno amor no monstro horrendo,/Que, vendo prevenida a gente armada,/Matar se deixa n’água combatendo,/Por dar fuga, morrendo, à prole amada:/Onde no filho o arpão caçam metendo,/Com que atraindo a mãe dentro à enseada,/Desde a longa canoa se alanceia,/Ao lado de seus filhos a baleia. (...).

- Frei VICENTE DO SALVADOR (in História do Brasil - Edições Melhoramentos/SP/1954, pág. 67), refere-se à circunstância de as baleias lançarem à costa muito âmbar do que do fundo do mar arrancam quando comem, e conhecido na praia porque aves, caranguejos e quantas coisas vivas há acodem a comê-lo.

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