HALLDOR KOLBEIN/AFP/GETTY
É um estratagema que ainda no último Ano Novo foi usado em Roma
A polícia islandesa está em greve pela segunda vez este mês. Formalmente não é uma greve, pois a lei não o permite, mas muitos membros da corporação declararam-se doentes e não compareceram ao serviço.
“Nem todas as tarefas vão poder ser realizadas esta quinta-feira, embora as consideradas mais urgentes vão obviamente ter prioridade, como sempre”, explica a Polícia Metropolitana de Rekjavik, a capital.
Os polícias queixam-se de ganhar pouco. O salário médio de um agente é um pouco acima dos 2000 euros por mês, o que ficará abaixo do de uma secretária na Islândia. “Sem desprimor para as secretárias, os polícias fazem um pouco mais do que escrever relatórios”, explica um chefe policial. “O nosso trabalho envolve conciliação, acalmar situações e pessoas”, reforça.
Embora a Islândia seja de modo geral um país pacífico – em 2013 foi a primeira vez que a polícia matou alguém – os agentes recordam que o Governo tinha prometido discutir questões salariais e não cumpriu. Como disse o referido chefe: “Aceito que um criminoso me minta, goze e diminua, pois está num momento mau da sua vida, mas que desculpa têm os ministros?”.
Um protesto semelhante ao da Islândia aconteceu em Roma na última passagem de ano, quando 83,5 % dos polícias que deviam ter estado de serviço meteram baixa. Na altura as críticas foram muitas, ao ponto de agentes do resto da Itália terem decidido participar numa marcha contra a “lama” que estava a ser atirada contra os seus colegas romanos.
Agora, as autoridades islandesas avisaram os polícias de que será punido quem não cumprir a lei. A Federação Nacional dos Polícias, representante da classe, pediu formalmente aos seus membros que respeitem a lei, “por razões óbvias”. E o organismo representante das secretárias (as quais fazem mais do que escrever relatórios, e também praticam a conciliação) ainda não parece ter comentado.
Fonte: EXPRESSO.PT
Nenhum comentário:
Postar um comentário