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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Política

Será sempre "a arte de engolir sapos", como dizia Nereu Ramos? 

Ao ver a liderança do PT negociando com o MDB para colocar o Baleia num cargo da maior relevância política, ele que votou espalhafatosamente no impedimento de Dilma, parece que pouco, ou quase nada, mudou.

"QUEDELELE"?

Esta exótica expressão era muito usada na Ilha de SC, até algum tempo atrás. Mas não só aqui.

Relendo ENEDINO BATISTA RIBEIRO (Gavião de Penacho - Memórias de um serrano,  editado pelo IHGSC), deparei-me com um comentário sobre tal expressão, no prefácio escrito pelo também advogado serrano LICURGO COSTA (autor de O Continente das Lagens).

Referindo-se a RIBEIRO, COSTA informou: 

Chegava mesmo ao requinte de usar, com a maior naturalidade, sem o mínimo traço de afetação, aquela curiosíssima locução conjuntiva tão do gosto serrano, ao indagar onde estava, onde se encontrava alguém: "Quedelele"?, onde há uma estranha contração do pronome interrogativo com o verbo e o pronome pessoal repetida numa oração de duas palavras que significa "Que é feito dele". (p. 19)

sábado, 26 de dezembro de 2020

COLÔNIA ALEMÃ, FRACASSADA, NO PERÚ

Ora, na presciência dos inconvenientes desta exploração, que, entretanto, determinou o pleno desdobramento de seu domínio no Oriente, o govêrno peruano nunca renunciou ao seu primitivo propósito de uma colonização intensiva. 

E para ao mesmo tempo garantir o tráfego do melhor caminho para o Amazonas, pelo Ucaiáli, que vai da estação terminus de Oroya aos tributários principais do Pachitéa, estabeleceu em 1857, à margem de um dêles, o Rio Pozuzo, a colônia alemã, que sôbre tôdas lhe monopolizou os cuidados e uma solicitude nunca interrompida. Realmente, a situação era admirável. 

À média distância de Iquitos, próxima aos afluentes navegáveis do Ucaiáli e num solo exuberante, o núcleo estabelecido era, militar e administrativamente, o mais firme ponto estratégico daquele combate com o deserto, justificando-se os esforços e extraordinárias despesas que se fizeram para um rápido desenvolvimento, que as melhores condições naturais favoreciam. 

Mas não lhe vingou o plano. 

A exemplo do que acontecera em Loreto, os novos povoadores, embora mais persistentes, anulavam-se, estéreis. 

A colônia paralisara-se, tolhiça, entre os esplendores da floresta. Reduziu-se a culturas rudimentares que mal lhe satisfaziam o consumo. E o progresso demográfico, quase insensível, retratava-se numa prole linfática, em que o rijo arcabouço prussiano se engelhava na envergadura esmirrada do quíchua. 

Ao visitá-la, em 1870, o Prefeito de Huanuco, Coronel Vizcarra, quedou atônito e comovido: os colonos apresentaram-se-lhe andrajosos e famintos, pedindo-lhe pão e vestes para velarem a nudez. 

O romântico D. Manoel Pinzás, que descreveu a viagem, pinta-nos em longos períodos soluçantes os lances daquele cuadro desgarrador!, suspendendo-o em dois rijos pontos de admiração. 

Viu-o ainda, passado um lustro, com as mesmas côres sombrias, o Dr. Santiago Tavara, ao descrever a primeira viagem do Almirante Tucker. Por fim, transcorridos trinta anos, o Coronel P. Portillo na sua rota do Ucaiáli teve notícias certas do núcleo povoador: era uma Tebaida aterradora. 

Lá dentro os primitivos colonos e os seus rebentos degenerados agitavam-se vítimas de um fanatismo irremediável, na mandria dolorosa das penitências, a rezarem, a desfiarem rosários e a entoarem umas ladainhas intermináveis numa concorrência escandalosa com os guaribas(*) da floresta.

Um trecho da obra de EUCLIDES DA CUNHA intitulada À margem da História.


-=-=-=-=


(*) - É o símio também conhecido como RONCADOR, ou BUGIO, entre os brasileiros, que costuma fazer alaridos (daí o nome roncador) que assusta aos menos avisados sobre a origem de tal barulheira. A espécie costuma aumentar a algazarra, segundo os sertanejos, à aproximação de tempestades.

O EFÊMERO NA AMAZÔNIA

Lendo, de EUCLIDES DA CUNHA (um invejável portento da literatura nacional), a obra À margem da História, onde o insigne escritor relata a instabilidade dos solos, as mudanças contínuas das margens dos rios, os incontáveis desbarrancamentos e formação/desfazimento de aluviões, de ilhas, dentre tantos outros acidentes geográficos, fico pensando nos problemas que gente do mundo todo, deslumbrada com a grandiosidade daquele "deserto", enfrentará, se tentar ocupar e colonizar aquele mundo hostil.

Lembrei-me daquele estrangeiro que, muito endinheirado, deslocou toda uma caríssima estrutura para produzir celulose, na época em que mandavam no Brasil os golpistas de 1964, que estimulavam, ou pelo menos, impatrioticamente, não se importavam, com a aquisição de terras por estrangeiros, investimentos aqueles que foram "por água abaixo". 

O projeto foi idealizado pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig e seu sócio Joaquim Nunes Almeida.

Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) uma área de terra de tamanho pouco menor que a do estado de Sergipe, ou equivalente ao estado norte-americano do Connecticut, para a instalação do seu projeto agropecuário. 

Ao longo do programa de instalação, enfrentou as desconfianças do governo e de algumas parcelas da sociedade que temiam pela soberania brasileira sobre a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado. 

A "ameaça" rendeu, em 1979, a criação de uma CPI para "apurar a devastação da floresta amazônica e suas implicações". Entretanto, o relatório da Comissão não faz qualquer alusão direta a este projeto. (Wikipedia)

Aqueles acontecimentos evidenciam a leviandade com que o assunto é tratado pelos nossos governos, notadamente por aqueles de viés militar autoritário.

A falência e os prejuízos de Ludwig e Almeida certamente levarão estrangeiros a pensarem, muitas vezes, antes de se aventurar a investir na região, por muito que Bolsonaro e Sales, presidente e ministro incendiários, propagandeiem e facilitem para investidores. 

Atentem eventuais aventureiros, com intenção de ir para a Amazônia, ao que acrescenta o antefalado EUCLIDES, sobre as condições de vida naquela imensidão:

Há alguma coisa extraterrestre naquela natureza anfíbia, misto de águas e de terras, que se oculta, completamente nivelada, na sua própria grandeza. 

E sente-se bem que ela permaneceria para sempre impenetrável se não se desentranhasse em preciosos produtos adquiridos de pronto sem a constância e a continuidade das culturas. 

As gentes que a povoam talham-se-lhe pela braveza. 

Não a cultivam, aformoseando-a: domam-na. 

O cearense, o paraibano, os sertanejos nortistas, em geral, ali estacionam, cumprindo, sem o saberem, uma das maiores emprêsas dêstes tempos. 

Estão amansando o deserto. 

E as suas almas simples, a um tempo ingênuas e heróicas, disciplinadas pelos reveses, garantem-lhes, mais que os organismos robustos, o triunfo na campanha formidável. 

O recém-vindo do Sul chega em pleno desdobrar-se daquela azáfama tumultuária, e, de ordinário, sucumbe. Assombram-no, do mesmo lance, a face desconhecida da paisagem e o quadro daquela sociedade de caboclos titânicos que ali estão construindo um território. Sente-se deslocado no espaço e no tempo; não já fora da pátria, senão arredio da cultura humana, extraviado num recanto da floresta e num desvão obscurecido da História. Não resiste. Concentra todos os alentos que lhe restam para o só efeito de permanecer algum tempo, inútil e inerte, no pôsto que lhe marcaram; mal desempenhando os mais simples deveres; indo-se-lhe os olhos em todos os vapôres que descem - e o espírito ausente nos lares afastados, longo tempo, em um exaustivo agitar de apreensões e conjeturas - até que o sacuda, inesperadamente, em pleno dia canicular, um súbito estremeção de frio, delatando-lhe a vinda salvadora, e por vêzes recônditamente anelada, da febre. 

E é uma surprêsa gratíssima. 

A vida desperta-se-lhe de golpe, naquela cotovelada da morte que passou por perto. 

O impaludismo significa-lhe, antes de tudo, a carta de alforria de um atestado médico. É a volta. A volta sem temores, a fuga justificável, a deserção que se legaliza, e o mêdo sobredoirado de heroísmo, desafiando o espanto dos que lhe ouvem o romance alarmante das moléstias que devastam a paragem maldita. 

Porque é preciso coonestar o recuo. Então cada igarapé sem nome é um Ganges pestilento e lúgubre; e os igapós, ou os lagos, espalmam-se nas várzeas empantanadas como lagunas Pontinas incontáveis. Traça-se um quadro nosológico arrepiador e trágico, num imaginoso fabular de agruras; e, dia a dia, a natureza caluniada prlo homem vai aparecendo naquelas bandas, ante as imaginações iludidas, como se lá se demarcasse a paragem clássica da miséria e da morte...

(português da época)


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Coronel negro reformula manual da PM de SP para combater racismo: 'não será tolerado'

Objetivo é fazer policiais identificarem situações discriminatórias nas ruas. 'Não será caça às bruxas, mas mostrar que racismo existe e dar exemplos de como agir certo', diz oficial.

Por Tahiane Stochero, G1 SP — São Paulo

24/12/2020 06h00 Atualizado há uma hora



Tenente-coronel Evanilson está reformulando manual de Direitos Humanos da PM de SP — Foto: Marcelo Brandt/G1


"O negro tem pressa, porque é muito tempo sofrendo a mesma coisa. O racismo está enraizado nas pessoas historicamente e culturalmente e elas não percebem isso". A frase é do tenente-coronel da PM de São Paulo Evanilson Corrêa de Souza, negro, de 50 anos, encarregado de rever o manual de Direitos Humanos da corporação para, como ele mesmo diz, "contribuir para a desestruturação do racismo estrutural".

A ideia, segundo o coronel que comanda o 11º Batalhão da PM, na área dos Jardins/Consolação, região central da capital paulista, é fazer com que os policiais paulistas reflitam e se conscientizem de que o racismo está presente no dia a dia nas ruas e identifiquem atos discriminatórios próprios e de colegas que possam ser corrigidos.

O atual manual da PM é de 1998 e a nova versão, segundo Souza, deve ficar pronta no 1º semestre de 2021.

"É importante mostrar para as pessoas que o racismo existe, que não é exagero, não é só um costume, uma brincadeira, um jeito. Porque é cultural e tradicional dessa forma (de discriminação). É um racismo estrutural da sociedade que se arrasta até os dias de hoje", disse Souza ao G1, ele próprio já vítima de racismo.

"Não será uma caça às bruxas, mas não vamos mais tolerar discriminações de nenhuma forma", afirma o coronel.

A revisão do manual começou paulatinamente em 2014, quando começaram a surgir algumas ideias sobre a necessidade de aperfeiçoamento das premissas da corporação em respeito à diversidade cultural e religiosa, mas termina em um ano marcado por ocorrências polêmicas envolvendo atos racistas no Brasil e no mundo.

A taxa de homicídios de negros no Brasil saltou de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018, o que representa aumento de 11,5% no período, de acordo com o Atlas da Violência 2020. Já os assassinatos entre os não negros no mesmo comparativo registraram uma diminuição de 12,9% (de uma taxa de 15,9 para 13,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes).

O relatório mostra que, em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios.

Quando se fala das vítimas dos policiais, o percentual de negros é um pouco maior: 79,1% , em 2019, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A proporção de policiais negros assassinados no ano passado também é maior do que a de brancos: 65,1%.

Em maio, a morte de George Floyd, de 40 anos, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação na população norte-americana e no mundo depois da divulgação de um vídeo que mostrava um policial branco tentando imobilizá-lo, ajoelhado no pescoço dele enquanto o negro dizia: "não consigo respirar".

Na capital paulista, pelo menos três ocorrências policiais marcaram 2020: em julho, um policial foi flagrado pisando no pescoço de uma mulher negra já imobilizada na Zona Sul, levando ela a desmaiar quatro vezes (veja vídeo acima); em agosto, um mestre de capoeira levou um 'mata-leão' e foi deixado de cuecas, após ser confundido com um ladrão, em um bairro boêmio da Zona Oeste.


Os casos demonstram, segundo o coronel, a necessidade da população perceber que a discriminação ainda está muito presente nos nossos dias. O oficial entende, porém, que há menos preconceito interno na PM paulista do que nas ruas.

Segundo o coronel, "não é ensinado nas escolas militares que o negro é mais suspeito que o branco" e que aqueles devem ser mais severamente abordados nas ruas do que as demais pessoas.

"Ninguém nunca ensinou isso [que negro deve ser mais abordado ou revistado nas ruas], isso não existe. Nem quando eu entrei na Academia de Polícia Militar, nem hoje (se ensina). Se ensina, nas escolas, que você tem que fazer uma abordagem em função do comportamento de uma pessoa suspeita, não da aparência", afirma.

O oficial diz que os jovens que ingressam nas diversas escolas da corporação, para formação de soldados, cabos, sargentos e oficiais, vêm da população em geral e "trazem consigo, queira ou não, uma bagagem de diferenciação da visão sobre o negro que está presente na sociedade."

"Nós temos, sim, uma sociedade que traz uma bagagem de diferenciação total do negro, resultado de mais de 350 anos de escravidão e da forma como o negro sempre foi subjugado. Nas novelas, por exemplo, se via negros em posições inferiores, com profissões inferiores. Tudo isso foi moldando o pensamento social. Isso é o racismo estrutural, uma forma perversa de discriminação. Porque você já tem uma leitura de que o negro faz parte de um universo inferior e de violência", explica o coronel.

"Dizer para uma pessoa que ela tem um gesto racista é muito grave, tem que tomar cuidado. Porque as pessoas éticas não querem ser racistas. Então é preciso cuidado na forma como se mostra isso", defende.

Cartilha trará ilustrações de casos emblemáticos

A ideia, com a revisão do manual de Direitos Humanos, que será distribuído e ensinado nas escolas da PM, é "contribuir para esse processo de mudar tudo isso", diz Evanilson Souza.

Além do manual, será confeccionada uma cartilha de bolso, ilustrada, dando dicas mais práticas sobre como os policiais devem agir nas abordagens nas ruas. Um dos desenhos, segundo o coronel, será do evento do policial flagrado pisando no pescoço da mulher negra imobilizada neste ano em São Paulo.

Neste ano, a PM já tentou começar a difusão de alguns dos ensinamentos que a revisão do manual de direitos humanos e a cartilha trarão em 2021. Uma destas atividades foi a participação de 20 agentes de segurança em um tour fornecido por uma agência de viagens sobre a cultura e histórias negras em São Paulo. O roteiro, conhecido como “Caminhada São Paulo Negra”, vai da Praça da Liberdade ao Largo do Paissandú, no Centro da capital.

Após seguirem tour sobre cultura negra e MP iniciar investigação, PM faz passeio turístico no Centro de São Paulo — Foto: Felipe Benício/BlackBird Viagens/Divulgação


Para o tenente-coronel Evanilson Souza, a ação da PM ao filmar e seguir o grupo turístico negro durante o passeio "foi um erro" provocado por "falta de comunicação".

"Na realidade, foi um erro ficar acompanhando um grupo negro, houve uma confusão. Tínhamos uma informação de que haveria uma manifestação, como vem ocorrendo no Centro quase todos os dias, e nosso pessoal foi verificar e acabou acompanhando o grupo negro. Ficou uma situação muito ruim, provocada pela falta de diálogo. O pessoal deveria ter se apresentado e conversado. E a correção disso passa, justamente, por dialogarmos mais agora", afirma o coronel.

"Queremos que a PM seja uma ponta de lança, seja precursora no desenvolvimento de um projeto para combater a discriminação racial, isso faz parte de um contexto de toda a sociedade, mas estamos fazendo a nossa parte", diz ele.

Tenente-coronel Evanilson diz que novo manual quer conscientizar PMs. 'Não será caça às bruxas' — Foto: Marcelo Brandt/G1

"A sociedade precisa pensar de novo o preconceito contra o negro, porque isso gera uma cultura histórica de estigmatização por parte do próprio negro, que se vê já inferior, se acha, muitas vezes, incapacitado historicamente para certos cargos ou atos. É ruim e difícil dizer que existe racismo, que existe uma sociedade racista, porque você está acusando seus colegas e amigos de racismo. Mas o racismo existe, sim", conclui o coronel.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/12/24/coronel-negro-reformula-manual-da-pm-de-sp-para-combater-racismo-nao-sera-tolerado.ghtml

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

MORTE NO 'DELIVERY': A EXTENUANTE ROTINA DE ENTREGADORES NA COREIA DO SUL


Em 2020, nove trabalhadores da categoria morreram apenas no primeiro semestre, de acordo com Agência de Segurança e Saúde Ocupacional do país; excesso de trabalho é apontado entre razões que levaram a óbitos

Época
17/12/2020 - 08:29Entregador na cidade de Seul, na Coréia do Sul Foto: SOPA Images / Getty Images

O aumento do serviço de delivery na Coréia do Sul tornou extenuante o trabalho dos entregadores com a pandemia do coronavírus.

Em entrevista ao The New York Times, um dos profissionais desse segmento afirmou que ao menos 15 entregadores morreram por "excesso de trabalho" nos últimos meses.

“Não seria uma surpresa se eu cair morto também”, disse Choi Ji-na, de 43 anos, ao falar sobre sua desgastante rotina de trabalho em Seul.

Apesar do cansaço, Choi diz tem sorte de estar empregado e até se sente orgulhoso de trabalhar em algo que agora se tornou tão essencial.

Em 2018, quando o presidente da Coréia reduziu as horas de trabalho semanais de 68 para 52, os entregadores foram deixados de fora, segundo o NYT.

“A carga de trabalho ficou muito grande. Desde que o coronavírus veio, voltar para casa cedo o suficiente para jantar com meus filhos se tornou um sonho distante”, disse Choi.

De 2015 a 2019, morreram entre um e quatro entregadores por ano. Em 2020, nove trabalhadores da categoria morreram apenas no primeiro semestre, de acordo com dados que a Agência de Segurança e Saúde Ocupacional da Coreia.

A sequência de mortes causou um alvoroço no país, com diversas pessoas chamando atenção à necessidade das proteções aos trabalhadores, feitas de forma desigual.

Um dos casos de morte, de acordo como New York Times, é o de Kim Dong-hee, entregador de 36 anos também de Seoul. Ele havia voltado para casa às 2h do dia 7 de outubro, depois de uma rotina longa de trabalho. Mais tarde, naquele mesmo dia, ele foi ao depósito para pegar 420 pacotes.


Ainda com muitas entregas a fazer, mandou uma mensagem de texto para um colega às 4:28h do dia 8. Dong-hee falou que estaria em casa às 5h, mas mal teria tempo de comer e se lavar antes de sair novamente. “Estou muito cansado”, ele digitou.

Quatro dias depois, o rapaz não apareceu para trabalhar. Quando os colegas verificaram sua casa, o encontraram morto. De acordo com o jornal, a polícia decidiu que a causa foi insuficiência cardíaca, mas colegas dizem que ele morreu por excesso de trabalho.

Depois que as mortes geraram manchetes, as pessoas também começaram a expressar simpatia pelos entregadores, com bebidas e lanches deixados nas portas das casas com bilhetes: "Tudo bem se atrasar".

“Quando estranhos passam por mim nas ruas, eles me dizem:‘ Por favor, não morra! Precisamos de você’, disse Park. Mas as reformas prometidas por empresas de logística e pelo governo demoram a chegar.

O The New York Times aponta que as compras online cresceram em 30% na Coréia do Sul, que ocasionou, em estimativa, 3,6 milhões de pacotes entregues em 2020. De acordo com uma pesquisa feita em setembro pelo Centro de Saúde e Segurança do Trabalhador, um grupo de direitos humanos, os entregadores trabalham em média 12 horas por dia, seis dias por semana.

Mesmo com esse avanço no tamanho de entregas, com promessas de produtos na casa do cliente “no mesmo dia da compra” por parte de shoppings e empresas de logística, as taxas de delivery caíram. O jornal afirma que os entregadores recebem de R$3 a R$4 por pacote.

O número alto de pedidos caminha ao lado da expectativa de que tudo chegue aos clientes com velocidade, mas os trabalhadores dizem que tem se tornado impossível atender a toda essa demanda.

Fonte: https://epoca.globo.com/mundo/morte-no-delivery-extenuante-rotina-de-entregadores-na-coreia-do-sul-24799846

Justiça britânica estabelece precedente histórico ao atribuir morte de criança ao ar poluído


Ella Kissi-Debrah, que morreu em 2013 aos nove anos, foi exposta a níveis de poluição superiores aos recomendados pela Organização Mundial da Saúde, diz a decisãoFoto da pequena Ella Kissi-Debrah no celular de sua mãe.HOLLIE ADAMS / AFP







A investigação oficial britânica sobre a morte, em 2013, da menina Ella Kissi-Debrah, que tinha nove anos, concluiu que “a poluição ambiental foi um fator relevante tanto para a causa como para o agravamento de suas crises de asma”, e que a menor “foi exposta a níveis de dióxido de nitrogênio e partículas flutuantes que superaram os níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

As Coroner’s Courts, tribunais investigativos que contam com o trabalho de peritos, como médicos legistas, fazem parte do sistema judicial britânico desde a aprovação do Coroners and Justice Act, de 2009. Têm capacidade para investigar, de ofício ou a pedido de alguma parte, as causas de qualquer morte, embora não possam atribuir responsabilidades penais específicas. Suas sentenças têm a força legal de qualquer precedente. A decisão da Southwark Coroner’s Court, no sul de Londres, representa um marco jurídico histórico, pois até agora nenhuma morte havia sido diretamente vinculada à poluição do ar, e aumentará a pressão para que o Governo de Boris Johnson endureça as normas para reduzir a poluição urbana.

Os dois últimos anos de vida da menina, que morava com sua família no sudeste de Londres, foram marcados por constantes idas ao hospital. As emissões de poluentes da South Circular Road, na área de Lewisham, contribuíram para o rápido agravamento da saúde de Ella. As contínuas crises de asma a levaram 30 vezes ao pronto-socorro. Seus pulmões falharam ao menos cinco vezes durante esse período.


“Durante toda a sua vida, Ella viveu perto de rodovias altamente poluentes. Não foi muito difícil concluir que sua exposição pessoal ao dióxido de nitrogênio e a partículas flutuantes foi muito alta”, afirmou nesta quarta-feira o médico legista Philip Barlow, da Southwark Coroner’s Court.


A mãe de Ella, Rosamund Kissi-Debrah, uma professora, dedicou todos os esforços nos últimos anos a obter uma revisão da primeira sentença, em 2014, que se limitou a apontar uma síndrome respiratória aguda como causa da morte. O Tribunal Superior de Londres anulou a sentença e ordenou uma segunda investigação.

“A decisão de hoje deve ser um ponto de virada para evitar que outras famílias sofram o abalo emocional sofrido por essa”, disse o prefeito trabalhista de Londres, Sadiq Khan. “A poluição atmosférica é uma crise de saúde pública, principalmente para nossas crianças, e a investigação serviu para destacar a urgência de promover medidas mais agressivas, como ampliar a Zona de Baixas Emissões para o centro de Londres”, acrescentou Khan.

“As autoridades nunca forneceram à mãe de Ella informações sobre os riscos que a poluição representava para a saúde da menina, nem sobre sua capacidade de agravar a asma. Se tivesse recebido essas informações, teria adotado as medidas necessárias para evitar a morte da menina”, afirma a sentença do tribunal.

As organizações ambientais britânicas saudaram a decisão, que acelerará a aprovação de uma nova Lei do Ar Limpo. A ONG Clean Air London pediu que o novo texto receba o nome de “Lei de Ella”, e que sirva para atribuir novas obrigações e direitos às autoridades locais para poder reduzir as emissões de veículos e edifícios. A Comissão Real sobre a Poluição Ambiental, criada para enfrentar esse problema, concluiu seus trabalhos sem nenhum resultado em 2011. O Governo de Johnson, no entanto, lançou no ano passado sua Estratégia do Ar Limpo, dando impulso às tarefas legislativas necessárias para combater o problema.

Um relatório oficial feito em 2018 pelo médico legista Stephen Holgate concluiu que os níveis de poluição registrados na estação de monitoramento de Catford, a pouco mais de um quilômetro de onde Ella vivia, superaram constantemente os níveis permitidos pela legislação da União Europeia durante, no mínimo, três anos anteriores à morte da menina.

Fonte: https://brasil.elpais.com/internacional/2020-12-16/justica-britanica-estabelece-precedente-historico-ao-atribuir-morte-de-crianca-ao-ar-poluido.html

Um presidente negacionista, mitômano, ignorante e cínico



(Julho) Bolsonaro exibe uma caixa de hidroxicloroquina para apoiadores, do lado de fora do Palácio da Alvorada, em Brasília - AFP/Arquivos


Na cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 — plano que não planeja nada, não se compromete com nada, e apenas prevê um monte de ações desconexas com a realidade –, Bolsonaro tentou amenizar Bolsonaro. Falou que “se alguém exagerou, foi no afã de encontrar uma solução”.

Não, presidente. Não adianta vir agora com esse papinho furado, mais falso que nota de três reais, de que a pandemia sempre o afligiu. Não adianta vir falar em união, um dia após proferir as maiores barbaridades sobre a vacina e o governador de São Paulo. Ninguém, com mais de dois neurônios ativos, acredita em você.

Alguém deve lhe ter soprado aos ouvidos que sua imagem está derretendo feito gelo no Saara. Pesquisas? São retratos do momento, e não filmes de um período. Você será considerado o pior e mais aloprado presidente da história do Brasil. O mundo já sabe disso. Por aqui, metade da população, também.

Você sempre negou a Covid-19 e sua gravidade. Você sempre desrespeitou os mortos e a dor dos enlutados. Você sempre fez o que pôde para ajudar a propagar o novo coronavírus, desde aglomerações ao não uso de máscara. Você sempre deseducou a população e sempre estimulou a ignorância e irresponsabilidade.

Ninguém, em todo o planeta, mentiu como você sobre a doença. Ninguém jamais chegou perto do seu obscurantismo e negacionismo. Nem as pobres emas do Alvorada escaparam da sua estupidez lunática. Não venha, pois, agora, querer apagar o passado ou reescrevê-lo. Suas falas e atitudes estão gravadas para a eternidade.

Você é o responsável direto por parte dos doentes e das mortes, sim. Você é o responsável direto por tanta gente ter se contaminado e contaminado outros, afinal é para “enfrentar o vírus de peito aberto”. Você é o responsável por alguns dos 40% de brasileiros que dizem não pretender se vacinar.

Enquanto o Brasil iniciava sua subida ao cemitério, você brincava de autogolpe em Brasília; estimulava gente do quilate de Sara Winter. Apoiava atos em favor do fechamento do STF e do Congresso. Divulgava a falsa cura da doença exibindo uma estúpida caixinha de cloroquina. Você sempre foi – e é – um patético arremedo de presidente.

Os brasileiros terão vacinas, sim, não por você, mas a despeito de você e deste desgoverno incompetente. A despeito do “general especialista em logística” (que piada!) aboletado no Ministério da Saúde, já que ninguém mais aceitou o papel de títere. Mas as terão muito mais tarde e em menor quantidade.

Em apenas um mísero dia, 70 mil novos casos de Covid e quase mil mortos. Mas, segundo o presidente, “está no finalzinho”. Já desisti de clamar “Deus nos ajude”. Definitivamente, Ele não está nem aí para esse triste pedaço de chão. Até porque, convenhamos, fazemos por merecer Seu desdém.

Fonte: https://istoe.com.br/um-presidente-negacionista-mitomano-ignorante-e-cinico/

Um mundo de solteiros - El psicoanalista y filósofo Luciano Lutereau sobre "el fin de la masculinidad"


"Éste es un mundo de solteros"

En su último libro indaga de qué manera viven los varones el amor en tiempos modernos.

Imagen: Bernardino Avila


El destacado doctor en Psicología y en Filosofía por la UBA Luciano Lutereau cierra una trilogía con su nuevo libro El fin de la masculinidad (Editorial Paidós). Una trilogía que empezó con Más crianza, menos terapia (donde aborda el tema de la niñez y el análisis) y siguió con Esos raros adolescentes nuevos, que lo dedicó a analizar la juventud. En su nueva publicación, se puede conocer cómo viven los varones el amor en tiempos modernos. Pero este psicoanalista aborda muchos temas más: los prejuicios masculinos, la actitud de “soltero”, la falsa dicotomía entre masculino y femenino, la relación entre psicoanálisis y género (“El psicoanálisis no puede ser el mismo después del auge del feminismo”, plantea el autor), la nueva misoginia, la “incompatibilidad” entre amor y masculinidad, la mirada sobre el considerado “hombre perfecto” que puede ser, en realidad, un “varón disociado”, la dificultad de los varones de no llevarse bien con la palabra de amor porque la masculinidad no prepara al varón para estar enamorado, el analista varón con pacientes varones, entre muchos otros temas. “Después de un libro dedicado a la infancia y otro libro dedicado a los jóvenes, ahora éste está dedicado a la adultez, a los problemas de la adultez y a la adultez como problema”, señala Lutereau en diálogo con Página/12. “También porque hay un punto en que este libro tiene cierta crisis de los valores propios de la adultez. Lo que plantea --al final, sobre todo-- es una progresiva disolución de los modos de vida considerados hasta hace un tiempo adultos”, agrega el autor que también dedica un capítulo a analizar lo masculino en cuatro películas.

--¿Por qué ser soltero es más bien una actitud psíquica?

--Lo que planteo tiene que ver con pensar la soltería no como una cuestión de estado civil sino como modo de relación con el otro. En este punto, el soltero es aquel que se desentiende de que algo del otro lo pueda marcar o tocar, que algo del otro le pueda imponer algún tipo de compromiso o restricción, o que en última instancia lo confronte con un acto. Eso lleva a algo muy propio de nuestra época. Por eso digo que éste es un mundo de solteros, en la medida en que el soltero es el que todo el tiempo se remite a sí mismo como instancia de referencia. De criticar o de repensar la necesidad de validación del otro pasamos a una instancia en la cual nada del otro me tiene que tocar, nada del otro me tiene que representar algún tipo de conflicto. Y esto es algo que marca una diferencia central con la época freudiana, en la medida en que todos los pacientes de Freud sufren por su relación con el otro, sufren por aquello que el otro espera de ellos, ya sea en términos de ideales; sufren por lo que el otro espera de ellos, ya sea por el deseo. El deseo es algo que nos pone en relación con otros. Sufren también por la relación con el otro. En el psicoanálisis freudiano sufrir por la relación con el otro es, en última instancia, estar determinado por un conflicto que exige algún tipo de toma de posición o renuncia que es equivalente a algún tipo de crecimiento. Nuestra época ya destituyó el conflicto en la relación con el otro o que el otro implique algún tipo de conflicto.

--¿Qué diferencias plantea entre masculinidad y virilidad?

--Ahí hay distintos prejuicios que, incluso, fueron muy fecundos en psicoanálisis. En psicoanálisis, la cuestión de la feminidad despertó muchísimas más preguntas. De hecho, los libros dedicados a lo femenino son muchísimos. Siempre se publicó más sobre el tema de las mujeres que sobre la cuestión de los varones. Dos prejuicios básicos del psicoanálisis en torno a lo masculino son, por un lado, hacer equivalentes a masculino y fálico, como si todo lo masculino fuese fálico, sin tener en cuenta un conflicto que Freud ubicó como muy importante en la masculinidad que es la posición pasiva o la pasividad en los varones. Y, en segundo lugar, la confusión entre lo viril y lo masculino, donde justamente lo viril tiene que ver con el modo en que un varón atraviesa el conflicto de pasividad en la relación con su propio padre. La virilidad tiene, en un primer momento, una fuente reactiva, defensiva: todo varón se viriliza para no ser pasivo. Ahora, la pregunta es si la única de manera de atravesar los conflictos masculinos que mencioné antes es con una virilidad reactiva o no.

--¿Por qué los varones necesitan demostrar la masculinidad?

--Porque no es algo que se desprenda anatómicamente, biológicamente. Como toda posición subjetiva necesita, de alguna forma, consolidarse a través de ciertos actos. Actos que, por lo general, son sintomáticos o actos que logran evitar el rodeo sintomático, pero no por eso dejan de implicar algún tropiezo. En ese sentido, esto es la manera de decir que no se trata de pensar lo masculino en términos de identidad o de una esencia. Primero, no se trata de pensarlo como algo natural. Segundo, no se trata de pensarlo como algo esencial. Y, en tercer lugar, tampoco como una identidad, al menos para el psicoanálisis. Lo masculino tiene que ver fundamentalmente con los conflictos o con tipos de conflictos. El psicoanálisis piensa en términos de posiciones relativas a conflictos que implican algún tipo de división, de desgarramiento íntimo, de transición de una posición a otra. En ese sentido, también se puede entender por qué desde el punto de vista del psicoanálisis, cuando decimos "masculino" no es lo mismo que por ahí cuando habla alguien del campo de la sociología o de otra orientación.

--Menciona el tema de las fantasías de impotencia en el hombre actual. ¿Cómo funciona esto en el caso de la violencia como recurso de impotente?

--La impotencia como síntoma masculino es hoy en día uno de los motivos de consulta más frecuentes. En principio, se trata de una impotencia que no tiene que ver con causas orgánicas. Y habría que distinguir dos tipos de impotencia. Una es la impotencia que tiene que ver con la infidencia del deseo, que muestra claramente cómo para un varón el deseo es algo que pone en cuestión su potencia. Dicho de otra forma: el varón no es potente cuando desea. La mayor cantidad de situaciones que cuentan los varones en análisis cuando se encuentran con alguien que no encarna para ellos el desafío del deseo es que pierden la erección. Como potente un varón no es deseante. Ahora, otro tipo de impotencia es la impotencia por una insuficiente libidinización de una posición masculina. Si en el primer caso la impotencia es efecto de la excitación, en el segundo caso es por efecto de la falta de excitación por algo que no se termina de consolidar. Freud habló principalmente del primer tipo de impotencia. Hoy en día, nosotros podemos agregar ese segundo tipo de impotencia que tiene que ver con algo muy propio de nuestra época, que es la creciente deserotización. Por ejemplo, podemos encontrar que, entre los jóvenes, una fase exploratoria basada en la masturbación empezó a desaparecer. Para muchos varones es más importante la conquista y la seducción antes que la realización de un deseo. Una de las ideas que trabajo en el libro es cómo una de las formas de la impotencia actual es la del seductor. La posición de seductor como consolidación en el varón está más cerca de la impotencia que de un varón deseante.

Fonte: https://www.pagina12.com.ar/312402-este-es-un-mundo-de-solteros

Vacina da Rússia - Segura, ou não?


Vacuna rusa: Putin dice que no se la aplicó porque no se recomienda a mayores de 60


"Las vacunas que están circulando entre la población general de hoy están destinadas a personas de un determinado grupo de edad, y las vacunas aún no han llegado a personas como yo", dijo hoy Putin Fuente: AFP


17 de diciembre de 2020 • 09:14


MOSCÚ.- El presidente de Rusia, Vladimir Putin , quien tiene 68 años, dijo hoy que todavía no ha recibido la vacuna rusa contra el coronavirus Sputnik-V, ya que aún no se recomienda para personas mayores de 60 años.


"Las vacunas que están circulando entre la población general de hoy están destinadas a personas de un determinado grupo de edad, y las vacunas aún no han llegado a personas como yo", dijo Putin durante su conferencia de prensa anual.





El presidente ruso, Vladimir Putin, durante su conferencia de prensa anual vía video Fuente: AFP

"Soy un ciudadano respetuoso de la ley en ese asunto, escucho las recomendaciones de nuestros especialistas y hasta ahora no la he tomado. Pero lo haré tan pronto como sea posible".

A diferencia de Gran Bretaña, donde los primeros en vacunarse están siendo los ancianos, la Sputnik V está aprobada para las personas de entre 18 y 60 años.

Un vocero del RDIF (Fondo Ruso de Inversión Directa) dijo a LA NACION que hay un ensayo clínico especial para las personas mayores de 60, que se espera que esté terminado a fines de 2020. Basándose en este estudio se tomará la decisión de administrar la vacuna a los mayores de 60.

En las campañas de vacunación, Rusia ha priorizado las personas sin enfermedades crónicas y que no están embarazadas ni amamantando.

"Tenemos una buena vacuna, a la vez segura y eficaz (...) con un nivel de protección de 96 a 97% según los expertos", dijo Putin que respondió este año a periodistas a través de una videoconferencia, debido a la pandemia del Covid-19.

El presidente ruso dijo que su país dispondrá el año próximo de "millones de dosis de vacuna". Putin consideró que Rusia había gestionado la pandemia "con dignidad" y "mejor que otros países del mundo", pero admitió que "ningún sistema (de salud) en el mundo estaba listo para afrontar" un problema de "semejante magnitud".

El vocero de Putin, Dmitry Peskov, dijo en junio que el líder ruso estaba protegido ante el coronavirus por túneles especiales de desinfección que debe atravesar cualquier persona que vaya a su residencia o se reúna con él en el Kremlin.

Asimismo, Putin es analizado de forma regular para ver si tiene el virus, agregó Peskov.


El presidente ruso, Vladimir Putin, durante su conferencia de prensa anual vía video Fuente: AFP


Rusia ha registrado más de 2,7 millones de infecciones y 49.000 muertos desde el comienzo de la pandemia.

Datos publicados esta semana hallaron que la vacuna Sputnik V -que fue aprobada por los reguladores rusos en agosto, después de menos de dos meses de pruebas en humanos- tiene una efectividad del 91,4%.
Dudas

Miembros del Kremlin y los medios controlados por el estado presentaron la vacuna Sputnik como un gran hito cuando se aprobó el 11 de agosto. Pero entre los rusos, las esperanzas de que el fármaco cambiara el rumbo de la crisis del coronavirus se han mezclado con los reparos y el escepticismo, reflejando las preocupaciones por cómo se aceleró el lanzamiento de la vacuna cuando aún se estaban realizando los ensayos para garantizar su efectividad y seguridad.

Rusia fue criticada a nivel internacional por autorizar una vacuna que no ha terminado los ensayos avanzados entre decenas de miles de personas, y expertos tanto dentro como fuera del país advirtieron en contra de su uso generalizado hasta que se completaran los estudios.

Pese a esas advertencias, las autoridades empezaron a ofrecerla a algunos grupos de alto riesgo como personal médico de primera línea, semanas después de autorizar el fármaco. Alexander Gintsburg, director del Instituto Gamaleya que desarrolló la vacuna, dijo la semana pasada que más de 150.000 rusos la habían recibido.

Uno de ellos era el doctor Alexander Zatsepin, especialista de Cuidados Intensivos en Voronezh, una ciudad 500 kilómetros al sur de Moscú, que se vacunó en octubre.

"Llevamos desde marzo trabajando con pacientes de Covid-19, y cada día, cuando llegamos a casa, nos preocupa infectar a nuestros familiares. De modo que cuando apareció una oportunidad de protegerles a ellos y a mí mismo, pensé que debía aprovecharla'', señaló.

Sin embargo, Zatsepin dijo que seguía tomando precauciones contra los contagios porque los estudios sobre la efectividad de la vacuna aún no han terminado. "Todavía no hay confianza absoluta'', dijo.
Campaña rusa

Después de que Gran Bretaña anunciara el 2 de diciembre que había autorizado una vacuna desarrollada por las farmacéuticas Pfizer y BioNTech, Putin dijo a las autoridades que comenzaran un campaña de vacunación a gran escala, mostrando el interés de Moscú por estar en la vanguardia de la lucha contra la pandemia.

Rusia autorizó su vacuna tras probarla apenas en unas docenas de personas, y la presentó como la "primera del mundo" en ser aprobada. Los desarrolladores la llamaron Sputnik V, en alusión al primer satélite del mundo, lanzado por la Unión Soviética en 1957 durante la Guerra Fría.

En juego hay algo más que el orgullo nacional. Rusia ha registrado más de 2,7 millones de casos de Covid-19 y más de 48.000 muertes, y quiere evitarle a su economía otra dañina cuarentena.

El 2 de diciembre, Putin marcó un objetivo de unos dos millones de dosis en los días siguientes. Pese al limitado suministro para un país de 146 millones de habitantes, Moscú amplió de inmediato la lista de personas que podían recibirla. La vacuna es gratuita para cualquier trabajador de instituciones educativas o de salud, tanto estatales como privadas, así como para trabajadores sociales y municipales, trabajadores minoristas y de servicios y artistas.

La Agencia Europea del Medicamento dijo no haber recibido una petición de los fabricantes para solicitar su autorización en la Unión Europea, pero se han compartido algunos datos con la Organización Mundial de la Salud. La agencia de la ONU no suele autorizar vacunas por sí sola, y espera al veredicto de agencias reguladoras. Según medios, se está considerando el empleo de la vacuna rusa en un proyecto global liderado por la OMS para distribuir vacunas contra el COVID-19 a los países más pobres.

Sus desarrolladores han dicho que los datos de los ensayos sugieren que el fármaco tiene una efectividad del 91%, una conclusión basada en 78 contagios entre casi 23.000 participantes. Son muchos menos positivos de los que acumularon las farmacéuticas occidentales en sus últimos ensayos antes de analizar la efectividad de sus candidatas a vacuna. No se han publicado datos importantes del estudio ruso, como el perfil demográfico de los participantes.
Confianza pública

Algunos expertos dicen que esa tasa de efectividad produce optimismo, pero que la confianza pública podría ser un problema.

"No me preocupa tanto que Sputnik V sea poco segura o menos efectiva de lo que necesitamos que sea'', dijo Judy Twigg, profesora de ciencias políticas en la Universidad Commonwealth de Virginia y especialista en salud global. ``Me preocupa que la gente en Rusia vaya a estar dispuesta a ponérsela''.

Un sondeo realizado en octubre por el Centro Levada, la principal encuestadora independiente rusa, mostró que el 59% de los rusos no estaba dispuesto a vacunarse aunque fuera gratis.

Denis Volkov, sociólogo y subdirector del Centro Levada, dijo que los encuestados habían citado pruebas clínicas sin terminar, señalando que la vacuna estaba "a medio cocer" y que les producían suspicacia las afirmaciones de que Rusia era el primer país del mundo en tener una vacuna mientras los demás seguían trabajando en las suyas.

El alcalde de Moscú, Sergei Sobyanin, dijo que más de 6000 personas recibieron las inyecciones en los primeros cinco días de vacunaciones, que comenzaron el 5 de diciembre. Pero algunos reportes en medios sobre los primeros días de campaña en Moscú mostraban clínicas vacías y trabajadores sanitarios ofreciendo las vacunas a cualquiera que llegara. En algunos casos, esto se debía a que el fármaco debe almacenarse a 18 grados Celsius bajo cero (0,4 grados Fahrenheit), y cada vial contiene cinco dosis. Una vez descongelados, deben administrarse en dos horas o desecharse.

El despliegue fuera de Moscú y alrededores parecía ir mucho más despacio. El ministro de Salud, Mikhail Murashko, dijo que todas las regiones habían iniciado el proceso el 15 de diciembre.

Según medios, podría haber problemas para escalar la fabricación y la distribución del fármaco. Sputnik V utiliza dos vectores de adenovirus para el sistema de dos dosis, lo que complica la producción. Además, los requisitos de baja temperatura para almacenaje y transporte complican su distribución por el enorme país.

Agencias AP y AFP


Fonte: https://www.lanacion.com.ar/el-mundo/coronavirus-putin-dice-todavia-no-se-vacunara-nid2543147

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Aseguró que en 2021 habrá millones de dosis
Vladimir Putin dijo que la vacuna rusa contra el coronavirus es "segura y eficaz" y que se la aplicará "apenas sea posible"


Imagen: AFP


El presidente de Rusia, Vladimir Putin, aseguró que la vacuna rusa contra el coronavirus “es segura y eficaz” y que se vacunará "sin falta, apenas sea posible". Explicó que aún no lo hizo por no estar en la franja de edad de aquellos a quienes se la aplica.

"Tenemos una buena vacuna, a la vez segura y eficaz, con un nivel de protección de 96 a 97% según los expertos", enfatizó Putin y dijo que Rusia dispondrá el año próximo de "millones de dosis de vacuna".

El mandatario ruso habló sobre la Sputnik V en el marco de la conferencia anual que ofreció este jueves y en la que abordó diversos temas. "Yo atiendo a las recomendaciones de nuestros especialistas y por eso por ahora no me he puesto la vacuna, pero lo haré sin falta cuando sea posible", dijo el jefe del Kremlin cuando le preguntaron al respecto.

En Rusia la Sputnik V se aplica por el momento a personas de 18 a 60 años. "A la gente como yo la vacuna todavía no llega", dijo Putin, quien el 7 octubre pasado cumplió 68 años, y remarcó que la pandemia de covid-19 ha causado un "mar de problemas".

Sobre el modo en que Rusia la enfrentó, subrayó que lo hizo "con dignidad". "En parte, quizás, mejor que en otros países que con razón están orgullosos de su economía y del desarrollo de sus servicios sociales y sistemas sanitarios", agregó el presidente ruso.

Putin también destacó que "en el mundo no había ningún sistema sanitario preparado" para hacer frente a la pandemia del nuevo coronavirus y que el sistema ruso "resulto más eficaz en comparación con los de otros país".

Hasta el momento en Rusia han muerto 49.151 personas de covid-19. Con un total de más de 2,7 millones positivos por coronavirus, ese país ocupa el cuarto lugar en el mundo por número de contagios detrás de Estados Unidos, la India y Brasil.

Fonte: https://www.pagina12.com.ar/312517-vladimir-putin-dijo-que-la-vacuna-rusa-contra-el-coronavirus

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Assim como FUX, do STF


Messod Azulay Neto é eleito presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região
4 de dezembro de 2020

O desembargador Messod Azulay Neto foi eleito, por unanimidade, em sessão realizada nesta quinta (3), presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para o biênio 2021-2023.

Messod Azulay Neto, que hoje é vice-presidente do TRF2, tribunal que abarca Rio de Janeiro e Espírito Santo, tomará posse na primeira semana de abril.

Judeu ortodoxo, carioca, filho de judeus marroquinos, o desembargador é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem cinco obras publicadas e é morador de Copacabana.

“Sou um judeu religioso, praticante, os preceitos judaicos influenciaram a minha vida inteira. Mas o Brasil é um país laico, e é preciso separar a religião do estado e do que julgamos”, afirma ele. “A formação judaica religiosa, os valores da Torá, sempre me acompanham. Eu não julgo com a Torá, mas tenho a Torá dentro de mim”.

O desembargador esclarece que a posição que passará a ocupar, a de presidente do TRF2, não tem grandes funções jurisdicionais e sim administrativas. “Cabe a cada presidente de cada tribunal dar condições absolutas ao magistrado para julgar com a plena liberdade e isenção que cada magistrado deve ter”, explica Azulay Neto.

Fonte: https://www.conib.org.br/messod-azulay-neto-e-eleito-presidente-do-tribunal-regional-federal-da-2a-regiao/

Israel se aproxima de 3 mil novos casos diários de Covid-19 e país já se prepara para novas restrições


16 de dezembro de 2020

Israel chegou a quase 3.000 novos casos diários de coronavírus pelo segundo dia consecutivo, segundo dados publicados na manhã desta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
O governo havia alertado na semana passada que se Israel ultrapassasse os 2.500 casos por dia, as restrições seriam mais rígidas.
O último relatório mostra que 2.862 pessoas foram diagnosticadas com o vírus na segunda-feira, com 3,5% das 83.227 que foram testadas com resultado positivo.
Cerca de 381 dos pacientes atuais estão em estado grave, com 138 intubados. O número de mortos é de 3.022, informou o Ministério da Saúde.
O aumento ocorre um dia depois que as autoridades de saúde alertaram que Israel poderia entrar em um terceiro confinamento antes mesmo de começar a vacinar se a morbidade continuar a subir.
Em uma entrevista ao Jerusalem Post nesta terça-feira, o responsável pelo Departamento de Coronavírus, professor Nachman Ash, disse que pressionaria por restrições mais rígidas o mais rápido possível, a fim de evitar tal fechamento.
Ele apresentou a ideia de “aumentar as restrições” na semana passada ao gabinete do coronavírus, mas a proposta foi rejeitada pelos ministros, que optaram por abrir shopping centers e museus.
O governo concordou, no entanto, que se a qualquer momento o número de casos de coronavírus exceder 2.500 por dia ou atingir uma taxa de reprodução (R) de 1,32 – em que cada três doentes infectam mais quatro – um período de “contenção mais rígida” será implementado .
Durante o período de restrição, lojas, shoppings e mercados seriam fechados. Os encontros seriam limitados a 10 pessoas em espaços fechados e 20 em espaços abertos. O sistema educacional permaneceria aberto nas cidades verdes e amarelas, mas fecharia nas de cores laranja e vermelha.
Um relatório do Centro Nacional de Informação sobre Coronavirus alertou na terça-feira que Israel provavelmente atingirá esse número até o final deste mês.

Fonte: https://www.conib.org.br/israel-se-aproxima-de-3-mil-novos-casos-diarios-de-covid-19-e-pais-ja-se-prepara-para-novas-restricoes/

Salário mínimo sem aumento real detém processo de distribuição de renda no país', avalia economista


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O governo federal enviou nesta semana ao Congresso Nacional a previsão para o valor do salário mínimo em 2021, que seria de R$ 1.088, sem aumento real.

A estimativa leva em conta a projeção do Ministério da Economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2020, que foi de 4,11%. O indicador é usado pelo governo para reajustar o valor do salário mínimo. O piso salarial hoje é de R$ 1.045. 

A Sputnik Brasil conversou com o economista Guilherme Mello — professor e atual coordenador do programa de pós-graduação em Desenvolvimento Econômico do IE-UNICAMP — para saber quais podem ser os impactos da falta de aumento real no salário mínimo para o brasileiro.

"A questão do salário mínimo muda já no governo Temer, no atual governo ainda mais, por causa de uma visão de que o rendimento básico seria um grande obstáculo para o lucro das empresas — ao invés de como foi no governo Lula e Dilma, quando ele era visto como uma espécie de motor da economia, não só da distribuição de renda, mas também um propulsor da demanda das famílias, da inclusão no mercado, de acesso ao crédito", avaliou o economista.

Essa seria uma das explicações, segundo Mello, para que o aumento real do salário mínimo tenha passado a ser visto como um "inimigo do lucro das empresas, que contribui para a queda da rentabilidade das empresas." 

A opção do governo de apenas corrigir o salário mínimo pela inflação, passa a ser uma "estratégia de reduzir a parcela dos ordenados na distribuição de renda e aumentar a parcela dos lucros, e isto é feito através de uma política de não dar mais aumentos reais ao salário", explicou o especialista.

​Mello disse que isto acontece também como herança da recessão, entre 2015 e 2016, porque nesse período — como o PIB não cresceu, mas sim retraiu — não havia reajustes reais do salário mínimo, "que teriam sido até importantes para superar mais rapidamente essa recessão, ao garantir o poder de compra das famílias".

No mesmo documento enviado ao Congresso, o governo fez projeções do valor do salário mínimo até 2023, considerando estimativas da inflação. Os valores dos aumentos em reais são mínimos em comparação com o valor da remuneração básica que é paga hoje no país.

"Os impactos disso na economia são múltiplos. Primeiro detém-se o processo de distribuição de renda através dos salários, de aumentos maiores para salários mais baixos; segundo, limita-se o consumo das famílias como um dos principais motores de crescimento econômico e aposta no investimento privado, como se ele viesse independente do crescimento desse consumo das famílias", explicou o economista.
Movimentação no comércio da cidade de Campinas (SP)
© FOLHAPRESS / WAGNER SOUZA/FUTURA PRESS
Movimentação no comércio da cidade de Campinas (SP)

Para Mello, a previsão de não haver mais reajustes reais do salário mínimo se encaixa com essa visão de desenvolvimento: "No máximo vai estabilizar o salário mínimo no patamar real que ele se encontra e apostar em um crescimento que não seja funcionalmente distributivo. Isso não tem dado certo, porque nesses últimos anos todos de baixa valorização do salário não tem havido crescimento, os investimentos não voltaram, apesar de a rentabilidade das empresas ter se recuperado", finalizou o especialista.


Fonte: https://br.sputniknews.com/brasil/2020121616627752-salario-minimo-sem-aumento-real-detem-processo-de-distribuicao-de-renda-no-pais-avalia-economista/