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Uma vítima italiana de um padre pedófilo apresentou denúncia nesta segunda-feira (31) contra o bispo encarregado da paróquia de Porto Santa Rufina, nos arredores de Roma, por ter encoberto um religioso pedófilo, informou o advogado Fabrizio Gallo.

A vítima acusa o bispo Gino Reali de "cumplicidade e conivência" com o religioso Ruggero Conti, preso em junho de 2008 e atualmente processado por pedofilia.

Segundo a acusação, Reali tinha de ter "informado as autoridades judiciais italianas", assim como o órgão do Vaticano encarregado dos casos de pedofilia, a Congregação para a Doutrina da Fé, das queixas de abusos sexuais feitas por vários jovens.

Reali compareceu há dez dias em uma audiência do julgamento contra Conti para informar que um tribunal da diocese havia aberto uma investigação sobre o caso.

Durante a audiência, Reali procurou justificar-se, argumentando que no início "as afirmações (que acusavam Ruggero) não eram totalmente confiáveis, eu não acreditei nelas".

Em seguida, depois do relato de uma das vítimas, o bispo de Porto Santa Rufina criou um tribunal diocesano para tratar do assunto. O caso foi, no final, arquivado porque a vítima presumível "não queria que seus pais soubessem" do caso e, por isso, não se apresentou à audiência.

O advogado afirmou que seu cliente decidiu apresentar a denúncia depois que o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Angelo Bagnasco, admitiu na semana passada que na Itália também foram encobertos por décadas casos de abusos contra menores por parte de religiosos.

O cardeal reiterou que a Igreja Católica não está mais disposta a tolerar casos de pedofilia.

Uma centena de processos canônicos contra padres acusados de pedofilia foram abertos na Itália nos últimos dez anos, informou um porta-voz da CEI.