Sem ter de onde tirar recursos para turbinar o Bolsa Família, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes engoliram as próprias palavras e adotaram uma solução por decreto: aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras.
Por Renata Lo Prete
20/09/2021 00h40 Atualizado há 7 horas
Sem ter de onde tirar recursos para turbinar o Bolsa Família, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes engoliram as próprias palavras e adotaram uma solução por decreto: aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras.
Isso deve bastar para o lançamento do programa rebatizado, principal aposta eleitoral do governo, “mas não há nada garantido para o ano que vem”, avisa Adriana Fernandes, repórter especial e colunista do jornal O Estado de S. Paulo.
Para que o benefício vigore em 2022, “há uma conta de R$ 60 bilhões a ser fechada” no Orçamento. Conta que passa, explica Adriana, pela encrencada negociação, com Legislativo e Judiciário, para reduzir o saldo de quase R$ 90 bilhões de precatórios da União a pagar nesse período.
Jornalista que acompanha há mais de duas décadas a agenda econômica em Brasília, Adriana analisa, na conversa com Renata Lo Prete, o potencial impacto negativo da elevação do IOF sobre a atividade já enfraquecida. Interpreta a medida como mais um sinal do “improviso” que tem pautado as decisões do governo, e aponta o vespeiro bilionário no qual ninguém quer de fato mexer: os chamados incentivos fiscais.
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