Justiça condena Protógenes a 3 anos por violação de sigilo
Delegado elegeu-se deputado federal pelo PCdoB
Foto: Ivan Pacheco/Terra
Foto: Ivan Pacheco/Terra
A Justiça Federal condenou o delegado Protógenes Queiroz, que chefiou a
Operação Satiagraha da Polícia Federal, a três anos e quatro meses de
prisão pelos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual.
A pena foi substituída por serviços prestados à comunidade em um
hospital público ou privado, "preferencialmente de atendimento a
queimados", disse o juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Criminal Federal em
São Paulo. Eleito deputado federal pelo PCdoB em São Paulo, Protógenes
fica proibido de exercer mandato eletivo, cargo, função ou atividade
pública. Cabe recurso da decisão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A Operação Satiagraha investiga um suposto esquema de evasão de divisas e
lavagem de dinheiro envolvendo o banqueiro Daniel Dantas, dono do Grupo
Opportunity. Em sua campanha eleitoral, Protógenes usou como trunfo a
prisão do banqueiro. A sentença do juiz Mazloum, que acolheu denúncia da
Procuradoria da República, tem como base um inquérito da PF sobre
supostas irregularidades cometidas durante a Operação Satiagraha. O
inquérito aponta que o delegado divulgou conteúdo sigiloso da
investigação. Ele teria ainda forjado prova usada em ação penal da 6ª
Vara Federal contra Dantas, que foi condenado a 10 anos de prisão por
corrupção ativa. Segundo o juiz, Protógenes efetuou "práticas de
monitoramento clandestino, mais apropriadas a um regime de exceção, que
revelaram situações de ilegalidade patente". Ainda de acordo com o
inquérito, o delegado recrutou mais de 80 investigadores da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) para executar a operação. Nos arquivos
pessoais de Protógenes, armazenados em dois pen drives, foram
encontrados relatórios sobre a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), e
seu adversário José Serra (PSDB). Para o juiz, os crimes foram
cometidos com objetivo eleitoral.
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