Remchingen, sul da Alemanha. Um albergue para refugiados incendiado e uma faixa afirmando "estúpido"
O governo alemão informou que ocorreram quase 500 ataques contra abrigos para refugiados no ano de 2015, um número três vezes maior do que o registrado em 2014.
O ministro do Interior do país, Thomas de Maizere, afirmou que este tipo de violência é "vergonhosa" e acrescentou que dois terços dos ataques foram feitos por moradores locais que não tinham antecedentes criminais.
A Alemanha espera receber pelo menos 800 mil refugiados em 2015.
Líderes da região da Bavária, uma das que mais recebe refugiados, exigiram que o governo alemão imponha limites ao número de refugiados entrando no país.
O governo do Estado da Bavária é de um partido conservador, o CSU, que formalmente é aliado ao partido da chanceler Angela Merkel, os Democratas Cristãos (CDU). Mas eles fazem oposição à política de Merkel de abrir as portas aos refugiados.
Muitos dos imigrantes que chegam à Europa central pelos Balcãs já disseram que querem chegar à Alemanha.
A população alemã, por sua vez, está dividida quando à política de Merkel de receber refugiados da Síria, Iraque e outras zonas de conflito. Esta política não se estende aos imigrantes econômicos de países que não fazem parte da União Europeia.
Ataques contra albergues
Maizere pediu medidas mais duras contra os que atacaram refugiados. Alguns dos ataques foram contra prédios vazios, mas também foram atacados albergues ocupados por imigrantes.
O ministro afirmou que os responsáveis por estes ataques "devem compreender que eles estão cometendo crimes inaceitáveis: agressão, tentativa de homicídio, incêndio criminoso".Image captionHorst Seehofer afirmou que a Bavária deve aumentar as medidas de emergência para lidar com o fluxo de refugiados
Em uma declaração feita na sexta-feira, o governo da Bavária ameaçou ir à Corte Constitucional Alemã para coagir o governo federal a impor um limite no número de refugiados que entram na Alemanha.
As autoridades em Munique informaram que, entre os dias 5 de setembro 1º de outubro a Bavária recebeu 241 mil imigrantes, dos quais 86 mil foram enviados para outras regiões da Alemanha.
Em uma entrevista coletiva, o premiê do Estado da Bavária, Horst Seehofer, afirmou que "precisamos restringir a imigração para manter a solidariedade do público com aqueles que precisam de proteção".
Seehofer também afirmou que o limite no número de imigrantes e refugiados que entram no país também é necessário "para garantir nossa segurança doméstica".
Para o premiê da Bavária o fluxo não significa uma ameaça terrorista, mas "é uma questão de criminalidade no sentido mais amplo".
Em 2016 a Bavária tem planos de designar mais de 3.700 funcionários públicos para lidar com a situação dos imigrantes.
A vice-premiê da Bavária, Ilse Aigner, afirmou que a Alemanha poderia esperar a chegada de até 7 milhões de refugiados devido ao fato de muitos familiares conseguirem se reunir legalmente aos que já conseguiram asilo no país.
Seehofer acrescentou que a Bavária teria que ter o direito de recusar a entrada de imigrantes em sua fronteira com a Áustria. Mas é a polícia federal da Alemanha, e não a polícia da Bavária, que cuida dos controles nas fronteiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário