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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Asseio é indispensável



Em tempos de contaminação massiva por vírus das mais diversas espécies (corona, febre amarela, sarampo, etc...) é preciso intensificar e aprimorar a fiscalização da higienização de veículos de transporte coletivo, de atenção à saúde (SAMU) e de aplicativos, de lugares frequentados por muita gente, como Aeroportos, Estações Rodoviárias, restaurantes, bares, shoppings, supermercados, repartições públicas (incluindo quartéis), escolas e colégios, estádios de futebol, etc..., em uma palavra (antiga), andurriaes (VITERBO -  Elucidário...).

Ademais, cumpre a cada cidadão - por solidariedade também - dar parcela de indispensável colaboração no combate a tais pragas, viajando menos, lavando as mãos e parte dos braços com mais capricho e frequência, de sorte que a transmissão encontre resistência em medidas tão simples.

É pegar ou largar. Não teremos chances de sobrevivência se todos não nos preocuparmos e nos engajarmos num combate de vida ou morte. 
Saúde!!!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Morre Ronald Levinsohn, protagonista de um dos maiores casos de corrupção da ditadura, amigo de jornalistas e de juízes



Publicado por Miguel Enriquez
- 29 de janeiro de 2020



 
Ronald Levinsohn em evento com Boni (ao centro) em SP

POR MIGUEL ENRIQUEZ

Com a morte de Ronald Levinsohn, na segunda feira, 27, aos 84 anos de idade, desaparece o protagonista de um dos maiores escândalos empresarias ocorridos durante a ditadura militar.

Gaúcho da cidade litorânea de Rio Grande, filho de pai judeu inglês e mãe argentina, Levinsohn em apenas uma década acumulou uma fortuna no mercado financeiro, à frente da Delfin, criada em 1969, a principal companhia independente de crédito imobiliário do país. Com 3,5 milhões de depositantes, a empresa era superada apenas pela Caixa Econômica Federal.

Uma águia nos negócios, Levinsohn revelou-se, ao mesmo tempo, um às também na arte de cultivar as amizades certas, com uma desenvoltura capaz de colocar no chinelo o americano Dale Carnegie, o autor do best-seller Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas.



Seus alvos preferenciais eram políticos, militares e jornalistas. Na área de comunicações, tinha como interlocutores privilegiados nomes como José Bonifácio Sobrinho, o Boni, da TV Globo, Elio Gaspari, então na Veja, e Paulo Francis, que chegou a defendê-lo publicamente quando da quebra da Delfin.

Não se pode esquecer, é claro, das gordas verbas publicitárias para os veículos de comunicação, que o tornaram uma personalidade praticamente intocável, badalado e mimado em suas páginas de economia e negócio ou nas colunas sociais.

Essa condição levou o jornalista Luis Nassif, que chegou a sofrer prejuízos em sua carreira profissional por enfrentar o poder de Levinsohn, a defini-lo como “o empresário que comprava jornais”.

Enfim, o personagem era uma espécie de Eike Batista da segunda metade do século 20, só que menos histriônico, mais discreto e com mais cabelos.
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A casa começou a cair para Levinsohn às vésperas da virada do ano de 1982. Até ali, graças à sua influência política e midiática, o empresário vinha conseguindo com sucesso arrastar durante alguns anos pesadas dívidas junto ao extinto Banco Nacional da Habitação (BNH), estatal responsável pelo financiamento da aquisição de imóveis no Brasil, incorporado à Caixa, em 1986.

Ao todo, a Delfin devia ao banco estatal 70 bilhões de cruzeiros, a moeda da época, equivalente a 250 milhões de dólares. Para reduzir o endividamento, a Delfin propôs ceder ao BNH dois imóveis, um na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e outro em Cotia, em São Paulo, pelo valor de 60,8 bilhões cruzeiros.

Até aí, nenhum problema, não fosse um pequeno detalhe: na avaliação de técnicos do banco, os dois terrenos valiam bem menos, cerca de 6,3 bilhões de cruzeiros, um sexto do pretendido por Levinsohn.

No entanto, a despeito da disparidade e do alerta da direção do BNH (um diretor, responsável pela área de poupança e empréstimo, pediu demissão, por se opor ao favorecimento à Delfin) a transação foi aprovada, com a benção do coronel Mario Andreazza, ministro do Interior, ao qual o banco era subordinado, operação que chegou a envolver os ministros Delfim Netto (Planejamento) e Ernane Galvêas (Fazenda).

A maracutaia foi revelada na edição do dia 30 de dezembro de 1982 do jornal Folha de S. Paulo, em matéria do jornalista do José Carlos de Assis, que lhe valeu o prêmio Esso de Reportagem de 1983. Foi como um raio em céu de brigadeiro.

Já no primeiro dia útil de janeiro de 1983, milhares de depositantes em cadernetas da Delfin correram às suas agências, resgatando seu rico dinheirinho.

A corrida para evitar o calote levou o Banco Central a decretar intervenção na Delfin, ao mesmo tempo em que transferia suas contas para a Caixa.

Segundo reportagem da jornalista Simone de Oliveira, na edição de 19/01/2018 de O Globo, o objetivo era resguardar os interesses dos clientes, já que haviam sido detectados desvio de depósitos de correntistas no valor de 6 bilhões de cruzeiros, por meio de transações bancárias irregulares praticada pelos diretores da Delfin.

Quando da intervenção, a Delfin devia 77 bilhões de cruzeiros para o BNH. Desde sempre, Levinsohn creditou a intervenção a perseguições promovidas por funcionários de escalões inferiores do BNH. “Foi feito um bom negócio para todo mundo… A intervenção da Delfin é imaginação de pessoas que não sabem de nada”, afirmou na época ao jornal carioca”.

A verdade é que ela veio tarde: pelo menos desde 1978, já era proposta pela diretoria do BNH, e “matada no peito” pelos bons amigos de Levinsohn no governo do general João Figueiredo.

Como mostra a reportagem de O Globo, o caso se arrastou judicialmente por décadas. “Em 1991, o empresário Ronald Levinsohn fez um acordo com o BC: ficar com o que restava da Delfin e pagar a dívida em 13 anos. Nenhuma parcela chegou a ser quitada.”

Finalmente, em março de 2006, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), reconheceu como justo o pagamento da dívida junto ao BNH, com os dois terrenos. Aparentemente a Corte aceitou a tese Mandrake da defesa da Delfin para justificar a transação proposta ao BNH e que foi classificada de estelionato pelo BC. Segundo essa tese, os terrenos deveriam ser avaliados pelo chamado “valor potencial”.

Ou seja, num exercício de futurologia, deveriam ser incluídos os ganhos com prédios e benfeitorias que seriam erguidos no futuro, e não pelo valor real de venda dos imóveis, como costuma acontecer com o comum dos mortais.  
Ronald Levinsohn

Mesmo com a reputação afetada pelo escândalo da Delfin, Levinsohn não perdeu a pose, a disposição de ganhar dinheiro e tampouco abandonou seus métodos pouco ortodoxos de fazer negócios.

Poucos anos depois, ressurgiu no noticiário com o Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade), uma escola de ensino superior, que chegou a ter 35 mil alunos em seus melhores momentos.

Alvo de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, convocada para apurar denúncias de gestões fraudulentas, enriquecimento ilícito, desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro precarização das relações de trabalho, assédio moral, entre outras acusações, a instituição foi vendida ao Grupo Educacional Galileo, em 2011, e descredenciada pelo MEC, em 2014.

O relacionamento de Levinsohn com Márcio André Mendes, dono do grupo Galileo, não se esgotou com a venda da UniverCidade. Dois anos depois, em julho de 2016, a dupla foi indiciada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, juntamente com mais 16 pessoas, por desvios de 90 milhões de reais dos fundos de pensão da Petros (Petrobras) e do Postalis (Correios), a partir da emissão de título do Galileo.

O esquema foi investigado na Operação Recomeço deflagrada pela Polícia Federal e que apurou os crimes de gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira, associação criminosa e negociação de títulos sem garantia suficiente.

Além da incursão pelo setor educacional, Levinsohn diversificou seus negócios pós-Delfin para as áreas de construção civil e de agricultura, administradas por sua holding, a Colina Paulista.

Ela é proprietária de várias fazendas no oeste da Bahia, com lavouras de soja e milho, cuja área total equivale a catorze vezes à da cidade de Salvador. A região faz parte do Matopiba, fronteira agrícola que une os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Uma delas, a Fazenda Estrondo, seria fruto da grilagem de 444 mil hectares, de acordo com o Livro Branco da Grilagem de Terras, publicado em 1999 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Não por acaso, ultimamente a Estrondo tem frequentado as páginas policiais, envolvida em conflitos com pequenos proprietários locais.

Ao morrer, Levinsohn continuava um homem rico e muitíssimo bem relacionado. Considerado um dos maiores anfitriões do Rio, costumava receber em sua mansão, no Alto da Gávea, convidados estrelados como Boni, a escritora Nélida Piñon, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, generais e economistas, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

Mas, por mais dinheiro e amigos de prestígio que tenha acumulado, o ex-dono da Delfin jamais conseguiu deixar o passado para trás.

Até seu último dia de vida, o jornalista Alberto Dines, falecido em 2018, por exemplo, não o poupou de suas críticas.

“Ronald Levinsohn foi o responsável pelo grande escândalo financeiro que a ditadura militar não conseguiu encobrir”, afirmava.
 
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/morre-ronald-levinsohn-protagonista-de-um-dos-maiores-casos-de-corrupcao-da-ditadura-amigo-de-jornalistas-e-de-juizes/

Um dos muitos "casos raros" da nossa Ilha de SC



URBANIZAÇÃO DE FLORIANÓPOLIS


- OSWALDO RODRIGUES CABRAL - Nossa Senhora do Desterro - Edit. Lunardelli/Fpolis-SC/1979, vol. 1, p. 148, reportou-se ao ano de 1831 como marco inicial da transformação da Capital dos catarinenses: 

 A Municipalidade, nesse ano (...) impunha aos moradores a obrigação de limitarem os seus terrenos por uma cerca de pau, concedendo-lhes prazo de seis meses, ainda, para que regularizassem desta forma a testada dos prédios e a largura do calçamento. 
Por sinal que, obedecendo a determinação, um major Antônio Luis, na Pedreira, cercou tão bem o seu quintal que embaraçava o escoamento das águas da Fonte-Grande - situada no Campo do Manejo, hoje Instituto Estadual de Educação - resultando disso o transbordamento do rio, que esburacara a rua próxima. 
Citado, intimado e compelido a dar um jeito no caso, não deu bola nem respondeu aos convites, que lhe eram reiterados, para reparar o mal, dele queixando-se amargamente, e, ofício, o Fiscal da Câmara Lino Nunes Pires.
Fardado e folgado, como muitos de hoje!!!

MOINHOS DE VENTO EM FLORIANÓPOLIS

- OSWALDO RODRIGUES CABRAL -  Nossa Senhora do Desterro - Edit. Lunardelli/Fpolis-SC/1979, vol. 1, p. 131, reportando-se à rua Tenente Silveira, no centro de Florianópolis, relatou o seguinte: 
Em 1865, lhe deram o nome de rua do Imperador, mas em 1874, passou a denominar-se Tenente Silveira, jovem oficial de Marinha, filho do Desterro, morto gloriosamente a bordo do Tamandaré, durante o ataque de Itapiru, na guerra do Paraguai. 
Logo abaixo vinha a rua que inicialmente foi conhecida pelo nome de Rua dos Moinhos de Vento, justamente porque ia dar a umas unidades desse tipo e serventia que existiam, em tempos imemoriais, nas proximidades da atual Praça Pio XII - antes Largo Brigadeiro Fagundes. 
E continua o diligente historiador: Foi a rua, também, conhecida como "da Fonte do Ramos", conforme documento de 1776, pois ia também até a tal fonte, fronteira aos Moinhos, e que outra não era que a conhecida Carioca, propriedade então de Manoel de Ramos, morador da Vila, muito conhecido, e reputado um dos sujeitos mais chatos da época, que vivia a incomodar os Vereadores (e ele havia sido um ...) por causa dos moinhos supracitados.
Em 1817, ao caminho dos Moinhos de Vento, chamou-se de Rua Bela - (...) mas, em 1865, já era Bela do Senado, certamente por ficar fronteira à Casa da Câmara. Creio que este nome lhe ficou até 1889, quando foi trocado pelo de Rua da República e, quando o governador Felipe Schmidt conseguiu resolver a velha questão de limites com o Paraná, foi de justiça que lhe dessem o nome à rua, hoje a principal da cidade.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

SOBRE O SABÁ JUDAICO

Relendo JACQUES LE GOFF e JEAN-CLAUDE SCMITT  (Dicionário Temático do Ocidente Medieval - Edusc/SP/2006, vol. II, p. 125) dei de cara com a seguinte explicação:  

Chegados ao sétimo dia na Judéia, tiveram que repousar. Teriam denominado esse dia "sabá" em referência à palavra sabbo, pela qual os egípcios designavam a hérnia de virilha.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - EXCERTO DE UM GLOSSÁRIO GEOAMBIENTAL QUE ESTOU ORGANIZANDO



MUDANÇA CLIMÁTICA (Ver AQUECIMENTO GLOBAL, ARBORICULTURA, ARVORICULTIRA, DESFLORESTAMENTO, DESMATAMENTO, EFEITO ESTUFA, ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS OCEANOS, INCÊNDIO FLORESTAL, QUEIMADA, SIBÉRIA, TOPO DE MORRO, VIVEIROS DE PLANTAS)



- C. A. TAUNAY - Manual do Agricultor brasileiro (ESCRITO EM 1825) - Edit. Schwarcz Ltda/SP/2001, ps. 252 e seguintes: (...) necessidade que há, desde já, de não abusar deste manancial de riqueza quase inesgotável que a natureza nos outorgou, não só pela razão da economia a favor de nossos vindouros (*) como mesmo para a boa conservação da terra e temperamento da nossa atmosfera; não só os matos defendem e engordam o chão em que nascem, como obstam o furor dos ventos, os ardores do sol, chamam as nuvens para refresco da atmosfera e produção de fontes e corgos (**), e purificam o ar absorvendo os gases deletérios, e exalando oxigênio. Estes serviços são ainda mais precisos nas serras e morros, a ponto de que o descortinamento de grande porção deles pode ocasionar uma sensível alteração do clima e notável diminuição das águas, como acontece no Rio de Janeiro, cuja diferença de clima foi observada desde a vida d’el-rei d. João VI (***). A grande extensão que a cultura tomou nas vizinhanças da cidade e indiscreto corte de matas que causou originaram sem dúvida esta alteração.

O calor está notavelmente mais intenso. As trovoadas outrora diárias são raríssimas, e finalmente, de tantas fontes próximas à cidade, umas já secaram de todo e outras correm mais escassas.
O governo deu a miúdo providências para coibir o corte das matas sobranceiras aos aquedutos; porém estas ordens, como muitas outras, são pouco observadas. Um sistema permanente de devastação assola e desguarnece as fraldas da serra do Corcovado e das serras da Tijuca, e entretanto um respeito sagrado se deveria apegar àquelas matas, que tanto préstimo têm para ornato, refresco e purificação da atmosfera da cidade. O governo deveria dar nelas um exemplo por que todo o lavrador, lembrado das gerações futuras (#), haveria de tratar seus morros deixando cada pico isolado com uma coroa de uma terceira quarta parte da altura total do morrão (++). As matas e catingas das fraldas íngremes e barrancos merecem igualmente serem poupadas. Quem observar semelhantes regras nos seus roçados será premiado pela conservação dos declives, cuja fertilidade míngua depressa por as chuvas levarem o húmus consigo., e ajudarão a viscosidade das plantas pela sua sombra e umidade que atraem. (...)
-==-=
(*) e (#) -  Preocupação com as gerações futuras.
(**) - Era assim mesmo que se grafava a palavra (corgo), a qual hoje escrevemos córrego.
(***) - 1808
(++) - Ver art. 4, do Código Florestal de 2012.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

E O DELEGATÁRIO VIROU SEMIDEUS



Aqueles que possuem a posse da terra, mansa, pacífica e durante certo tempo, adquiriam condições de postular, perante a Justiça, a transformação da dita posse em propriedade, valendo-se de ação de usucapião. Recentemente, mudando a legislação civil e processual civil, permitiu-se ao delegatário dos serviços de registro de imóveis conceder ao possuidor o mesmo status de dono, via procedimento extrajudicial.

Lendo FUSTEL DE COULANGES (A cidade antiga - Martin Claret/SP/2005, p. 71), achei um trecho umbilicalmente ligado à aquisição do direito de propriedade, que resolvi repassar aos meus leitores: 
Entre a maior parte das sociedades primitivas, foi unicamente pela religião que se estabeleceu esse direito de propriedade. Na Bíblia, o senhor fala a Abraão, dizendo: "Eu sou o Eterno que te fez sair de Ur dos Caldeus, a fim de te dar esta terra", e a Moisés": "Eu vos farei entrar na terra que jurei dar a Abraão e que vos darei em herança". 
Assim, Deus, proprietário primitivo por direito de criação, delega ao homem a sua propriedade sobre parte do solo.
Os delegatários dos Ofícios de Registros de Imóveis não são criadores de terras, como teria sido o D'us judaico, mas criam uma matrícula, agindo como se fossem uma divindade, concedendo ao usucapiente o título de propriedade do imóvel, quando atendidas certas exigências legais, o que, em muitos casos, corresponde a uma bênção.  

A ECONOMIA DE GUERRA DA BANCA, A ETERNA FARSANTE

 


Pedro Augusto Pinho*

O mundo enfrenta crise real, não aquelas provocadas pela banca, desde 1987 até o início deste século XXI, para ganhar o poder que hoje exibe.

Verdade ou fantasia? Que tipo de crise nos aguarda?

Quem enriqueceu, ainda na Idade Média, enfrentando obstáculos naturais – mares, montanhas, desertos – e humanos – povos e idiomas desconhecidos – para trazer produtos do oriente para Europa? Ora, os judeus que criaram bancos em Veneza, em Gênova, nos Países Baixos, porque era proibido para os católicos. Não enfrentaram os riscos físicos, só os financeiros. E armaram os reinos da Inglaterra e dos Países Baixos para disputa das presas orientais.

A usura era pecado e a presença da Igreja era forte na sociedade medieval. E a tal ponto ficaram reféns destes banqueiros judeus, que os empreendedores e senhores de terras e das guerras acabaram por criar um movimento, a inquisição, para tomar-lhes os bens.

Com as descobertas tecnológicas no início da Idade Moderna – instrumentos náuticos e naves, na península Ibérica; máquinas produtoras de bens e energia, entre germanos, saxões e ingleses – houve um novo criador de riquezas: o industrialismo.

Mas na Inglaterra e nos Países Baixos onde as finanças participavam, como sócias, dos reis e da aristocracia, a industrialização ficou subordinada à banca.

E os grandes impérios que se formaram, o Britânico e o Holandês, levaram a banca para o controle da sociedade.

Só mais tarde, já com a sequência de novas guerras europeias, pela dominação colonial e territorial, aparece o primeiro país onde se construíra o poder pela produção industrial. Passamos então a ver uma disputa entre dois impérios: o mais antigo, com o poder financeiro, e o mais recente, com a produção industrial, o consumo de massa. Ambos bélicos e destruidores de povos e etnias.

A luta do imperialismo estadunidense contra o imperialismo financeiro, fortemente estabelecido em Londres, foi a verdadeira disputa do século XX. E concluiu com a vitória da banca, com as decisões do Reino Unido (UK) e dos Estados Unidos da América (EUA) de desregular a economia. Não haveria pecado ao sul do Equador nem crime financeiro ao redor do mundo!

Ainda hoje há quem discuta o comunismo e o capitalismo. Ora, o comunismo soviético foi uma aplicação do industrialismo, que fracassou como o estadunidense, com as desregulações dos anos 1980. Onde está o líder industrial Rockefeller, fundador da poderosíssima Standard Oil, por seus herdeiros e sucessores? Meus caros, eles e tantos outros são números nas aplicações dos BlackRock, Vanguard, Charles Schwab etc etc etc.

Temos as novas e velhas realidades lutando pelo corpo e alma da Terra e seus habitantes. E o que assistimos, e sofremos, é essa guerra, hoje híbrida – sangue e facebooks.

Mas a banca não quer que sua história seja contada desta maneira, principalmente no século XXI, quando boa parte do seu dinheiro tem origem nas drogas – produção e tráfico com dois grandes centros: Sudeste Asiático e América do Sul – e nos contrabandos de pessoas e órgãos humanos e armas.

Fica mal na foto, a rainha da Inglaterra com o grande barão da banca, e o pó branco derramando de seus bolsos.


Então a banca cria máscaras, uma de suas especialidades, e elas se mostram ora à esquerda ora fascistas, depende do lugar e da hora, ou nos árabes, islâmicos, ou nos chineses, nos terroristas contra adeptos da teologia da prosperidade, ou seja, apresenta simples e fáceis dualidades, para raciocínios primários, de sorte que os separe, antagonize e lance uns contra os outros; lucrando o terceiro, a banca, a mais esperta.

Assim devem ser lidas as publicações do mainstream, em todo mundo. A mídia hegemônica, a comunicação de massa, propriedade da banca, nada mais faz do que colocar as pessoas nestas falsas dualidades e exigir ação. Ou voto, ou depósito para salvar o dinheiro (sic).

Examinemos a economia que existe neste início da terceira década do século XXI.

Primeiro é necessário entender, como o velho Karl Marx já assinalava, que o capitalista, não o capital mais seu detentor, não tem pátria. Ele segue um adágio romano: ubi bene, ibi patria (onde se vive bem, aí é minha pátria).

Com os recursos da informática, de drones, de cercas virtuais, estes senhores da banca podem escolher o clima e a vista que desejam para viver e ignorar o país onde moram. Estão a um passo do conto que o criativo e excelente escritor brasileiro, o alagoano Fernando Soares Campos, escreveu “Saudades do Apocalipse” (publicado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, em 2003), e se viu plagiado por Hollywood no filme “Elysium”, de 2013.

Em outubro de 2015, a revista Forbes, publicou artigo de Tim Worstall, com várias imprecisões, que dava a impressão de os EUA terem mais pobres do que a República Popular da China (RPC).

Não é impossível, em um país que concentra renda, mesmo sendo muito menos populoso, encontrarmos mais pobres do que em outro onde a renda é parte da economia saudável, que consome, paga impostos e investe para continuar produzindo. Também de governos que tem perspectivas diferentes do emprego do capital.

Permitam-me a transcrição do artigo de Vladimir Platov, “Por que os EUA precisam de guerra?” publicado pelo AEPET Direto em 21/01/2020:

“Em 2003, o Indy Media, site na Bélgica, publicou um inteligente artigo, “Why America Needs War”, do historiador e cientista político Jacques R. Pauwels Ph.D. No artigo era declarado que as guerras são um terrível desperdício de vidas e de recursos e, por esse motivo, a maioria das pessoas se opõe às guerras”. Mas existe uma economia de guerra. E continua o artigo afirmando que “essa economia de guerra, na qual os EUA se apoiam há mais de um século, (que) permite indivíduos e empresas ricas se beneficiarem da violência e do derramamento de sangue, o que os torna propensos a advogar guerras ao invés de resolver pacificamente os conflitos”.

Está explícita uma razão pela qual pode haver mais pobres nos EUA do que na China. Sigo na transcrição. “Durante a Segunda Guerra Mundial, os possuidores de riqueza e altos executivos das grandes corporações aprenderam uma lição muito importante: durante uma guerra há dinheiro a ser ganho, muito dinheiro. Por outras palavras, a árdua tarefa de maximizar lucros – a atividade chave da economia capitalista americana – pode ser absorvida com muito mais eficiência através da guerra do que através da paz. No entanto, para isso é necessária a cooperação benevolente do Estado”.

“Isto resulta que Estados como a Rússia, China, Irã, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela – que estavam dispostos, num momento ou outro, a discutirem suas diferenças com os EUA – serem antagonizados e designados como ameaça para os EUA e sua segurança nacional” (!).

Manchetes atuais dão conta que diversas economias nacionais, entre elas as importantes da RPC, da Federação Russa e do Irã estão se afastando do dólar.

Também se afastam do dólar os capitais financeiros, em especial os ilícitos, na direção de moedas virtuais.

É lógico que o sentido de autopreservação do capital não há de querer uma guerra de destruição global. E os EUA estacionaram na guerra fria e na suposição hollywoodiana de sua invencibilidade. O que os importantes confrontos na Coreia, no Vietnã e, recentemente, na Síria desmentiram. Publicações especializadas nos dão conta que a Rússia é o país que dispõe, no momento, dos mais avançados equipamentos e armas para guerra. E estão dispostos a cedê-los aos aliados na luta contra a agressão estadunidense.

Derrotas nas guerras armadas, evasão para moedas virtuais, acordos de transações nas moedas nacionais dos vendedores e compradores e a queda, facilmente perceptível, da capacidade científica e tecnológica dos EUA só podem resultar no enfraquecimento de uma moeda que tem a maior dívida mundial.

É esta dívida, que eliminada bruscamente, arrastaria várias outras moedas, entre elas o real brasileiro, que ainda segura o dólar estadunidense. Mas também é a razão, fora das eventuais especulações econômicas ou políticas, que não permitem a valorização do dólar.

Por conseguinte, embora a banca esteja inquieta, pois o equilíbrio, em toda acepção, não favoreça seus ganhos, não há razão para imaginarmos uma crise, especialmente da amplitude de 1929.

O que nos aflige é a banca ser estéril. Não ser produtora de bens, investidora em projetos de infraestrutura, de melhoria de vida para população. Assim, se hoje os EUA ainda não são um país de pobres, confrontado com a China, pois já o são em relação aos norte coreanos, está próximo o dia que, como nas produções hollywoodianas, a população estadunidense será formada por zumbis, ameaçando os fortificados condomínios da minoria humana. 
 
*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
 
Fonte: http://www.patrialatina.com.br/a-economia-de-guerra-da-banca-a-eterna-farsante/

A coragem do padre que concordou com a retirada de símbolos religiosos das repartições públicas.


Publicado por Diario do Centro do Mundo
- 23 de janeiro de 2020




(José Cruz/Agência Brasil)

Publicado originalmente no blog do autor

POR LEONARDO BOFF, teólogo

O Estado brasileiro, como a maioria dos Estados modernos, é laico. Quer dizer: respeita todas as religiões e seus símbolos, sem aderir a nenhuma delas. Garante-lhes a liberdade de seu exercício, logicamente, dentro do quadro legal do país. Veja a coragem deste frade face ao fato de o Ministério Público Federal de São Paulo haver ajuizado a ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas.

O frade Demetrius dos Santos Silva, corajoso, reagiu positivamente a esta decisão com estas palavras verdadeiras:


”Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas.

Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!

Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.

Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

Não quero ver, muito menos, a Cruz em pronto-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e dos sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos “.

Assinado: Frade Demetrius dos Santos Silva.

Relembrando Mosquito

Hamilton Alexandre, o Mosquito, com ganas de fazer jornalismo, mas, como Canga, aparentemente a serviço do casal Amin, estigmatizava o governador Luis Henrique da Silveira como o "governador motosserra", defendendo, obviamente, a ideia de que LHS era um "carrasco" do meio ambiente. 
Então, flagro-me pensando:  agora que os Amin são amiguinhos do governo Bolsonaro - como todos sabemos - se Mosquito e Canga manteriam o discurso "ecológico" contra o Coiso e seu ordinário Ministro da área, o tal de Salles, taxando-os como presidente e ministro predadores convictos da natureza.
É certo que todos, em determinado momento, revelamos alguns cacoetes de conservadores, mas precisamos nos cuidar, refletindo habitualmente, para que não sejamos "jurássicos". Afinal, a vida é dinâmica e, queiramos ou não, arrasta-nos ao sabor dos acontecimentos. 

HIPOCRISIA TRADICIONAL - Os agressores, são agora os responsáveis pela "soberania" da Líbia



21.01.2020




Na Conferência de Berlim, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pediu "o fim da interferência estrangeira na Líbia, o embargo de armas e um cessar-fogo duradouro". O mesmo fizeram a França, o Reino Unido e a Itália, os mesmos países que há nove anos formavam, juntamente, com os Estados Unidos, a ponta de lança da guerra NATO contra a Líbia.

Antes tinham armado contra o governo de Trípoli, sectores tribais e grupos islâmicos, e infiltrado forças especiais entre as quais, milhares de comandos do Catar. Em seguida, declarando que queriam imobilizar Kadafi, o "carrasco do seu povo", foi lançada a operação de guerra sob comando USA. Em sete meses, a aviação da NATO efectuou 30 mil missões, das quais 10 mil de ataque com mais de 40 mil bombas e mísseis. A Itália colocou à disposição da NATO, 7 bases aéreas e empreendeu com os seus caça-bombardeiros, mais de 1.000 missões na Líbia.

Foi demolido, assim, aquele Estado que, na costa sul do Mediterrâneo, registava "níveis elevados de crescimento económico e indícios avultados de desenvolvimento humano" (como documentado em 2010 pelo próprio Banco Mundial), onde encontravam trabalho cerca de dois milhões de imigrantes africanos.Assim, foi demolido o projecto da Líbia de criar, com os seus fundos soberanos, organismos económicos independentes da União Africana.
Os EUA e a França concordaram em bloquear com a guerra o plano líbio de criar uma moeda africana, em alternativa ao dólar e ao franco CFA imposto a 14 antigas colónias africanas: provam-no os emails da Secretária de Estado, Hillary Clinton, trazidos à luz pelo WikiLeaks ( "Crime" pelo qual Julian Assange está detido numa prisão britânica e arrisca, se for extraditado para os EUA, desde a prisão perpétua até à pena de morte).

Os fundos soberanos, cerca de 150 biliões de dólares investidos no estranjeiro pelo Estado líbio e "congelados" na véspera da guerra, estão em grande parte desaparecidos. Dos 16 biliões de euros líbios bloqueados pelo Euroclear Bank, desapareceram 10 biliões e o mesmo aconteceu noutros bancos da União Europeia (UE).

Agora, a UE, como declarou na Conferência de Berlim, está empenhada em dotar a Líbia da "capacidade de construir instituições nacionais, como a Companhia Petrolífera, o Banco Central e a Autoridade para os Investimentos". Tudo no âmbito das "reformas económicas estruturais", ou seja, da privatização das empresas públicas. Dessa forma, pretende-se legalizar o sistema actual, segundo o qual as entradas da exportação de energia, estimadas em mais de 20 biliões de dólares em 2019, são divididas entre grupos de poder e multinacionais. Além das reservas petrolíferas (a maior da África) e do gás natural, existe o imenso aquífero núbio de água fóssil, em perspectiva mais preciosa do que o petróleo, que o Estado líbio começou a usar transportando água através de condutas de 1.300 poços no deserto, para as cidades costeiras.

Está em jogo o controlo do mesmo território líbio de grande importância geoestratégica: recorde-se que, em 1954, os EUA instalaram a Wheelus Field nos arredores de Trípoli, a sua principal base aérea no Mediterrâneo, com caça-bombardeiros também armados com bombas nucleares.

Um dos principais objectivos da política russa de hoje é, certamente, impedir a instalação de bases militares USA/NATO na Líbia. De qualquer forma, a NATO, convidada de pedra na Conferência de Berlim, continuará a desempenhar um papel de primeiro plano na situação da Líbia, em particular através da base de Sigonella. Uma eventual "missão de paz" da União Europeia na Líbia, veria a participação dos países da NATO, que usariam, de facto, os serviços secretos/inteligência, a rede de telecomunicações e o apoio logístico da Aliança, sob comando USA. No entanto, existe a máxima garantia: em Berlim, os USA e a União Europeia comprometeram-se, solenemente, a "continuar a apoiar fortemente a soberania da Líbia".

il manifesto, 21 de Janeiro de 2020

Manlio Dinucci


Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

https://nowarnonato.blogspot.com/2020/01/pt-manlio-dinucci-arte-da-guerra-os.html
 
Fonte: http://port.pravda.ru/mundo/21-01-2020/49884-libia-0/

Colômbia: 20 dirigentes sociais assassinados em duas semanas

Como se vê, não é só no Maranhão e no Brasil, que o assassinato de lideranças de viés humanista está a acontecer. As medidas homicidas são orquestradas de fora e contam com muitos apoiadores oportunistas de dentro de cada nação sul americana. 

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17.01.2020



Colômbia: 20 dirigentes sociais assassinados em duas semanas

A morte do indígena Quitumbo Ascue, esta terça-feira, no Cauca eleva para 20 o número de assassinatos de dirigentes sociais e ex-combatentes colombianos em 2020, segundo divulgou o organismo Indepaz.

Um grupo de homens armados matou, ontem, o camponês e dirigente indígena Jaiber Alexander Quitumbo Ascue, de 30 anos de idade, que residia na província do Norte no departamento do Cauca (Sudoeste da Colômbia).

O senador Feliciano Valencia divulgou a morte do jovem indígena numa mensagem que publicou na sua conta de Twitter: «Assassinado com arma de fogo na sua parcela na Vereda Vichiquí, resguardo de Toribío, Cauca; desconhecem-se motivos e responsáveis», escreveu o congressista colombiano.



Lista de dirigentes sociais assassinados em 2020 na Colômbia Créditos

Num comunicado, o Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC) explicou que os factos ocorreram quando o dirigente se encontrava na sua zona de trabalho agrícola, a 50 metros de casa, local onde teriam acorrido homens armados, que dispararam vários tiros contra ele.

«Preocupa o nível de assassinatos em territórios indígenas no Norte do Cauca», alerta o CRIC. «Em comparação com os registados em Janeiro de 2019, há um aumento de sete casos, o que é sem dúvida um nível alarmante para as comunidades», afirma o organismo.


«Exigimos ao Estado colombiano que tome medidas adequadas, eficazes e concertadas de protecção e respeito territorial. Reiteramos o apelo à comunidade nacional e internacional para que estejam atentos e denunciem esta situação territorial», acrescentou o CRIC.

De acordo com uma lista divulgada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), desde o início do ano foram assassinados na Colômbia 19 dirigentes sociais e um signatário dos acordos de paz.

Provedoria de Justiça: 555 assassinatos em quatro anos

Carlos Negret, Provedor de Justiça da Colômbia, afirmou ontem que, nos últimos quatro anos, foram assassinados no país andino 555 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos.

De acordo com a contagem efectuada pelo organismo estatal, em 2019, até 31 de Outubro, registaram-se 118 casos de assassinato. Outros 15 casos estão em processo de verificação, ocorridos nos dois últimos meses do ano.

Negret destacou que os 555 homicídios registados entre 2016 e 2019 na Colômbia «deixam uma profunda ferida nos direitos humanos e na democracia» do país, informa a Prensa Latina.

Os dados recolhidos do Indepaz, relativos ao período entre 1 de Janeiro de 2016 e 20 de Julho de 2019, apontam para números mais elevados, tendo então o instituto informado que foram assassinados na Colômbia 738 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos - 627 dos quais desde a assinatura do acordo de paz firmado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP).

https://www.abrilabril.pt/internacional/colombia-20-dirigentes-sociais-assassinados-em-duas-semanas

Foto: By Roboting - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=84211815
Via http://port.pravda.ru/mundo/17-01-2020/49859-colombia-0/ 

Para uma nova declaração universal dos direitos humanos




21.01.2020 | Fonte de informações:
Pravda.ru


Para uma nova declaração universal dos direitos humanos

Por Boaventura de Sousa Santos

Créditos da foto: (Reprodução)

O grande filósofo do século XVII, Bento Espinosa, escreveu que os dois sentimentos básicos do ser humano (afetos, na sua linguagem) são o medo e a esperança, e sugeriu que é necessário um equilíbrio entre ambos, pois medo sem esperança leva à desistência e a esperança sem medo pode levar a uma auto-confiança destrutiva. Esta ideia pode ser transferida para as sociedades contemporâneas, sobretudo num tempo em que, com o ciberespaço, as comunicações digitais interpessoais instantâneas, a massificação do entretenimento industrial e a personificação massiva do microtargeting comercial e político, os sentimentos coletivos são cada vez mais "parecidos" com os sentimentos individuais, ainda que sejam sempre agregações seletivas. É por isso que a identificação com o que se ouve ou lê é hoje tão imediata ("é isto mesmo que eu penso", mesmo que nunca se tenha pensado sobre "isto" anteriormente), tal como o é a repulsa ("eu bem tinha razão para odiar isto", mesmo que nunca se tenha odiado "isto" anteriormente). Os sentimentos coletivos transformam-se assim facilmente numa memória inventada, no futuro do passado dos indivíduos. Claro que isto só é possível porque, na ausência de uma alternativa, a degradação das condições materiais da vida torna-se vulnerável a uma ratificação reconfortante do status quo.

Se convertermos os sentimentos de esperança e de medo em sentimentos coletivos, podemos concluir que talvez nunca tenha existido uma distribuição tão desigual do medo e da esperança em nível global. A grande maioria da população do mundo vive dominada pelo medo. Pelo medo da fome, da guerra, da violência, da doença, do patrão, da perda do emprego ou da improbabilidade de encontrar emprego, da próxima seca ou da próxima inundação. Este medo é vivido quase sempre sem esperança de que algo possa ser feito para que as coisas melhorem. Pelo contrário, uma pequeníssima fração da população mundial vive com uma esperança tão excessiva que parece totalmente destituída de medo. Não teme inimigos porque os tem por eliminados ou desarmados; não teme as incertezas do futuro porque tem bons seguros contra todos os riscos; não teme as inseguranças do lugar porque pode mudar-se a qualquer momento para outro país ou continente (e começa mesmo a estudar a possibilidade de ocupar outros planetas); não teme a violência porque tem técnicos de segurança ao seu serviço, alarmes sofisticados, muros eletrificados, exércitos privados.

A divisão social global do medo e da esperança é de tal modo desigual que fenômenos impensáveis há menos de trinta anos parecem hoje características normais de uma nova normalidade. Trabalhadores "aceitam" ser mais e mais explorados por via do trabalho sem direitos; os jovens empreendedores "confundem" autonomia com auto-escravização; as populações racializadas confrontam-se com o preconceito racista vindo muitas vezes de quem não se julga ser racista; as mulheres e a população LGBTQ continuam a ser vítimas de violência de gênero, apesar de todas as vitórias dos movimentos feministas e anti-homofóbicos; os não crentes ou crentes de religiões "erradas" são vítimas dos piores fundamentalismos. No plano político, a democracia concebida como o governo de muitos para benefício de muitos tende a ser convertida no governo de poucos para benefício de poucos, a normalidade democrática vai-se deixando infiltrar pelo estado de exceção com pulsão fascista, enquanto o sistema judicial, concebido como império da lei para proteção dos fracos contra o poder arbitrário dos fortes, vai-se transformando na guerra jurídica dos poderosos contra os oprimidos e dos fascistas contra os democratas.

Torna-se urgente mudar este estado de coisas sob pena de a vida se tornar absolutamente insuportável para a grande maioria da humanidade. Quando a única liberdade que restar a esta maioria for a liberdade de ser miserável, estaremos perante a miséria da liberdade. Para sair deste inferno, que parece programado por um desígnio voraz e nada inteligente, é necessário alterar a distribuição desigual do medo e da esperança. É urgente que as grandes maiorias voltem a ter alguma esperança e, para isso, é necessário que as pequenas minorias com excesso de esperança (por não temerem a resistência dos que só têm medo) voltem a ter medo. Para que isso ocorra vão ser necessárias muitas rupturas e lutas nos planos social político, cultural, epistemológico, subjetivo e intersubjetivo. O século passado começou com o otimismo de que rupturas com o medo e lutas pela esperança estariam próximas e seriam eficazes. Esse otimismo teve o nome inicial e iniciático de socialismo ou comunismo. Outros nomes-satélite se lhes juntaram, tais como, republicanismo, secularismo, laicismo. À medida que o século avançou outros nomes se foram juntando, tais como libertação do jugo colonial, auto-determinação, democracia, direitos humanos, libertação e emancipação das mulheres, etc.

Hoje, na primeira metade do século XXI, vivemos nas ruínas de muitos desses nomes. Os dois primeiros parecem reduzidos, no melhor dos casos, aos livros de história e, no pior, ao esquecimento. Os restantes subsistem desfigurados ou, pelo menos, confrontados com a perplexidade de acumularem tantas mais derrotas quantas mais vitórias protagonizam. Por estas razões, as rupturas e as lutas contra a distribuição torpemente desigual do medo e da esperança constituirão uma tarefa ingente, porque os instrumentos de que dispomos para as levar a cabo são todos frágeis. Aliás, esta discrepância é, ela mesma, uma manifestação do desequilíbrio contemporâneo entre o medo e a esperança. A luta contra tal desequilíbrio tem de começar com os instrumentos que refletem esse mesmo desequilíbrio. Só por via das lutas eficazes contra tal desequilíbrio será possível ir sinalizando a expansão da esperança e a retração do medo para as grandes maiorias.

Quando as fundações se afundam, transformam-se em ruínas. Quando tudo parece estar em ruína, não há outra alternativa senão procurar nas ruínas, não só a memória do que já foi melhor, como sobretudo a desidentificação com o que no desenho das fundações contribuiu para a fragilidade da edificação. Este processo consiste em transformar as ruínas mortas em ruínas vivas, e terá tantas dimensões quanto a socio-arqueologia futurante exigir. Comecemos hoje, em início de ano, pelos direitos humanos. Os direitos humanos têm uma genealogia dúplice. Ao longo da sua vasta história desde o século XVI, foram sucessivamente (e às vezes simultaneamente) um instrumento de legitimação da opressão eurocêntrica, capitalista e colonialista e um instrumento de legitimação das lutas contra essa opressão. Mas foram sempre mais intensamente instrumento de opressão do que de luta contra ela. Por isso contribuíram para a situação de extrema desigualdade da divisão global do medo e da esperança, em que nos encontramos hoje. Em meados do século passado, depois da devastação de duas guerras na Europa, com impacto mundial devido ao colonialismo, os direitos humanos conheceram um momento alto com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que veio a sustentar ideologicamente o trabalho da ONU. Em 10 de Dezembro passado comemoraram-se os 71 anos da Declaração. Não é este o lugar para analisar em detalhe esta declaração, que em sua origem não é universal (é aliás cultural e politicamente muito eurocêntrica), mas que gradualmente se foi impondo como uma narrativa global de dignidade humana.

Podemos dizer que entre 1948 e 1989 os direitos humanos foram predominantemente um instrumento da guerra fria, uma leitura que durante muito tempo foi minoritária. O discurso hegemônico dos direitos humanos foi usado pelos governos democráticos ocidentais para salientar a superioridade do capitalismo em relação ao comunismo do bloco socialista dos regimes soviético e chinês. Segundo esse discurso, as violações dos direitos humanos só ocorriam nesse bloco e em todos os países com ele simpatizantes ou sob sua influência. As violações que existiam nos países "amigos" do Ocidente, crescentemente sob influência dos EUA, eram ignoradas ou silenciadas. O fascismo português beneficiou durante muito tempo dessa "sociologia das ausências", tal como a Indonésia durante o período em que invadiu e ocupou Timor-Leste, ou Israel desde o início da ocupação colonial da Palestina até hoje. De um modo geral, o colonialismo europeu foi durante muito tempo o beneficiário principal dessa sociologia das ausências.

Assim se foi construindo a superioridade moral do capitalismo em relação ao socialismo, uma construção em que os partidos socialistas do mundo ocidental colaboraram ativamente. Esta construção não foi isenta de contradições. Ao longo desse período, os direitos humanos nos países capitalistas e sob a influência dos EUA foram muitas vezes invocados por organizações e movimentos sociais na resistência contra violações gritantes desses direitos. As intervenções imperialistas do Reino Unido e dos EUA no Médio Oriente e dos EUA na América Latina ao longo de todo o século XX nunca foram consideradas internacionalmente violações de direitos humanos, embora muitos ativistas de direitos humanos sacrificassem a sua vida em defesa deles. Por outro lado, sobretudo nos países capitalistas do Atlântico Norte, as lutas políticas levaram ao alargamento progressivo do elenco de direitos humanos, juntando-se aos direitos civis e políticos, os direitos sociais, econômicos e culturais. Surgiu então uma certa clivagem entre os defensores da prioridade dos direitos civis e políticos sobre os demais (corrente liberal) e os defensores da prioridade dos direitos econômicos e sociais ou da indivisibilidade dos direitos humanos (corrente socialista ou social-democrática).

A queda do Muro de Berlim em 1989 foi vista como a vitória incondicional dos direitos humanos. A verdade é que a política internacional posterior revelou que, com a queda do bloco socialista, tinham caído também os direitos humanos. A partir de então, o tipo de capitalismo global que se vinha a impor desde a década de 1980 (o neoliberalismo e o capital financeiro global) foi promovendo uma narrativa cada vez mais restrita de direitos humanos. Começou por encetar uma luta contra os direitos sociais e econômicos e hoje, com a prioridade total da liberdade econômica sobre todas as outras liberdades e com a ascensão da extrema-direita, são os próprios direitos civis e políticos, e, com eles, a própria democracia liberal, a ser postos em causa enquanto obstáculos ao crescimento capitalista. Tudo isto tem vindo a confirmar a relação entre a concepção hegemônica dos direitos humanos e a guerra fria.

Perante este cenário, duas conclusões paradoxais e inquietantes e um desafio exigente se impõem. A aparente vitória histórica dos direitos humanos está a redundar numa degradação sem precedentes das expectativas de vida digna da maioria da população mundial. Os direitos humanos deixaram de ser uma condicionalidade nas relações internacionais; quando muito, os indivíduos e os povos, em vez de sujeitos de direitos humanos, vêm-se reduzidos à condição de objetos de discursos de direitos humanos. Por sua vez, o desafio pode formular-se assim: será ainda possível transformar os direitos humanos numa ruína viva, num instrumento para transformar o desespero em esperança? Estou convicto que sim. Na próxima crônica procurarei resgatar as sementes de esperança que habitam a ruína viva dos direitos humanos.

Boaventura de Sousa Santos e sociólogo, diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra



https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Para-uma-nova-declaracao-universal-dos-direitos-humanos/5/46268, via http://port.pravda.ru/news/russa/21-01-2020/49890-nova_declaracao-0/

Destino turístico - As praias de Miami Beach estão desaparecendo devido às mudanças climáticas

Dizem que o serviço de "engordamento da Praia de Canasvieiras", em Florianópolis/SC/BR, por meio de uma draga holandesa, provocou sérios danos ecológicos, com o desaparecimento, por exemplo, de siris, do que reclamam os pescadores. 
Será que aquela séria intervenção na natureza não foi precedida de estudos de impacto ambiental e o Ministério Público fez vistas grossas? 
Ainda não conferi tal informação, mas irei fazê-lo, com amigos de infância, pescadores daquela região. 
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Janeiro 19, 2020
 


Dada a erosão causada pelo aumento do nível do mar, o governo começou a despejar areia neste popular destino turístico.


Uma praia em Miami Beach. O governo dos Estados Unidos está tomando medidas para controlar a erosão das praias pelas mudanças climáticas (Foto de Eva Marie UZCATEGUI / AFP)

“Temos lâmpadas de erosão … Quando a praia se reduz a um nível crítico, não há espaço para atividades recreativas, mas talvez o mais importante seja que todos esses edifícios precisem de proteção”, disse Steve Leatherman, especialista em praias. e ambiente da Universidade Internacional da Flórida, também conhecida como Dr. Beach.



Caminhões jogam areia nas praias de Miami Beach, Flórida (Foto de Eva Marie UZCATEGUI / AFP) 

Quanto a praia encolhe todos os anos

A erosão média em Miami Beach é de 30 cm por ano e duas ou três vezes mais rápida nos chamados “focos de erosão” . Mas há alguns focos em que isso acontece a uma velocidade muito maior, ainda não estimada, disse Leatherman.

Segundo o professor, o que está acelerando o estreitamento das praias é o aumento do nível do mar, causado pelas mudanças climáticas e as tempestades costeiras, principalmente os furacões.



Cartazes oficiais explicam as medidas tomadas para proteger as praias (Foto de Eva Marie UZCATEGUI / AFP)


O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos começou a derramar 233.000 metros cúbicos de areia este mês para preencher, em junho, as áreas erodidas de Miami Beach em um projeto de US $ 16 milhões que nasceu em resposta à erosão que Ele deixou o furacão Irma em 2017.

Durante as obras, os caminhões derramarão entre 100 e 250 cargas de 22 toneladas de areia por dia, conforme relatado pelo Corpo de Engenheiros em sua descrição do projeto.

“Algumas pessoas dizem que isso está jogando milhões de dólares no oceano todos os anos e talvez eles estejam certos, mas precisamos fazê-lo, precisamos das praias ” , disse Leatherman.



A erosão média em Miami Beach é 30 cm por ano e duas ou três vezes mais rápida nos chamados “focos de erosão” (Foto de Eva Marie UZCATEGUI / AFP)

“E o sul da Flórida é a zona zero para as mudanças climáticas . Não apenas temos erosão nas praias, mas também inundações durante as grandes marés, que ocorrem cada vez mais frequentemente e inundam as ruas”, acrescentou.

O “plano de feedback” de Miami Beach faz parte de um projeto de US $ 158,3 milhões concedido ao condado de Miami em 2018 pelo governo federal em Washington para controlar a erosão das praias e proteger a costa dos furacões .



O sul da Flórida é a zona zero para as mudanças climáticas. Não há apenas erosão nas praias, mas também inundações durante as grandes marés (Foto de Eva Marie UZCATEGUI / AFP)


Nos seguintes segmentos de “feedback” das praias, areia também será despejada em Sunny Isles, Surfside e Bal Harbour, três localidades ao norte de Miami Beach, cujas costas são ocupadas por arranha-céus com apartamentos de milhões de dólares e vistas espetaculares do mar azul-turquesa e Biscayne Bay


Por lei, o Corpo de Engenheiros só pode usar areia americana . O que está sendo despejado em Miami Beach vem do oeste da Flórida e, de acordo com o contrato, deve ser natural, consistir predominantemente em carbonato ou quartzo e medir entre 0,062 mm e 4,76 mm de diâmetro.

O projeto também exigia a proteção de ninhos de tartarugas ou sua realocação, se necessário.

AFP, via https://www.sertao24horas.com.br/2020/01/19/destino-turistico-as-praias-de-miami-beach-estao-desaparecendo-devido-as-mudancas-climaticas/

La miopía de que tomar esté bien visto





El crimen de Fernando Báez Sosa en Villa Gesell debe abrir más de un debate. Uno de ellos, sobre nuestra relación con el alcohol.






(40)







22/01/2020 - 18:37
Clarín.com
Opinión

Es la llamada que los padres rogamos no recibir jamás. Esa, a la madrugada, en la que un amigo de tus hijos te avisa que algo muy malo acaba de pasar. Esa, la que atendieron el sábado a las 6 de la mañana Graciela y Silvino, los padres de Fernando Báez Sosa.

Como hicimos tantos, ellos deben haber charlado sobre si estaba bien o no que su hijo de 18 años se fuera solo (es decir, con amigos, sin adultos) a la playa. Deben haber charlado sobre eventuales peligros. Del posible descontrol. Deben haber pensado, como hicimos tantos, que bueno, que confiaban en su hijo, que sabría cuidarse.
 

¿Cómo prever que 10 imbéciles borrachos devendrían asesinos? No hay manera. Ni los propios padres de los chicos detenidos pueden haberlo pensado.

La de Fernando, una de las tantas muertes absurdas que nos toca sufrir en la Argentina, debe abrir más de un debate. Uno de ellos, sobre un gran problema que expuso el crimen: la relación que tenemos con el alcohol.

Pocos números dicen bastante. Según datos de la Sedronar de 2017, el 53% de la población de 16 a 65 años toma bebidas alcohólicas. Seis de cada 10 adolescentes escolarizados beben (en Estados Unidos, no llegan al 20%). Y pese a todo, no hacemos nada, o casi nada: la decisión de este miércoles de Gustavo Barrera, intendente de Villa Gesell, de prohibir el consumo de alcohol en la calle y en la playa, es bienvenida y a la vez tardía.

Las previas están institucionalizadas hace mucho. Los chicos (nuestros hijos) se reúnen en una casa, llevan alcohol y salen más o menos borrachos al boliche a una hora en que los boliches de buena parte del mundo están cerrando. Los grandes cenamos con alcohol y después protestamos si nos detiene un control de tránsito. Basta que alguien diga que no toma para que los demás lo miren como si fuera un enfermo terminal.

En la Argentina, tomar está bien visto.

Es cool, viril para los hombres y femenino para las mujeres, sofisticado, da sentido de pertenencia, estatus. O así lo sentimos.

Funcionó y funciona como símbolo de entrada a la adultez. Que te permitan tomar es señal de que creciste. Y empezamos a tomar sin haber crecido.

Ahora bien, hay medidas concretas que se podrían disponer si coincidiéramos en que esto debe cambiar. “Una medida debería ser regular la publicidad, que es excesiva. Por otro lado, países como Estados Unidos tienen prohibida la venta de alcohol a menores de 21, y no de 18, como acá. Otro tema son los lugares de expendio: en el norte de Europa no se puede comprar alcohol en todos lados (supermercados, quioscos), lo que disminuye el consumo”, suma Carlos Damin, jefe de Toxicología del Hospital Fernández. La restricción publicitaria probó ser exitosa con el cigarrillo.


En Australia, un país con problemas con el consumo de alcohol, los mozos deben hacer un curso si quieren estar habilitados para servirlo. Y si ven a un cliente borracho o a punto de estarlo, no le sirven más, porque podrían recibir una multa importante. En Finlandia, donde también vienen bajando las cifras, el alcohol cuesta un 82% más que el promedio del resto de Europa. En Rusia, donde el asunto es grave, la publicidad de bebidas alcohólicas está prohibida.

Acá, el silencio oficial ante el asesinato de Fernando puede tomarse como indicador de la importancia que institucionalmente se le presta al tema. La titular de la Sedronar, Gabriela Torres, advirtió por el consumo de alcohol entre los adolescentes, pero no mucho más. El Instituto Nacional de la Juventud, a cargo de la futbolista de San Lorenzo Macarena Sánchez Jeanney, no emitió palabra. El funcionario de más alto rango que habló fue el ministro de Seguridad bonaerense, Sergio Berni, y se desgració diciendo que el crimen había sido “una desgracia”.

Demasiada liviandad para un problema tan pesado.
 
Fonte: https://www.clarin.com/opinion/miopia-tomar-bien-visto_0_ikTYCRsH.html

Soma alta - Carf mantém cobrança de R$ 2 bilhões da Ambev sobre tributos pagos no exterior

22 de janeiro de 2020, 20h30

A 1ª Turma da 4ª Câmara da 1ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais decidiu manter parte de uma cobrança bilionária de IRPJ e CSLL da Ambev por causa do uso de créditos tributários referentes a impostos pagos no exterior por empresas do 

grupo.



  
Impostos cobrados da Ambev pela Receita somam um pouco mais de R$ 2 bilhões
Divulgação
 
Conforme reportagem do jornal Valor, as cobranças se referem a compensações que reduziram os valores pagos ao fisco entre os anos de 2015 e 2016.

Os impostos cobrados pela Receita somam um pouco mais de R$ 2 bilhões e, conforme a decisão desta terça-feira (21/1), a maior parte da cobrança será mantida.

Ao analisar os valores referentes a 2015, o relator, conselheiro Carlos André Soares Nogueira, representante da Fazenda, negou a possibilidade de aproveitar o IR pago no exterior em 2014, para zerar o valor devido no Brasil em 2015, e ainda receber ressarcimento do imposto.

O relator ainda aceitou parcialmente os valores relativos a 2016 e os conselheiros reconheceram o direito a crédito de R$ 15 milhões.


Revista Consultor Jurídico, 22 de janeiro de 2020, 20h30

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

HAJA FORMOL!

O mundo vem elegendo, nos últimos pleitos, vários conservadores. 
A última foi a presidente da Grécia.

Figueiredo Basto, o rei da delação na vara de Moro, é denunciado por evasão de divisas



Publicado em 22 janeiro, 2020 1:46 pm


Figueiredo Basto

Do Globo:

Denunciado pela força-tarefa da Lava-Jato do Rio, Antonio Figueiredo Basto até então tinha como principal referência o fato de ter sido um dos primeiros advogados a fechar uma delação premiada na operação sobre desvios na Petrobras. Nesta terça-feira, no entanto, ele foi denunciado por evasão de divisas junto com Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”.

Com os procuradores de Curitiba, ele fechou acordos de colaboração que determinaram o curso das investigações. Como a colunista Bela Megale informou, Basto e o sócio Gustavo Flores confessaram ter praticado o crime de evasão de divisas, apesar de terem negado a realização de operações ilícitas de “dólar-cabo”, meio ilícito de envio de dólares para o exterior.

Entre seus principais clientes, estão nomes como o doleiro Alberto Youssef, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, e o lobista Julio Camargo. Os depoimentos deles ajudaram a revelar a série de desvios na Petrobras e as relações de corrupção entre empresas e autoridades, tanto para o financiamento de campanhas eleitorais, quanto para enriquecimento ilícito de diversos envolvidos.


Ele também atuou no caso do ex-senador Delcídio do Amaral e mais recentemente chegou a atuar na colaboração do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro.

(…)

PS: Figueiredo Basto também foi denunciado por doleiros ligados a Dario Messer por intermediar propina destinada a comprar o silêncio na Polícia Federal e no Ministério Público Federal em Curitiba
 
Fonte:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/figueiredo-basto-o-rei-da-delacao-na-vara-de-moro-e-denunciado-por-evasao-de-divisas/

WELINGTON "DIVINO" MARQUES DE OLIVEIRA - PROCURADOR OU FANÁTRICO RELIGIOSO FUNDAMENTALISTA?

O nome já diz muito sobre os gostos dos pais dele. 
E o sujeito procura fazer jus aos ridículos do próprio nome. 
Como se não bastasse, ainda investe, como óbvio adepto do Coiso e de Moro, contra o jornalismo independente, de maneira irresponsável.
Mas a culpa é do Conselho do Ministério Público e do Judiciário, que não punem os excessos de gente como Deltan e esse mentecapto.
Inevitável sentir nojo dessa gente e de certas "instituições".

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Ex-presidente da Interpol é condenado a mais de 13 anos de prisão na China


O chinês Meng Hongwei, ex-presidente da Interpol, foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão por corrupção, anunciou a Justiça chinesa nesta terça-feira (21)
21 de janeiro de 2020, 09:26 h

... Meng Hongwei, ex-chefe da Interpol (Foto: Sputnik)
247 - Foi condenado a mais de 13 anos de prisão nesta terça-feira (21), o chinês Meng Hongwei, ex-vice-ministro chinês de Segurança Pública. Ele também terá que pagar um multa de dois milhões de yuans (cerca de US$ 288 mil), afirmou o tribunal com sede em Tianjin (norte).

Auditoria do BNDES que não deu em nada custou R$ 6 milhões por página


Uma auditoria de seis páginas no BNDES que não apontou evidência alguma de corrupção gastou R$ 48 milhões - R$ 6 milhões por página. "Era uma ação política de acusações orquestradas! 
Vcs tem de responder por isso. E agora Bolsonaro? E agora Lava Jato, Moro?", escreveu no Twitter a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR)
21 de janeiro de 2020, 10:19 h Atualizado em 21 de janeiro de 2020, 12:01
  (Foto: Reuters | Gustavo Bezerra)  



247 - Uma auditoria de seis páginas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que não apontou evidência alguma de corrupção gastou R$ 48 milhões - R$ 6 milhões por página. Capitaneada por Jair Bolsonaro, a campanha sobre supostas irregularidades no banco tinha como objetivo atingir os governos do PT - Lula e Dilma.


A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

"Tentaram incriminar Lula, Dilma, lideranças do PT e gestores do banco! Quem paga por isso? Como reaver a reputação das pessoas? Era uma ação política de acusações orquestradas! Vcs tem de responder por isso. E agora Bolsonaro? E agora Lava Jato, Moro?", escreveu a parlamentar no Twitter.

De acordo com o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), "há mais de 10 anos circulam mentiras sobre o BNDES envolvendo Lula e Dilma". "Agora uma auditoria externa confirma o que sempre dissemos: NUNCA houve caixa preta e NUNCA o BNDES foi tão lucrativo quanto nos governos do PT. Mas a essa altura a mentira deu 5 voltas ao redor do mundo", afirmou.

Segundo relato do jornal O Estado de S.Paulo, o banco informou que, durante as investigações foram revisados mais de 400 mil documentos, coletados mais de 3 milhões de dados eletrônicos de funcionários.

Foram entrevistados funcionários, ex-funcionários, executivos e ex-executivos do BNDES envolvidos nas operações. Também analisados relatórios da PF, denúncias do MPF, termos de colaboração premiada, materiais de investigações internas do BNDES, além de documentos de sindicâncias internas, relatórios de CPIs, entre outras informações disponíveis.
 
Fonte: https://www.brasil247.com/economia/auditoria-do-bndes-que-nao-deu-em-nada-custou-r-6-milhoes-por-pagina

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

"No más indio manso, indio sonso!»


 Este era o grito dos huachus, precursores dos gaúchos, nos idos de 1811, liderados por JOSÉ JERVÁSIO ARTIGAS (segundo Vicente Rossi - El gaucho), que defendiam a liberdade e seus direitos naturais contra o invasor europeu. 
Hoje, concentrados em reservas, os íncolas brasileiros vêm sendo sistematicamente massacrados, após a nefasta obra de pacificação e subordinação empreendida pelos padres de diversas companhias e congregações católicas, os quais minaram a resistência dos "amerídios", pacificando-os e reduzindo-os a gente sem coragem de defender-se, mesmo quando violentamente atacada, como está a acontecer no Maranhão, mormente depois que o governo Bolsonaro/Mourão (que nunca negaram sua aversão pelos povos da selva brasileira, nem pelos negros), faz vista grossa ao verdadeiro genocídio que se continua a perpetuar. 
As lideranças indígenas precisam armar seus povos e exercer o direito à legítima defesa contra invasores inescrupulosos, grileiros impiedosos e os poderes "brancos" que apoiam tais malfeitores. Corram com padres, missionários, evangélicos (a mais nova corja conquistadora e exploradora que os acomete), livrem-se de tutelas hipócritas, ajam por conta própria. Deixem de ser "guardiões (desarmados) da floresta" e passem a ser, antes de tudo, vigilantes dos próprios direitos (mormente do direito natural à vida) e interesses.
Quando um conflito sério for estabelecido, com mortes de ambos os lados (e não só de integrantes dos povos ancestrais) aí a "justiça" criará a necessária vergonha, responsabilizando os rascistas do governo atual e passará a reprimir os abusos de grileiros, fazendeiros e pecuaristas desumanos.  



domingo, 19 de janeiro de 2020

SOBRE DRONES, ALTURA DE VOOS, INVASÃO DE PRIVACIDADE




31/07/2015 11h35 - Atualizado em 31/07/2015 14h42

Homem é preso ao atirar em drone de US$ 1,8 mil que voava sobre sua casa
'Eles podem estar olhando as garotas, olhando coisas para roubar', disse. Homem planeja processar donos do drone por invasão de privacidade.




Do G1, em São Paulo



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William Merideth, norte-americano de 47 anos que
foi preso por atirar em um drone que sobrevoava
sua casa no Kentucky (EUA) (Foto: Divulgação/
Governo do Kentucky)

Um norte-americano foi preso após derrubar a tiros de espingarda um drone de US$ 1,8 mil que sobrevoava sua casa. O caso aconteceu na tarde de domingo (26) em Louisville, no Kentucky (EUA).

William Merideth, de 47 anos, ficou incomodado quando um veículo aéreo não tripulado (vant) de seis hélices começou a voar sobre a sua casa e a de seu vizinho, dando rasantes sobre os telhados, ele afirmou ao canal de TV "WDRB".

Segundo Merideth, a máquina voava a 3 metros do solo em seu quintal. "Eu fui para dentro, peguei minha espingarda e disse: 'Não vou fazer nada a não ser que ele esteja diretamente sobre minha propriedade'", disse.
 
"Depois de coisa de um minuto, ele veio. Estava pairando sobre o teto da minha propriedade, e eu o derrubei do céu. Eu não atirei em uma rodovia, eu não atirei contra as cercas dos meus vizinhos, eu atirei diretamente para o céu", disse.

Segundo os donos do drone, ouvidos pela TV, eles estavam tirando fotos da casa de um amigo. Uma vizinha afirmou que o vant também passou pelo seu quintal, onde sua filha de 16 anos estava na piscina tomando sol.


"Eles podem estar olhando as garotas, olhando coisas para roubar, sabe. É uma invasão de privacidade", disse Merideth.

Os responsáveis pelo drone afirmaram que o equipamento custa US$ 1,8 mil.

Eles tentaram argumentar com Merideth, mas foram orientados a se afastar. Caso contrário, outro tiro seria dado. A essa altura, o drone já não estava no ar.

Chamada para resolver o problema, a polícia prendeu Merideth em sua casa e o indiciou por dano em primeiro grau e por expor pessoas a risco injustificado em primeiro grau. O homem foi fichado no mesmo dia e solto na segunda (27).

Fora da cadeia, ele reclamou do tratamento da polícia, que não apreendeu o drone para análise e deixou que o cartão de memória fosse levado pelos donos. Além disso, os agentes não fizeram maiores questionamentos, segundo Merideth.

"Sabe, quando você está na sua propriedade, com uma cerca de 1,8 metro, você tem a expectativa de ter privacidade. Nós não sabemos se ele estava procurando algo para roubar", afirmou.

"Para mim, isso foi o mesmo que invasão. Eu acredito que há regras que precisam ser colocadas em prática e a situação precisa ser tratada da melhor forma, porque todo mundo com quem eu conversei, incluindo a polícia, me disse que eles teriam feito a mesma coisa", afirmou o homem.

Merideth afirmou ainda que planeja processar os donos do drones que, em contrapartida, também deverão entrar com uma ação na Justiça para serem ressarcidos pelos danos.
Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/07/homem-e-preso-ao-atirar-em-drone-de-us-18-mil-que-voava-sobre-sua-casa.html