Rabinos israelenses proíbem aluguel de casas a cidadãos árabes
Cerca de 50 rabinos que
exercem a função pública de chefes de rabinatos de grandes cidades em
Israel assinaram um decreto proibindo aluguel ou venda de casas a
cidadãos árabes e ameaçando aqueles que violarem a ordem de serem
isolados pela comunidade.
O líder do movimento é o rabino Shmuel Eliahu,
da cidade de Tzfat, que publicou um decreto semelhante há um mês
levando a população de sua cidade a se negar a alugar casas a
estudantes árabes de uma faculdade local.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu condenou o decreto dos rabinos.
"Como nos sentiríamos se alguém no exterior proibisse a venda de apartamentos a judeus?", questionou o premiê.
"Não há lugar para esse tipo de decreto em um
Estado democrático, o Estado de Israel rejeita totalmente esses
pronunciamentos", disse.
Bíblia
Para o rabino-chefe da cidade de Ashdod, Yossef Sheinin, a proibição "se baseia na Bíblia".
"Na Bíblia está escrito que Deus deu a terra de
Israel ao povo de Israel, o mundo é tão grande e Israel é tão pequeno
mas todos o cobiçam, isso é injusto", afirmou Sheinin.
O rabino-chefe do assentamento de Beit El,
Shlomo Aviner, que também assinou o decreto, declarou que "os árabes
são 25% dos cidadãos e não devemos ajudá-los a criar raízes em Israel".
Entre os rabinos que assinaram o decreto estão
os rabinos-chefes de cidades importantes como Rishon Letzion, Carmiel,
Rehovot, Herzlia, Naharia e Pardes Hana e todos são funcionários
públicos.
'Racismo e xenofobia'
O escritor Sefi Rachlevsky, que lidera um grupo
de intelectuais contra o racismo, pediu nesta quarta-feira falando à
radio estatal de Israel que "esses rabinos racistas sejam imediatamente
demitidos de seus cargos".
Para Rachlevsky, a crítica feita por Netanyahu não é suficiente.
"É necessária uma ação imediata contra esses 50
rabinos, pois se não forem demitidos em breve mais 500 poderão aderir a
esse movimento", disse o escritor.
O deputado Ahmed Tibi, do partido Raam Taal,
que representa cidadãos árabes de Israel, pediu que os rabinos sejam
indiciados por crimes de racismo e xenofobia.
O líder da bancada do partido social-democrata
Meretz, Ilan Galon, enviou um pedido ao procurador-geral da Justiça,
Yehuda Weinstein, para que ordene a demissão dos rabinos que assinaram o
decreto.
O rabino reformista Gilad Karib também condenou em termos duros os rabinos ultraortodoxos autores do decreto.
"Eles mancham o Estado de Israel e o judaísmo com a marca de Cain da xenofobia", disse o rabino reformista.
Para Iona Iahav, prefeito da cidade de Haifa onde convivem judeus e árabes, o decreto é uma "blasfêmia".
"Esses rabinos ateiam fogo contra a
coexistência (entre árabes e judeus), cujas implicações são mais
destrutivas do que o incêndio que arrasou o bosque do Carmel", disse o
prefeito, referindo-se ao maior incêndio da história do país, que matou
42 pessoas e destruiu grandes áreas verdes, na semana passada, nas
redondezas de Haifa.
Fonte: BBC BRASIL
Um comentário:
Devemos conscientizar este tipo de gente que no mundo não existe mais espaço para este tipo de atitude. Que tal pedir para nossa população brasileira não vender apartamentos, casas, terrenos e imóveis para o povo judeu. Se vocês se acham tão importante ou melhor que os outros, saibam que todos aqueles judeus que estão fora do Estado de Israel, será que estão morando de favor nos países náo-judeus.
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