O fitness da fé
Fiéis de várias religiões utilizam a crença para ajudar na prática da atividade física
Cilene Pereira
A professora Donna
Richardson Joyner lançou DVD com uma aula em que os alunos fazem
aeróbica ao som de um coro gospel. Assista ao vídeo:
CRUZ
Praticantes fazem aula em igreja de Maryland
Crer em Deus ajuda a malhar? Nos EUA, um número cada vez maior de
pessoas aposta que sim. Elas integram um movimento que usa a fé para
estimular os exercícios físicos. Há academias, igrejas e personal
trainners que oferecem treinos nos quais a religião é a grande
motivadora para definir músculos ou perder peso.
Neste mercado, há estrelas como a pioneira Donna Joyner. Ela lançou
uma aula em DVD na qual aparecem alunos e um coro gospel. Todos fazem
exercícios e louvações a Deus. Outro representante do movimento é Paul
Eugene, do Gospel Dance Aerobics. “Uso a religião para inspirar as
pessoas a continuar a prática”, disse à ISTOÉ.
A fé também é lembrada na hora de resistir às tentações. “Ensinamos
aos indivíduos que se voltem para Deus quando sentirem desejo de comer
por gula”, disse à ISTOÉ Gwen Shamblin, do Weigh Down Ministries,
empresa que cria programas para serem usados em igrejas.
ESTRELA
Donna (à frente) é uma das pioneiras da malhação
As aulas são parecidas com as de qualquer academia. De diferente
estão as referências e os apelos pela ajuda divina e a presença de
símbolos, como a cruz. Fundada há um ano, a empresa ChurchFitness,
aliás, especializou-se em construir academias dentro das igrejas, usando
esses símbolos em meio a aparelhos de musculação e esteiras. Já foram
15 projetos até agora. “As igrejas estão cada vez mais envolvidas no
fitness. Ele é um instrumento para manter as pessoas da comunidade
conectadas”, disse à ISTOÉ Rob Killen, da Churchfitness.
Por enquanto, são poucos os estudos que avaliam a eficácia da
estratégia. Um deles foi feito por Kenrik Duru, da Universidade da
Califórnia. Durante oito semanas, ele acompanhou 62 mulheres religiosas
(de religiões distintas). Elas haviam sido divididas em dois grupos.
Ambos se exercitavam por 45 minutos. Mas o primeiro também ouvia trechos
da “Bíblia” alusivos à força e ao poder divino. As outras escutavam
temas não religiosos. Ao final, as que receberam as mensagens bíblicas
deram cerca de 78% mais passos por semana. “Uma das razões é que elas
passaram a andar em grupo, contando com suporte social de apoio”,
explicou Duru à ISTOÉ.
Fonte: ISTO É INDEPENDENTE
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