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domingo, 23 de maio de 2010

Freira torturadora (notícia antiga)

NOTÍCIA REQUENTADA

08/09/2003 - 22h48

Freira é acusada de torturar crianças durante 4 anos


ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio

Segundo denúncia do Ministério Público de São Gonçalo (região metropolitana do Rio), a freira Luzia Helena de Souza, 50, presa na sexta-feira, teria torturado crianças durante quatro anos. As vítimas são meninas de um a dez anos de idade, de famílias pobres, que viviam internas em um abrigo mantido pela Congregação das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora de Fátima naquele município.

A freira, membro da congregação, era diretora do abrigo e foi afastada do cargo em dezembro, por ordem judicial, depois que uma sindicância do Juizado da Criança e do Adolescente confirmou a existência de indícios de tortura. Ainda em dezembro, ela teve de deixar o abrigo para não constranger as crianças que iriam depor.

Oito meninas prestaram depoimentos na sexta-feira passada e descreveram as torturas a que foram supostamente submetidas. A religiosa, nascida em Uberlândia (MG), saiu da audiência para a 53ª Delegacia Policial, onde permanece presa.

A juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, disse que determinou a prisão temporária da religiosa para impedir que ela deixasse o país ou que fosse enviada pela congregação para outro Estado, onde poderia voltar a agredir crianças.

Os relatos

Quatro meninas acusaram a freira de tê-las golpeado com tamanco no rosto e duas disseram que apanharam de cabo de vassoura diversas vezes.

V.O.S, de seis anos, que vivia no abrigo juntamente com três irmãs, relatou à juíza que, além de apanhar de tamanco no rosto, tinha de limpar os pés da religiosa.

T.P.S, de nove anos, contou que foi colocada de joelhos sobre grãos de feijão como castigo por brincadeiras que irritaram a freira. Disse também que as meninas que faziam xixi na cama eram colocadas nuas no corredor, de frente umas para as outras, como punição, e que sentiam "muita vergonha" da situação. Pelo mesmo motivo, outras meninas foram obrigadas a dormir no banheiro.

R.O.S, de sete anos, relatou que a freira, a quem as crianças se referiam como "tia Helena", lhe batia frequentemente com tamanco e com cabo de vassoura e que por várias vezes ficou presa em quarto escuro.

Na denúncia do promotor, consta que a freira teria obrigado M.N.A. a bater na irmã por causa de travessuras e que ela ameaçava as crianças com mais espancamentos se contassem o que acontecia aos parentes.

A freira começou a ser investigada a partir de uma denúncia anônima feita ao juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio, Siro Darlan de Oliveira, em setembro do ano passado.

Segundo a juíza Patrícia Acioli, ela negou as acusações e acusou uma outra freira da congregação de ter induzido as crianças a denunciá-la com o propósito de tomar-lhe o cargo de diretora.

Silêncio da igreja

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) não quis se pronunciar sobre as acusações contra a freira, com o argumento de que o assunto era da alçada da regional da CNBB no Rio. A regional, por sua vez, afirmou que caberia à Arquidiocese de Niterói, à qual estão subordinadas as irmãs missionárias de São Gonçalo.

À noite, o administrador diocesano da Arquidiocese de Niterói, Monsenhor José Geraldo da Silva, disse, por nota, que achou por bem não se pronunciar, deixando as declarações por conta da superiora do Instituto das Irmãs Missionárias de N. S. de Fátima, Madre Dálida de Oliveira.

A nota diz que, aconselhada por advogados, a superiora da congregação também não dará declarações e que os advogados darão uma entrevista coletiva "oportunamente".

Fonte: Folha de SP

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