Caminhada em Florianópolis pede fim do preconceito às religiões
Semana da Consciência Negra promove atividades para debater religiões afrodescendentes
Ângela Bastos | angela.bastos@diario.com.br
Uma caminhada pelo Distrito do Rio Vermelho, entre a Barra da
Lagoa e a praia dos Ingleses, em Florianópolis, marcou nesta
segunda-feira o Dia Nacional da Umbanda. O evento deu início à
programação da Semana da Consciência Negra. Uma solenidade na Assembleia
Legislativa, às 19h desta terça-feira, abre oficialmente as atividades
da semana.
A caminhada partiu do centro espírita Caboclo Pena
Verde, seguindo pela rua João Gualberto Soares até alcançar a pracinha
do distrito. Além de atabaques e berimbaus, os manifestantes carregavam
faixas pedindo paz. Representantes do Movimento Hare Krishna demostraram
o seu apoio e também participaram da caminhada contra a intolerância
religiosa pelas ruas do Rio Vermelho.
— Não somos poucos, mas
somos invisíveis. Eventos como este pretendem dar visibilidade ao nosso
povo — explicou Ana Paula Cardozo da Silva, coordenadora de Políticas
Públicas para Promoção da Igualdade Racial de Florianópolis.
Segundo
a coordenadora, a Capital tem 500 casas religiosas ligadas à umbanda,
batuque, candomblé e almas de Angola. Na Grande Florianópolis, são 1,2
mil.
Ana Paula diz que a questão da intolerância religiosa vem
se acentuando contra as religiões de matriz africana, principalmente com
a ação da força policial e as manifestações de repúdio que colocam em
risco a integridade física dos religiosos e também o patrimônio das
instituições.
Existem relatos de ações contra terreiros, muitas
vezes acusados de provocar barulho à vizinhança. Apedrejamento, insultos
e vandalismo a monumentos são algumas das práticas mais comuns.
—
A própria Constituição Federal apresenta o conflito, à medida que
garante questões como a Lei do Silêncio e o direito à liberdade dos
cultos — afirma Ana Paula.
Para a coordenadora, esta situação revela o preconceito com os seguidores das religiões afrodescendentes:
—
A questão não é o barulho dos tambores, mas o olhar que essas pessoas
têm sobre os seguidores dos cultos africanos. Estamos aqui para ajudar a
esclarecer que o preconceito se faz sobre a ignorância de que nós somos
uma "coisa do demônio".
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
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Mas que, dependendo da hora em que o batuque é feito, incomoda, não há como negar. Tanto quanto o culto dos evangélicos, a procissão dos católicos e outras manifestações igualmente "religiosas".
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Mas que, dependendo da hora em que o batuque é feito, incomoda, não há como negar. Tanto quanto o culto dos evangélicos, a procissão dos católicos e outras manifestações igualmente "religiosas".
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