É usando as expressões do título desta postagem que se forma a maioria dos juízos "justos" dos adeptos do conservadorismo rançoso contra os supostos "comunistas ladrões e terroristas".
Se a mídia conservadora proclamou, não há o que argumentar, muito menos discutir. Quem discorda deve calar-se, para não ser mal interpretado, porque não se admite contraditório, esboço de qualquer defesa, mesmo com base em provas que contrariem as conclusões que convêm às classes dominantes.
Ponto final. "Todo mundo sabe" e contra as "evidências" apresentadas pelos acusadores, contra a aparência de culpa, não adianta espernear. Se as provas são frágeis, meros adminículos, que não ensejam senão débeis presunções, o magistrado, para não deixar escapar o acusado, vale-se da literatura, o que a digna ministra Rosa Weber, aparentada do Aécio, o todo poderoso e intocável tucano das Minas Gerais, já sacramentou, em processo contra a "esquerdalha", claro.
A apuração desapaixonada dos fatos não importa aos julgadores, dentre eles a opinião pública. O que vale é inviabilizar candidaturas desses comunas desgraçados, que ousam lutar por melhor distribuição de renda e justiça social.
A economia tem é que render muito para os investidores externos, de sorte que se atraia capitais, com promessas de rendimentos bem superiores aos que ganham em outros países. O Brasil quer ser maior, em oportunidades para os capitalistas, que os EUA e que se calem os comunistas, senão uma quartelada torna a por tudo nos "eixos".
"Devido processo legal" é pura bobagem que advogados comunistas, metidos a defender essa ignomínia de "direitos humanos", inventaram para embaralhar o andamento da "justiça".
Portanto, basta o "todo mundo sabe" para fundamentar a sentença condenatória de qualquer esquerdista. A opinião pública formada pelos jornalistas imparciais da Globo, Record, Bandeirantes e pelo irrepreensível Sílvio Santos, é que deve prevalecer. O resto é baboseira travestida de "direito à ampla defesa". É o poderoso "mercado", que não pode ser contrariado, que o exige. Viva Moloc, que exige sacrifício de crianças, com as quais os governos petistas cismaram de gastar dinheiro que poderiam destinar aos banqueiros, distribuindo merendas. Afinal, irão morrer de fome, naturalmente e esses comunistas nojentos não têm direito de ficar pregando fraternidade, solidariedade e outras baboseiras, para mudar o destino dessa pobreza imprestável, peso morto das nações que almejam prosperar.
Falar em soberania popular é pura utopia. População sem emprego não é soberana. Soberanos são os banqueiros e o resto deve comer na mão deles. Todo mundo sabe que se eles estiverem descontentes, auferindo lucros apenas razoáveis e não estratosféricos, moverão seus recursos para outros países mais condescendentes aos justos anseios dos seus acionistas.
Todo mundo sabe que a população de toda a terra deve ser escrava dos financistas. É o "sistema financeiro" que manda em todos os governos, na justiça, na mídia, na vida particular de qualquer cidadão. E não se admite o menor questionamento, nem mesmo revisão da alegada dívida pública. O consumidor individual pode revisar - em termos - a dívida alegada pelo rentista, mas as instituições públicas tomadoras de empréstimos não podem ousar tal revisão. Seria muita ousadia duvidar da honra e honestidade dos banqueiros. Revisionista é raça maldita. Já não basta querer revisar a história do Holocausto, ainda quer ficar bisbilhotando na história das dívidas.
Todo mundo sabe que os banqueiros seriam incapazes de exagerar suas pretensões, no que diz respeito a spread e juros. Rentista é gente impoluta, incapaz de cometer qualquer desatino, muito menos de almejar lucros exorbitantes.
Os crimes contra a humanidade são apurados por um Tribunal Penal Internacional, mas que ninguém ouse acusar os banqueiros de crimes e fraudes, naquela proba Corte, porque são intocáveis.
Todo mundo sabe e nenhuma Corte tem direito de se meter nesses assuntos tão $en$íveis. Não é à toa que, sem o aval dos rentistas ninguém chega, no Brasil, por exemplo, a ministro do STJ ou do STF. É requisito primordial ter o DNA (sefardita ou asquenasita) do povo eleito, ou nada feito. Não há prova disto, mas é lícita tal ilação, pois assim parece e o diz literatura comunista. Fato público e notório não enseja discussão. O que todo mundo sabe não admite opinião em contrário.
E, por falar em "todo mundo sabe", se você quer saber mais sobre como funciona uma justiça "imparcial", pode ler a obra de GRACILIANO RAMOS intitulada Memórias do Cárcere. Nela, lá no capítulo 22, foi mencionada uma peça de teatro, ensaiada na cadeia, por presos políticos, que é uma preciosidade. O "juiz" foi o preso "Aporelly" (*), famoso pela sua capacidade de ironizar. O resto você saberá se tiver gosto por leitura.
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(*) Fernando Apparicio Brinkerhoff Torelly (Rio Grande RS 1895 - Rio de Janeiro RJ 1971). Jornalista, humorista, poeta, o "Barão de Itararé".
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