Editorial do jornal O Estado de S.Paulo destaca que a politização da pandemia por parte de Jair Bolsonaro e sua defesa pelo uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 resultou no “charlatanismo elevado à categoria de política de Estado para a área da saúde"
28 de julho de 2020, 08:04 h Atualizado em 28 de julho de 2020, 08:41
Jair Bolsonaro segurando caixa de cloroquina (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
247 - O editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (28) destaca que a politização da pandemia por parte de Jair Bolsonaro, que inclui a defesa da cloroquina no tratamento da Covid-19, apesar de sua eficácia não ter sido comprovada e dos riscos que o medicamento oferece, resultou no “charlatanismo elevado à categoria de política de Estado para a área da saúde”.
“Quando um presidente da República – ouvido com atenção por toda a Nação pelo cargo que ocupa – insiste em fazer propaganda a respeito dos supostos efeitos benéficos da cloroquina contra a covid-19, mesmo depois que esse medicamento foi considerado ineficaz por vários estudos, reina uma perigosa confusão”, ressalta o editorial intitulado "O efeito do charlatanismo".
Para o jornal, “esse é o resultado da politização da pandemia por parte de Bolsonaro. Preocupado com os efeitos da crise sobre sua popularidade, o presidente agarrou-se à cloroquina como panaceia – e passou a tratar os médicos e as autoridades que questionaram a eficácia da droga como adversários políticos".
“Como bem lembrou a Associação Médica Brasileira em nota, os médicos são autônomos para receitar medicamentos ainda que não haja comprovação de que funcionem no caso, mas, graças ao presidente Bolsonaro, muitos estão sendo constrangidos a fazê-lo, inclusive sob ameaça, no caso da cloroquina – mesmo ante o risco de efeitos colaterais perigosos. Nada disso é ciência, muito menos o pleno exercício da medicina; é, apenas, irresponsabilidade. A cloroquina, é bom que se lembre, provoca efeitos secundários que podem levar à morte”, finaliza.
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