Grupos antimonarquia pedem que Família Real banque casamento de William
Grupos antimonarquia já deram
início a uma campanha para que a Família Real britânica pague
integralmente a cerimônia de casamento do príncipe William e de sua
noiva, Kate Middleton.
O casal começa a planejar os detalhes da festa
com o auxílio de conselheiros reais, após o anúncio do casamento na
terça-feira. A cerimônia deve acontecer em Londres, na próxima
primavera ou verão inglês.
Ainda não se sabe quem pagará a conta do
casamento nem quanto ele custará, mas um porta-voz do palácio de St.
James (residência oficial do príncipe Charles, pai de William) disse que
ambos estão "bastante envolvidos" em todos os planos da festa e que
eles "levariam em conta a situação econômica" do país.
O grupo Republic (República, em inglês) diz que o
casamento é um "assunto privado" e que os cidadãos não deveriam pagar
por ele com impostos.
O grupo lobista Taxpayer´s Alliance (Aliança dos
Contribuintes) afirmou que uma "cerimônia suntuosa" durante um período
de austeridade no país não seria apropriada.
No entanto, o presidente-executivo da
VisitBritain, escritório de turismo britânico, disse que o casamento
deve ser uma atração turística internacional e gerar dividendos à
economia britânica.
"(O casamento será positivo) em termos de
publicidade. Já vimos como a história ganhou repercussão internacional
com o anúncio do casamento, e quando realmente chegarmos à própria
cerimônia, isso poderia atrair bilhões de espectadores em todo o mundo, e
essa publicidade deve certamente gerar mais turistas do exterior como
consequência", afirmou.
Controle de gastos
Segundo as estimativas, o casamento do príncipe
Charles com Diana Spencer, em 1981, custou cerca de 30 milhões de libras
(cerca de R$ 82,9 milhões), incluindo o custo de policiamento e
segurança. Cerca de 6 mil policiais e militares foram deslocados para
proteger o caminho feito pelos noivos em carruagem aberta, entre o
Palácio de Buckingham e a Catedral de St. Paul.
O casamento de Charles e Camilla Parker-Bowles,
em 2005, foi bancado pela rainha Elizabeth 2ª, e comenta-se que ela ou o
próprio Charles poderiam pagar pelo casamento de William.
Segundo analistas, uma das questões que apontam
nessa direção é o fato de que Charles, em 1981, já era o primeiro na
linha de sucessão ao trono, enquanto William ainda é o segundo, depois
de seu pai.
Ainda que a Família Real arque com os custos da
cerimônia e da festa para William e Kate, os grupos anti-monarquia dizem
que a rainha e o príncipe Charles devem pagar do próprio bolso pelo
policiamento e a segurança em Londres no dia do evento, que poderia ter a
presença de vários chefes de Estado.
A Polícia Metropolitana de Londres afirmou na
terça-feira que não comentaria os custos do policiamento do casamento
nem os responsáveis pelo pagamento.
Em um comunicado, Graham Smith, do grupo
Republic, disse que é inevitável que um evento de grandes proporções
tenha gastos com segurança, mas que "não é dever de quem paga impostos
pagar por qualquer parte deste evento - os Windsor (nome da família real
britânica) devem pagar".
"Se estão dizendo às pessoas que apertem os
cintos, se o governo está demitindo milhares, se os pagamentos de
previdência social estão sendo retalhados, seria repugnante que o
governo permitisse que um centavo fosse gasto com a Família Real",
declarou.
Emma Boon, diretora de campanha do grupo
Taxpayer´s Alliance, afirmou que "sem dúvida será um evento que toda a
nação vai comemorar, mas contribuintes não deveriam receber a conta do
rei".
Em julho, um relatório revelou que cada cidadão
britânico gasta cerca de 62 centavos de libra (R$ 1,71) para manter a
Família Real.
O custo total de manter a monarquia no país foi
de 38,2 milhões de libras (cerca de R$ 105,6 milhões) durante o ano
financeiro de 2009 a 2010, uma queda de 7,9% em relação ao ano anterior.
Fonte: BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário