Márcia já está em casa para cumprimento da prisão domiciliar. Nesta sexta (10), Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, saiu do presídio após decisão do STJ.
Por Guilherme Santos e Marcelo Gomes, TV Globo e GloboNews
11/07/2020 10h41 Atualizado há 2 horas
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Mulher de Queiroz reaparece para cumprir prisão domiciliar
A mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, que estava foragida havia 3 semanas, já está em casa, na Zona Oeste do Rio, onde aguarda instruções sobre a colocação da tornozeleira eletrônica, de acordo com o advogado Catta Preta.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que Márcia tem cinco dias úteis contados, após notificação feita pela justiça, para se apresentar à secretaria e instalar a tornozeleira eletrônica, conforme decisão judicial.
Márcia Aguiar tem cinco dias úteis para instalar tornozeleira eletrônica, diz Seap
Nesta sexta-feira (10), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu o benefício da prisão domiciliar ao casal. De acordo com a defesa, eles seguirão estritamente o que for determinado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi solto na noite desta sexta do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Ele também seguiu para prisão domiciliar. Queiroz deixou o complexo por volta das 21h20, com uma tornozeleira eletrônica.
STJ concede prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e à mulher, Márcia Aguiar, foragida — Foto: Rede Globo
Buscas do Ministério Público
Márcia era procurada desde a prisão do marido, no dia 18 do mês passado. Ambos foram assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro -- Márcia serviu no gabinete entre 2007 e 2017.
No dia 23, o Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Militar mineira chegaram a fazer uma busca na casa da madrinha de Queiroz, em Belo Horizonte, onde se acreditava que Márcia estava escondida.
Equipes estiveram ainda em endereços em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na casa da mãe e das irmãs, mas ela não foi encontrada.
Habeas corpus
O benefício da prisão domiciliar foi concedido após uma decisão do ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na quinta-feira (9).
Uma das filhas dele deixou uma mensagem emocionada avisando que ia buscar o pai no Complexo Penitenciário de Gericinó.
"Estou indo te buscar, meu pai! E você vai ter o abraço de todos os seus filhos que estão cheios de saudades e tanto te amam e sabem o homem incrível que você é!", disse a filha na mensagem.
Operação Anjo
Queiroz está preso desde 18 de junho, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Anjo.
A defesa afirma que o ex-assessor está fazendo um tratamento contra um câncer e usou como argumento o "atual estágio da pandemia do coronavírus". Os advogados disseram que Queiroz "é portador de câncer no cólon e recentemente se submeteu à cirurgia de próstata".
O benefício também contempla a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, cuja prisão foi determinada na operação e é considerada foragida. De acordo com a defesa, ela vai se apresentar.
-Queiroz é alvo de investigação sobre o esquema das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Prisão domiciliar de Fabrício Queiroz deve seguir regras definidas pelo STJ — Foto: Reprodução/ TV Globo
Regras
Para a concessão da prisão domiciliar, a defesa teve que indicar o endereço onde o casal deve cumprir a prisão domiciliar. Será na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Autoridades policiais terão acesso ao local sempre que for necessário. Também há a proibição de contato com terceiros, menos familiares próximos, profissionais de saúde e advogados.
Foi determinado o desligamento das linhas telefônicas fixas e a entrega de todos os telefones móveis, assim como computadores, laptops e tablets.
A medida foi tomada porque, de acordo com a investigação, havia uma interferência de Queiroz nas investigações.
Relembre o caso
Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, cidade a 80 km da capital. A casa onde ele estava pertence a Frederick Wassef, então advogado da família Bolsonaro.
Ao ser preso, Queiroz disse que estava "muito doente". O caseiro afirmou que ele estava no local havia mais de um ano.
As autoridades suspeitam que Queiroz recebia parte do salário pago pela Alerj a funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando o senador era deputado estadual. Flávio nega a acusação.
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