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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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terça-feira, 30 de setembro de 2014

EUA: Guerra ao ISIL é cortina de fumaça para guerra contra Síria e Irã




A chamada "ameaça" do ISIL [ing. para "Estado Islâmico no Iraque e Levante"], ou Estado Islâmico (EI) é cortina de fumaça. A força doISIL foi deliberadamente inflada para conquistar apoio público para o Pentágono e justificar o bombardeio ilegal contra a Síria. Está também sendo usada para justificar a mobilização do que a cada dia mais claramente se vê que é montagem de ataque militar de grande escala liderado pelos EUA no Oriente Médio. O poder de fato e contingentes militares que estão sendo mobilizados excedem em muito o que seria necessário para combater simplesmente os esquadrões da morte do ISIL.


26/9/2014, Mahdi Darius NAZEMROAYA, Strategic Culture - http://goo.gl/pYkqjX

Por mais que os EUA tentem convencer seus cidadãos e o mundo de que não haverá tropas em solo, é muito improvável que assim seja. É muito improvável, em primeiro lugar, porque é indispensável que haja coturnos em solo para monitorar e selecionar alvos. Além do mais, Washington vê a campanha contra os combatentes do ISIL como guerra que durará anos. É puro duplifalar. O que está sendo imposto à opinião pública norte-americana e mundial é deslocamento militar permanente; no caso do Iraque é redeslocamento para lugar que os EUA já invadiram e ocuparam em 2003. A força militar que está sendo mobilizada nesse caso pode, em todos os casos, ser convertida em forças de assalto gigante contra Síria, Irã e Líbano.


Diálogo de segurança EUA-Síria e EUA-Irã?

Antes do início dos bombardeios dos EUA na Síria, circularam boatos não confirmados de que Washington teria iniciado um diálogo com Damasco, através de canais russos e iraquianos, para discutir coordenação militar e a campanha do Pentágono de bombardeio em território sírio. Ideia absolutamente impensável e completamente improvável. Agentes de confusão operavam em tempo integral para tentar dar qualquer legitimidade ao bombardeio contra a República Árabe Síria.

As 'notícias' de cooperação EUA-Síria com intermediação de russos e iraquianos são parte de uma série sinistra de desinformação e contrainformação. Antes de surgirem as 'notícias' sobre cooperação entre EUA e Síria, circularam 'notícias' sobre cooperação EUA-Irã no Iraque.

Mais cedo, Washington e a mídia norte-americana haviam tentado dar a impressão de que haveria algum acordo para cooperação militar entre os EUA e Teerã, para combater contra o ISIL e cooperarem dentro do Iraque. As 'notícias' foram amplamente refutadas nos termos mais incisivos por vários membros doestablishment político iraniano e também por comandantes iranianos de alta patente, como simples campanha de desinformação.

Depois que os iranianos indicaram claramente que as declarações de Washington não passavam de ficção, os EUA começaram a dizer que não seria adequado para o Irã unir-se à coalizão anti-ISIL. O Irã retrucou. Washington estava outra vez distorcendo os fatos; a verdade é que funcionários dos EUA várias vezes pediram que Teerã se integrasse à coalizão anti-ISIL.

Ainda antes de deixar o hospital depois de passar por uma cirurgia na próstata, o Aiatolá Ali Khamenei, o mais alto governante do Irã, disse à televisão iraniana, dia 9/9/2014, que os EUA haviam solicitado em três diferentes ocasiões, que Teerã cooperasse com Washington. Explicou que o embaixador dos EUA no Iraque fizera chegar mensagem ao embaixador do Irã no Iraque, solicitando que o Irã se unisse aos EUA naquele momento. Depois - palavras do Aiatolá Khamenei - "o mesmo [John Kerry] - que havia dito frente às câmeras e aos olhos de todo o mundo, que os EUA não queriam a cooperação do Irã - pediram através do Dr. Zarif que o Irã cooperasse com os EUA nessa questão. O Dr. Zarif negou-se a atender o pedido." E o pedido foi repetido pela vez pela subsecretária norte-americana Wendy Sherman, ao vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi.

Khamenei também disse que já descartara categórica e absolutamente qualquer cooperação com Washington nessa questão. "Absolutamente não cooperaremos com os EUA, especialmente porque as mãos dos EUA estão sujas" - repetiu o Aiatolá publicamente, ao explicar que não havia qualquer dúvida de que Washington tem as intenções mais perversas no Iraque e na Síria.

Como a Rússia, o Irã já apoia a Síria e o Iraque contra o ISIL. Também como Moscou, Teerã luta contra os terroristas, mas não se integrará a coalizão anti-ISIL de Washington.

Nova(s) invasão(ões) e golpe(s) para Mudança de Regime no em torno do óleogasoduto? 

Como se disse dia 20/6/2014, aos olhos de Washington era indispensável remover o governo federal de Nouri Al-Malaki em Bagdá, porque se recusava a unir-se ao cerco contra os sírios comandando pelos EUA; porque se mantinha aliado ao Irã; porque continuava a vender petróleo aos chineses; e a comprar armas da Federação Russa. A decisão do Iraque de Al-Maliki de integrar-se ao óleogasoduto Irã-Iraque-Síria também criava dificuldades contra os objetivos dos EUA e aliados, de (i) controlarem todo o fluxo de energia no Oriente Médio; e (ii) impedir a integração da Eurásia.[1]

O governo de Al-Maliki cometeu também dois outros pecados capitais em Bagdá, pela avaliação dos EUA. Mas essas ofensas, para serem bem compreendidas, têm de ser postas em contexto geopolítico.

Ninguém esqueceu a frase de propaganda criada no governo de Bush Filho depois do 11/9 e no início de suas guerras seriais: "Qualquer um vai para Bagdá; homem que é homem vai para Teerã". O xis da questão dessa frase belicista, construída como slogan de propaganda, é que Bagdá e Damasco já então eram vistas pelo Pentágono como rotas possíveis que levariam a Teerã.[2]

Como no caso da Síria, os pecados mortais de Al-Maliki também estavam relacionados a impedir o caminho dos EUA até Teerã. Primeiro, o governo do Iraque expulsou o Pentágono do Iraque no final de 2011, com o que removeu as tropas norte-americanas plantadas exatamente na fronteira oeste do Irã. Segundo, o governo federal iraquiano trabalhava para expulsar do Iraque militantes iranianos que se opõem ao governo iraniano e para fechar o Camp Ashraf, que sempre poderia ser usado em guerra ou em operações para mudança de regime contra o Irã.

Ashraf serviu como base para a ala militar dos Mujahidin-e-Khalq (MEK/MOK/MKO) com base no Iraque. O grupo MEK é organização de iranianos antigoverno, que trabalha a favor do golpe para mudança de regime em Teerã. Já declarou apoio aos ataques liderados pelos EUA contra Irã e Síria.

Embora oficialmente o governo dos EUA classifique os MEK como organização terrorista, Washington já começara a aprofundar os contatos com os MEK quando norte-americanos e britânicos invadiram o Iraque. Ironicamente (e mal intencionados) EUA e Grã-Bretanha usaram o apoio aos MEK para rotular o Iraque como estado patrocinador de terroristas (?!) e, também, para justificar a invasão anglo-norte-americana ao Iraque. Desde essa época, os EUA 'alimentam' e mantêm os terroristas do MEK.

Desde 2003, os EUA financiam os MEK. Washington lhes dá proteção, porque quer conservá-los como instrumento a ser usado contra Teerã, ou para manter a opção de, algum dia, instalar o MEK no poder em Teerã, como parte de um golpe para mudança de regime contra o Irã. O MEK já foi, literalmente, incorporado na caixa de ferramentas do Pentágono e da CIA contra Teerã. Mesmo quando os EUA transferiram o controle do Camp Ashraf para o governo de Bagdá, o Pentágono manteve forças suas entre os MEK.

Eventualmente, as forças do MEK seriam, na maioria, realocadas em 2012 para a antiga base dos EUA conhecida como Acampamento Liberty. Esse Acampamento Liberty é hoje mais conhecido por um nome árabe, Acampamento Hurriya.

Scott Peterson, diretor da sucursal de Istanbul do Christian Science Monitor, explica como funcionários dos EUA começaram a realmente apoiar os MEK no início da "Primavera Árabe" de 2011. É projeto também ligado aos sonhos de Washington, de golpe para mudança de regime. Peterson escreveu que funcionários do governo dos EUA "raramente mencionam o passado violentamente anti-EUA dos MEK, e falam do grupo não como terroristas, mas como combatentes da liberdade com "valores iguais aos nossos", como 'democratas à espera' de poderem servir como uma vanguarda para mudança de regime no Irã."[3]

Washington não abandonou os sonhos de golpe para mudança de regime em Teerã

Washington não abandonou os sonhos de golpe para mudança de regime em Teerã. Seria coincidência que esteja aumentando o apoio que EUA e União Europeia dão hoje aos MEK, sobretudo quando a ameaça doISIL dentro do Iraque começa a ser comentada e noticiada publicamente?

600 deputados e políticos de quase todos os países da OTAN foram levados para participar de uma grande reunião dos MEK dia 27/6/2014, no nordeste da capital francesa, no subúrbio de Villepinte, que convocou para o golpe de mudança de regime no Irã. Os tipos mais conhecidos pela dedicação com que trabalham pró mais e mais guerras no mundo (o ex-senador dos EUA Joseph Lieberman; o porta-voz e apologista de Israel Alan Dershowhitz; ex-funcionário do governo de Bush Filho e 'especialista' contratado da Fox News John Bolton; o ex-prefeito de New York Rudy Giuliani; o ex-ministro francês e chefe da Missão Provisória da ONU para governo do Kosovo (UNIMIK) Bernard Kouchner, todos esses se reuniram com o MEK para promover o golpe para mudança de regime no Irã, e, claro, mais guerra.

Segundo o MEK, mais de 80 mil pessoas compareceram ao comício para promover a mudança de regime no Irã. Lá estavam também militantes da oposição no Iraque e Síria; todos, a pedir 'mudança de regime' também no Irã.

A ironia do 'evento' é que o DINHEIRO foi fornecido, praticamente todo, pelos EUA, com alguma contribuição dos aliados. Os gastos foram, sobretudo, para as iniciativas de lobby desse MEK no Congresso dos EUA e no Departamento de Estado, o que, de fato, não passa de 'reciclagem' de dinheiro. Gente como Ruddy Giuliani - provavelmente um dos mais odiados prefeitos da história da cidade de New York, até que usou a favor da própria imagem os eventos trágicos do 11/9/2001 - trabalham hoje, de fato, como lobbyistaspara o MEK. "Muitos desses ex-altos funcionários do governo dos EUA - que representam todo o pleno espectro político - têm recebido dezenas de milhares de dólares só para falar bem do MEK", segundo oChristian Science Monitor.[4]

Giuliani vive a discursar em eventos pró MEK pelo menos desde 2010. Em 2011, falou num comício do MEKque promovia o golpe para mudança de regime em Teerã e Damasco. "E se fizéssemos, depois de uma Primavera Árabe, um Verão Persa?", perguntou Giuliani, retórico.[5] E a sentença seguinte de Giuliani, na mesma ocasião, nada esconde sobre o que é, de fato, a iniciativa dos EUA de apoiar o MEK: "Precisamos de mudança de regime no Irã, ainda mais do que no Egito ou na Líbia, e tanto quanto na Síria."[6]

Joseph Lieberman, amigo e parceiro na propaganda e promoção de guerras e mais guerras do senador John McCain não pôde VIAJAR até o subúrbio parisiense em Seine-Saint-Denis, mas falou por vídeo, na reunião para mudança de regime. O Deputado Edward Royce Hello, presidente da Comissão de Assuntos Externos da Câmara de Deputados dos EUA, também falou por videoconferência a favor de mudança de regime no Irã. E o mesmo fizeram os senadores Carl Levin e Robert Menendez.

Estavam presentes grandes delegações de EUA, França, Espanha, Canadá e Albânia. Além dos já mencionados, outros norte-americanos notáveis também participaram do comício de 27/6/2014, além de vários franceses e espanhóis igualmente notáveis, e de muito notáveis euro-atlanticistas (nomes emhttp://goo.gl/pYkqjX).
E não se falou só de golpe para mudança de regime; fala-se também da crise nas regiões de fronteira no Iraque e na Síria. Fox News deu cobertura especial àquele evento do MEK. Em julho, a liderança do MEKhavia condenado o apoio do Irã ao governo federal do Iraque em sua luta contra o ISIL; depois que os EUA começaram a falar de combater ISIL, calaram-se.

Antes do comício para promoção do golpe de mudança de regime, a líder dos MEK, Maryam Rajavi - que osMEK indicaram presidenta do Irã desde 1993 - até se encontrou com o líder-fantoche do Conselho Nacional Sírio Ahmed Jarba em Paris, dia 23/5/2014, para discutirem cooperação.

Golpe para mudança de regime em Damasco mediante 'extensão-distorção' da 'missão' na Síria 

A campanha de bombardeio que os EUA iniciaram na Síria é ilegal e viola a Carta da ONU. Por isso o Pentágono tomou a providência de 'declarar' que a campanha de bombardeio liderada pelos EUA seria necessária, por causa de ameaça de um ataque "iminente" que estaria sendo planejado contra o território dos EUA. Isso foi feito para dar alguma cobertura pseudo legal ao bombardeio contra território sírio, servindo-se do argumento, distorcido, de que o Artigo 51 da Carta da ONU permite que estado membro ataque legalmente outro estado, se houver ameaça de ataque iminente, por aquele país, contra membro da ONU.

Barack Obama e o governo dos EUA fizeram o possível para confundir encobrir a realidade mediante alguns passos tomados para fazer crer que seria legítimo violar a lei internacional e bombardear a Síria sem autorização de Damasco. A embaixadora dos EUA Samantha Powers deu conhecimento ao representante permanente da Síria na ONU que os EUA atacariam o Governato de Al-Raqqa, informando Bashar Al-Jaafari mediante uma notificação unilateral, que absolutamente não significa que os EUA tivessem obtido o consentimento legal da Síria.

Os ataques norte-americanos contra a Síria não têm tampouco o apoio do Conselho de Segurança da ONU. Mas o governo dos EUA tentou fazer-crer que a reunião do Conselho de Segurança da ONU do dia 19/9/2014, que foi presidida por John Kerry seria sinal de que o Conselho de Segurança da ONU e a comunidade internacional estariam apoiando a campanha de bombardeamento contra a Síria.

Não foi tampouco por coincidência que, exatamente quando os EUA montavam sua coalizão multinacional para dar combate ao ISIL e àquele pseudo Califato, John Kerry mencione, convenientemente, que a Síria teria violado a Convenção das Armas Químicas (CAQ) [orig. Chemical Weapons Convention (CWC)]. Ao mesmo tempo em que admitia que a Síria não usou qualquer material proibido pela CAQ, Kerry, muito incoerentemente disse aos deputados, dia 18/9/2014, que Damasco teria desrespeitado a CAQ.

Em resumo, Washington já está dizendo absolutamente qualquer coisa, não importa o quando seja absurdo ou inverossímil, para dar início ao golpe para mudança de regime em Damasco. Se o já exposto até aqui não bastar para mostrar isso, o fato de que os EUA usarão território da Arábia Saudita para treinar ainda mais forças antigoverno sírio[7] com certeza o mostra.

Os EUA têm em vista uma campanha de bombardeio de longa duração, que também ameaça o Líbano e o Irã. Segundo o Aiatolá Ali Khamenei, os EUA planejam bombardear Iraque e Síria servindo-se do ISIL como cortina de fumaça, seguindo o modelo já usado no Paquistão. Mais corretamente, seguindo o modelo do que os EUA chamavam "AfPak". Os EUA usaram os efeitos da instabilidade que extravasaram do Afeganistão para o Paquistão, e a expansão dos Talibã, como pretexto para bombardearem o Paquistão. Iraque e Síria também já estão 'unidos' numa só zona de conflito, para o qual Ibrahim Al-Marashi criou a neologia "Siriaque" [ing. "Syraq"].

O objetivo mais amplo: impedir a integração da Eurásia

Enquanto os EUA estão ocupados fingindo que combatem os mesmos esquadrões da morte e terroristas que criaram e armaram, os chineses e seu parceiros trabalhavam muito para integrar a Eurásia. Enquanto os EUA faziam sua Guerra Global ao Terror (GGaT), a Eurásia assistia à reconstrução da Rota da Seda. Isso, afinal, é a história de fundo e o verdadeiro motivo da insistência de Washington, que não para de manter guerras em cursos e criar mais e mais novas guerras e remobilizar todo o Oriente Médio. É a razão também pela qual os EUA só fazem empurrar a Ucrânia para um confronto com a Rússia; e é também a razão para as sanções da União Europeia contra a Federação Russa.




Os EUA tentam impedir a re-emergência da Rota da Seda e a expansão dessa rede comercial. Ao mesmo tempo em que Kerry só faz tentar apavorar as pessoas com ameaças do ISIL e suas atrocidades, os chineses só fizeram ampliar seus mapas com negócios e mais negócios por toda a Ásia e o Oceano Índico. É parte da marcha para o oeste, do dragão chinês.

Paralelamente às VIAGENS de Kerry, o presidente da China Xi Jinping visitou o Sri Lanka e foi às Maldivas. Sri Lanka já é parte do projeto chinês da Rota Marítima da Seda. As Maldivas são mais recentemente chegadas ao mesmo projeto; construíram-se acordos para incluir a ilha-nação também na rede e na infraestrutura da Rota Marítima da Seda que a China dedica-se a construir para expandir o comércio marítimo entre o Leste da Ásia, o Oriente Médio, a África e a Europa. Também não é coincidência que os dois destroieres chineses ancorados no porto iraniano de Bandar Abbas no Golfo Persa estejam fazendo manobras conjuntas com naves de guerra iranianas no Golfo Persa.

Paralela à rede leste-oeste, uma rede de comércio e transporte norte-sul está sendo também desenvolvida. O presidente Hassan Rouhani do Irã esteve no Cazaquistão recentemente, onde, com seu contraparte cazaque, Nursultan Nazarbayev, confirmaram que haverá desdobramentos comerciais importantes. Aguarda-se também a conclusão da estrada de ferro Cazaquistão-Turcomenistão-Irã, que criará uma rota de trânsito norte sul. E os dois presidentes também discutiram a cooperação entre Teerã e a União Eurasiana. Do lado ocidental do Mar Cáspio, planeja-se também um corredor paralelo norte-sul, da Rússia ao Irã atravessando a República do Azerbaijão.

As sanções anti-Rússia já começam a causar mal-estar na União Europeia, quem mais perde no processo. A Rússia já mostrou que tem opções. Moscou já começou a construir o mega gasoduto para gás natural Yakutia-Khabarovsk-Vladivostok (também chamado gasoduto Poder da Sibéria) para entregar gás à China. E a África do Sul, parceira da Rússia nos grupo BRICS, assinou acordo histórico de energia nuclear com a empresa russa Rosatom.

A importância da Rússia no cenário mundial é bem clara e vem aumentando no Oriente Médio e na América Latina. Até mesmo no Afeganistão, feudo da OTAN, a influência russa está crescendo. O governo russo compilou recentemente uma lista de mais de 100 antigos projetos soviéticos de construção, que lhe parecem importantes para serem recuperados.

Alternativa às sanções de EUA e União Europeia começa a emergir na Eurásia. Além do acordo para troca de petróleo-por-produtos que Teerã e Moscou assinaram, o ministro de Energia da Rússia Alexander Novak anunciou que Irã e Rússia já têm novos acordos no total de 70 bilhões de euros. Em breve se verá que as sanções só isolarão os EUA e a União Europeia. Os iranianos também anunciaram que estão trabalhando com seus parceiros chineses e russos para superar o regime de sanções de EUA e União Europeia.

Os EUA estão tendo de se recolher. Não podem 'pivotear-se' para o Pacífico Asiático, enquanto não resolverem as coisas no Oriente Médio e no leste da Europa, onde estão em guerra contra Rússia, Irã, Síria e seus aliados. Por isso Washington dedica-se em tempo integral a fraturar, dividir, intrigar, chantagear e corromper, no esforço para co-optar. Assim, afinal, se pode entender que os EUA não estão absolutamente preocupados em dar combate ao ISIL, que sempre serviu aos interesses dos EUA no Oriente Médio. Os EUA só têm duas principais preocupações: tentar impedir que seu império desmonte-se aos pedaços e tentar impedir a integração eurasiana.*****


[1] Mahdi Darius Nazemroaya, "America pursuing regime change in Iraq again", 20/6/2014.


[2] Mahdi Darius Nazemroaya, "The Síria Endgame: Strategic Stage in the Pentagon's Covert War on Iran", Global Research, 7/1/2013.


[3] Scott Peterson, "Iranian group's big-money push to get off US terrorist list", Christian Science Monitor, 8/8/2011.


[4] Scott Peterson, "Iranian group's big-money push to get off US terrorist list", Christian Science Monitor, 8/8/2011.


[5] Scott Peterson, "Iranian group's big-money push to get off US terrorist list", Christian Science Monitor, 8/8/2011.


[6] Scott Peterson, "Iranian group's big-money push to get off US terrorist list", Christian Science Monitor, 8/8/2011.


[7] Matt Spetalnick, Jeff Mason e Julia Edwards, "Saudi Arabia agrees to host training of moderate Syria rebels", Caren Bohan, Grant McCool, and Eric Walsh (eds.), Reuters, 10/9/2014.

Fonte: http://port.pravda.ru/


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Rádio ATEIA - Nelson Gonçalves

 


Radio ATEIA - Vitas (insuperável)

Advogado Maurício Dal Agnol teria sacado R$ 99 milhões desde junho


Preocupação com as retiradas, que prejudicariam clientes lesados na fraude da qual advogado é acusado, motivou ação da PF
por Carlos Wagner e Humberto TrezziAtualizada em 23/09/2014 | 16h4723/09/2014 | 14h40
Advogado é acusado de lesar clientes no Rio Grande do Sul
Foto: Stéfanie Telles / Especial


O advogado Maurício Dal Agnol, recolhido desde segunda-feira no Presídio Regional de Passo Fundo, foi preso, entre outros motivos, porque já teria sacado R$ 99 milhões de 400 contas bancárias diferentes. 

Isso ocorria porque a Justiça apenas bloqueou pouco mais de R$ 2 milhões pertencentes a ele e que seriam usados para garantir pagamento de sua fiança e a da mulher, Márcia Fátima Dal Agnol. Uma parente dele teria sacado R$ 1,7 milhão. Todos serão convocados a depor na PF e explicar o que fariam com o DINHEIRO.

Outro motivo alegado para a prisão é que Dal Agnol tentaria sair do país na noite de segunda-feira. Esta informação é do chefe da Delegacia da Polícia Federal em Passo Fundo, delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes.

— Recebemos a informação de que ele tinha arrumado uma mala cheia de dinheiro e pedimos prisão imediata dele, concedida pela juíza — diz Mauro Vinícius.

O pedido foi corroborado pelos promotores de Justiça Álvaro Poglia, Marcelo Pires e Júlio Ballardin.

— A soma de todos esses fatos nos levou a pedir e a conseguir a preventiva dele — afirmou o promotor Marcelo Pires.


Os promotores e a PF acreditam ter desmontado uma "máquina criminosa" responsável por um golpe dado em mais de 30 mil pessoas e que pode chegar à casa dos R$ 300 milhões. O escritório de advocacia de Dal Agnol é acusado de se apropriar de maneira ilegal do dinheiro de ações ganhas pelos clientes contra a EMPRESA DE TELEFONIA BrT (atual Oi).

A prisão aconteceu no anoitecer de segunda-feira, no centro de Passo Fundo, importante cidade agroindustrial do norte do Estado, onde era a sede do grupo ligado a Dal Agnol e que tem ramificações em vários Estados brasileiros.


Na LAND Rover usada por Dal Agnol, na qual estavam também um motorista e um segurança, foram encontrados R$ 200 mil em espécie e cerca de R$ 130 mil em cheques de empresas, que poderiam ser descontados pelo advogado. Os policiais receberam uma dica de que Dal Agnol pretendia se refugiar no Uruguai, temeroso de ser preso novamente.

Com Dal Agnol foi encontrado um passaporte vencido, mas com visto válido para entrada nos EUA. O passaporte válido, sem VISTO AMERICANO, ele tinha entregue à PF. Mesmo assim, o delegado Mauro Vinícius acredita que o advogado poderia tentar ingresso em território americano.

— Nas aduanas americanas, olham mais o visto do que a data do passaporte — cogita o policial.

Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada pela juíza Ana Cristina Frighetto, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo. Foram duas as motivações: o advogado costumava guardar armas de uso restrito, como fuzis e pistolas (o que é crime inafiançável). E, o principal motivo: o saque de milhões de reais de suas contas bancárias no Rio Grande do Sul, dando ao DINHEIRO destino ignorado.

Um levantamento em poder da juíza estima que Dal Agnol e seus familiares sacaram R$ 99 milhões desde junho, mês em que se apresentou à Justiça, após conseguir um habeas corpus que revogava sua prisão preventiva decretada em fevereiro.

Em fevereiro, Dal Agnol e seu grupo tinham sido denunciados pela Operação Carmelina, cujo nome homenageia uma senhora que morreu de câncer enquanto esperava o dinheiro jamais pago pelo advogado. Na ocasião da prisão, Dal Agnol conseguiu fugir. Um mês depois da fuga, ele conseguiu um habeas corpus para responder ao processo em liberdade.

No habeas, a Justiça estipulou uma fiança de R$ 1,6 milhão, que ainda não tinha sido paga por Dal Agnol.

A defesa de Dal Agnol entrou nesta terça-feira com um pedido de habeas corpus junto à 6º Camara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), em PORTO ALEGRE. O pedido deverá ser decidido pela desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, informou a assessoria de imprensa do TJ. Em Passo Fundo, os três promotores que estão com o caso devem enviar para o TJ, ainda hoje, uma farta documentação apreendida pela PF demonstrando que Dal Agnol estava usando a liberdade provisória para ameaçar testemunhas, entre outros crimes.
Fonte: ZERO HORA

Criando mais um factóide? - Papa ordena 1ª prisão dentro do Vaticano de acusado de pedofilia

Quando se trata de atos da ICAR, não há como não ser cético. Eu sou levado a duvidar das boas intenções do papa pelo histórico de sacanagens da instituição, que tem protegido sistematicamente os bandidos dos seus quadros que atentam contra inocentes criaturas, não só na esfera sexual, como e principalmente na seara da fé. 
Os ingênuos são vítimas da lábia dos bandidos de saia a todo momento e sequer dão-se conta de que estão a ser manipulados. 
 Francisco é perito em criar factoides, o que vem demonstrando desde que assumiu seu posto.

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Josef Wesolowki é acusado de abusar sexualmente de crianças na República Dominicana

O papa Francisco ordenou pessoalmente nesta terça-feira a detenção de um ex-arcebispo e ex-embaixador da Santa Sé acusado de pedofilia, no primeiro caso de prisão no Vaticano de alguém suspeito de cometer esse crime.

O polonês Jozef Wesolowski, de 66 anos, foi representante diplomático da Igreja Católica (núncio) na República Dominicana de 2008 a 2013.

Ele havia sido chamado de volta ao Vaticano no ano passado, após terem surgido acusações na mídia do país caribenho de que ele teria cometido abuso sexual de crianças.

Em junho deste ano, Wesolowski foi destituído do cargo de arcebispo por um tribunal do Vaticano. Desde então, ele vivia dentro de um convento na cidade-estado.

Segundo um porta-voz da Santa Sé, Wesolowski está sendo mantido em prisão domiciliar no mesmo local devido à fragilidade de sua saúde.

Fato inédito

É a primeira vez que um prelado do alto escalão da Igreja Católica é preso dentro do Vaticano.

Em Roma, ele aguardava o julgamento de sua solicitação de imunidade diplomática por parte da Justiça dominicana e da Polônia, onde nasceu.

O arcebispo deve ir a julgamento no fim deste ano também em um tribunal do próprio Vaticano.

De acordo com o porta-voz papal, o padre italiano Federico Lombardi, o papa Francisco ordenou pessoalmente a prisão do prelado para que as acusações graves possam ser examinadas sem atraso.

Desde que foi escolhido para chefiar a Santa Sé, no ano passado, o pontífice argentino vem tentando estabelecer como uma das marcas de sua administração o combate às denúncias de pedofilia dentro da Igreja Católica.

Fonte: BBC

terça-feira, 23 de setembro de 2014

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Arqueólogos encontram restos das câmaras de gás de Sobibor


Após quase uma década de pesquisas, arqueólogos poloneses e israelenses acham vestígios das câmaras de gás do campo de extermínio de Sobibor. Em entrevista à DW, historiador alemão fala sobre a importância da descoberta.


Após anos de pesquisa, arqueólogos poloneses e israelenses descobriram os restos das câmaras de gás do campo de extermínio de Sobibor, no sudeste polonês. "Depois de oito anos, chegamos à reta final", disse o arqueólogo israelense Yoram Haimi.

O historiador polonês Tomasz Kranz, diretor do memorial do campo de concentração de Majdanek, chamou a descoberta, anunciada na última quarta-feira (17/09), de histórica.

Diferentemente do campo de concentração de Ausschwitz-Birkenau, Sobibor era um mero campo de extermínio. Entre 1942 e 1943, mais de 250 mil pessoas foram mortas no local. Após uma rebelião em 1943, os nazistas destruíram todos os vestígios do campo para apagar as pistas de seus crimes.

Em entrevista à DW, o historiador Wolfgang Benz falou da importância da atual descoberta, explicando que a destruição dos vestígios foi extremamente rigorosa, o que dificultou o descobrimento dos fundamentos das câmaras de gás. Benz foi diretor do Centro de Pesquisa sobre Antissemitismo na Universidade Técnica de Berlim até 2011.

DW: Que espécie de lugar era Sobibor e o que foi encontrado ali agora?

Historiador Wolfgang Benz diz que descoberta serve, em primeira linha, à memória

Wolfgang Benz: Sobibor era um campo de extermínio, ou seja, não era um campo de concentração. Quem lá chegava era assassinado imediatamente, sem grandes demoras. Somente um pequeno número, no máximo algumas centenas de judeus, permaneceu por mais tempo, como trabalhadores escravos, necessários para o extermínio. Lá foram encontrados fundações das câmaras de gás, que há muito tempo não eram mais visíveis.

Por que isso foi encontrado só agora?

Em 14 de outubro de 1943, houve em Sobibor uma revolta dos prisioneiros. Cerca de 300 conseguiram fugir, mas a maioria não sobreviveu. Após essa rebelião, Heinrich Himmler, o chefe de todos os campos de concentração, ordenou a remoção de todos os vestígios e a destruição completa de Sobibor.

Isso foi executado com grande rigor e, em dezembro do mesmo ano, os últimos soldados da SS se retiraram do local, após terem matado os trabalhadores escravos judeus que haviam sobrevivido. A remoção dos vestígios foi executada com um rigor extraordinário.

Mas isso não impediu que, após 1945, saqueadores de túmulos e ladrões tenham sistematicamente vasculhado os campos de extermínio de Sobibor, Treblinka e Belzec, à procura de tesouros e pertences das vítimas. Depois a natureza tomou conta do terreno. O vilarejo de Sobibor é extremamente isolado, na fronteira entre a Polônia e Belarus. Durante décadas, ninguém mais se interessou pelo que restou daquele campo.

Qual a importância da descoberta das fundações?

Sobibor está entre os campos de extermínio mais bem pesquisados do período nazista. Graças à pesquisa histórica e ao testemunho de sobreviventes, estamos muito bem informados sobre o que aconteceu no local. Isso significa que a descoberta das fundações das câmaras de gás tem, em primeira linha, um caráter emocional. O fato de lá existirem sinais visíveis serve à memória.

Agora, Sobibor pode ser elevado ao status de memorial, onde os visitantes também podem ver algo. Até então, ele não parecia mais do que um pedaço de floresta, no qual se encontra uma barraca e, a alguma distância, uma estação ferroviária, onde chegavam os condenados à morte.

A descoberta foi uma ação que agrega caracteres táteis à memória, mas não traz novidades sobre o que aconteceu em Sobibor e a finalidade de sua construção.

O que vai acontecer à descoberta?

Isso não deve ser perguntado a um historiador, mas àqueles capazes de financiar um memorial adequado para esse lugar, onde 250 mil pessoas foram assassinadas, como já existe em Belzec e Treblinka.

Fonte: DW

domingo, 21 de setembro de 2014

Rádio ATEIA - o show de EDDY LOUISS

 



   



Rádio ATEIA - Mais MARIZA

Vassalos do Vaticano e de outros segmentos poderosos

"Penso, logo existo" - DESCARTES

Ao longo da vida tenho percebido, mormente nas lides jurídicas e nas leituras sobre a postura assumida por homens públicos, que há muita gente que não abdica da qualidade de vassalo de interesses externos.
Muitos dos nossos políticos (legisladores e ocupantes de cargos no Poder Executivo), membros do Ministério Público e muitos julgadores também parecem sofrer de um temor reverencial aos homens de sotaina, aos banqueiros, às multinacionais e aos dirigentes de superpotências. Mostram subserviência extrema, chegando a parecer lacaios, em detrimento dos interesses do povo brasileiro, que teoricamente representam, tudo para agradar aos poderosos.
Sofrem de uma espécie de síndrome que não lhes permite autonomia, muito menos independência, em relação às “metrópoles”, agindo como “colonizados”.
Falta-lhes brio, dignidade. Carecem de coragem para romper a dominação e acabam comprometendo os interesses nacionais. Não são poucos os que, mostrando irritante tendência para prestar vassalagem, cometem o que se pode considerar “crimes de lesa pátria”.
Quanto aos operadores do Direito – membros do Ministério Público e da magistratura federal e estadual – as consequências são mais graves, porque acabam por desrespeitar a Constituição Federal, a qual afirma a qualidade de república e de estado laico do Brasil. E quando os operadores do Direito convalidam atitudes desrespeitosas à constituição, praticadas por legisladores e gestores públicos, um país perde todo o respeito que poderia gozar entre as nações.
Uma coisa é gostar de servir, de ser lacaio. Outra, bastante reprovável e inadmissível, é dispor das riquezas nacionais para favorecer imperialistas.
Considero abominável traição permitir que setores religiosos, financeiros e/ou mercantilistas apoderem-se das riquezas do povo brasileiro e é preciso tomar uma atitude bastante contundente contra esses entreguistas de carteirinha. Defenestrá-los dos serviços públicos é o mínimo que se deveria fazer. Eles não são dignos de dizer-se brasileiros, menos ainda de ocupar cargos públicos de tanta relevância.
Que guardem suas simpatias pelos poderosos para as suas vidas pessoais, nunca para as suas vidas públicas.
Tribunais brasileiros, forçando interpretações da legislação vigente em favor da Igreja Católica, por exemplo, concedem privilégios abomináveis, fazendo surgir uma espécie de Direito Confessional que faz lembrar a submissão da humanidade ao Direito Canônico. Imunidade e isenções tributárias não são suficientes. O Estado ainda custeia restauro de templos ditos históricos, eventos religiosos e até constrói templos em terrenos estatais, como o fez o TJ/SC, ao edificar a denominada capela ecumênica. É um acinte ao republicanismo: res publica, os magistrados não desconhecem, obviamente, tal circunstância, é sinônimo de coisa pública e não de coisa privada, de sorte que a construção do templo religioso, com dinheiro público, lesou os cofres do Estado e o(s) ordenador(es) daquela despesa cometeram desvio de recursos para instituições particulares.
Vários magistrados não honraram a autoridade que lhes foi delegada pelo povo, quando se portaram como simplórios defensores dos interesses de um ou mais cultos, em detrimento do estado laico e, portanto, da república.

Tais adeptos da clerocracia possuem plena consciência das irregularidades que praticam, mas colocam conveniências pessoais bem acima dos interesses coletivos. Sonhando com uma cadeira num Tribunal de Justiça, num TFR, no STJ e até no STF, não titubeiam em atropelar a Constituição, rasgando o juramento que leram quando foram empossados como servidores do Estado. Apostam na reciprocidade: defendem os interesses da Igreja Católica, ou de outra instituição religiosa, na esperança de serem lembrados e apoiados para a ocupação de cargos de desembargadores e de Ministros.
Corja!!!

Sobre a morte de Eduardo Campos - Cia teria derrubado o avião


Bíblia da conspiração: jornalista de renome nos EUA diz que CIA derrubou avião de Eduardo Campos
Por Claudio Tognolli | Claudio Tognolli – sáb, 20 de set de 2014


Vela a pena ler a lista de presidentes que, segundo a teoria da conspiração planetária de plantão 24 horas por dia, foram assassinados pela CIA, a toda-poderosa agência de inteligência dos EUA.

A bíblia desse pessoal costuma ser a obra Confissões de um Assassino Econômico, do ex-agente da CIA John Perkins.

Perkins diz que Omar Torrijos, presidente do Panamá, foi assassinado num acidente aéreo forjado em 1981. Perkins estabelece que a CIA usou o “acidente aéreo” para matar também o ex-presidente do Equador, Jaime Roldós Aguilera, também em 1981.

Até nosso João Goulart, morto em dezembro de 1976, entrou na lista dos mortos da CIA.

A mais recente papagaiada vem de Wayne Madsen, jornalista norte-americano, que se vende como repórter investigativo, mas gosta mesmo é de emitir opiniões.

Wayne Madsen publicou esta semana em sua coluna no jornal online Strategic Culture Foundation, o texto em que denuncia que a morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), em acidente de avião no dia 13 de agosto, teria resultado de uma trama da CIA.

O artigo é intitulado “All Factors Point to CIA Aerially Assassinating Brazilian Presidential Candidate” (“Todos os Fatores indicam que a CIA assassinou por via aérea candidato brasileiro à Presidência”). Madsen estabelece que uma derrota de Dilma Rousseff representaria uma vitória para os planos de Barack Obama de eliminar “presidentes progressistas” da América Latina.

Madsen sustenta que “é preciso considerar que o acidente de Eduardo Campos foi o primeiro com vítimas fatais em cerca de 20 anos da existência do avião Cessna 560XLS, modelo considerado “perfeitamente seguro”.

Madsen lança sombras até sobre equipe norte-americana que veio ao Brasil investigar a queda do avião. Diz que a National Transportation Safety Board é famosa na “excelência em acobertar ações criminosas”.

Madsen é taxativo: Marina seria ligada a uma corrente chamada Terceira Via, da qual fazem parte Bill Clinton, Tony Blair e Fernando Henrique Cardoso, todos financiados por George Soros para assumir partidos ligados aos trabalhadores. Eduardo Campos também pertenceria ao grupo, mas não venceria a eleição.

"Desde a sua introdução em 1996, o modelo Cessna Citation 560XLS tem desfrutado de um histórico de segurança perfeito. A morte repentina de Campos inverteu a campanha presidencial brasileira de uma forma que pode beneficiar os Estados Unidos e a agenda de longo prazo da Agência Central de Inteligência para a América Latina". 

"Marina Silva está sendo apontada como «Terceira Via»do Brasil. Terceira Via é um movimento internacional que tem sido usado por políticos corporativos, muitos deles financiados por Soros, para se infiltrar e assumir historicamente pró-laborem, socialista, e partidos progressistas. Políticos mais notáveis ​​ “terceiras vias” incluem Bill Clinton, Tony Blair, da Alemanha, Gerhard Schroeder, do Canadá Justin Trudeau, François Hollande, e o francês Manuel Valls, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e ex-primeiro-ministro Romeo Prodi, também italiano, de Portugal José Sócrates,de Israel Ehud Barak, e funcionários do Partido Socialista Brasileiro, verdes e social-democratas , incluindo Silva, Neves, o falecido Eduardo Campos, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso".

"Os assassinatos aéreos do Secretário-Geral das Nações Unidas Dag Hammarskjöld, presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, presidente do Burundi Cyprien Ntaryamira, Português primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, presidente do Paquistão, Muhammad Zia Ul-Haq, prospectivo primeiro-ministro indiano Sanjay Gandhi, União presidente americano United Auto Workers ‘Walter Reuther, o ex-senador pelo Texas John Tower, e o senador Minnesota Paul Wellstone tudo trazia as marcas do envolvimento de uma ou mais agências de inteligência dos EUA em pôr fim à carreira política que ameaçava os fundamentos da América imperial".

Fonte: YAHOO

Rádio ATEIA - A maravilhosa intérprete portuguesa Mariza

 





terça-feira, 16 de setembro de 2014

Homenagem a LUPICÍNIO RODRIGUES

PIOR FEZ O TJ/SC, que ergueu, com dinheiro público, uma Capela "ecumênica" junto à sua sede, em Florianópolis





Espaço "ecumênico" da UFPR é católico

A UFPR (Universidade Federal do Paraná) passou por cima do Estado laico ao restaurar a Capela Nossa Senhora do Carmo, anexa ao prédio da reitoria. Por ser federal, a universidade é sustentada por recursos de impostos pagos por brasileiros de todas as religiões, além dos descrentes. 
Pela Constituição, nenhuma instância de governo pode financiar obras de instituições religiosas. A universidade cujo campus fica em Curitiba não divulgou quanto gastou no restauro, feito em 2013 durante oito meses. 

A capela deveria ter sido transformada em um espaço ecumênico para o uso de estudantes de todas as religiões, já que o local tem de ser preservado por ser um patrimônio histórico do Paraná. A capela existe desde 1958. 

Na reinauguração da capela, no dia 8 de agosto, o reitor Zaki Akel Sobrinho disse ter expectativa de que a capela “acolha cada vez mais pessoas como um espaço ecumênico de reflexão e disseminação de fraternidade e da compreensão humana”. 

Mas o que houve mesmo, naquele momento, com a celebração de uma missa, foi a disseminação da crença católica e a falta de compreensão para com a Constituição brasileira. Nenhum representante de outras religiões foi convidado para a inauguração do espaço "ecumênico" da universidade.



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Arabia Saudita condena ateu à prisão e a mil chibatadas



Raif Badawi foi condenado 
por insultar o Islã na internet


O Tribunal de Recursos de Jeddah, da Arábia Saudita, confirmou a sentença proferida em 7 de maio ao jovem ateu blogueiro Raif Badawi (foto). Ele foi condenado a 10 anos de prisão e a mil chicadas (cinquenta por sessão) por ter “insultado o Islã” na internet. 

A primeira sessão de chibatadas poderá ocorrer nos próximos dias, em uma sexta-feira defronte a uma mesquita em Jeddah (ou Jidá), após as orações. 

A Justiça também o proibiu de sair do país por 10 anos, de usar meios de comunicação e determinou que pagasse multa correspondente a US$ 266.600 (cerca de R$ 624 mil).

Arábia Saudita tem cerca de 29 milhões de habitantes, dos quais 92% são islâmicos, 5% cristãos e o restante divido entre outras religiões e entre agnósticos e ateus. 

Inicialmente, Badawi foi acusado de “apostasia” e, por isso, poderia ser condenado à morte. Ele está preso desde 17 de junho de 2012.

Em julho de 2014, Waleed Abu al-Khair, advogado de Badawi e ativista dos direitos humanos, foi condenado a 15 anos de prisão sob a acusação de estar “perturbando o regime”.

Entidades humanistas internacionais pressionam a Justiça saudita para que as sentenças sejam canceladas.



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A Alemanha protesta contra o antissemitismo em Berlim


A chanceler Angela Merkel participa da manifestação junto ao presidente alemão Joachim Gauck



Merkel, em sua intervenção no protesto contra o antissemitismo. / THOMAS PETER (REUTERS)
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A tranquilidade dominical de Berlim e a visita de centenas de turistas no lugar mais emblemático da cidade, o Portão de Brandemburgo, foram interrompidas esta tarde quando o mundo político, religioso, cultural e intelectual do país se reuniu no local para denunciar uma doença que parecia ter desaparecido do país: o antissemitismo. Sob o lema “Levante-se. Ódio aos Judeus Nunca Mais”, o Conselho Central Judaico decidiu organizar uma grande manifestação, que contou com o interessado apoio da chanceler Angela Merkel.

Entre as personalidades que aceitaram estar presentes no palco, estavam o presidente da Alemanha, Joachim Gauck; o presidente do Conselho da Igreja Evangélica, Nikolaus Schneider; o presidente da Conferência Episcopal, o cardeal Reinhardt Marx; e o presidente do Conselho Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, que também se dirigiu ao país para pedir à população uma clara mostra de solidariedade e apoio à comunidade judaica que vive na Alemanha.

A manifestação que começou às 15h no horário local representa um novo marco no país, cujo verão foi de temperaturas elevadas devido às centenas de palestinos que saíram às ruas para gritar slogans contra os judeus, e protestar pelo que classificaram como um “genocídio” conduzido pelo exército israelense na Faixa de Gaza, gritando frases que lembraram os dias sombrios vividos pela Alemanha durante o Terceiro Reich.

“Morte aos judeus!”, “Judeu, judeu, porco covarde, saia e lute sozinho!”, “Judeus, às câmaras de gás!” foram alguns dos gritos que os manifestantes, em sua maioria de origem palestina, lançaram durante as manifestações realizadas na elegante e central rua Kursfürstendamm, e diante do olhar destemido de pedestres alemães.

O fim das hostilidades na Faixa de Gaza conseguiu o milagre em Berlim e em outras capitais europeias de acabar com os protestos, mas as manifestações nas ruas deixaram uma marca profunda na comunidade judaica, sobretudo a que vive em Berlim, e também nos círculos oficiais do país devido a outro fenômeno: a população alemã, além de mostrar indiferença diante dos ataques verbais recebidos pelos judeus, nunca mostrou-se solidária.

“Todos os alemães e todas as pessoas que vivem na Alemanha têm que levantar a voz quando o antissemitismo se manifesta na rua”, disse o presidente do país, Joachim Gauck. O apelo da primeira autoridade da Alemanha foi seguido por Merkel, alertando que os eventos que abalaram a capital eram um ataque “à liberdade e à tolerância” e uma tentativa de desestabilizar a ordem democrática.

“Existe uma grande insegurança na comunidade judaica e as pessoas já não se atrevem a caminhar com um kipá por alguns bairros em Berlim, como Kreuzberg ou Neuekölln, onde existe uma grande maioria de habitantes de origem árabe ou turca e tampouco em Marzahn, onde há uma forte presença neonazista”, disse Sergey Lagodinski, um destacado cientista político judeu e membro do diretório da comunidade judaica. “Os protestos deixaram em evidência o nível de intolerância que existe em Berlim e em outras cidades alemãs”, acrescentou.

A falta de solidariedade e intolerância convenceram o Conselho Central Judaico a organizar uma manifestação, mas a convocatória, apesar de apoiada pelas personalidades mais destacadas do país, termina com um enigma que preocupa. Ninguém sabe quantas pessoas foram à manifestação em solidariedade à comunidade judaica.

Fonte; E L PAIS

Com a velha arrogância implícita na teoria do "destino manifesto", EUA lançam seu primeiro ataque aéreo contra o EI perto de Bagdá



A operação marca uma nova fase na ofensiva de Washington no Iraque



O secretário de Estado John Kerry e o presidente de Iraque Faud Masum. / AFP


Os Estados Unidos deram o prometido passo em direção à ofensiva contra os extremistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque. Na noite de segunda-feira, o Comando Central (Centcom, na sigla em inglês) confirmou que aviões norte-americanos bombardearam posições do grupo islâmico perto de Bagdá, nas últimas horas.

A operação corresponde ao anúncio feito há menos de uma semana pelo presidente Barack Obama de que iria suspender a restrição aos ataques aéreos realizados contra o EI. Desde o começo de agosto, as ofensivas tinham se limitado à defesa de pessoal e de interesses norte-americanos no Iraque ou em apoio a missões humanitárias. Os ataques foram anunciados no mesmo dia em que os EUA e cerca de 30 outros países concordaram com o uso de “todos os meios, inclusive militares” contra o grupo terrorista, durante uma cúpula em Paris.

“O ataque aéreo a sudoeste de Bagdá foi o primeiro realizado como parte de nossos esforços ampliados para oferecer mais do que proteger nosso próprio pessoal e apoiar as missões humanitárias, e, sim, atacar alvos do EI enquanto as forças iraquianas passam à ofensiva, tal como o presidente expôs na última quarta-feira”, disse o Centcom em um comunicado.

O primeiro ataque nesta nova fase teve como objetivo “uma posição de combate do EI a sudoeste de Bagdá que estava disparando contra membros das Forças de Segurança Iraquianas”, segundo a declaração oficial.


MAIS INFORMAÇÕES

Em 10 de setembro, em seu discurso à nação para definir a “estratégia” dos EUA para “enfraquecer e, finalmente, destruir o EI”, Obama anunciou que tinha autorizado o início de uma “campanha sistemática de ataques aéreos contra os terroristas” e que, no caso do Iraque, serviriam para ir “mais além do que proteger nosso pessoal e missões humanitárias, mas sim para atacar alvos do EI enquanto as forças iraquianas passam à ofensiva”. Em outra importante mudança de posição, o presidente afirmou ainda que a luta contra o EI não se limitará ao Iraque e poderá também se estender à Síria.

Além desse novo tipo de ataque perto da capital iraquiana, a Força Aérea norte-americana bombardeou, na segunda-feira, posições do EI nos arredores da localidade curda de Sinjar, levando a mais de 160 o número de missões realizadas no Iraque desde o começo de agosto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Campanha da Atea pede que voto seja da razão, e não da fé



Associação está preocupada com
a deterioração do Estado laico
A Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) fará campanha para que o eleitor não se deixe influenciar pelas pregações de religiosos no dia das eleições. “Não vote com fé. Use a razão”, diz mensagem que a associação vai divulgar em outdoors em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis. A informação é do Estado de S.Paulo.

A menos de 30 dias das eleições, os principais candidatos — Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) — defendem a laicidade, mas na prática têm se dedicado em agradar líderes religiosos (principalmente evangélicos) com promessas de medidas que afetam a separação entre Estado e religião.

Esse apoio dos candidatos não é de graça, disse Daniel Sottomaior, presidente da Atea. “Eles [os líderes religiosos] estão apoiando candidatos na expectativa de haver um retorno, com doações ou financiamento de eventos religiosos”, além da adesão do futuro governo à pauta conservadora de pastores, como o veto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Sottomaior afirmou que os candidatos estão “beijando a mão dos cardeais”, como era previsível, mas, segundo ele, Marina tem se destacado por causa de suas declarações dúbias. “É difícil saber qual é a linha dela.”

Os outdoors da Atea não farão campanha contra nenhum candidato, focalizando-se na defesa do Estado laico, que “está se deteriorando”, disse Sottomaior.

A campanha vai evidenciar a contradição de um país que se diz laico ter prédios públicos que ostentam símbolos religiosos. Um dos outdoors diz: “Sua religião não é nossa lei.”

Em 2011, a Atea fez campanha ressaltando que “religião não define caráter”.

É uma associação sem fins lucrativos. Com cerca de 13 mil filiados, tem se pautado principalmente em combater o preconceito contra descrentes e defender a laicidade de Estado estabelecida pela Constituição de 1988.

Com informação do Estado de S.Paulo.


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Pastor pede a Deus que livre o Brasil de políticos evangélicos


Título original: Deus nos livre de políticos evangélicos

por Ricardo Gondim
pastor da Igreja Betesda


"Histórico expõe a fragilidade
ética de líderes pentecostais"

Uma importante eleição acontecerá em breve. Há algum tempo, preocupado com o ideario político do movimento evangélico, escrevi Deus nos livre de um Brasil evangélico . O texto, obviamente, suscitou opiniões diversas. Igrejas, envolvidas com o poder e tomadas por ambições messiânicas, chiaram. Crentes, fascinados com propostas messiânicas de transformar o Brasil em uma república cristã, reagiram com raiva. Nem menciono americanófilos – eles acreditam que Deus elegeu os Estados Unidos como farol sobre a colina para revelar ao mundo um modelo de nação justa e igualitária.

A revista eletrônica Huffington Post publicou um texto de Geoffrey R. Stone, professor de direito da Universidade de Chicago (aqui) . Stone se deparou com uma lista dos dez Estados com maior índice de pessoas que se consideram religiosas na América. Com excessão de Utah, mormóm, todos os outros fazem o cinturão bíblico, o chamado Bible belt. Portanto, Estados com predominância evangélica. Por ordem, são: Mississippi, Utah, Alabama, Louisiana, Arkansas, Carolina do Sul, Tennessee, Carolina do Norte, Georgia e Oklahoma. 


Stone pesquisou o que essa maciça presença evangélica significa nesses Estados do sul. Sua descoberta estarrece:

- Nove dos dez Estados mantiveram escolas racialmente segregadas até a decisão da Suprema Corte de aboli-las em 1954.

- Cinco dos dez estados continuam como os piores na insistência de manter segregação racial nas escolas públicas.

- Oito dos dez estados constam nas lista dos onze com maior população carcerária.
- Todos os dez estados têm pena de morte.

- Sete dos dez estão entre os dez com mais alta percentagem de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.

- Sete dos dez Estados constam como os nove piores com obesos e obesas.

- Nove dos dez Estados fazem parte dos vinte com maiores índices de fumantes.

- Sete dos dez Estados foram ranqueados entre os dez com a pior condição de saúde.

- Nove dos dez Estados constam entre os treze piores na expectativa de vida.

- Sete dos dez Estados têm os piores níveis nacionais na qualidade de serviço médico.

- Cinco dos dez Estados são os únicos estados americanos sem leis de salário mínimo.

- Todos os dez participam das listas dos piores salários mínimos americanos.

- Nove desses dez Estados estão na lista dos dezoito piores com gastos em educação pública.

- Nove dos estados foram inseridos na lista dos vinte piores no quesito qualidade da escola pública.

- Nove desses dez estados constam dos vinte piores nos índices de morte provocada por arma de fogo.

- Cinco dos Estados constam entre os dez em que mais cidadãos veem pornografia na internet.

No Brasil seria diferente? Acredito que o melhor dos mundos que políticos evangélicos moralistas prometem pode não acontecer. Pelo contrário, com o histórico já bem documentado da fragilidade ética dos líderes e com a falta de senso crítico dos seguidores, caso o avanço do neopentecostalismo continue e mais grandes empresas da fé comprem horário na televisão, o pior ainda está por vir. Infelizmente.





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Discurso de Kennedy sobre Estado laico serve para Brasil




"Acredito em separação absoluta
entre Igreja e Estado na América"

Quem acompanha o blog há mais tempo já deve estar com o saco cheio de me ver fazer copy-paste do discurso de John F. Kennedy sobre a separação entre igreja e Estado, mas dada a temperatura e a direção do debate eleitoral, eu me vejo obrigado a repeti-lo.

O contexto do discurso: em 1960, Kennedy era um católico com chances reais de se tornar presidente dos Estados Unidos, algo que alarmava os líderes de igrejas protestantes, e parte da população. 

Havia um certo folclore, na mente anglo-saxã, de que um governante católico seria um títere do Vaticano, um interventor governando em nome do papa, uma violação, portanto, da soberania nacional (esse medo atávico se reflete na lei britânica que proíbe um católico de assumir o trono do Reino Unido; e, por mais que o temor nos pareça infundado hoje em dia, lembremo-nos de que o Brasil precisou esperar surgir um presidente — um ditador, na verdade — luterano antes de ver aprovada a lei do divórcio).

Kennedy tinha motivos mais do que óbvios para tentar dissipar essa preocupação, e foi com esse intuito que se dirigiu à Associação de Ministros Religiosos da Grande Houston, em 12 de setembro de 1960. O trecho crucial aparece nos dois parágrafos abaixo:

Eu acredito em uma América onde a separação entre Igreja e Estado é absoluta, onde nenhum prelado católico dirá ao presidente (se este for católico) como agir, e nenhum ministro protestante dirá a seus fiéis como votar; onde nenhuma igreja ou escola religiosa receberá verbas públicas ou favores políticos; e onde nenhum homem será rejeitado para um cargo público apenas porque sua religião difere da do presidente que poderia nomeá-lo, ou da do povo que poderia elegê-lo.


Eu acredito em uma América que não é, oficialmente, nem católica, nem protestante, nem judaica; onde nenhuma autoridade pública pede ou acata instruções sobre políticas públicas do papa, do Conselho Nacional de Igrejas ou de qualquer outra fonte eclesiástica; onde nenhum corpo religioso busca impor sua vontade, direta ou indiretamente, à população ou aos atos das autoridades públicas; e onde a liberdade religiosa é tão indivisível que um ato contra uma igreja será tratado como um ato contra todas.


O que Kennedy estava dizendo, em suma, cabe em cinco proposições:


1. A religião do agente público deve ser irrelevante frente a sua capacidade para a função;


2. A religião do agente público deve ser irrelevante para o exercício de sua função;


3. Nenhuma religião deve receber favores do Estado;


4. Nenhuma religião deve tentar influenciar o Estado;


5. Perseguição religiosa é inaceitável.

É importante notar que essas proposições funcionam como uma espécie de salvo-conduto religioso para o candidato: se adotadas, não importa se o político é satanista, fundamentalista, criacionista, panteísta ou o raio que o parta: os princípios de irrelevância, não-favorecimento e veto à perseguição garantem que a filiação religiosa do mandatário não vai contaminar as políticas públicas, nem terá o aparelho do Estado como instrumento.

No Brasil, o que os candidatos buscam fazer — e a dose de má-fé implícita nesse movimento eu deixo para o leitor julgar — é dar a impressão aos eleitores de que a religião deles será a privilegiada. Sejam eles quem forem. O fato de Marina Silva ser identificada claramente com a Assembleia de Deus só faz com que a pose de "privilégios para todos" tenha menos credibilidade, só isso.

Melhor seria se os brasileiros de todos os credos aceitassem o fato de que é impossível privilegiar a todos, e que o que vem acontecendo de fato — um rodízio de privilégios, com um acordo internacional que agrada a X, um alvará de construção que agracia Y, um beija-mão que mexe com a vaidade de Z — só faz criar uma espiral descendente que ameaça tanto a forma quanto o espírito da democracia.

O discurso de Kennedy não foi feito para uma plateia de ateus, mas de ministros protestantes. Tornar a religião irrelevante para o Estado não é desprestigiá-la: é garantir sua liberdade. Seria bom se o povo brasileiro percebesse isso.