Em mais uma demonstração de descaso com o combate à pandemia e o dinheiro público, o Ministério da Saúde vai incinerar estoque de vacinas e medicamentos
6 de setembro de 2021, 05:29 h Atualizado em 6 de setembro de 2021, 05:52
Fachada do Ministério da Saúde (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
247 - O Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de medicamentos, vacinas, testes de diagnóstico e outros itens que, ao todo, são avaliados em mais de R$ 240 milhões. Agora, todos esses produtos devem ser incinerados.
O ministério mantém sigilo sobre o estoque. Documento interno de 2018 determina que sejam negados pedidos de acesso aos dados sobre produtos armazenados ou vencidos, contra a opinião da CGU (Controladoria-Geral da União).
O jornal Folha de S.Paulo teve acesso a tabelas do ministério com dados sobre os itens, número de lote, data de validade e valor pago pelo governo. A lista de produtos vencidos inclui, por exemplo, 820 mil canetas de insulina, suficientes para 235 mil pacientes com diabetes durante um mês. Valor: R$ 10 milhões.
O governo Bolsonaro também perdeu frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B (quase 6 milhões de doses), varicela, entre outras doenças, no momento em que despencam as taxas de cobertura vacinal no Brasil. Só esse lote é avaliado em R$ 50 milhões. Alguns itens que serão incinerados estão em falta nos postos de saúde.
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