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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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terça-feira, 24 de junho de 2014

'Diabo de batina' tinha plano de ser sepultado em Roma


por Franca Giansoldati


Padre Maciel foi estuprador,
mentiroso, corrupto, funesto
Na periferia oeste de Roma, ao longo da Via Aurelia, em um dos becos de cimento em que todas as coisas parecem iguais às outras, surge uma anônima igreja de tijolos vermelhos e mármore branco, de construção recente, nem pequena nem imponente, nem feia nem bonita.

Ela quase desaparece de vista, dissimulada no meio de uma selva de grandes palácios compactos e sem graça, agredida e engolida pelo tráfego mortal que corre à sua frente sem trégua. Ela poderia passar totalmente despercebida, se não se encontrasse na parte inicial de uma artéria de grande fluxo que, da capital, leva para o mar.

Aparentemente, essa igreja não tem nada de incomum: parece ser nada mais do que uma das 330 paróquias romanas que surgiram como cogumelos junto com os novos bairros da cidade, durante o boom da construção dos anos 1960. Linhas regulares, quadradas e anônimas, nenhum vício arquitetônico.

No entanto, o seu interior conserva um segredo. Uma passagem escondida que leva a uma cripta de mármore, perpendicular ao altar, ao andar de baixo. Está desoladamente vazia e despojada. Não hospeda altares, estátuas, quadros, afrescos nem relíquias. Nada. Com exceção do pároco e do sacristão, quase ninguém pode cruzar esse limiar, como se fosse um lugar a ser esquecido, capaz de despertar inquietação, desconforto, más recordações.

Nessa cripta vazia, deveria encontrar uma solene sepultura um padre mexicano muito amigo de Karol Wojtyla e que, até poucos anos atrás, era estimado e elogiada por fiéis e prelados. Para depois ser removido da veneração e da memória, até o esquecimento. Hoje, ninguém mais quer falar nem ouvir falar dele, como se a sua própria vida fosse um acidente, uma maldição (...).

O padre Marcial Maciel Degollado, o diabólico fundador dos Legionários de Cristo, queria ser sepultado justamente ali. Ele mesmo tinha feito com que se construísse essa cripta para si mesmo, sonhando para fazer com que seus restos mortais repousassem, um dia, entre essas lápides de mármore, talvez venerado como santo, se o destino não tivesse intervindo para descobrir uma caixa de Pandora, mudando o curso dos acontecimentos.

E assim o triunfo final que Degollado havia programado e ansiado por toda a sua vida – enganando até mesmo o Papa Wojtyla, que tinha sido iludido pelo afeto que sentia em relação a ele – felizmente não ocorreu, embora tenha estado a um passo de ser cumprido.

Interveio o costumeiro, providencial grão de areia para desviar o curso dos eventos, determinando um fim da pomposa parábola costurada por Maciel profundamente diferente daquilo que este homem, de aspecto aparentemente reconfortante e inócuo, havia programado para si mesmo.

Como na história do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde, ele tinha mais de uma identidade e mais de uma vida. Estuprador, mentiroso, coração corrupto, alma funesta. Os seus jovens, no seminário, eram obrigados a chamá-lo de nuestro padre, quando o encontravam nos corredores, dentro das estruturas da congregação disseminadas por meio mundo. Caso contrário, receberiam reprimendas e punições.

O fundador era poderoso, carismático, intocável. E ninguém jamais poderia imaginar que, um dia, para muitos desses jovens, esse padre magro de olhar um pouco pasmado se transformaria no diablo, o pior dos seus pesadelos. Sem alimentar nenhuma suspeita, sentindo-se seguro de que ninguém jamais o poria em discussão, Maciel conseguiu conduzir, ao longo da sua vida, três existências paralelas. Era o amigo do papa.

Ele era poderoso, admirado e respeitado tanto em Roma quanto na América Latina, onde os Legionários de Cristo tinham o seu quartel general. Ninguém jamais imaginaria remotamente que, enquanto isso, ele tinha criado e mantido duas famílias, uma no México e outra na Espanha. Que com as suas duas "esposas" ele tivera dois filhos. Que ele havia submetido dois dos seus filhos aos piores abusos sexuais. Um pai inquietante, inaferrável, que provia o seu sustento, mas depois entrava e saía de casa e desaparecia por longos períodos.

A ficção seguiu em frente para além da imaginação. Tanto na vida pública quanto na vida privada, os desígnios do mal avançavam.


Livro traz novas
relevações sobre padre
Bastaria apenas o horrendo destino que coube aos filhos naturais, crianças inconscientes, agora adultos forçados a acertar as contas com um passado devastador. O capítulo dos abusos é terrível.

O monstro Maciel se manchou com esse crime também nos seminários, molestando diversos meninos que frequentavam as realidades dos Legionários de Cristo. De acordo com as testemunhas, crueldades e violências físicas e psicológicas sempre se consumaram no silêncio, no medo, na cumplicidade.

Só com a morte de Maciel, que ocorreu em janeiro de 2008, o muro desmoronou lentamente, deixando aterrorizadas a opinião pública, a Igreja, as pessoas que gravitavam de boa fé em torno dessas estruturas, perturbando e entristecendo todos aqueles que, em Roma, tinham conhecido e ajudado Maciel inconscientemente.

A verdade brotava dos relatos como um riacho que lentamente desce para o vale, tornando-se um rio, varrendo tudo. Às denúncias iniciais, iam se somando outras inúmeras denúncias. As revelações sobre as diabólicas identidades de Maciel puseram sob acusação todo o sistema do Vaticano, respingando lama até mesmo sobre a memória de João Paulo II João Paulo II (...)

Esse texto é um trecho do livro Il demonio in Vaticano. I Legionari di Cristo e il caso Maciel [O demônio no Vaticano. Os Legionários de Cristo e o caso Maciel] (Ed. Piemme). A tradução é de Moisés Sbardelotto.para IHU-Online.



A Espanha ainda não sabe quantos sefarditas pedirão a nacionalidade


O projeto de lei para conceder a nacionalidade aos judeus sefarditas abre uma porta com consequências imprevisíveis

Judeus ultraortodoxos caminham ao lado de um retrato do líder espiritual já morto, o sefardita Ovadia Yosef, em outubro em Jerusalém. / SEBASTIAN SCHEINER (AP)
A tramitação do projeto de lei pelo qual se concederá a nacionalidade espanhola aos sefarditas avança sem que o Governo ou as comunidades judaicas sejam capazes de vislumbrar a magnitude da reparação histórica em jogo. A complexidade do processo é tão grande que acaba sendo impossível calibrar se a naturalização afetará milhares, dezenas de milhares ou até centenas de milhares de sefarditas. "Estimamos de forma preliminar que poderiam ser 90.000 solicitantes, mas é um cálculo sem nenhum rigor científico e que poderia terminar sendo muito maior", reconhece Juan Bravo, subsecretário de Justiça. “Se ao final nos encontrarmos com 200.000 solicitações, não será nenhum problema. Somos conscientes de que abrimos uma porta histórica", acrescenta. Prova disso é que o ministério trabalha em uma plataforma informática para processar um número muito maior de solicitações do que foi estimado inicialmente. Assim que ficaram sabendo do projeto de lei, multidões se apresentaram nos consulados espanhóis em Rabat, Ancara, Jerusalém e Caracas.
O problema é que não existe no mundo um censo que registre os sefarditas
A complexidade para determinar quantas pessoas serão afetadas pela nova lei encontra-se principalmente na própria natureza da iniciativa. Sefardita faz referência à palavra Sefarad, que em hebreu significa Espanha e identifica os descendentes dos judeus expulsos da Espanha depois do edito de 1492. Na prática, é uma denominação utilizada em contraposição aos judeus de origem centro-europeu (ashkenazis). O problema é que não existe no mundo um censo de sefarditas e nem sequer um consenso sobre quais judeus são sefarditas. A lei espanhola abre, além do mais, a porta a sefarditas que não sejam judeus.

Como demonstrar a condição de sefardita

  • Por um certificado da comunidade judaica da zona ou cidade natal do interessado ou pela autoridade rabínica competente.
  • Pelo idioma ladino ou haketia, pela certidão de nascimento, ou pela ketubah, certificado matrimonial segundo a tradição de Castela.
  • Pela inclusão nas listas de famílias sefarditas protegidas pela Espanha.
  • Por atividades beneficentes que tenham sido realizadas a favor de pessoas ou instituições espanholas.
  • Por cursos de história e cultura espanholas.
  • Por outra circunstância que demonstre sua condição de sefardita e sua especial vinculação.
  • Por certificado expedido pela Federação de Comunidades Judaicas da Espanha.
  • Exige-se uma prova de avaliação de conhecimento da língua e da cultura espanholas do Instituto Cervantes.
  • Os sobrenomes de linhagem sefardita serão avaliados como elemento adicional.
A maioria dos judeus expulsos da Espanha se estabeleceram no norte da África, no sul da Europa e nos Bálcãs. Muitos acabaram em Israel a partir dos anos cinquenta. Por outro lado, estão os judeus que procedem da Síria, do Iêmen ou do Irã aos quais o judaísmo mundial se refere também como sefarditas independente da origem de seus antepassados. Segundo esta última classificação, só em Israel poderia haver mais de dois milhões de judeus sefarditas. A lei em princípio os exclui.
Bravo explica que tentaram encontrar um equilíbrio entre a reparação histórica e evitar que a lei se converta em uma brecha. Pela rede já circulam listas de sobrenomes sefarditas a utilizar. "Estamos enfrentando um processo complexo, que em muitos casos vai gerar dúvidas. Trata-se de outorgar um passaporte Schengen e isso é algo muito valioso”, estima Bravo. Esse aspecto é o que mais seduz Albert Hatem, um sefardita de Istambul que quer "ter direito de viajar livremente pela Europa e pela Espanha", afirma este engenheiro turco. Hatem acha que a lei “abre muitas dúvidas. Não sabemos como vão decidir", diz por telefone de Istambul.
Consultados, os responsáveis por aplicar a lei, não são capazes de determinar de forma exata como procederão e diferem quais requisitos pesarão mais ou quais serão determinantes. “Há sobrenomes como Cuenca, Soriano ou León que fazem referência a localidades na Espanha e aí não existem dúvidas de que são sefarditas. Depois estão as pessoas que falam ou entendem o ladino - o castelhano que falavam os judeus na Espanha - e as que têm documentos como contratos matrimoniais ou de pertencimento a comunidades judaicas como as de Salônica, Istambul ou Sarajevo. Tudo isto ajuda a confirmação”, explica Abraham Haim, presidente das comunidades sefarditas de Jerusalém. Haim, cuja instituição apresentará pedidos, evita dar cifras, mas trabalha mais com "muitos milhares" do que com "milhões".
Refael Shmuel, professor de literatura e povo judeu da Universidade israelense de Bar-Ilan atreve a falar de números, embora insista na ambiguidade que rodeia a definição de sefardita. "Em Israel podemos encontrar entre 350.000 e 500.000 sefarditas ou com algum conhecimento de judeu-espanhol. E seria necessário acrescentar entre 200.000 e 300.000 da América ou da Europa. São apenas estimativas", matiza.
Joshua S. Weitz, biólogo da escola de Tecnologia da Geórgia, acreditando, no entanto, que a iniciativa espanhola pode afetar um grupo muito mais amplo. Weitz desenhou um modelo matemático das identidades judaicas desde 1492, segundo o qual, conclui que "existe ao redor de 99% de probabilidade de que todos os judeus modernos, sefarditas ou ashkenazis [uns 13 milhões no total] tenham antepassados expulsos pela Espanha em 1492”. “Há judeus ashkenazis que têm antepassados sefarditas, porque ocorreram casamentos mistos e se voltamos 500 anos, qualquer judeu teria centenas de milhares de antepassados, porque o crescimento é exponencial”, indica por telefone.
A chave, explicam no ministério de Justiça, é se essas pessoas podem comprovar sua condição de sefarditas. A norma estabelece "meios comprovatórios", que serão "avaliados em seu conjunto". A comunidade judaica de origem do solicitante e as autoridades rabínicas certificarão a condição. Na Espanha, a lei se apoia na Federação de comunidades judaicas, que reconhecem a escassez de elementos para a certificação, além dos sobrenomes evidentes ou os casos nos quais exista ketubah ou contrato matrimonial. Saber ladino ou espanhol será requisito. Exige-se o nível básico de espanhol (A2), assim qualquer um que fale ladino, conseguirá sem dificuldades. Os sefarditas da América Latina não passarão por exame. Os sefarditas dispõem de três anos prorrogáveis por mais um para a solicitação “Em quatro anos, qualquer um pode alcançar esse nível de espanhol", estima Bravo.
Há 99% de probabilidade de que todos os judeus modernos tenham antepassados expulsos da Espanha, segundo um modelo matemático
O projeto aparece em um contexto de crescente assertividade no mundo sefardita. Depois de décadas de subordinação ao domínio ashkenazi, os judeus orientais mostram um crescente poder político, social e cultural. As criações que evocam o passado sefardita estão muito em voga no judaísmo mundial. “Existe cada vez mais interesse pelo ladino, há um certo revival, mas os jovens não falam mais", conta Isaac Levy, que recopila cantos em ladino.
Sima Taranto, uma professora aposentada de Caracas conhece o idioma e confessa estar “ansiosa” por obter a nacionalidade. "Não tenho nenhuma intenção de me mudar para a Espanha. Para nós é um direito que foi tirado há 500 anos. Sentimos que é algo que nos devem. A Espanha nunca saiu de nossas casas", assegura Taranto da Venezuela, com a voz entrecortada pela emoção e o choro.

Fonte: EL PAIS

O Egito condena três jornalistas da Al Jazira a sete anos de prisão

Eles foram acusados de apoiar a Irmandade Muçulmana, considerada “grupo terrorista”




Sete anos de prisão para três jornalistas da Al Jazira. / REUTERS LIVE!
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As autoridades egípcias não foram permeáveis às pressões internacionais em favor da liberdade de imprensa. Um tribunal do Cairo condenou nesta segunda-feira, a penas de 7 a 10 anos de prisão, um grupo de jornalistas da Al Jazira acusados de difundir notícias falsas para favorecer a tese da Irmandade Muçulmana, movimento islâmico que governou o Egito até o golpe de Estado do verão passado. Entre eles, está o jornalista australiano Peter Greste.

O julgamento, que suscitou grande interesse internacional, representa um novo exemplo da campanha repressiva lançada pelo regime egípcio para silenciar qualquer voz dissidente, seja no plano político seja no midiático. Durante o último ano, foram mortas mais de 2.000 pessoas em enfrentamentos com as forças de segurança e foram presas mais de 20.000 pessoas, a maioria simpatizantes da Irmandade.

Dos 20 imputados nesse processo, 11 foram julgados à revelia, e todos eles receberam uma pena de 10 anos de prisão. Pena idêntica foi imposta ao produtor da rede Al Jazira em inglês, Baher Mohamed. Seus colegas Peter Greste e Mohamed Fahmy, por sua vez, foram sentenciados a sete anos, assim como quatro estudantes que tinham enviado imagens à emissora do Catar mesmo não sendo funcionários. Outros dois jovens, um deles o filho do líder da Irmandade Mohamed Beltagy, foram absolvidos.

Os três repórteres da Al Jazira em inglês foram presos no fim de dezembro do ano passado, apenas algumas horas depois de entrevistarem em seu hotel um representante da Irmandade Muçulmana.Poucos dias antes, a confraria islâmica tinha sido declarada “organização terrorista” pelo Governo egípcio, e por isso os repórteres foram acusados de pertencimento ou colaboração com o grupo armado. As famílias dos condenados estão convencidas de que são vítimas da guerra entre a Al Jazira e as autoridades egípcias que foi deflagrada depois do golpe de Estado.


O ministro das Relações Exteriores britânico convocou o embaixador egípcio em Londres depois de conhecer o veredito

“O veredito demonstra que esse é um julgamento político. Durante as vistas, não se apresentou qualquer evidência de que eles tivessem manipulado a informação. Não esperávamos esse resultado. Estamos arrasados”, explicou Mike Greste, irmão do repórter australiano, em frente à prisão de Tora, sede da corte. O governo australiano, por sua vez, se mostrou “consternado” com a sentença.

“Vamos apresentar recurso ao tribunal de cassação porque foram cometidos vários erros processuais graves. Por exemplo, não nos permitiram ver as provas apresentadas pela Promotoria, o que é absolutamente ilegal”, declarou Shaaban Said, membro da equipe de advogados de defesa. Como mostra de que o julgamento é uma farsa, Said explicou que os três anos de prisão adicionais impostos ao produtor Baher Mohamed se devem ao fato de ele ter em seu quarto uma cápsula de bala recolhida como suvenir de uma manifestação.

Depois que o juiz proferiu a sentença, os oito processados presentes na cela dos acusados entoaram uma canção revolucionária, logo acompanhada de declarações contra o regime. “Que caia, que caia o governo militar!”, gritavam, enquanto os familiares dos condenados viviam momentos de dor nos bancos do tribunal.

A liberdade de expressão foi uma das primeiras vítimas do levante militar, pois em questão de semanas foram fechadas várias redes de televisão de tendência islâmica. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas, atualmente cerca de 20 repórteres estão detidos no Egito, que se transformou no último ano em um dos cinco países mais perigosos para o desenvolvimento do trabalho jornalístico.

“Essa é uma mensagem muito clara dirigida a todos os jornalistas sobre o que pode acontecer se alguém for contra a narrativa oficial dos fatos”, advertiu Mohamed Lotfi, observador da Anistia Internacional que esteve presente às 12 sessões do processo. O Governo egípcio acusou a Al Jazira, em várias ocasiões, de apresentar informações tendenciosas favoráveis aos interesses da Irmandade sobre o que acontece no Egito, o que os responsáveis pela rede sempre negaram. A Al Jazira é de propriedade da família que governa o Catar, que foi o aliado mais forte da administração do ex-raïs Mohamed Morsi.


Fonte: EL PAIS

terça-feira, 17 de junho de 2014

Indenização irrisória - TJ condena hospital após erro em exame que colocou paternidade em dúvida

Casal será indenizado em R$ 10 mil; o equívoco causou apreensão e conflito matrimonial, segundo a sentença



O erro em um exame que analisa o tipo sanguíneo de uma recém-nascida quase acabou com um casamento. Após o nascimento da criança, um casal recebeu a notícia inesperada: o tipo de sangue da menina era incompatível com o casal, levantando a hipótese de que ela seria filha de outro homem.

O Hospital Santa Luzia, responsável pelo exame, terá que pagar uma indenização de R$ 10 mil para a família - o valor cobre os custos do exame de DNA, tratamento psicológico e danos morais. A falsa notícia gerou tensão no casal e a dúvida quanto à traição.

Durante o julgamento, o hospital contestou a indenização e alegou que o resultado do exame não revelou nada muito grave, como uma doença séria ou a exigência de algum tratamento médico desnecessário. Além disso, o Santa Luzia afirmou que o tempo de dúvida quanto à paternidade não teria sido longo e os pedidos de reparação por danos materiais não eram gastos razoáveis.

Na sentença, o juiz da 21ª Vara Cível de Brasília deu razão para a família: "O parto é uma das experiências mais importantes na vida da maioria das mulheres. O que deveria ser um sonho tornou-se causa de ruptura familiar, uma vez que o exame equivocado causou atritos familiares e quebra da confiança conjugal".

No julgamento, não foram discutidos a qualidade do tratamento médico durante o parto e a internação hospitalar. A única falha do Santa Luzia teria sido o resultado incorreto do exame de tipagem sanguínea.

Entenda a compatibilidade sanguínea

Os seres humanos apresentam quatro grupo sanguíneos: A, B, AB e O. O grupo O tem compatibilidade com todos os outros e pode ser considerado neutro. Na maternidade, a criança apresentará grupo sanguíneo compatível com o dos pais. Por exemplo, uma mãe e um pai do grupo A não podem ter um filho do grupo B. Uma mãe do grupo A e um pai do grupo B poderão ter um filho em qualquer uma das categorias, pois o filho poderá nascer como a mãe (A), o pai (B), trazer 'mistura' dos dois (AB) ou neutro (O).

Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/

MALHA FINA - Multar devedor do Imposto de Renda em 75% é inconstitucional, decide juiz




O poder de tributar deve ser compatível com o poder de conservar, não sendo razoável que a cobrança possa destruir financeiramente o contribuinte. Esse foi o entendimento do juiz federal Jacimon Santos da Silva, da 2ª Vara Federal de São Carlos (SP), ao reduzir multa imposta a um homem autuado por deixar de declarar informações no Imposto de Renda. A Receita Federal fixou multa de 75% do valor do débito, mas a Justiça diminuiu a pena para 20% do que vinha sendo cobrado em execução fiscal.

Quando comprova-se que há dados inconsistentes na declaração, o contribuinte fica geralmente sujeito a pagar 20% do que deve, conforme regulamentação da Receita. Se o Fisco concluir que houve má-fé, a multa varia de 75% a 150%. No entanto, para o juiz que analisou o caso do interior paulista, cobranças tão elevadas têm efeito confiscatório, por não apresentarem as características de razoabilidade e Justiça.

Silva atendeu pedido apresentado pelo advogado Augusto Fauvel de Moraes, sócio do escritório Fauvel de Moraes Sociedade de Advogados, que apontou violação do artigo 150 da Constituição Federal. O dispositivo proíbe a União e outros entes federativos de utilizar tributo com efeito de confisco. Segundo o magistrado, a decisão segue jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, também contrário a multas tributárias que superem 30% do valor devido.

A redução ocorreu por via de exceção de pré-executividade, quando uma petição apenas apresenta matérias já julgadas e que podem impedir a execução. O advogado que acompanha o caso disse que ainda pode questionar a validade do próprio auto de infração. Para Moraes, a decisão serve de precedente para outras multas fiscais aplicadas a pessoas físicas e jurídicas.



Felipe Luchete é repórter da revista Consultor Jurídico.



Revista Consultor Jurídico, 16 de junho de 2014, 18:58h

GM/Chevrolet - Crise da montadora se agrava com o anúncio sobre total de automóveis afetados


Reuters
A General Motors (GM) anunciou nesta segunda-feira (16) um recall de mais 3 milhões de automóveis devido a problemas na chave da ignição, quase dobrando o número de veículos com problemas em uma crise que afeta este ano a montadora e a nova presidente-executiva Marry Barra.
Mary Barra, CEO da GM. Foto: Reuters
1/11
A GM informou o recall de 3,36 milhão de carros de médio e grande porte globalmente com problemas na ignição que pode sair da posição de "ligado", podendo potencialmente afetar o motor, os freios e os air bags.
O problema na chave é semelhante ao defeito ligado a ao menos 13 mortes anteriormente, em um recall de 2,6 milhões de veículos Cobalts da Chevrolet e outros carros menores.
Leia também: CEO admite que houve "incompletência e negligência"
Os engenheiros da GM notaram o problema no Cobalt mais de uma década atrás, e a lenta resposta da GM ao problema levou a investigações pela companhia, pelo Congresso norte-americano e por agências federais.
A fabricante disse nesta segunda-feira (16) que substituirá ou consertará as chaves de ignição para eliminar uma fenda no final da chave. A fenda permite que a chave vire para o lado e empurre a ignição para for a da posição de ligado.
O mais novo recall inclui Buick LaCrosse, Chevrolet Impala, Cadillac DeVille e diversos outros modelos, apesar de apenas o Impala estar atualmente em produção. O recall envolve modelos de 2000 a 2014.

Fonte: http://economia.ig.com.br/

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Americana encontra gilete em salada do Burger King




Reprodução/Twitter
Em vez de optar pela especialidade da casa, os sanduíches, uma americana fez um pedido "mais saudável" em uma lanchonete da rede Burger King. Porém, a salada escolhida por Jennifer Ashley veio com uma surpresa nada agradável: uma gilete

Assustada, a mulher que fazia a refeição com o marido reclamou sobre o incidente na Flagstaff, Arizona (EUA), de acordo com o “Huffington Post”.
 
A rede de fast-food informou que um de seus empregados admitiu ter deixado a lâmina cortante cair acidentalmente no pacote de alface. O funcionário não teria conseguido retirar o objeto do recipiente, conforme o "Huffington Post". 

O empregado foi demitido e a mulher recebeu uma outra salada gratuitamente e o reembolso pelo "prato-surpresa", segundo o Burger King.
(Texto: Ana Clara Otoni)

Fonte: http://oglobo.globo.com/

Monges budistas matam três em ataque à minoria muçulmana no Sri Lanka


Nos últimos anos, grupos extremistas cingaleses organizam campanhas de ódio contra comunidades religiosas minoritárias

Pelo menos três pessoas foram mortas e mais de 80 ficaram feridas em ataques liderados por monges budistas cingaleses em duas cidades de predomínio muçulmano no Sri Lanka, durante a madrugada desta segunda-feira (16/06). Os cingaleses são o principal grupo étnico na ilha asiática e são predominantemente budistas - religião que representa cerca de 70% da população, ao passo que os muçulmanos formam apenas 8% do país. 

Wikicommons
Uma das mesquitas muçulmanas mais antigas no centro de Colombo, capital do país insular a sudeste da Índia: islamismo é minoria

Hilmy Ahmed, porta-voz do Conselho Muçulmano do Sri Lanka, disse à Al Jazeera que a situação já estava “mais calma” na tarde desta segunda. Segundo Ahmed, pelo menos três mesquitas, nove lojas e 40 casas foram atacadas. Para conter a situação, 1.000 soldados do Exército do Sri Lanka foram chamados.

As ofensivas a propriedades muçulmanas e a mesquitas acontecerem nas cidades turísticas de Beruwala e Aluthgama, a 60 quilômetros da capital, Colombo. Os locais são conhecidos por serem frequentados por turistas estrangeiros que vêm conhecer as praias do país insular, localizado no sudoeste da Índia.

A campanha de ódio, arquitetada por monges budistas extremistas contra a comunidade minoritária de muçulmanos ao longo dos anos, foi criticada pelo presidente Mahinda Rajapaksa. Em viagem a Bolívia, o líder tuitou: “como somos do Sri Lanka, não podemos esquecer que somos iguais e que não devíamos deixar que outras forças criem as diferenças entre nós”.

Fonte: OPERA MUNDI

“Dentro de cada cristão existe um judeu”, defende papa Francisco

Pontífice diz que é possível que judeus e cristãos “vivam como irmãos”
por Jarbas Aragão

“Dentro de cada cristão existe um judeu”, defende papa Francisco"Dentro de cada cristão existe um judeu", defende papa
Ao longo dos séculos a relação do Vaticano com os judeus passou por diferentes fases. Desde uma declarada perseguição como na Inquisição, até acusações de ter apoiado os nazistas durante a Segunda Guerra.
Contudo, o Papa Francisco voltou a mostrar a força de seu pensamento ecumênico esta semana. Na entrevista concedida ao jornal espanhol ´La Vanguardia´, publicada nesta sexta (13), ele condenou todo tipo de fundamentalismo, cuja “estrutura mental” seja “a violência em nome de Deus”.
Também defendeu um diálogo inter-religioso que se aprofunde “na raiz judaica do cristianismo e no florescimento cristão do judaísmo”.  Disse acreditar que identificar a chamada “identidade religiosa” pode ser a melhor maneira de ocorrerem “mudanças verdadeiras” no mundo.
“Nunca se pode dar um passo na vida se não ser desde atrás, sem saber de onde venho, que sobrenome tenho, que sobrenome cultural ou religioso possuo”, enfatizou. Expressou seu desejo de aproximação com os judeus, através de um diálogo mais amplo.
Para exemplificar, afirmou que dentro de cada cristão existe um judeu, justificando: “Eu rezo todos os dias o ofício divino com os salmos de Davi. Os 150 Salmos são recitados em uma semana. Minha oração é judia, e logo tenho a Eucaristia, que é cristã”. Deixou claro ainda que judeus e cristãos podem “viver como irmãos”.
Ao falar sobre os que negam holocausto judeu, disse que esse pensamento é “uma loucura”, e foi enfático: “O anti-semitismo está acostumado a aninhar melhor nas correntes políticas de direita que de esquerda, não? E ainda continua”.
Durante a entrevista o pontífice também criticou o atual sistema econômico e o amor ao dinheiro acima das pessoas. “Acredito que estamos em um sistema mundial econômico que não é bom. No centro de todo sistema econômico deve estar o homem e a mulher, e todo o resto deve estar ao serviço deste homem. Mas nós pusemos o dinheiro no centro, o deus dinheiro. Temos caído em um pecado de idolatria, a idolatria do dinheiro”, exortou.
A amplitude desse tipo de discurso vindo do Vaticano é sem precedentes.  Semana passada Francisco recebeu uma comitiva de 15 líderes políticos e religiosos, com destaque para o senador Mike Lee do Estado de Utah, que também é líder da Igreja dos Santos dos Últimos Dias (mórmons) e Joel Osteen, pastor da Lakewood Church, maior igreja evangélica dos EUA.
Segundo o material divulgado, Francisco convidou-os para discutir a questão: “Podemos encontrar um terreno comum, a fim de avançar na vida e ministério de Jesus, para que mais pessoas possam experimentar a alegria da fé cristã?”.
Em sua recente visita à Terra Santa, o papa insistiu na aproximação com líderes judeus e muçulmanos, convidando-os para ir ao Vaticano. Na ocasião também teve um encontro com o Patriarca Bartolomeu, líder máximo dos Ortodoxos. Ambos falaram sobre a unidade do corpo de Cristo.
Um dos aspectos abordados por eles foi o debate de como os mais de 1 bilhão de católicos e os 300 milhões de ortodoxos poderiam celebram a Páscoa na mesma data, mudando uma tradição de centenas de anos.


Com informações Huffington Post, via GOSPEL PRIME