O papa Bento 16 disse que o uso
da camisinha é aceitável “em certas situações”, segundo um livro a ser
publicado nesta terça-feira.
Numa série de entrevistas dadas a um jornalista
alemão, o papa afirmou que o preservativo pode reduzir o risco de
infecção pelo vírus HIV por, por exemplo, uma prostituta.
O L'Osservatore Romano, jornal do
Vaticano, publicou trechos das entrevistas neste sábado. O livro, sem
lançamento previsto no Brasil, se chamará "Light of the World: The Pope,
the Church and the Signs of the Times" (luz do mundo: o papa, a igreja e
os sinais dos tempos).
As afirmações parecem aliviar a postura
linha-dura da Igreja Católica em relação à contracepção – até então, a
insituição condenava o uso de qualquer método contracecpcional.
Quando questionado se a Igreja Católica era “fundamentalmente contra o uso de camisinhas”, o papa teria dito:
“Ela certamente não a vê como uma solução real e
moral. (...) Em alguns casos, quando a intenção é reduzir o risco de
infecção, ela pode todavia ser um primeiro passo no caminho para uma
outra sexualidade, mais humana.”
O papa citou o exemplo do uso de camisinha por
prostitutas como um “primeiro passo no sentido da moralização”, ainda
que as camisinhas “não sejam realmente o caminho para lidar com o mal da
infecção pelo HIV”.
Bento 16 disse que a “obsessão quanto à
camisinha implica a banalização da sexualidade”, o que tornaria o sexo
não mais uma expressão do amor, “mas somente uma espécie de droga que as
pessoas administram a si mesmas”.
A posição da Igreja sobre métodos de
contracepção tem gerado críticas à instituição, principalmente após a
Aids se alastrar pelo globo.
Numa visita a Camarões no ano passado, o papa
disse que o uso de camisinhas punha em risco a saúde pública e ampliava o
problema da Aids, em vez de ajudar a conter a doença.
Muitos países europeus o criticaram pela declaração.
Médicos e especialistas dizem que a camisinha é um dos únicos métodos capazes de frear a disseminação do vírus HIV.
Fonte: BBC
Fonte: BBC
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