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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

ONDE CHEGAREMOS COM ESSA RADICALIZAÇÃO? - Divergências políticas levam a aumento de agressões contra advogados, diz OAB-RJ


26 de fevereiro de 2023, 10h15


Divergências políticas e ideológicas têm levado a um aumento dos casos de agressão contra advogados, inclusive quando eles não se encontram no exercício da função. A análise é da Comissão de Enfrentamento à Violência contra Advogados da seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil, que tem se debruçado sobre o tema.OAB-RJ tem comissão dedicada a enfrentar a violência praticada contra advogados
Divulgação

A comissão hoje conta com 29 membros e atua naqueles casos de violência que não sejam violações de prerrogativas ou que ocorram em conjunto com tais violações. Isso inclui ameaças, tentativas de homicídios, violência doméstica, abusos de autoridade e muitos outros.

Presidente da comissão, o advogado criminalista Paulo Castro afirma que os casos aumentaram principalmente por divergências políticas e ideológicas. “Pode ser citado o exemplo do vizinho que, insatisfeito com o posicionamento político de um casal de advogados, lançou combustível por baixo da porta do apartamento dos mesmos e ateou fogo.”

Castro cita outros exemplos. Já houve necessidade de pedir apoio da Polícia Militar para proteger a integridade física de uma advogada diante da ameaça de morte decorrente de violação de medida protetiva da Lei Maria da Penha. Ou do encaminhamento do advogado vítima para atendimento psicológico.

Segundo a advogada Fernanda Pereira Machado, integrante da comissão, as agressões aumentaram consideravelmente, principalmente pelas redes sociais, porque os agressores fazem confusão entre advogado e cliente. A crise em que o país mergulhou e as ameaças ao Estado Democrático de Direito também têm influência no cenário.

Por isso, ela destaca a importância de criminalizar a violação das prerrogativas dos advogados. “A punição ajudará a reduzir as agressões aos advogados. Porém, mais que isso, é necessário uma programa educacional tanto nos órgãos oficiais como para a sociedade, pois quando a agressão é realizada por civis, aplicam-se as condutas tipificadas no Código Penal e, no caso de danos materiais e morais, o Código Civil.”



Revista Consultor Jurídico, 26 de fevereiro de 2023, 10h15

Aceita denúncia criminal contra suspeitos de matar cadela pelo TJSC, que determinou prosseguimento de ação penal


O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) aceitou denúncia do Ministério Público (MPSC) contra dois homens acusados de maus-tratos a animal com resultado morte, disparo de arma de fogo e exposição da vida ou da saúde de outra pessoa a perigo. Os homens são suspeitos de matar a cadela Laika, de apenas seis meses, em cidade no Vale do Rio do Peixe, meio-oeste do Estado, com um disparo de arma de fogo. Agora, o processo deve seguir o trâmite no 1º grau.

Segundo a denúncia do Ministério Público, em agosto de 2020 um produtor rural foi buscar suas terneiras em uma propriedade sua com o auxílio da cadela Laika. O problema é que uma estrada passa pelo meio da propriedade, e dois homens em uma Fiorino branca pararam próximo à cachorra e efetuaram um disparo. O animal morreu poucos minutos mais tarde, após agonizar ao lado do seu dono.

Os homens fugiram do local. Após uma busca na região, em cidade de quatro mil habitantes, o proprietário rural e a polícia civil identificaram o dono de veículo com as mesmas características, que é conhecido como caçador e tem uma espingarda registrada. Ele e seu acompanhante negaram a autoria. Mas a câmera de segurança de um clube de tiro flagrou a Fiorino branca do acusado no dia do crime. O juízo de 1º grau não recebeu a denúncia e, por isso, o MPSC recorreu ao TJSC.

“Embora os recorridos neguem a autoria, há de se admitir a existência de uma série de elementos indiciários coincidentes que fornecem lastro suficiente para, ao menos, a deflagração da instância penal contra ambos. (...) O presidente da Associação Caça e Tiro Boa Vista encaminhou ao Juízo o ofício n. 18/2020, no qual consignou que ‘nenhum outro veículo com as mesmas características passou pelas câmeras de monitoramento do clube na mesma data’”, anotou o relator, desembargador Norival Acácio Engel, da 2ª Câmara Criminal do TJSC.

A sessão foi presidida pelo desembargador Sérgio Rizelo (sem voto) e dela também participaram com votos a desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho e o desembargador Roberto Lucas Pacheco. A decisão foi unânime (Recurso em Sentido Estrito n. 5002243-42.2022.8.24.0218/SC).

Imagens: Divulgação/Pixabay
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Estarão as redes sociais a desenhar a situação conflituosa prevista por HESÍODO?

 Nem o pai será concorde com os filhos, nem os filhos com o pai, nem hóspede com anfitrião, nem companheiro com companheiro; nem um irmão será querido, tal como era antes. - Em Os trabalhos e os dias.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Um trecho de "As veias abertas da América Latina" (GALEANO)

Quanto mais liberdade se outorga aos negócios, mais cárceres se torna necessário construir para aqueles que sofrem com os negócios. 

Nossos sistemas de inquisidores e carrascos não só funcionam para o mercado externo dominante; proporcionam também caudalosos mananciais de lucros que fluem dos empréstimos e inversões estrangeiras nos mercados internos dominados. 

“Ouve-se falar de concessões feitas pela América Latina ao capital estrangeiro, mas não de concessões feitas pelos Estados Unidos ao capital de outros países... É que nós não fazemos concessões”, advertia, lá por 1913, o presidente norte-americano Woodrow Wilson. 

Ele estava certo: “Um país - dizia - é possuído e dominado pelo capital que nele se tenha investido.” E tinha razão. 

Na caminhada, até perdemos o direito de chamarmo-nos americanos, ainda que os haitianos e os cubanos já aparecessem na História como povos novos, um século antes de os peregrinos do Mayflower se estabelecerem nas costas de Plymouth. 

Agora, a América é, para o mundo, nada mais do que os Estados Unidos: nós habitamos, no máximo, numa sub-América, numa América de segunda classe, de nebulosa identificação.

George Soros elogia Lula e fala em “forte apoio internacional”

Por Redação
George Soros (Foto: Ronald Zak/AP)


O magnata socialista George Soros, fundador da Open Society, que financia ONGs de esquerda em todo o mundo, publicou um artigo intitulado “Aquecimento global, guerras quentes, sociedades fechadas” em que analisa o panorama global diante das mudanças climáticas causadas por ação humana e elogia o presidente Lula.

Soros define as sociedades abertas e fechadas e destaca o Brasil como uma sociedade aberta que está na linha de frente do conflito entre esses tipos de governança. Ele cita as manifestações de 8 de janeiro e elogia Lula por ter conduzido a tentativa de golpe com maestria.

Soros afirma que o Brasil está na linha de frente da luta contra as mudanças climáticas e que Lula deve proteger a floresta tropical, promover a justiça social e reacender o crescimento econômico, tudo ao mesmo tempo. No entanto, ele destaca que o presidente precisará de forte apoio internacional, pois não há caminho para emissões líquidas zero se ele falhar.

Além disso, Soros faz uma análise da China e da fracassada política de covid zero, da invasão da Ucrânia e critica os republicanos nos Estados Unidos por tentar barrar novos aportes de recursos ao país de Volodymyr Zelensky. Ele também ataca virulentamente Trump, a quem acusa de antidemocrático.

A Open Society, criada em 1984, defende bandeiras como a liberação das drogas, o desarmamento, a legalização do aborto e a libertação de presos considerados “não violentos”. A organização financia projetos que promovam os direitos em áreas como o reconhecimento legal da fluidez de gênero. Somente entre 2016 e 2019, George Soros distribuiu mais de US$ 30 milhões a organizações brasileiras, sendo que em 2021 a Open Society repassou às ONGs brasileiras o equivalente a R$ 107,2 milhões.

Entre as ONGs brasileiras que receberam recursos da Open Society estão a Associação Direitos Humanos em Rede, que defende o desencarceramento em massa, a Fundação Fernando Henrique Cardoso, o Instituto Clima e Sociedade, Instituto Alana, a União Nacional dos Estudantes, a Associação Marielle Franco, a Fundação Getulio Vargas (FGV), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a página Quebrando o Tabu e o Instituto Sou da Paz.

Igreja Católica de Portugal ocultou abuso de 5.000 crianças



Comissão independente apurou que as crianças começaram a ser abusadas por volta dos onze anos, em igrejas, casas paroquiais e abrigos. Os agressores eram homens (96%)


RELIGIÓN DIGITAL

"Havia uma cultura de ocultação" dos abusos da Igreja Católica portuguesa, disse o ex-ministro português Álvaro Laborinho, um dos especialistas da comissão que revelou a existência de pelo menos 5.000 vítimas no país.

"Houve inequivocamente ocultação", insistiu o ex-ministro da Justiça, membro da comissão independente que investiga há um ano os abusos ocorridos no seio da Igreja Católica portuguesa desde 1950.

"Não deixo de ver em vários membros da Igreja uma vontade de regressar a esta cultura, mas também há uma vontade de abertura", acrescentou. Um desejo, disse, que se reflete, por exemplo, no trabalho desta comissão independente, criada pela Conferência Episcopal. “Em vez de tirar sangue para esta ocultação”, acrescentou, “é importante olhar para a frente, para um processo mais aberto”.

O importante, afirmou, é que "é inequívoco que na Igreja Católica foram cometidos abusos sexuais, numa leitura minimalista, perto dos 5.000".

"E os abusos que ocorreram na Igreja são uma coisa e seria outra se continuassem daqui para frente", disse ele. "Esperamos que não seja esse o caso", afirmou.





A violência sexual de
padres contra crianças
ocorreu todo o Portugal

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, dom José Ornelas, afirmou que “queremos que seja o início de um novo começo”. Após assistir à apresentação dos resultados da investigação, Ornelas admitiu que “é uma situação dramática que vivemos, não é fácil ultrapassá-la”.

O prelado quis enviar uma mensagem às vítimas: “Fizemos isso também por elas”, disse, referindo-se à criação de uma comissão de especialistas para investigar os abusos na Igreja.

Após um ano de investigação, a comissão anunciou que foram confirmados 512 depoimentos de vítimas, embora tenha apontado que o número se aproxima de 5.000 como "mínimo". “Um grande obrigado à comissão, que nos permitiu verificar a situação das vítimas”, acrescentou o bispo, que se mostrou “feliz com o trabalho realizado” que foi “difícil, dramático”.

Segundo a investigação, com testemunhos de abusos ocorridos desde 1950, a maioria das vítimas eram crianças que começaram a ser abusadas por volta dos onze anos, em seminários, igrejas, casas paroquiais e abrigos.

Os agressores eram homens (96%) e sacerdotes (cerca de 77%). Os abusos ocorreram um pouco por todo o país, com especial incidência em Lisboa, Porto e Braga, e afetaram menores de todas as classes sociais.

O silêncio protegia os agressores: 77% das vítimas nunca denunciaram à Igreja e apenas 4% denunciaram à Justiça.

Do total de denúncias recebidas, a comissão encaminhou apenas 25 casos à Justiça porque a maioria já está vencida, embora os especialistas estejam preparando uma lista com os abusadores ainda ativos que, apontam, poderá ser finalizada nas próximas semanas. e que não será público, mas enviado ao Ministério Público.

A comissão, criada pela Conferência Episcopal no final de 2021, é coordenada pelo psicólogo infantil Pedro Strecht e composta por psicólogos, sociólogos, advogados e um cineasta.

Os especialistas apelaram a uma alteração das leis para alargar a prescrição destes crimes em Portugal para 30 anos.

A socióloga Ana de Almeida também confiou na mudança após a investigação e reclamou da demora na abertura dos arquivos da Igreja aos peritos — só foram abertos em outubro, dez meses após o início do processo, explicou — e do silêncio dos bispos e sacerdotes sobre o assunto.

Nas conclusões de seu volumoso relatório, com cerca de 500 páginas, os especialistas também pedem à Igreja que assuma o custo do atendimento psicológico às vítimas.

Cães evoluíram para interpretar as expressões emocionais dos humanos


fevereiro 19, 2023

Estudo mostra que essa evolução foi vital para o bom relacionamento entre cães e humanos


BIANCA CAMATTA | Jornal da USP

jornalista


Como a relação entre um cão e um humano é construída? Pesquisadoras da USP acreditam que a capacidade do animal entender expressões humanas é um dos pontos-chaves para esse relacionamento.

 

O artigo Dogs functionally respond to and use emotional information from human expressions, na revista Evolutionary Human Sciences, da professora Briseida Dôgo de Resende e da pesquisadora Natalia Albuquerque, ambas do Instituto de Psicologia da USP, discute as habilidades de percepção de emoções de cães, como essa percepção é utilizada por eles e traz sugestões para investigações futuras. 


“A motivação para escrever o artigo foi trazer essas ideias à comunidade, levando em consideração quão longe os cães vão para ler nossas emoções”, pontua Natalia ao Jornal da USP.


“Nosso estudo traz discussões novas sobre o tema, além de juntar em um único artigo os principais achados sobre as habilidades de perceber e interpretar expressões emocionais humanas pelos cães”, complementa.


O artigo é uma revisão sistemática, ou seja, quando os autores apresentam discussões e conclusões com base na literatura científica existente sobre o tema. Natalia conta que foram usadas 61 referências, escolhidas conforme a relevância na área.

Cães respondem

de acordo com 

cada emoção

dos humanos


Uma das novas discussões que o artigo traz é a utilização pelos cachorros da informação emocional dos seres humanos para resolver problemas sociais. Por exemplo, esses animais preferem se aproximar de pessoas sorridentes a daquelas que estão com expressão de raiva.


A relação entre cão e humanoA professora Briseida explica que o desenvolvimento da capacidade dos cachorros de entender as expressões humanas pode ser pensado em dois momentos: durante a evolução da espécie e durante a história individual de cada cão.



“A seleção natural pode ter atuado no sentido de favorecer a sobrevivência de cães mais hábeis para aprender sobre as expressões das emoções dos humanos”, explica. No entanto, ela ressalta que ainda não é possível dizer exatamente como essa evolução ocorreu. Mas, ao se aproximar dos tutores, o cachorro reconhece as emoções e vai se adaptando a elas.



Os cães não apenas reconhecem as emoções humanas, mas também entendem as consequências disso e respondem de acordo com cada expressão.


“Essas habilidades foram críticas para a aproximação das duas espécies, para estabelecer laços e para a manutenção dos relacionamentos. Hoje em dia, dividimos nossas vidas com animais sintonizados a nós e que podem nos compreender”, diz Natalia Albuquerque.


Discussões futuras


Ao final do artigo, as autoras trazem sugestões de abordagens para novos estudos. Para elas, investigar a personalidade, os níveis de apego ao cão e fatores demográficos pode ser importante para entender a comunicação emocional entre esses animais e os humanos.


Essa habilidade, além de fortalecer a relação entre as duas espécies, ainda é benéfica para a segurança dos cães. Briseida Resende explica que a tendência de se afastar de pessoas com raiva, por exemplo, evita situações de perigo, enquanto se aproximar de pessoas alegres pode estar associado ao ganho de recompensas.



Também há estudos que relacionam expressões humanas a mudanças fisiológicas em cachorros. Por exemplo, ao ouvir um bebê chorando, o nível de cortisol (hormônio liberado em situações de estresse) do cão tende a aumentar.


Além dos cães, há pesquisas que mostram que cavalos e gatos conseguem reconhecer emoções por meio da expressão e do som. Assim, seria interessante investigar as respostas de cada espécie às emoções humanas.



As pesquisadoras também pontuam ser importante levar em consideração as diferenças culturais e de contexto, estudando não só cachorros de países ocidentais, industrializados, ricos e democráticos, que fazem parte da amostra na maioria dos estudos.


“Só podemos entender realmente os cães se pudermos entender sua vida emocional”, aponta Natalia sobre a importância de artigos que estudam a percepção dos cães das expressões humanas.



A pesquisa contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


> Com informação do artigo Dogs functionally respond to and use emotional information from human expressions, na revista Evolutionary Human Sciences. Mais informações pelos e-mails briseida@usp.br.com (Briseida Resende) e nsalbuquerque@gmail.com (Natalia Albuquerque).


https://www.paulopes.com.br/2023/02/caes-evoluiram-para-interpretar-as.html#.Y_Y-M3bMJHY


Igreja Mórmon desvia para empresas US$ 100 bi da caridade fevereiro 21, 2023


Ex-gerente de investimentos de empresa da Igreja revela como ocorreu a fraude


Um ex-funcionário da Ensign Peak Advisors, empresa que administra os bens e investimentos da Igreja Mórmon, denunciou ao SRF (Serviço da Receita Federal) dos Estados Unidos o desvio nos últimos anos de US$ 100 bilhões do dízimo. O destino de tal quantia seria ajudar os pobres, mas foi investido nas empresas da Igreja.



Tal quantia supera a soma que o Google, Microsoft e Apple têm em caixa, em separado, para investir.

Nos Estados Unidos, dízimo e doações à caridade são isentos de impostos. Por conta disso, como no Brasil, igrejas não pagam Imposto de Renda.

O mórmon David A. Nielsen, 41, protocolou a denúncia no SRF no dia 21 de novembro de 2019.



Ele trabalhou até setembro de 2019 como gerente de investimentos da Ensign, onde teve acesso a documentos confidenciais, dos quais tirou cópia.

Por pertencer a uma igreja, a Ensign teria de operar exclusivamente em projetos sem fins lucrativos, como iniciativas beneficentes e educacionais, o que não tem ocorrido, segundo o ex-gerente de investimento.



Em 22 anos, a controladora dos recursos da Igreja não financiou nenhuma atividade de cunho social.

Em uma declaração por escrito, sob pena de perjúrio, Nielsen estimou que a Ensign, ao usar o dinheiro da caridade em investimentos, deixou de recolher bilhões de dólares ao SRF, ao longo dos últimos anos, lesando os cofres públicos, embora seja a controladora de shoppings, fazendas e outros empreendimentos comerciais.


Excesso de de dinheiro e de corrupção na Igreja dos   Últimos dias

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (nome oficial da Igreja Mórmon) declarou ao The Washington Post que "cumpre todas as leis que regem doações, investimentos, impostos e reservas".

Alegou que as acusações "são baseadas em uma perspectiva estreita e em informações limitadas".

Em nota oficial, sem quantificar valores, a Igreja disse que a "maior parte" do que recebe em doações é "usada imediatamente para atender as necessidades crescentes da Igreja", incluindo templos, educação e trabalho missionário.

Admitiu, contudo, que, "por meio de uma sábia gestão financeira, há uma reserva prudente para o futuro".

“Esse é um sólido princípio doutrinário e financeiro ensinado pelo Salvador na Parábola dos Talentos e vivido pela Igreja e seus membros", acrescentou.

"Todos os fundos da Igreja existem por nenhuma outra razão senão apoiar a missão divinamente designada da Igreja.”


Em março de 2018, o bispo Gérald Caussé, da cúpula da Igreja, afirmou que a estratégia financeira da Igreja está vinculada às "profecias dos últimos dias".

Assim como a Igreja mantém silos de grãos e armazéns de emergência de alimentos, “também reserva metodicamente uma porção de suas receitas todos os anos para se preparar para possíveis necessidades [no fim do mundo]".



A organização de dezenas de documentos contáveis e a redação da denúncia ao SRF contou com a colaboração de Lars, consultor de saúde de Minnesota e irmão gêmeo de David Nielsen.


Lars afirmou que decidiu entregar uma cópia da denúncia ao The Washington Post sem a autorização do seu irmão porque, segundo ele, trata-se de uma informação muito importante para se mantida sob sigilo.

Antes de publicar a denúncia, o jornal submeteu a documentação a um perito, Philip Hackney, que é professor de direito tributário e foi funcionário do SRF.

"Uma instituição de caridade que só acumula doações ano após ano e não gasta nada com os necessitados não atende aos requisitos da lei tributária", disse ele.

Se o desvio do dinheiro for confirmado pelas autoridades, David Nielsen terá direito a uma recompensa que o SRF dá a quem denunciar fraude na declaração de impostos.

Como outras igrejas, a Mórmon cobra 10% do total do que ganha cada fiel, e poucos deles, no caso, deixam de cumprir essa obrigação considerada bíblica.

A Igreja também cobra acréscimos para, segundo ela, manter programas específico.

A mensalidade para cobrir os gastos dos jovens missionários, por exemplo, varia de US$ 400 a US$ 500 por fiel comprometido com o programa.

Pela informação de David Nielsen, o total de dízimo e contribuições anuais da Igreja Mórmon é de aproximadamente US$ 7 bilhões.

Desse dinheiro, US$ 6 bilhões são usados para cobrir custos operacionais e US$ 1 bilhão é remetido para uma carteira de investimento da Ensign.

Um relatório da Igreja publicado em 2018 diz que desde 1985 ela gastou US$ 2,2 bilhões em caridade — praticamente em relação ao total arrecadado no período.

Nielsen acrescentou a sua denúncia que as lideranças da Igreja fazem forte pressão para tirar dinheiro dos fiéis.


Contou haver fiéis que adiam o pagamento de contas essenciais, como a da luz e água, para ficar em dia com o dízimo, porque ninguém quer enfrentar Cristo em sua segunda vinda à Terra.


Com informação do The Washington Post, via     https://www.paulopes.com.br/2019/12/igreja-mormon-desvia-dinheiro-da-caridade.html#.Y_Y9ZHbMJHY

Sophie Scholl e a resistência da juventude ao nazismo


Rayna Breuer

Publicado 09/05/2021

Há 80 anos, jovem alemã e o irmão Hans Scholl pagaram com a própria vida por sua coragem. Membros do grupo Rosa Branca, eles entraram para a história como símbolos da resistência à ditadura nazista.

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O ano é 1934. Um grupo de meninas presta juramento no parque Gänswiese da cidade alemã de Ulm. Sophie Scholl, de 13 anos, é uma delas: de lenço negro em volta do pescoço, ela agora pertence à Jungmädelschaft, uma organização nacional-socialista para meninas. Apenas três anos mais tarde, juntamente com o irmão Werner, de uniforme da Juventude Hitlerista, ela receberia sua confirmação na Igreja de São Paulo.

Há quem interprete esses exemplos como prova de que a jovem ativista, integrante do grupo estudantil Die Weisse Rose (A Rosa Branca) e figura simbólica da resistência ao regime de Adolf Hitler, originalmente acalentava simpatias pelo nazismo.

Werner Milstein, especialista no assunto, vê a questão de forma diferenciada: "Para Sophie Scholl, a Jungmädelschaft, e mais tarde a Bund Deutscher Mädel [Liga das Meninas Alemãs], eram muito atraentes, pois lá ela podia fazer o que queria: estar na natureza, subir em árvores."

Sentada junto à fogueira, porém, ela lia Rainer Maria Rilke, e "isso já não combinava, em absoluto, com a ideologia nazista". "Por isso, não sei quão fanática ela realmente era, sou um pouco mais cauteloso", acrescenta o autor de Einer muss doch anfangen! (Alguém precisa começar), um multifacetado relato dos altos e baixos, revelações e segredos da jovem ativista, e o papel que ela desempenhou na época nacional-socialista.

Entre a casa paterna e o regime

Sophia Magdalena Scholl nasceu em 9 de maio de 1921 em Forchtenberg, no estado de Baden-Württemberg. Com seus quatro irmãos, cresceu num lar cristão e politicamente liberal. Gostava de estar ao ar livre, lia muito, adorava pintar. A maior parte da infância ela passou em Ulm, onde o pai trabalhava como contador.

Seus pais tinham poucas simpatias pelos nacional-socialistas, que assumiram o poder em 1933, e por isso ficaram muito contrariados por seus filhos falarem com tanto entusiasmo do novo regime, até chegando a assumir posições de liderança nas organizações juvenis.

Para os adolescentes da época, a filiação significava responsabilidade própria, atenção, independência e distância em relação à casa paterna – apesar de, na prática, as jovens organizações hitleristas exigirem disciplina férrea.

Contudo a geração jovem estava dividida: nem todos eram tão fanáticos quanto desejavam os nazistas. "Eles acreditavam ter a juventude nas mãos, havê-la infiltrado suficientemente. Por isso ficaram bem abalados quando as coisas tomaram outro rumo", explica Milstein.

A resistência jovem partiu sobretudo de grupos religiosos ou políticos. Dissolvendo e cooptando associações como a dos escoteiros, a Juventude Operária Socialista ou os grupos jovens cristãos, os nacional-socialistas tentaram domar as novas gerações.
Hans e Sophie Scholl foram executados na guilhotina em 22 de fevereiro de 1943Foto: picture-alliance/dpa

Despertar de Sophie

No fim da década de 1930, foi instituído o "Jugenddienstpflicht", o serviço obrigatório para os jovens, que eram forçados a entrar para a Juventude Hitlerista. Quem resistia, era punido com dureza e podia acabar na prisão. Um dos grupos oposicionistas mais conhecidos era o Edelweisspiraten (Piratas do Edelvais), que em diversas metrópoles alemãs se opunha ao treinamento e ao jugo da Juventude Hitlerista.

Nas universidades, a resistência não era tão grande. Pelo contrário: haviam sido também os estudantes que, antes de 1933, facilitaram o caminho ao poder para os nacional-socialistas. O movimento de resistência Rosa Branca, de Munique, era uma das poucas exceções.

De garota seduzida pelos novos governantes, Sophie Scholl se transformara em irredutível combatente da resistência. Diversos acontecimentos em sua vida haviam provocado essa mudança, como as impressionantes cartas do amigo Fritz Hartnagel, contando os horrores do front da Segunda Guerra, e a prisão do pai em 1941, por "ataque traiçoeiro" ao Estado.

A imagem de mundo de Sophie estava abalada em suas bases, apresentava fissuras: ela reconhecera os sinais dos tempos. Ao amigo Hartnagel, pediu mil reichsmarks para um aparelho de impressão de panfletos. Sua função dentro do grupo de resistência era comprar materiais como tinta, papel e selos.

Os primeiros quatro panfletos da Rosa Branca foram lançados entre 27 de junho e 12 de julho de 1942, não estando claro até que ponto Scholl estivera envolvida em sua redação. "Cabe dizer que Hans Scholl e seu amigo Alexander Schmorell eram muito mais importantes, eram o núcleo do grupo. Sophie chegou mais tarde, mas, enquanto mulher jovem, tinha um poder de atração especial", observa Milstein.

A morte como ato moral e político

O destino de Sophie e Hans Scholl foi selado em 18 de fevereiro de 1943. Às 10h, chegaram à Universidade de Munique com uma mala pesada, repleta de panfletos. Conseguem distribuir uns 1.700, mas aí, por acidente ou de propósito, ela derrubou uma pilha de papéis do alto de uma galeria.

Os panfletos esvoaçaram como pombas da paz pelo pátio interno da universidade. Eram 11h15, e o zelador gritou: "Parem! Vocês estão presos!"

Quatro dias mais tarde, em 22 de fevereiro, os irmãos Scholl e Christoph Probst, também da Rosa Branca, foram condenados à morte. A jovem de 21 anos teria caminhado com coragem e determinação até a guilhotina. "Nunca vi uma pessoa morrer com tanta valentia", diria mais tarde o carrasco.

Para Sophie Scholl, era uma questão de moral e de política, de pensamento e de ação. Até hoje, a jovem é um ícone da resistência ao nazismo.

Bolsonaristas perdem na sinuca e promovem chacina com arma calibre 12 em Sinop




CENAS FORTES:
Dupla de apoiadores de Bolsonaro perdeu duas partidas e virou alvo de piadas no bar antes de sacar armas e matar 7 pessoas, entre elas uma adolescente de 12 anos.

Edgar de Oliveira e Ezequias Ribeiro (detalhe), bolsonaristas que promoveram chacina em Sinop.Créditos: Twitter
Escrito en BRASIL el 22/2/2023 · 10:56 hs


A cultura armamentista e de ódio provocou mais uma tragédia em um momento que seria de lazer em Sinop, cidade do chamado "Nortão" do Mato Grosso, que ficou conhecida nos últimos tempos por se tornar um dos principais redutos de apoio a Jair Bolsonaro (PL) no Brasil.

Da região saíram boa parte dos golpistas que promoveram atos terroristas em Brasília e é lá onde estão boa parte dos investigados pela Polícia Federal (PF) por financiar atos terroristas.
Segundo a polícia, a dupla perdeu uma primeira partida e foi buscar mais dinheiro para uma revanche. Mas, perdeu também o segundo jogo e começou a ser alvo de piadas das pessoas que estavam no bar.

Um deles, então, sacou um revólver e rendeu as pessoas que estavam no bar, colocando sete delas em frente a uma parede.

O segundo homem foi até o carro e voltou com uma espingarda calibre 12 e começou a atirar, matando com tiros à queima-roupa seis pessoas, entre elas uma adolescente de 12 anos. A sétima vítima, que chegou a ser socorrida em estado grave pelo Corpo de Bombeiros, morreu no centro cirúrgico do hospital do município.

Entre as vítimas estão pai e filha, clientes e o dono do bar. Foram assassinados: Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos, que é filha de Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, de 36 anos, que também foi morto. As outras vítimas são Adriano Balbinote, 46; Orisberto Pereira Souza, 38; Josué Ramos Tenório, 48; Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 e Elizeu Santos da Silva, 47.

As imagens - CENAS FORTES - foram registradas pelas câmaras de segurança do bar. Antes de deixar o local, o assassino pega o dinheiro que perdeu na partida em cima da mesa de sinuca.

 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Advinhem de que estado ela é ...

 ESTÍMULO À VIOLÊNCIA

VÍDEO - Deputada bolsonarista ostenta arma que ganhou do marido: “Minha nova joia”

A parlamentar foi eleita apoiada pelo Proarmas, maior grupo que faz lobby pela indústria armamentista no país

A deputada Julia Zanatta.Créditos: Reprodução/TV Câmara
Escrito en POLÍTICA el 

No momento em que o presidente Lula (PT) tenta dificultar o acesso às armas no país, a deputada federal bolsonarista, Julia Zanatta (PL-SC), divulgou um vídeo, em suas redes sociais, para ostentar uma arma que ganhou do marido. Ela chamou o presente de “minha nova joia”

“Fala, pessoal. Deputada Julia Zanatta, aqui. Vou mostrar a joia que eu ganhei do meu marido. Está aqui. Olha aqui”, disse Julia, antes de abrir a caixa com a pistola.

“Olha só. Cada um com suas prioridades”, afirmou, enquanto mostrava a arma.

“E quero falar para vocês o seguinte: eu sei que tem gente tentando tolher as nossas liberdades, mas não deixem de frequentar clube de tiro. Não deixem de praticar o esporte do tiro. E claro: defendam-se. A autodefesa é um direito natural”, acrescentou a deputada.

Julia integra uma lista de políticos eleitos em 2022 apoiados pelo Proarmas, maior grupo que faz lobby pela indústria armamentista no Brasil, conforme levantamento feito pela Global Researches Against Fascism (Graf) e divulgado em outubro pela Fórum, com exclusividade.

A entidade acredita que possa haver algum tipo de apoio da Natiobal Rifle Association (NRA), o mais famoso grupo pró-armas do mundo, localizado nos Estados Unidos.

Foram eleitos sete senadores, 16 deputados federais e dez deputados estaduais, além de cinco candidatos a governador que disputariam o segundo turno. Apenas Goiás, Maranhão e Piauí não elegeram nenhum candidato do Proarmas.