Nova doença transmitida pelo Aedes chega ao Brasil
Três pessoas, incluindo morador da Barra, foram contaminadas em viagens ao exterior
POR PÂMELA OLIVEIRA
Rio - A identificação de três casos de doença provocada por um
vírus que jamais circulou no Brasil colocou o Ministério da Saúde em
alerta. Sobretudo porque ela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o
mesmo da dengue. A entrada do vírus da febre Chikungunya no País ocorre
num momento em que o número de Aedes é elevado em diversos locais. E em
que epidemia de dengue, no Rio e em outras cidades, não está
descartada.
Segundo o ministério, de agosto a novembro três brasileiros — um carioca
da Barra e dois moradores de São Paulo — tiveram a febre Chikungunya.
Tida como menos grave do que a dengue — devido à quantidade menor de
casos fatais — a Chikungunya se caracteriza por febre alta e dores
intensas nas articulações das mãos e pés, que podem se prolongar por até
um ano, impossibilitando a pessoa de desenvolver sua rotina.
“Tivemos três casos importados. Tudo leva a crer que não houve
transmissão no País. Todas as medidas de prevenção, como a busca de
focos de mosquito nas proximidades das residências dos pacientes,
aplicação de fumacê e rastreamento de novos casos foram feitas”, afirmou
o coordenador do Programa de Controle da Dengue do Ministério da Saúde,
Giovanini Coelho.
Uma das preocupações das autoridades é que, devido ao grande número de
criadouros do Aedes, a doença se instale no País. “A presença do
mosquito nos deixa vulneráveis. Quanto menos Aedes nas casas e nos
espaços urbanos, menor o risco. Não há vacina contra o Chikungunya”.
Os dois homens — um carioca de 41 anos e outro paulista de 55 — voltaram
da Indonésia contaminados. O morador do Rio tinha ido ao país asiático
surfar. Uma mulher, também paulista, de 25 anos voltou da Índia. A
notificação de casos ao ministério é obrigatória e imediata, em até 24
horas.
“Estamos intensificando a vigilância para detectar possíveis novos
casos. Nos reunimos com diversas sociedades médicas para alertar. E
pedimos que as pessoas que chegarem dos locais em que há transmissão do
vírus e tiverem febre procurem hospitais. A auto-medicação não é
indicada”, afirma Giovanini.
Em fase de transmissão
Dois dos três pacientes que chegaram ao Brasil com a Chikungunya, um do
Rio e um de São Paulo, estavam em fase de transmissão da doença. Ou
seja, se fossem picados por um Aedes, eles contaminariam o inseto, que
poderia infectar outras pessoas.
Os sintomas da doença aparecem de três a sete dias depois de o paciente
ser picado pelo mosquito contaminado. Durante os primeiros cinco dias
dos sintomas, se o paciente for picado pelo Aedes aegypti, ele transmite
o vírus para o mosquito.
Confira o que fazer para evitar proliferação do mosquito
CAIXAS D’ÁGUA
Devem ficar vedadas. Não devem ser cobertas por plástico ou calha porque
esses materiais podem acumular água e servir de criadouros.
CALHAS
Devem ficar limpas e sem pontos de acúmulo de água. Folhas secas precisam ser retiradas para que a água não fique retida.
LAJES E MARQUISES
É importante manter o escoamento sempre desobstruído e sem depressões que possam causar o acúmulo de água.
FOSSOS DE ELEVADOR
A recomendação é verificar uma vez por semana e bombear caso haja água acumulada.
EM CASA E NO TRABALHO
A tampa dos vasos sanitários deve ficar fechada. Em banheiros pouco
usados, deve-se dar descarga ao menos uma vez por semana para evitar
surgimento de focos.
As bandejas do ar-condicionado e da geladeira também precisam ser
verificadas: alguns modelos acumulam água que pode virar foco do
mosquito.
Não deixe água acumulada em pratinhos de planta. Coloque terra nos vasos.
Fonte: Jornal O Dia
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