Criador do WikiLeaks está preso por fazer sexo sem camisinha
Lei sueca considera que ter relações sem proteção pode ser um tipo de violência sexual
Lennart Preiss/23.10.2010/AP
Assange luta para não ser extraditado para Suécia e julgado por estupro; drama judicial começou com sexo sem camisinha
Não só por causa do réu famoso - também odiado por muita gente
poderosa -, o caso ganhou a curiosidade pública por envolver um sistema
de leis complexo.
Os atos de Assange, com base no depoimento das ex-amantes, foram
interpretados pela Justiça como “estupro, abuso sexual e coação ilegal”,
segundo aponta a promotoria sueca. Tanto ele quanto as mulheres
afirmam, no entanto, que o sexo era consensual. O único problema foi a
ausência do preservativo, que teria sido solicitado por ambas, mas
negado pelo australiano.
Fazer sexo sem camisinha na Suécia é punível com pena de prisão de,
no mínimo, dois anos por estupro. Segundo um advogado de Assange - em
declarações feitas no mês de agosto, quando as acusações surgiram - o
termo usado para classificar o crime é “alvo de chacota” e danifica
“dramaticamente” a reputação do acusado. Tudo isso sob um sistema legal
tido como modelo de modernidade.
Em duas relações, Assange teve problemas ao usar camisinha
Críticas de lado, uma das suecas com quem Assange se envolveu diz que
o preservativo se rompeu durante a relação, segundo reportou o jornal
britânico Daily Mail. Nesse caso, para as leis do país, o sexo
consensual que começa com camisinha, mas acaba sem, se transforma em
sexo não consensual.
Já a outra amante alega que se relacionou por duas vezes com o dono
do WikiLeaks, uma com camisinha e outra sem. Nesta última, solicitou o
uso do preservativo, mas Assange teria se recusado. Novamente a lei está
a favor das mulheres.
Advogado de suecas nega complô político
Para o australiano, sua prisão faz parte de um complô político
destinado a deter a publicação de documentos secretos pelo
WikiLeaks. Já o advogado das duas mulheres, Claes Borgstrom , afirma que
as clientes não estão envolvidas em nenhuma conspiração contra Assange.
Borgstrom também disse que o relato das suecas é plausível e avaliou
que são grandes as chances de que a Justiça da Suécia acuse Assange,
caso ele venha a ser extraditado e ouvido em depoimento no país.
Assange se entregou à polícia em Londres e deve ficar detido até 14
de dezembro, quando irá novamente depor. Ele afirmou que vai lutar para
não ser extraditado.
Fonte: http://noticias.r7.com
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