Deputado que será ministro do Turismo pagou motel com dinheiro da Câmara
O peemedebista Pedro Novais (MA), que integrará o governo Dilma, gastou R$ 2.156,00 no Motel Caribe, em São Luís; a nota fiscal foi anexada à prestação de contas de junho para justificar o uso de verbas destinadas à atividade parlamentar
O futuro ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff pediu à
Câmara dos Deputados o ressarcimento por despesas em um motel de São
Luís (MA). Indicado pelo comando do PMDB e aliado de José Sarney, o
deputado Pedro Novais (PMDB-MA) apresentou uma nota fiscal de R$
2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória
de junho.
Dida Sampaio/AE
"Foi descoberta a inclusão indevida de uma nota fiscal de hospedagem do Hotel Pousada Caribe" (em nota enviada depois ao Estado)
O motel fica a 20 quilômetros do centro de São Luís. A suíte mais
cara, que leva o nome "Bahamas", tem garagem dupla e custa de R$ 98
(três horas) a R$ 392 (24 horas). Segundo a gerente do local, o deputado
Pedro Novais alugou um quarto para fazer uma festa. Ao Estado, o
parlamentar admitiu que o dinheiro da Câmara foi usado para pagar um
motel. Ele considerou o episódio um "erro".
Parlamentar do chamado "baixo clero" da Câmara - ou seja, com
pequena influência política na Casa -, Pedro Novais, 80 anos, foi
convidado por Dilma Rousseff no dia 7 de dezembro para o ministério após
ser indicado pela cúpula do PMDB.
Como deputado, ele recebe, além do salário, R$ 32 mil mensais a
título de "verba indenizatória" para arcar com despesas do mandato. Um
dinheiro limpo, livre de impostos.
Para justificar parte das despesas dessa verba em junho, Novais
entregou à Câmara a nota fiscal de número 7.058 do Hotel Pousada Caribe
Ltda., razão social do Motel Caribe.
O endereço do CNPJ registrado na Receita Federal e na nota fiscal
apresentada pelo deputado é a Rua da União, 16, Turú, São Luís, onde
funciona o motel. Os parlamentares são obrigados a prestar contas dos
gastos com verbas indenizatórias.
Festa. Em entrevista gravada pelo Estado, a gerente
do Motel Caribe, que se identificou como Sheila, disse que o deputado
Pedro Novais reservou uma suíte para uma festa naquela período.
"Ele é um senhor. Já frequentou aqui, conhece o dono daqui e
reservou para um jantar que estava dando para os amigos. Foi à noite",
disse. "Eu lembro. Era festa com bastante gente, uma comemoração que
eles estavam fazendo. Eram vários casais, várias pessoas. A gente cobra
por casal. E tinha muita gente, a suíte era uma das mais caras. Tem
piscina, banheira, sauna, tem tudo", afirmou a gerente.
A reportagem ainda esteve no local e fez imagens da fachada e de um
quarto do Motel Caribe. Na portaria, havia o anúncio de uma promoção de
20% de desconto, feijoada e almoço de graça. "Traga alguém para almoçar
aqui", diz uma placa.
No local, há quartos chamados "Bahamas", "Cozumel", "Aruba", "Cancún" e "Margarita", todos em homenagem a ilhas do Caribe.
Logo na entrada uma placa anuncia "Bem-vindo às islas mais deliciosas
do Caribe". "Esse motel é antigo. Nunca funcionou como hotel. É motel",
disse a gerente. Os preços de permanência variam de R$ 27 (suíte Aruba)
a R$ 392 (Bahamas).
Patrimônio. Pedro Novais foi reeleito em outubro
para seu sexto mandato na Casa. Na última eleição, declarou à Justiça
Eleitoral um patrimônio de R$ 6,3 milhões, dos quais R$ 3,3 milhões
depositados em conta corrente em três bancos diferentes.
Sua escolha pelo PMDB foi uma surpresa porque Novais não circula
pelo primeiro escalão do partido. O nome dele foi sugerido pelo deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney
no Maranhão.
O escolhido de Dilma Rousseff para chefiar o Ministério do Turismo
terá a missão de organizar uma pasta mergulhada em uma onda de denúncias
de desvios de verba de emendas parlamentares destinada a shows e
eventos culturais. O Estado publicou uma série de reportagens mostrando o
repasse irregular de emendas para programas da pasta a entidades de
fachada.
O ministério ainda terá papel importante na organização da Copa do
Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Luxo. Além da despesa de R$ 2,1 mil em um motel,
Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais
luxuosos de São Paulo, desde setembro do ano passado.
Ele apresentou R$ 5,1 mil em gastos nesse hotel só neste mês. Uma
diária no Emiliano, segundo consulta feita ontem em seu site, custa, no
mínimo, R$ 1 mil. Deputado pelo Maranhão, Pedro Novais vive no Rio de
Janeiro.
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Pois é: a Ideli não deixou por menos e muitos outros parlamentares devem cometer o mesmo "erro".
É uma corja que não tem jeito, mesmo! Só matando!
Ideli pagou hotel de Brasilia com verba do Senado
Publicada na edição de hoje da Folha a informação de
que “A futura ministra da Pesca, senadora Ideli Salvatti (PT-SC),
gastou mais de R$ 4.000 em verba indenizatória do Senado com pagamento
de diárias de um hotel em Brasília enquanto recebia auxílio-moradia, o
que é irregular.”
Ideli encontra-se no interior de São Paulo, onde passará o
Natal. Só virá a Santa Catarina na próxima semana. A matéria
acrescenta: “O Senado informou que o uso da verba indenizatória para
essa finalidade não é permitido, uma vez que os senadores já recebem um
benefício para custear despesas com moradia em Brasília no valor de R$
3.800 mensais. Ou seja, ela recebeu duas vezes pela mesma despesa.
Após ser procurada, Ideli, há oito anos no Senado, disse por meio de
nota ter havido um erro da sua assessoria e mandou devolver o dinheiro
aos cofres públicos.”
O jornal diz ter apurado que a petista pediu ainda ao
Senado que apague a informação sobre o gasto no site da Casa, onde ficam
registradas todas as despesas dos senadores com a verba indenizatória,
após o ressarcimento.
Completa: “A verba, no valor de R$ 15 mil mensais, só
pode ser usada para custear despesas com os escritórios dos senadores
“exclusivamente no Estado do parlamentar” ou com o pagamento de aluguel
de jatinho para uso dentro de seu Estado. Conforme registro oficial, a
senadora pediu e recebeu ressarcimento do Senado para pagar diárias no
hotel San Marco em vários dias dos meses de janeiro, novembro e dezembro
deste ano. A Casa informou que só agora, depois de questionado pela
reportagem, a petista percebeu ter havido “erro”.
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