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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sábado, 31 de dezembro de 2022

A SOCIEDADE BRASILEIRA NUNCA MAIS CESSARÁ O COMBATE IDEOLÓGICO - Isso é ruim? É preferível a pacificação e ideias uníssonas?

Nem todos pensam assim, senão vejamos: 

Do combate ideológico mundial sairão soluções para os problemas sociais urgentes, que se apresentam atualmente: crises econômicas, desemprego, guerra, desarmamento, relações internacionais, etc. 
Ora, é dessas soluções que depende o bem-estar do indivíduo e o destino da sociedade humana - EMMA GOLDMANN.

Então, imbuídos de boas intenções, vamos ao debate, à discussão, civilizadamente, isto é, de mãos e espíritos desarmados, sem querer trucidar os oponentes, pelo simples fato de não concordarem com nossas ideias.

Oposição venezuelana acaba com "governo interino"

Maioria dos opositores vota para destituir Guaidó, encerrando assim tentativa de remover Nicolás Maduro do poder. 
Governo paralelo chegou a ser reconhecido por mais de 50 países.


https://p.dw.com/p/4Lb80


A oposição na Venezuela decidiu nesta sexta-feira (30/12) acabar com o "governo interino" de Juan Guaidó – órgão que recebeu o reconhecimento dos Estados Unidos, da União Europeia, e de vários países. Dezenas de ex-apoiadores de Guaidó votaram a favor da destituição do engenheiro de 39 anos e da instalação de comitê para supervisionar as próximas eleições presidenciais.

Numa sessão virtual que durou quatro horas, por 72 votos a favor, 32 contra e cinco abstenções, os deputados opositores votaram para acabar com o governo interino e para estender por mais um ano a existência do parlamento opositor eleito em 2015 e cujo mandato venceu em 2021.

Dos quatro grandes partidos da oposição que apoiaram em 2019 a autoproclamação de Guaidó como presidente interino da Venezuela, apenas o próprio partido de Guaidó não votou para acabar com o governo paralelo.

Os ex-parlamentares do Primeiro Justiça (PJ), Ação Democrática (AD) e Um Novo Tempo (UNIT), reunidos virtualmente, ratificaram esta decisão – que já tinha sido aprovada em discussão na semana passada.

Na mesma sessão, os opositores concordaram em manter ativa a Assembleia Nacional eleita em 2015 – que não reconhece a legitimidade da legislatura instalada em 2021, com uma retumbante maioria pró-governamental – e criar um comitê para supervisionar os ativos do país no exterior.
Guaidó: decisão enfraquece oposição

Com a destituição, terminam os esforços da oposição liderada por Guaidó, que há quase quatro anos promoveu uma tentativa frustrada de remover o presidente Nicolás Maduro do poder.

Antes da votação, Guaidó advertiu que a eliminação do autoproclamado governo interino representaria um "salto no vazio", motivo pelo qual apelou aos membros destes quatro partidos para que defendessem a "institucionalidade" da luta da oposição representada na figura do "governo interino" acima de "nomes e interesses pessoais".

Depois da votação, Guaidó afirmou que a decisão enfraquece a unidade da oposição da Venezuela. "Eliminar um instrumento constitucional não nos coloca numa posição melhor", ressaltou.

Segundo Guaidó, a tarefa que se segue é a de recompor a unidade contra governo de Maduro, antes das eleições primárias marcadas para o próximo ano, na qual um candidato da oposição será escolhido para enfrentar o partido no poder nas eleições presidenciais de 2024.
ANÚNCIO


Governo interino

Em 2018, Maduro foi reeleito presidente da Venezuela, após um pleito marcado por irregularidades, no qual os principais nomes da oposição foram impedidos de se candidatar. A Assembleia Nacional da Venezuela, eleita em 2015 e de maioria opositora, não reconheceu o resultado das eleições.

Ao lado de membros da oposição, Guiadó proclamou um governo interino no final de janeiro de 2019, com base na sua interpretação de vários artigos da Constituição, e protegeu, em sua posição de chefe do Parlamento, o único corpo que era controlado pela oposição. O "governo interino" deveria funcionar até que eleições livres fossem realizadas depois da renúncia de Maduro.

Os Estados Unidos, a União Europeia e mais de 50 países, que rejeitaram o novo governo de Maduro e contestaram o resultado das eleições, reconheceram de imediato Guaidó como o presidente interino da Venezuela. Os ativos congelados da Venezuela no exterior foram liberados para o "governo interino".

Logo após assumir o governo paralelo, Guaidó promoveu grandes protestos, que atraíram milhares de venezuelanos. Maduro, porém, não renunciou e permanece até hoje no poder.
Falta de apoio

Mesmo com os grandes protestos e a grave crise econômica, a oposição liderada por Guaidó não conseguiu obter apoio dos militares e do judiciário e Maduro reforçou ainda mais seu controle sobre as instituições.

Em janeiro de 2021, a União Europeia retirou o reconhecimento de Guaidó como "presidente interino" do país sul-americano. Apesar da retirada europeia, países como Estados Unidos, Brasil e Reino Unido ainda continuam a considerar Guaidó como presidente interino do país.

Sem instituições locais, os venezuelanos também foram deixando de apoiar o "governo interino". Uma pesquisa de opinião recente mostrou que apenas 6% dos venezuelanos votariam em Guaidó se ele se candidatasse a presidente na próxima eleição.

cn (Efe, Lusa, DW)

Políticos, na visão de um autor da década de 1920

  - Esses políticos são umas pestes. Quem viu um viu todos.

Então, depois da República, tem sido um Deus nos acuda.

— Eu sei é que eles entram pobres e saem ricos. Quando querem apanhar os votos, inventam umas lábias e são só mesuras e promessas. Mas, quando se pegam de cima, dão-nos um adeus de mão fechada.

E olhe que era a mesma coisa no tempo da monarquia; andavam os praieiros e guabirús a se perseguir vergonhosamente; descobriam-se maroteiras, prendia-se gente, demitiam-se os empregados.

Era finalmente uma pouca Vergonha. Eu nunca me intrometi nessas cousas. Quando chega o tempo das eleições, se não estou muito ocupado, lá chego. Recebo a minha chapa, meto-a na urna e vou saindo.

— Pois é por isso mesmo seu Zuza, que essa corja triunfa. Eles não seriam nada sem o voto do povo; o povo é que tem a culpa do descalabro. Custa muito pouco a um homem sério reunir dez companheiros, esses dez reúnem cem e os cem reúnem mil, já se vê que todos orientados pela mesma ideia; e consegue-se desta forma eleger uma pessoa de confiança, que diga as verdades, alto e bom som, sem andar com panos quentes, chaleirando o governo.

— Ah! Ah! Ah! — gargalhou escarninhamente o sertanejo — um homem sério abandalha-se no meio deles; fica pior do que os outros.

E esse negócio de eleição é uma conversa. O governo fornece os livros e os empregados arranjam o resto. Só sai eleito quem eles querem. Você não se lembra d'aquele doutor engenheiro?

— O Lessa,, aquele dos óculos, que entrava no gole e era doido pela orelha da sota?

— Não, qual Lessa ! aquilo é um traste!... Aquele doutor barbado, da estrada de ferro, que andava com um óculo em cima de três paus, espiando os caminhos ?... (*)

— Sim, o Meireles, aquele que se mudou para o Recife...

— É isso mesmo. Pois o Meireles, que era muito benquisto, um moço sério muito prestável, amigo de todo mundo, de boa família e rico teve a cidade em peso nas eleições de intendente; e saiu eleito, sem se saber como, o Chico Eufrosino, um desordeiro conhecido, que vivia sem trabalhar.

Ora, diante disso, um homem desanima e o melhor é ficar no seu canto, criando bodes e plantando maniva, para pagar os impostos e não morrer de fome, sem se importar que tudo leve o diabo.

— Não, um homem de bem pode fazer muito, tenha paciência, seu Zuza!...

— Bentoca, noutros tempos, essa história de "homem de bem" regulava, mas hoje em dia, quando se trata de um deles, eu fico logo de pé atrás. Um homem de bem não se inculca, vive arredio e ninguém se importa com ele, porque cá na minha cachola só se recomenda o que não presta.

O ouro de lei não precisa de se limpar e o latão você esfrega com cinza e d'aí a pouco marea. Um homem de bem não pôde ter muitos amigos porque não se mancomuna para safadezas e fica suspeito à maioria como um estranho, que é.

Em vista disso, será sempre um João-ninguém, sem ser ouvido nem cheirado para coisa nenhuma desta vida. — Infelizmente assim é... — concordou o trapaceiro, inteiramente desanimado para propor ao velho o seu infame negócio. 

Diálogo de autoria de  CARLOS DIAS FERNANDES, na obra Os cangaceiros.

NO PENÚLTIMO DIA, PRA DESMOTIVAR OS QUE ACREDITARAM NO GENOCIDA? - Ministério da Saúde anuncia compra de 50 milhões de vacinas contra a covid

TERÃO OS ADVOGADOS DE BOLSONARO ORIENTADO TAL MEDIDA, PARA QUE POSSA ALEGAR, EM FUTURO PROCESSO CRIMINAL, "ARREPENDIMENTO EFICAZ"?

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30/12/2022 

A um dia do fim do governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde anunciou a compra de mais 50 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o público acima de 6 meses de idade. O acordo fechado com a farmacêutica Pfizer prevê a entrega dos imunizantes até o segundo trimestre de 2023 – entre abril e junho do ano que vem.

A compra de vacinas contra a covid-19 para o ano que vem havia sido criticada pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em novembro. O coordenador do grupo responsável pela área da Saúde, Arthur Chioro, disse, na ocasião, que o ministério não havia formalizado a aquisição de todas as doses necessárias.

Durante a pandemia, Bolsonaro promoveu aglomerações e atuou contra medidas de proteção, como o isolamento e o uso de máscaras. O presidente diz não ter se vacinado contra a covid e chegou a associar o imunizante ao risco de desenvolver o vírus da aids. Nesta quarta-feira, 28, a Polícia Federal (PF) disse ter visto crime na fala de Bolsonaro.

O novo acordo da Saúde com a Pfizer estabelece que serão compradas vacinas bivalentes para pessoas acima de 12 anos e doses monovalentes para as faixas etárias de 6 meses a 11 anos. Segundo o contrato, a farmacêutica poderá entregar imunizantes adaptados a novas variantes que venham a ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o Ministério da Saúde, com esta compra o número total de doses adquiridas chega a 150 milhões. Ao longo de 2022, 81 milhões de doses foram entregues ao Brasil. As 69 milhões de doses remanescentes do acordo serão entregues até o segundo trimestre de 2023.

A Saúde informou que para a faixa etária de 6 meses a 4 anos de idade estão previstas duas entregas em 2023: a primeira, com 16 milhões de doses, no primeiro trimestre e a segunda, com 6,68 milhões de doses, no segundo trimestre.

A Pfizer fará duas entregas para o público de 5 a 11 anos. Uma, com 11 milhões de doses, até o primeiro trimestre e outra, com 6,57 milhões, no segundo trimestre. Já para o público adulto, está prevista uma entrega de 9,7 milhões de doses da vacina bivalente BA.4/BA.5 até junho.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

SOU OBRIGADO A CONCORDAR COM O SEGUNDO E TERCEIRO ADJETIVOS

“Teimosa”, “medíocre”, “falsa crente”: os petardos de um auxiliar de Bolsonaro contra Michelle
O fim do mandato destampou no entorno presidencial mágoas profundas que até há pouco eram quase segredo de Estado


28/12/2022 2:00, atualizado 28/12/2022 9:30

Reprodução/Instagram


A esperada viagem de Jair Bolsonaro para os Estados Unidos às vésperas do fim do mandato destampou um pote cheio de cobras e lagartos que até há pouco estava hermeticamente lacrado no gabinete presidencial.

Em conversas registradas pela coluna, um auxiliar próximo do presidente conhecido por falar pouco e por sua lealdade ao chefe disparou impropérios que alcançam até a primeira-dama, Michelle Bolsonaro — chamada de “equivocada”, “teimosa”, “melindrada”, “má companheira”, “medíocre” e “falsa crente”.

Há mais adjetivos, alguns impublicáveis, e eles são dirigidos ainda ao pequeno grupo de militares que servem a Bolsonaro como estafetas de luxo — a turma é a mesma que vai acompanhá-lo na temporada americana.

Os motivos dos petardos são diversos. Vão desde o processo de convencimento que levou à decisão do presidente de viajar até a opção de Michelle por não acompanhá-lo.


Até esta terça-feira, a ainda primeira-dama estava decidida a não embarcar, embora na sexta passada ela tenha ido, discretamente, à seção consular da embaixada dos Estados Unidos em Brasília para tratar de seu visto americano.
“Viagem sem passagem de volta”

“É, por enquanto, uma viagem só de ida, sem passagem de volta. Ele tomou a decisão (de viajar para os Estados Unidos) baseado em teorias da conspiração desse grupo de militares que fica buzinando no ouvido dele 24 horas por dia, sete dias por semana”, diz o interlocutor, muito próximo do presidente. Para ele, Bolsonaro está errando ao deixar o Brasil agora porque passará a impressão de que está fugindo.

Os militares a que se refere o auxiliar são amigos que Jair Bolsonaro pôs no Palácio do Planalto como seus assessores especiais: o sargento da PM do Rio de Janeiro Max Guilherme de Moura, o capitão da reserva do Exército Sérgio Rocha Cordeiro, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara e o tenente do Exército Mosart Aragão Pereira.
Max Guilherme, Cordeiro e Câmara devem acompanhar Bolsonaro na viagem. O trio está na lista de oito que ele acabou de nomear para assessorá-lo a partir do dia 1º, na cota de funcionários bancados pelos cofres públicos a que ex-presidentes da República têm direito.
Medo de ser preso

“Esse grupo pilhou o presidente dizendo que se ele ficasse no Brasil teria o passaporte retido a partir do dia 1º de janeiro e, depois, seria preso. E ele acreditou”, afirma o interlocutor, conhecedor de alguns dos segredos mais bem guardados do Planalto no atual mandato presidencial.

“Esses caras são uns medíocres, despreparados. Só que são mais ouvidos do que outros assessores porque passam dia e noite ao lado dele. Se metem em tudo. Por estarem mais perto, conseguem convencê-lo.”
Avião da FAB e casa de fazendeiro

Nesta terça, estava tudo quase pronto para a viagem, que será feita em um jato da Força Aérea Brasileira, muito provavelmente o Airbus presidencial.

Bolsonaro se valerá do fato de ainda estar no cargo para voar em um dos aviões da frota oficial, que irá deixá-lo nos Estados Unidos e em seguida retornará ao Brasil. Uma equipe precursora já havia viajado para preparar a chegada do presidente.

Nos últimos dias, circulou a notícia de que ele se hospedaria no complexo de Donald Trump em Mar-a-Lago. Auxiliares palacianos, porém, garantiram à coluna que o destino será outro, também na Flórida: um condomínio de brasileiros na cidade de Orlando.

A casa preparada para receber Bolsonaro foi cedida por um apoiador, um fazendeiro. A data exata da partida para os Estados Unidos ainda não estava 100% definida. Embora o noticiário desse como certo que seria nesta quarta, uma fonte a par da programação disse que provavelmente o embarque se dará na sexta.
Os impropérios contra Michelle

A iminência do fim do mandato tem levado auxiliares tidos como ultraleais a Bolsonaro a desabafarem de maneira inesperada. Por virem de onde vêm, são desabafos um tanto surpreendentes, inimagináveis até há pouco. Nessa onda, sobrou — e sobrou feio — para Michelle.

Falando em off à coluna nesta terça, o mesmo interlocutor íntimo do presidente disparou um conjunto de impropérios contra a primeira-dama ao responder por que ela não pretende acompanhar Jair Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos.

“Patético. Ela não vai porque não quer ir, porque não é e nunca foi companheira. É uma teimosa, equivocada, melindrada, medíocre. Nos momentos mais importantes, ela não quis ajudar”, diz. “Ela sempre agiu para separar o presidente dos filhos. Por várias vezes, quando precisamos, ela não se dispôs a contribuir com o governo. Na pandemia, por exemplo, surgiu a ideia de ela entregar respiradores, de visitar hospitais, mas ela não topou, mesmo sabendo que isso era importante (para Bolsonaro).”
“É uma pessoa má”

Esse mesmo auxiliar, que esteve muito perto do clã presidencial desde o início do mandato, diz que Bolsonaro queria muito que Michelle o acompanhasse na viagem de agora aos Estados Unidos, mas ela vinha batendo o pé em sentido contrário — a decisão era tida como algo passível de mudança em cima da hora, mas até aquele instante prevalecia a vontade dela de não embarcar.

“Seria bom que ela fosse, e que a filha deles (Laura, de 12 anos) também fosse. É a primeira viagem para fora depois da derrota, e é um momento importante para ele. Mas a Michelle se nega. Ela não é nada disso que tenta mostrar ao público. É uma pessoa má, uma falsa crente”, fuzila o mesmo auxiliar do presidente, num tom algumas vezes acima do habitual.
Confusões familiares

Na mesma toada, o auxiliar faz inconfidências sobre as confusões do clã. Conta que, na reta final da campanha, Michelle teve mais um grave entrevero com Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente. Graças a esse quiproquó, diz, Jair Bolsonaro foi psicologicamente abalado para o último debate antes do segundo turno, o que teria interferido em seu desempenho.

“Ele estava preparado para o debate. Tinha sido municiado com boas informações para se sair bem. Mas por causa dessa confusão, chegou abalado, e por culpa dela.”

O graduado interlocutor presidencial, cuja identidade está preservada a pedido, diz mais. Afirma que, mesmo sabendo do plano de Bolsonaro de passar um tempo nos Estados Unidos, Michelle queria mesmo era resolver a própria vida por aqui, e o pressionou a alugar ou comprar uma casa para ela e Laura viverem em Brasília. Foi por insistência da primeira-dama, diz, que o presidente mandou que assessores buscassem um imóvel na região do Lago Sul, de preferência em um condomínio fechado. “Talvez estejamos diante do capítulo final do relacionamento, que já vinha muito mal há um tempo”, arrisca.

As crises de Bolsonaro, ao que tudo indica, estarão bem longe de terminar junto com seu mandato — esteja ele onde estiver.


Em tempos de fundamentalismo cristão

 A loucura da Cruz não morreu toda: Verbum enim Crucis pereuntibus quidem stultitia est. 

Porque a palavra da Cruz é, na verdade. uma estultícia para os que se perdem. 

Paul. ad Corinth. C 1-18

domingo, 25 de dezembro de 2022

Terrorista paraense que tentou explodir bomba em Brasília está sendo executado na Justiça paraense, desde 2013, pelo BB

Do portal do TJ PA, colhe-se as seguintes informações, que não estão sob segredo de Justiça: 


 Processo: 0002084-26.2013.8.14.0301

Instância: Primeiro Grau

Jurisdição: Belém - Fórum Cível


Distribuição: 25/04/2022

Órgão Julgador: 8ª Vara Cível E Empresarial De Belém

Órgão Julgador Colegiado: --

Competência: Varas Cíveis - Cível E Empresarial

Classe: 7 - Procedimento Comum Cível

Assuntos: 9607 - Contratos Bancários

Número do Inquérito Policial: Não Informado

Valor da Causa: R$ 266.927,68

Data da Autuação: 18/01/2013


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Tramita (suspensa em 2018) também contra ele na Justiça Federal do Pará, uma Execução Fiscal (dívida tributária - Processo igualmente não sigiloso), cujo espelho segue abaixo:



24/07/2018 15:40:59 238 SUSPENSAO PROCESSO CIVEL ORDENADA CONVENCAO DAS PARTES

24/07/2018 08:58:57 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
13/07/2018 09:27:53 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODRA CAROLINA BASTOS
06/07/2018 11:28:09 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
02/07/2018 08:40:00 154 DEVOLVIDOS C DESPACHO
09/05/2018 16:47:40 137 CONCLUSOS PARA DESPACHO
09/05/2018 16:44:52 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
17/04/2018 09:26:56 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
06/04/2018 09:12:01 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODRA CAROLINA BASTOS
03/04/2018 19:15:31 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
03/04/2018 19:15:28 218 RECEBIDOS PELO DIRETOR SECRETARIA PARA ATO ORDINATORIO
03/04/2018 19:15:17 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO 2ª
16/03/2018 15:38:09 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
26/01/2018 15:29:04 201 MANDADO REMETIDO CENTRAL PENHORA E AVALIACAO
26/01/2018 15:28:58 197 MANDADO EXPEDIDO PENHORA E AVALIACAO
01/12/2017 16:16:35 198 MANDADO ORDENADA EXPEDICAO AGUARDANDO ATO PENHORA E AVALIACAO
29/11/2017 11:03:57 134 CITACAO PELO CORREIO DEVOLVIDO AR ENTREGA EFETIVADA
13/10/2017 11:19:32 134 CITACAO PELO CORREIO CARTA EXPEDIDA
24/08/2017 16:53:33 134 CITACAO PELO CORREIO AGUARDANDO EXPEDICAO CARTA
24/08/2017 16:53:19 159 DILIGENCIA CUMPRIDA TERMO DE RETIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO À FL 31
28/06/2017 16:04:08 159 DILIGENCIA ORDENADA DEFERIDA
28/06/2017 16:04:03 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
01/06/2017 10:15:37 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
19/05/2017 10:08:17 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODRA CAROLINA BASTOS
17/05/2017 10:53:03 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
12/05/2017 15:47:07 154 DEVOLVIDOS C DESPACHO
20/03/2017 14:05:36 137 CONCLUSOS PARA DESPACHO
10/03/2017 09:45:52 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
23/02/2017 11:54:53 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
10/02/2017 09:48:46 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODRA CAROLINA BASTOS
09/02/2017 18:34:53 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
09/02/2017 15:51:18 208 PENHORA BLOQUEIO BACENJUD BLOQUEIO NEGATIVO
06/02/2017 15:51:01 154 DEVOLVIDOS C DESPACHO
14/11/2016 09:03:35 137 CONCLUSOS PARA DESPACHO
09/11/2016 14:51:48 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
03/11/2016 11:06:51 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
27/10/2016 10:40:04 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODRA CAROLINA BASTOS
26/10/2016 11:31:05 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
26/10/2016 11:31:01 212 PRAZO CERTIFICADO TRANSCURSO IN ALBIS
16/08/2016 09:56:58 132 CITACAO PELA IMPRENSA PUBLICADO EDITAL CERTIFICADA PUBLICACAO
09/08/2016 09:42:37 132 CITACAO PELA IMPRENSA EDITAL REMETIDO PUBLICACAO
08/08/2016 09:42:29 132 CITACAO PELA IMPRENSA EDITAL AFIXADO
08/08/2016 09:42:21 132 CITACAO PELA IMPRENSA EDITAL EXPEDIDO
27/06/2016 10:07:24 132 CITACAO PELA IMPRENSA ORDENADA PUBLICACAO EDITAL
23/06/2016 16:47:08 154 DEVOLVIDOS C DESPACHO
03/05/2016 11:11:17 137 CONCLUSOS PARA DESPACHO
18/04/2016 15:03:43 210 PETICAO OFICIO DOCUMENTO JUNTADOO
13/04/2016 08:53:48 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
01/04/2016 09:23:27 126 CARGA RETIRADOS PGF INTERESSADODR ADRIANO YARED
31/03/2016 18:14:49 185 INTIMACAO NOTIFICACAO VISTA ORDENADA AUTOR OUTROS
31/03/2016 18:14:42 218 RECEBIDOS PELO DIRETOR SECRETARIA PARA ATO ORDINATORIO
31/03/2016 18:14:36 195 MANDADO DEVOLVIDO NAO CUMPRIDO CITACAO PENHORA E AVALIACAO
03/03/2016 13:36:43 201 MANDADO REMETIDO CENTRAL CITACAO PENHORA E AVALIACAO
03/03/2016 13:36:36 197 MANDADO EXPEDIDO CITACAO PENHORA E AVALIACAO
15/02/2016 15:10:33 198 MANDADO ORDENADA EXPEDICAO AGUARDANDO ATO CITACAO PENHORA E AVALIACAO
15/02/2016 15:10:27 218 RECEBIDOS PELO DIRETOR SECRETARIA PARA ATO ORDINATORIO
21/01/2016 09:56:52 198 MANDADO ORDENADA EXPEDICAO AGUARDANDO ATO PENHORA E AVALIACAO
21/01/2016 09:56:40 134 CITACAO PELO CORREIO DEVOLVIDO AR ENTREGA FRUSTRADA
15/12/2015 19:55:19 134 CITACAO PELO CORREIO CARTA EXPEDIDA
27/10/2015 15:45:27 134 CITACAO PELO CORREIO AGUARDANDO EXPEDICAO CARTA
20/10/2015 11:55:51 154 DEVOLVIDOS C DESPACHO
24/09/2015 17:29:00 137 CONCLUSOS PARA DESPACHO
24/09/2015 17:28:57 218 RECEBIDOS EM SECRETARIA
23/09/2015 10:50:34 223 REMETIDOS VARA PELA DISTRIBUICAO
23/09/2015 10:50:30 170 INICIAL AUTUADA
16/09/2015 16:04:49 2 DISTRIBUICAO AUTOMATICA

Quem são os chefes do mané terrorista da bomba?

Foi divulgado que o criminoso/terrorista, que se chama George Washington de Oliveira Sousa, tem 54 anos, é empresário, paraense e bolsonarista militante.

Cadastrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o delinquente tinha um arsenal de armamentos pesados, apreendidos pelas forças de segurança, e estava com seu registro de CAC em situação irregular, segundo o noticiário.

FALTA DIVULGAREM OS MANDANTES, entretanto.

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Por Moisés Mendes

Publicado por Moisés Mendes

- Atualizado em 25 de dezembro de 2022 às 8:17


Bomba é encontrada perto do Aeroporto de Brasília. Foto: Reprodução

O homem preso como responsável pela bomba que explodiria um caminhão de combustíveis em Brasília certamente é um mané do fascismo.

Já há indícios de que o preso tem ligações com os golpistas acampados perto do QG do Exército.

O desafio agora é o mais óbvio de uma investigação: achar seus chefes do homem entre os patriotas. E claro que os grandes chefes não estão acampados.

Os incitadores do golpe, os financiadores, os que falam por Bolsonaro, esses nunca chegaram perto de um acampamento.

Essa é mais uma prova de que a prisão de manés não vai conseguir conter a extrema direita.

O sistema de Justiça terá de chegar aos fascistões, ou continuará prendendo apenas chinelões.

O preso terá de falar, e quando começar a detalhar o plano terá de dizer quem o lidera como terrorista.

Onde o caminhão seria explodido e quem manejava o controle remoto que provocaria o desastre.

A polícia conseguiu evitar uma tragédia ao localizar a bomba (foto). Falta chegar aos mandantes do atentado. E é provável que não tenhamos muitas surpresas.

(A Folha tem em manchete desde as 23h a informação sobre a ligação do homem preso com os acampados no entorno do QG do Exército. Globo e Estadão, sem uma linha a respeito, ainda estão na ceia de Natal ou já estão dormindo.)


Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

AS ADVERTÊNCIAS DE EUCLIDES DA CUNHA


ALTERAÇÃO DO CLIMA (Ver MUDANÇAS CLIMÁTICAS)

- E o que observa quem segue, hoje, pelas estradas do oeste paulista? Depara, de momento em momento, perlongando as linhas férreas, com desmedidas rumas de madeira em achas ou em toros, aglomeradas em volumes consideráveis de centenares de ésteres, progredindo, intervaladas, desde Jundiaí ao extremo de todos os ramais.

São o combustível único das locomotivas. Iludimos a crise financeira e o preço alto do carvão de pedra atacando em cheio a economia da terra, e diluindo cada dia no fumo das caldeiras alguns hectares da nossa flora.

Deste modo — reincidentes no erro — a inconveniência provada das lavouras ultra-extensivas e ao cautério vivo das queimas, aditamos o desnudamento rápido das derribadas em grande escala.

As conseqüências repontam, naturais.

A temperatura altera-se, agravada nesse expandir-se de áreas de insolação cada vez maiores pelo poder absorvente dos nossos terrenos desnudados, cuja ardência se transmite por contato aos ares, e determina dois resultados inevitáveis: a pressão que diminui tendendo para um mínimo capaz de perturbar o curso regular dos ventos, desorientando-os pelos quatro rumos do quadrante, e a umidade relativa que decresce, tornando cada vez mais problemáticas as precipitações aquosas. De sorte que o sueste — regulador essencial do nosso clima — depois de transmontar a Serra do Mar, onde precipita grande cópia de vapores, ao estirar-se pelo planalto, vai encontrando atmosfera mais quente do que dantes, cujo efeito é aumentar-lhe a capacidade higrométrica, diminuindo na mesma relação as probabilidades de chuvas. São fatos positivos, irrefregáveis, e bastam para que se explique a alteração de um clima.

Mas apontemos um outro.

Neste entrelaçamento de fatores climáticos, introduzimos um — artificial e de

todo fora das indagações meteorológicas normais — a queimada.

É transitória, mas engravece os perigos.

De feito, a irradiação noturna contrabate a insolação: a terra devolve aos céus o excesso de calor acumulado; resfria; e o orvalho decorrente ilude de algum modo a carência das chuvas.

Ora, as queimadas impedem esse derivativo único.

As colunas de fumo, rompentes de vários lugares, a um tempo, adensam-se no espaço e interceptam a descarga do solo. Desaparece o sol e o termômetro permanece imóvel ou, de preferência, sobe. A noite sobrevem em fogo: a terra irradia como um sol obscuro, porque se sente uma impressão estranha de faúlhas invisíveis, mas toda a ardência reflui sobre ela recambiada pelo anteparo espesso da fumaça; e mal se respira no bochorno inaturável em que toda a adustão golfada pelas soalheiras e pelos incêndios, se concentra numa hora única da noite.

Traçamos estas linhas numa dessas noites, certo, desconhecidas pelos nossos patrícios de há cem anos.

Então a energia solar, descendo, armazenava-se nos ares, criando o influxo moderador de uma atmosfera benigna, e transformava-se em trabalho no seio das grandes matas, impulsionando a dinâmica maravilhosa das células.

Esse tempo passou.

Hoje, Thomaz Buckle não entenderia as páginas que escreveu sobre uma natureza que acreditou incomparável no estadear uma dissipação de forças, wantonness of power, com esplendor sem par.

Porque o homem, a quem o romântico historiador negou um lugar no meio de tantas grandezas, não as corrige, nem as domina nobremente, nem as encadeia num esforço consciente e sério.
Extingue-as.

- EUCLIDES DA CUNHA - Contrastes e confrontos

Alemanha debate como lidar com os juízes de extrema direita


Kate Brady
16/12/202216 de dezembro de 2022

Uma magistrada de Berlim estava entre os presos em operação contra conspiração para derrubar o governo. Ela não é a única extremista no Judiciário alemão.

https://p.dw.com/p/4Ky72


Uma juíza está entre os 25 suspeitos presos na semana passada por planejarem derrubar o governo da Alemanha em um golpe de extrema direita. Birgit Malsack-Winkemann, ex-deputada federal pelo partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), supostamente estava designada para ser ministra da Justiça em um novo governo pós-golpe.

Durante seu tempo como parlamentar, ela se pronunciou contra a imigração e rotulou os refugiados como "migrantes importadores de doenças" em seus discursos no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão. Ainda assim, após não ter sido reeleita em 2021, Malsack-Winkemann pôde retornar ao seu trabalho como juíza civil na câmara responsável por assuntos de construção civil em Berlim.

A secretária de Justiça da cidade de Berlim, Lena Kreck (do partido A Esquerda), quis forçá-la a se aposentar por causa de suas declarações misóginas sobre refugiados.
A juíza Birgit Malsack-Winkemann foi deputada do partido de ultradireita AfDFoto: Bernd von Jutrczenka/dpa/picture alliance

Mas o Tribunal Administrativo Superior decidiu a favor da juíza e avaliou que, embora algumas de suas declarações feitas no Bundestag possam ter sido extremas e incendiárias, o que ela disse em suas redes sociais não demonstra "em quantidade ou qualidade" que a ex-deputada de 58 anos teria um viés político que a tornaria incapaz de trabalhar no Judiciário.

"Não é tão fácil sujeitar um juiz a medidas disciplinares ou mesmo removê-lo do cargo. O objetivo é assegurar que o governo ou a política, em geral, não influencie o Judiciário", disse à DW a professora de Direito Marion Albers, da Universidade de Hamburgo.

Os discursos no Parlamento são protegidos pelo artigo 46 da Constituição alemã, que estabelece que eles não podem ser usados como prova em tribunal para processar um legislador. A única exceção são insultos pessoais difamatórios.

Ponta do iceberg

Mas essa juíza não é o primeiro membro do Judiciário alemão cujas inclinações de extrema direita parecem colidir com seu trabalho. Thomas Seitz, um legislador da AfD e porta-voz parlamentar de seu partido para assuntos jurídicos, é um ex-procurador do estado de Baden-Württemberg.

Em sua conta no Facebook, ele havia publicado declarações racistas, em resposta às quais seu estado de origem o demitiu do serviço judiciário, argumentando que suas declarações davam motivos para duvidar de sua lealdade à Constituição. Um tribunal acolheu o raciocínio do Ministério da Justiça, de que os termos e imagens que Seitz havia utilizado violavam o dever de moderação política, neutralidade, imparcialidade e lealdade à Constituição, obrigatório para os funcionários públicos.
O parlamentar da AfD e ex-procurador Thomas Seitz publicou declarações racistas em suas contas em redes sociaisFoto: Carsten Koall/dpa/picture alliance

No início de dezembro, Jens Maier, um juiz do estado da Saxônia que aderiu à AfD em 2013 e pertence à ala de extrema direita do partido, foi mandado para a aposentadoria antecipada. Assim como Malsack-Winkemann, ele também foi deputado no Bundestag entre 2017 e 2021 e queria voltar a trabalhar como juiz depois de perder seu mandato.

A decisão de fazer valer sua aposentadoria antecipada se baseou em uma série de discursos que ele havia proferido em comícios antes de se tornar deputado, bem como a posts em redes sociais que lançaram dúvidas sobre sua neutralidade.

Ele chamou a memória da Alemanha sobre o Holocausto e a ditadura nazista de "culto à culpa" e expressou apreço pelas políticas do partido nazista. No Twitter, ele escreveu que se os arguidos temiam "juízes da AfD", então "nós fizemos tudo certo". A inteligência doméstica da Saxônia mantém Maier em uma lista de extremistas.

Várias profissões atingidas

A liberdade de expressão e a liberdade de opinião estão consagradas na Constituição alemã do pós-guerra, chamada Lei Fundamental. Assim como qualquer outro cidadão, os juízes têm direito a liberdade de opinião, podem ser membros de um partido, podem fazer declarações políticas publicamente − desde que elas não sugiram que a pessoa não subscreve os valores e crenças básicas consagrados na Constituição.

Os juízes não devem deixar que suas crenças políticas interfiram em seu trabalho. Um magistrado deve aplicar a lei sem preconceitos e não pode permitir que suas convicções políticas o levem a distorcer a lei.

"Do meu ponto de vista, casos como os de Birgit Malsack-Winkemann e Jens Maier são apenas a ponta do iceberg", disse à DW o especialista em Justiça Andreas Fischer-Lescano, da Universidade de Kassel. "O problema dos extremistas de direita no serviço público não atinge apenas a polícia e os militares, mas afeta todas as áreas do serviço público, incluindo professores e juízes".
O ex-juiz Jens Maier foi aposentado compulsoriamente e é considerado um extremista de direita em seu estado, a SaxôniaFoto: Sebastian Kahnert/dpa/picture alliance

Devido ao sistema federalista da Alemanha, os procedimentos para contratação, verificação e demissão de membros do Judiciário variam de estado para estado. Desde 2016, por exemplo, a Baviera tem verificando os candidatos para o Judiciário.

O estado de Brandemburgo agora também quer verificar todos os candidatos a todos os cargos do serviço público, incluindo professores ou juízes, para ver se eles participaram de protestos anticonstitucionais, se exibiram símbolos anticonstitucionais ou incitaram ao ódio, ou cometeram atos violentos contra autoridades.
Triagem de funcionários públicos

Mas retornar a uma triagem mais rigorosa não é o caminho a seguir, diz Fischer-Lescano. Em 1950, o governo do primeiro chanceler federal da Alemanha Ocidental, Konrad Adenauer, emitiu um decreto ordenando que os opositores da "ordem básica liberal democrática" fossem demitidos do serviço público.

O chamado Decreto Adenauer foi dirigido principalmente contra as organizações de esquerda e comunistas e refletia as purgas anticomunistas radicais da era McCarthy nos Estados Unidos.

Em 1972, na época do movimento terrorista de extrema esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF, do alemão) na Alemanha, o governo de Willy Brandt introduziu o Radikalenerlass (decreto antirradical), que apurava a lealdade à Constituição por parte de servidores e candidatos ao serviço público.

Cerca de 3,5 milhões de servidores e requerentes foram checados até a abolição do decreto, nos anos 1980, por ser excessivo e desproporcional. Cerca de 1.250 professores, funcionários dos correios ou maquinistas de trem não foram contratados e 260 foram demitidos. A maioria deles por ativismo de extrema esquerda.
Nos anos 1960, estudantes protestam contra ex-integrantes do partido nazista nas universidades e no JudiciárioFoto: dpa/picture alliance

"Todos que entraram no serviço público estavam sob suspeita geral de extremismo, seja de esquerda ou de direita", lembra Fischer-Lescano. Ele rejeita sugestões de novas varreduras detalhadas ou de restrições à liberdade de expressão. "O que precisamos, em vez disso, é de melhores meios para aplicar a lei em defesa da democracia", diz.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, propôs a simplificação do procedimento para remover um juiz do cargo. Fischer-Lescano concorda: "Isto não significaria abolir o recurso legal, apenas acelerar o processo".

Histórico de conexões problemáticas

A professora Albers também vê outro problema na seleção de candidatos para o serviço público: "Muitas vezes pode haver um longo intervalo entre o momento desde que as pessoas são contratadas até surgirem problemas".

"Normalmente, as pessoas são contratadas na casa dos 30 anos de idade. Mas, no caso de Maier e Malsack-Winkemann, eles tinham chegado aos 50 e 60 anos quando se revelaram radicais de direita. Portanto, se eles se radicalizam enquanto ocupam cargos, você tem que se perguntar: São realmente os critérios de recrutamento que precisam ser mudados"?

O Judiciário alemão tem um histórico de conexões problemáticas com a extrema direita. Ex-membros de alto escalão do partido nazista ainda ocupavam cargos de poder no Judiciário da Alemanha Ocidental do pós-guerra.

Um relatório governamental divulgado em 2016 revelou que mais da metade das lideranças no Ministério da Justiça da Alemanha Ocidental havia sido membro do NSDAP, o partido de Hitler, incluindo dezenas de ex-membros da Tropa de Assalto nazista (SA).

Agora, mais de sete décadas desde a fundação da Alemanha Ocidental, as batidas contra extremistas de direita, suspeitos de conspirar para derrubar o governo alemão, voltam a suscitar perguntas sobre extremistas de direita no sistema judiciário da Alemanha moderna.

Fonte: DW

sábado, 17 de dezembro de 2022

Um caso típico de publicidade opressiva, de parte a parte?

Sem dúvida, penso que ele deve ser julgado, com direito ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório. A pior situação é ser acusado pelas mulheres - e são sete - na mídia e não poder exercer o direito de defesa, regularmente.
A palavra das vítimas deve ter um peso preponderante, mas nunca ser a única prova admitida, como se costuma fazer em sede Lei Maria da Penha, muitas vezes. 
O direito à ampla defesa é o cerne de qualquer democracia e nenhuma lei ordinária pode ser valorizada a ponto de se desprezar os princípios de direito agasalhados na Constituição, ou a segurança jurídica irá definitivamente para a lata do lixo.
Que ele pague pelos crimes que lhe imputam, caso se apure a veracidade das acusações, mas após esgotadas todas as chances de recurso previstas nas leis processuais. Que a grita das vítimas não seja usada para formar um convencimento prévio e precipitado, com prejuízo ao direito de ampla defesa,  é fundamental. 
Nada de "verdade sabida", resultante de notícias midiáticas, sensacionalistas e que configuram a reprovável publicidade opressiva, situação abjeta, desumana. Tão desumana quanto o suposto comportamento dele, que precisa ser provado de maneira irrefutável, todavia.
E, de outro lado, se as mulheres se uniram, de maneira escabrosa, para acusá-lo indevidamente - o que é mais difícil de se acreditar, convenhamos - que paguem pela denunciação caluniosa, obviamente após exercerem o mesmo direito à ampla defesa.

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Caso Melhem × Calabresa: a reviravolta e as exceções que confirmam a regra

Publicado por Nathalí Macedo
- Atualizado em 16 de dezembro de 2022 às 12:31


Marcius Melhem e Dani Calabresa Divulgação/TV Globo/Reprodução Instagram/Veja SP


Dois anos após o caso Melhem X Calabresa rolar na justiça sem desfecho, a Veja teve acesso a provas que conduzem à inocência do diretor.

Acusado pela humorista e mais sete atrizes de assédio sexual, Melhem foi afastado da Globo e cancelado previamente pela opinião pública.

Agora, a Veja revela provas bombásticas – como fotos e conversas de WhatsApp – que tornam incoerente a versão de Dani.

Existem também provas e testemunhos que colocam em xeque as histórias das denunciantes no inquérito da Deam.

É bom lembrar, no entanto, que Melhem ainda não foi sequer indiciado, o que significa dizer que as investigações policiais ainda não começaram.

Para além disso, não se pode criar, a partir de casos isolados, uma cultura de ainda mais descredibilização para as mulheres.


São sete mulheres acusando um homem, contra as provas de uma revista, provas estas que, tecnicamente, só serão provas uma vez averiguadas em uma investigação policial.

A sociedade certamente crucificará, cedo demais, Dani Calabresa e as outras denunciantes, mas eu me recuso a fazer isso antes da hora.

Com ou sem matéria da Veja, diante das acusações de SETE mulheres, Melhem deve ser investigado.

Não julgado ou achincalhado – mas investigado.

É assim que um país sério trata suas mulheres.

Uma pena estarmos no Brasil.

Desserviço à dignidade da Justiça, o que esse sujeitinho fez


Ex-juiz flagrado dirigindo Porsche de Eike Batista é condenado em segunda instância por peculato e fraude processual

Segundo o MPF, Flávio Roberto de Souza se apropriou de parte do dinheiro do empresário que havia sido apreendido por ordem dele próprio


Por Marcelo Gomes, GloboNews

16/12/2022 21h35 Atualizado há 8 horas




O juiz Flavio Roberto de Souza e o Porsche de Eike Batista — Foto: Reprodução GloboNews



O ex-juiz federal Flávio Roberto de Souza - que em 2015 flagrado dirigindo um Porsche do empresário Eike Batista que havia sido apreendido por ordem dele próprio - foi condenado, em segunda instância, a 7 anos de prisão pelo crime de peculato e a 1 ano por fraude processual. Ele poderá recorrer em liberdade.


A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, e foi publicada na quinta-feira (15).


Os desembargadores mantiveram a sentença de primeira instância, dada em 2017 pelo juiz Marcelo Bretas, que também determinou a perda do cargo de juiz de Flávio Roberto.



De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, em 2015, quando era juiz titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, Flávio Roberto manteve custódia ilegal de dinheiro apreendido em um processo que corria naquele Juízo contra o empresário Eike Batista e se apropriou de parte desses valores.


Por ordem de Flávio Roberto, a Polícia Federal apreendeu com Eike Batista R$ 90 mil, 2.750 libras esterlinas e 5.442 dólares em espécie, além de um piano e um Porsche. Por ordem de Flávio, o dinheiro foi guardado na sala dele na 3ª Vara Federal Criminal. O piano e o veículo foram armazenados no condomínio residencial do então magistrado.


Uma fiscalização da Corregedoria do TRF-2 detectou a falta de R$ 27 mil, além das libras, dos euros e dos dólares. A correição foi determinada após o jornal ‘Extra’ ter fotografado Flávio Roberto chegando ao prédio da Justiça Federal dirigindo o Porsche de Eike.


Após a correição, diz o MPF, Flávio Roberto entrou em sua sala, que havia sido lacrada, e devolveu parte do dinheiro que tinha desaparecido, afim de ocultar o crime de peculato. A denúncia afirma que, ao final, ficaram faltando R$ 24 mil e 442 dólares.


A GloboNews entrou em contato com a defesa do ex-juiz Flávio Roberto, e aguarda resposta.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

“Heil Hitler”, Catarina

 – Por Normando Rodrigues
O vandalismo brasiliense da noite de 12 de dezembro se explica por um rastro de omissões criminosas que começa na Alemanha de 1918 e chega à Santa Catarina de hoje

Créditos: Reprodução/ redes sociais
Escrito en OPINIÃO el 13/12/2022 · 22:22 hs

As semelhanças entre as vertentes fascistas brasileira e alemã dizem sobre Bolsonaro e seu fiel rebanho aquilo que não gostariam de admitir: só existem por tolerância ao intolerável e têm lugar adequado na cadeia.

Três décadas depois da cirista fuga dos Orléans e Bragança rumo a Paris, a monarquia alemã desabou, derrotada na Grande Guerra. Sucederam-se 14 anos de República de Weimar, marcados por incrível leniência para com assassinatos de políticos da esquerda, perpetrados sob a cumplicidade ativa ou passiva da polícia e do exército. A consequência dessa atuação facínora foram 12 anos de ditadura fascista e mais 4 anos de ocupação estrangeira, até ser fundada a República Federal Alemã, em 1949.

Passados menos de dez anos, a corte constitucional da RFA julgou o caso Lüth e ensinou ao mundo que os valores democráticos informam todas as demais relações jurídicas, incluídas as de cunho eminentemente privado. Foi o sinal de um aprendizado: a Alemanha não voltaria a tolerar o banditismo fascista.

Desde então, aquele tribunal reiterou em diversos julgados que a “liberdade de expressão” não autoriza o discurso de ódio e a pregação de um golpe de estado. No mais recente, em julho de 2020, restou condenado o partido “A Direita” (Die Rechte - DR).

Os fascistas alemães não se limitam ao DR e aos amiguinhos de Bolsonaro na “Alternativa para a Alemanha” (AfD). Agem também vários grupos terroristas e neonazistas, como o movimento “Reichsbürger”, os “Cidadãos do Reich”, que negam a existência da RFA e consideram todos os alemães súditos do “2° Reich”, o império alemão de 1871-1918.

Bons fascistas, todas essas correntes ostentam orgulhoso déficit cognitivo. Mas talvez apenas os Reichsbürger sejam comparáveis, no quesito “delírio”, aos aliados que aconselham Bolsonaro a guaidonianamente se autoproclamar presidente em 1° de janeiro.

Habitantes de uma realidade paralela, os RBs - cujos membros estimam-se em 23 mil - montam milícias armadas que não reconhecem carteiras de identidade e de motorista, nem placas de veículos emitidas pela RFA, e cobram “tributos” dos moradores por versões falsificadas desses documentos, no melhor estilo dos milicianos bolsonaristas da Zona Oeste do Rio.

Uma vez que o culto sexualizado aos canos de armas e a matança “esportiva” são características das manifestações fascistas, os RBs coerentemente se organizaram a partir do antigo pavilhão de caça de um dos herdeiros da família real de Reuss, na Turíngia, o “Coração Verde” da Alemanha. Ali, começaram em 2021 a tramar um golpe de estado para retroceder o país, assim como Bolsonaro fez com o Brasil.

Os RBs padecem da mesma “potentecite” vista nas portas (e dentro) de quartéis brasileiros, doença que faz o indivíduo fascista achar que pode fazer de seres humanos o objeto de seus traumas sexuais e violência. Na Alemanha, o vírus da potentecite cresceu ao ponto da conspiração porque os RBs e seus parceiros neonazistas insuflaram e surfaram na onda antivacina, chegando a planejar o sequestro do ministro da saúde da RFA, o qual desde o início da pandemia impôs medidas restritivas à propagação do vírus da Covid-19, diferentemente dos açougueiros brasileiros a serviço de Bolsonaro.

O rapto foi impedido pela polícia alemã, não ideologizada por fascistas. No entanto, a questão das vacinas desnuda outro traço comum às lideranças fascistas germânicas e brazucas: a hipocrisia. Cá, Bolsonaro se vacinou contra a Covid e manteve sigilo. Lá, o líder dos RBs e herdeiro da casa de Reuss, utilizava máscara antiviral ao ser preso, no último 7 de dezembro.

Em ambos os casos, contraditoriamente à prática pessoal, esses boiadeiros animavam seus rebanhos contra a imunização, as máscaras e o distanciamento social, visando o mesmo objetivo final: garantir a homogeneidade e fidelidade do gado.

A operação policial que desbaratou os golpistas do RB incluiu buscas e apreensões em cerca de 250 imóveis, em 11 dos 16 estados alemães, e ainda na Áustria e na Itália, recolhendo-se grande quantidade de fuzis e munições, a maioria desviada das próprias forças de segurança e de clubes de caçadores.

Além do príncipe golpista (Putsch Prinz, na imprensa alemã), mais 24 conspiradores caíram presos, dentre eles três coronéis das forças de segurança, sendo um da ativa, e um ex-chefe de polícia que já havia sido demitido por discursos fascistas. Um dos militares da reserva preso é ex-paraquedista, como Bolsonaro, morou no Vale do Itajaí e tem empresas abertas em Pomerode e Blumenau, Santa Catarina.

Reconheçamos, Santa Catarina é um estado cheio de “particularismos”. Não porque lá Bolsonaro ganhou as eleições. Isso também se deu em Rondônia, Acre e Roraima, em percentuais maiores do que em SC e outros estados. Há, entretanto, uma triste sucessão de eventos a indicar que a terra da República Juliana seria fértil para o fascismo, por conta da mesma leniência verificada na República de Weimar.

O ano de 2022 iniciou com o caso de um turista negro, de Presidente Prudente (SP), que adormeceu em assentos próximos à orla de Florianópolis, aguardando o ônibus de retorno, e que acordou em chamas, ainda a tempo de ouvir as risadas dos fascistas que o tentaram assar. Embora extremo, esse episódio sem punição anunciou o que se viu no resto do ano, sobretudo nos três últimos meses.

No outubro de SC, na cidadezinha de Palma Sola, o empresário Crestani prometeu 1 milhão de reais a quem “provasse” a inocência de Lula, em reverberação imbecil da máxima fascista e anti-iluminista segundo a qual todos são culpados até que provem a inocência. Reprimenda? Nenhuma.

Em outubro, ainda, surgiram cartas e pixações anônimas (fascistas são, antes de tudo, covardes) em prol do nazismo, na UFSC. E é de SC o breguíssimo parque “Beto Carrero”, que responde por crime eleitoral cometido ao prometer descontos a petistas que se abstivessem de votar em 30 de outubro. Não se viu responsabilização, em qualquer desses casos.

Em 2 de novembro, uma multidão bolsonarista coreografou a saudação nazista (na verdade saudação romana, revivida por fascistas italianos e copiada por alemães) em São Miguel do Oeste. Sem a mínima decorrência negativa para os envolvidos.

No dia seguinte, noticiava-se o caso de um professor de história da rede estadual que, em meio a outros opróbios, anuncia que “Hitler foi melhor que Jesus”, que "sempre quis ser nazista" e que “eu é que queria ser o cara responsável por expelir o gás", frase última que deve agradar bastante à Federação Israelita do Rio de Janeiro, apoiadora de Bolsonaro. E o professor não foi sequer afastado temporariamente.

Em 14 de novembro a polícia estourou um encontro de neonazistas, num sítio em São Pedro de Alcântara, e prendeu em flagrante oito criminosos, todavia sem novas notícias que indiquem o encarceramento desses “arianos”.

Cinco dias após, um motorista de frete parado num ilegal bloqueio rodoviário acobertado pela PRF, filmou e denunciou a estrutura e apoio com que os fascistas contavam. À noite, fascistas sequestraram o mesmo homem, em casa, e o obrigaram a gravar vídeo elogiando a bandidagem. E o juiz catarinense Marcelo Tambosi, dono de clube de tiro e empresário importador de armas, negou os pedidos da Polícia Civil e do Ministério Público para prender preventivamente os sequestradores. Nenhuma repercussão para os raptores ou para o magistrado protetor.

No início de dezembro, um shopping de Joinville passou a ser moralmente linchado nas redes, por conta de um vídeo em que o Papai Noel chegava ao estabelecimento e curtia um jogo da Copa. Tudo porque o líder poltrão e choroso do gado fascista teria insinuado que torcer pelo Brasil seria um ato de traição à sagrada luta pera transformar o país num grande Auschwitz. Os agressores, claro, permanecem impunes.

A lista poderia compreender muitos outros incidentes. Porém, porque impossível separar fascismo e misoginia, temos a coda no espetáculo cristão do vereador de Florianópolis Marquinhos Silva (PSC), o qual, bom pai de família e bolsonarista, agarrou e beijou à força a vereadora Carla Ayres (PT), em plena sessão da câmara municipal, em 7 de dezembro. O edil continuará seu triste mandato, sem qualquer receio.

Curiosamente, há um caso na mitologia católica que faz lembrar o arroubo do proto-estuprador bolsonarista. Trata-se de um ataque de machismo predador no qual foi protagonista o imperador romano Maximino Daia, no início do século IV.

Reza a lenda que o imperador perdeu-se em desejos por uma linda jovem de 17 anos, e se divorciou para casar com a cobiçada. Para azar do “Bolsonaro” da época, a menina era culta e versada em filosofia e teologia a ponto de se sustentar em debates ante os melhores intelectuais de então. E como mulher inteligente e livre, a única coisa que ela nutria pelo imperador era asco.

Rejeitado, Maximino Daia ordenou o suplício e morte da adolescente, conhecida por Catarina de Alexandria. Tornada santa da igreja apostólica romana, é essa a personagem que dá nome ao estado de Santa Catarina.

Protetora de carpinteiros e torneiros mecânicos, Santa Catarina é também uma das padroeiras dos estudantes. E será com o conhecimento, e não com o ódio, que o estado de Santa Catarina dará a volta por cima e colocará os fascistas em seu devido lugar, junto aos arruaceiros de Brasília. Na cadeia!

Fonte: https://revistaforum.com.br/opiniao/2022/12/13/heil-hitler-catarina-por-normando-rodrigues-128643.html

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

MULTIDÃO PAUTAR-SE COM BASE EM MURMURAÇÃO INSIDIOSA, NÃO É COISA DE AGORA


Objetivando guiar a tropa e tornar-se um "mito" - um ser de qualidades fantasiosas, nas quais os ingênuos crêem cegamente, assim como acreditam, sem questionar, em qualquer absurdo, dentre eles a existência de um deus cruel, impiedoso, único e plenipotenciário - valendo-se de murmuração mentirosa, sem qualquer base probatória convincente, um certo indivíduo notoriamente inepto e vagabundo, que mamou durante quase trinta anos nas tetas do legislativo federal (sem nada oferecer de útil ao povo, que o pagou, dando-se ao disparate de se apropriar, inclusive, de salários dos próprios assessores), resiste agora a descer do trono, incentivando atos de terrorismo, com o escopo de tentar amedrontar a oposição, conluiado com  empresários do mesmo naipe criminoso, inclusive traficantes de drogas, madeiras e minérios.
Bolsonaro e sua mulher, coadjuvados por DAMARES, MALAFAIA e outros "pastores", estão a manipular um gado subserviente, que aceita, prazerosamente fazer parte dessa autêntica assembleia do diabo, mistura de ignorância, ingenuidade, maldade, ganância, insensibilidade, teimosia, brutalidade, portanto, de perfil nazifascista indisfarçável, que trai os interesses nacionais, com sérios riscos para a ordem pública e a soberania nacional. 

- É amado pela multidão leviana, que não ama com a razão, mas com os olhos - SHAKESPEARE - Hamlet. 

Essa multidão, que julga sem provas, com base em meras mentiras (fakes, como preferem os anglo-americanistas, que vão para os "States" limpar banheiros e fazer "rotidoguis"), 

- Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram (...) - MACHADO DE ASSIS - A Igreja do Diabo.

faz lembrar JOÃO DO RIO, quando descreveu a rua "Direita" (que coincidência!!!),  em "A encantadora alma das ruas":

- Adeus, ó Rua Direita 

Ó Rua da Murmuração. 

Onde se faz audiência 

Sem juiz, nem escrivão,

ou seja, sem observar o devido processo legal

Mas o projeto de "fuhrer" tupiniquim, o "capetão", perdeu as eleições, pois a maioria - incluindo alguns aliados - percebeu os seus engodos, vislumbrou seus intentos corruptos e entreguistas indisfarçáveis -  e debandou.
E agora, apavorado - porque o novo governo está a expor as sujas entranhas do fascismo e muito mais o fará, ao quebrar o famigerado sigilo de 100 anos - deixou o gado desorientado, sem "madrinha" (aquela égua que puxa a tropa, com cincerros pendurados no pescoço), quebrando e queimando carros, tentando invadir até delegacias, mais perdidos que "cachimbo em boca de velho" e, de quebra, tomando pau da Justiça, pelos excessos cometidos.
O ano de 2023 promete. 
As tripas imundas do nazifascismo, no Brasil e no mundo, serão expostas, ou os judeus terão que, inevitavelmente, colocar o Mossad em ação, de modo a enquadrar os que se assanham, querendo restabelecer a ideia de um líder (fuhrer), na Alemanha, na Hungria, nos EUA, na Itália e no Brasil, dentre outros países.