Um homem matou a mulher à paulada no distrito de Gondola, Manica, centro de Moçambique, acusando-a de feiticeira, e ocultou por quatro dias o corpo na sua machamba (horta), disse esta quarta-feira à Lusa fonte policial.
O
corpo da camponesa Paulina Francisco, de 32 anos, foi achado por
vizinhos, enterrado entre bananeiras na horta, depois destes terem
notado o desaparecimento da mulher. O corpo estava em decomposição e
apresentava sinais de violência na cabeça. O homem foi detido.
"O
indivíduo matou a mulher acusando-a de estar a causar-lhe fracassos na
vida social e económica. Havia também um pouco de ciúmes, segundo
relatos de alguns vizinhos", como explicou à agência Lusa Belmiro
Mutadiua, porta-voz da PRM (polícia) em Manica.
O homem deverá responder pelo crime de homicídio qualificado, e aguarda julgamento na penitenciária agrícola de Chimoio.
As
autoridades governamentais da província de Manica têm manifestado
preocupação com o aumento de casos de "crimes culturais", sobretudo
homicídios ligados à prática de feitiçaria. No país são comum os casos
de "assassinatos ligados a feitiçaria".
Recentemente,
as autoridades de justiça em Manica vieram publicamente manifestar
preocupação com o recrudescimento dos crimes ligados a feitiçaria.
"Geralmente
as vítimas primeiro são ameaçadas e depois é que são consumados os
factos (os assassínios). As vítimas (alegadas feiticeiras) são acusadas
de estarem a causar mal estar ou de matar algum parente (do agressor)
por feitiçaria, por isso são retribuídas pela morte", explicou à agência
Lusa Henriques Ibraimo, procurador-chefe distrital de Mossurize.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
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