Bíblia não condena aborto nem a poligamia, afirma estudioso
Não há nenhuma menção na Bíblia, em seu original, em hebreu, contra o aborto e a poligamia. A constação é do estudioso Michael Coogan, que acaba de lançar nos Estados Unidos o livro God and Sex – What the Bible Really Says (Deus e Sexo – O que realmente a Bíblia diz).
Em entrevista à revista Times, Coogan, que é professor de religiões do Museu Semítico de Harvard e que fez pós-doutorado em Literatura na mesma universidade, disse: “É curioso que, no debate sobre o aborto, ambos os lados [os prós e os contra] se apoiam na Bíblia. Mas não há na Bíblia nenhuma referência direta ao aborto, nada”.
Afirmou que os escritos bíblicos no idioma hebreu não há sequer uma indicação de que as pessoas devem ser monogâmicas. O que a Bíblia relata, disse, é que os homens podem ter quantas mulheres quiser, desde que tenham condições de sustentá-las. Ele citou o caso do rei Salomão, que teve 300 esposas.
Observou que, com base no caso do rei Salomão e de outros personagens bíblicos, como Abraão, Jacó e Davi, os fundamentalistas mórmons que defendem a poligamia estão certos.
O estudioso afirmou que os tradutores do hebreu para outras línguas acabaram introduzindo na Bíblia seus valores morais e preconceitos, tanto quanto o fizeram os escritores bíblicos.
Ele deu outro exemplo de uma possível distorção que a Bíblia contém por conta dos tradutores.
No texto hebreu, não fica claro que Adão tenha se casado (ou seja, assumido um compromisso formal) com Eva, porque a palavra para fêmea tanto pode significar 'mulher' como 'esposa'.
Os tradutores preferiram a palavra ‘esposa’ porque era de seu
interesse valorizar o casamento. E no entanto não há na Bíblia nenhuma
descrição do casamento entre Adão e Eva.
Ele disse que, de uma forma em geral, a Bíblia apresenta o sexo como algo positivo, porque dele depende a reprodução humana. “A ideia de se abster de sexo por razões religiosas era raro no judaísmo, na maioria dos períodos históricos.” Não há na Bíblia um trecho, nem sequer poucas palavras, que dê respaldo ao celibato dos padres.
Coogan disse que na época em que o cristianismo surgiu, sob a forte influência da cultura greco-romana, a sociedade não era tão puritana como é a de hoje. Admitia-se, por exemplo, a ideia de que os deuses, incluindo o dos cristãos, pudessem descer à Terra para ter relação sexual com os mortais.
Ele falou que a Bíblia comportam inúmeras interpretações e contradições, e as religiões fazem uso somente do que lhe interessa.
Com informação da revista Time.
Ele disse que, de uma forma em geral, a Bíblia apresenta o sexo como algo positivo, porque dele depende a reprodução humana. “A ideia de se abster de sexo por razões religiosas era raro no judaísmo, na maioria dos períodos históricos.” Não há na Bíblia um trecho, nem sequer poucas palavras, que dê respaldo ao celibato dos padres.
Coogan disse que na época em que o cristianismo surgiu, sob a forte influência da cultura greco-romana, a sociedade não era tão puritana como é a de hoje. Admitia-se, por exemplo, a ideia de que os deuses, incluindo o dos cristãos, pudessem descer à Terra para ter relação sexual com os mortais.
Ele falou que a Bíblia comportam inúmeras interpretações e contradições, e as religiões fazem uso somente do que lhe interessa.
Com informação da revista Time.
Fonte: PAULOPES WEBLOG
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