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domingo, 30 de maio de 2010

Sobre a SÍFILIS

SÍFILIS (Ver ANEURISMA DE AORTA, ANISOCORIA, CANCRO DURO, CANCRO MISTO, DISCRIMINAÇÃO, GUÁIACO, SALÇA-E-CAROBA e SANTO)

- (...) A maneira promíscua como vivem os nossos habitantes da zona rural e a sua alimentação escassa e desregrada têm provocado, entre outros males, o desenvolvimento fantástico da sífilis e especialmente da tuberculose (...) a mortalidade infantil se eleva a mais de 20% nos municípios pastoris. (...) - SAINT HILAIRE, citado por ANTONIO HOHLFELDT - O gaúcho: ficção e realidade - Edições Antares/RJ/1997, p. 104.

- (...) A sífilis significava um cancro, não importa onde o intruso sexual tenha apanhado a infecção - geralmente no pênis, uma úlcera pequena, dura e indolor, que aparecia um mês depois. Mais alguns meses, e o paciente desenvolvia uma vaga aparência de sarampo, com dor de garganta, febre, protuberâncias dos gânglios linfáticos infectados e erupção generalizada da cor de presunto cru, embora sem irritação. Repugnantes manchas acinzentadas ocorriam na boca e possivelmente verrugas em torno do ânus. O paciente se tornava altamente contagioso. Antes da chegada das sulfonilamidas e da penicilina para aliviar esse aperto militar durante a Segunda Guerra Mundial, não havia tratamento eficaz. Desde 1879, sabia-se que a doença era causada por gonococos, germes em forma de feijão, enganchados de dois em dois. Os pacientes eram irrigados com nitrato de prata e mais tarde com uma solução rosa de permanganato de potássio, aplicada sob pressão de um reservatório elevado, através de um bocal inserido no pênis. A espiroqueta em forma de saca-rolha, que causa a sífilis, foi descoberta em Hamburgo em 1906. O hábil teste de August vonWassermann para diagnosticar a doença foi inventado em Berlim, em 1909, e Paul Erlich, de Frankfurt, produziu em 1909, a sua "bala mágica anti- sifilítica de salvarsan 606". Mas era um remédio inseguro e tóxico, e de qualquer forma nem o teste nem a cura atingiram a tropa britânica na Índia. A única oferenda ao malévolo espírito da sífilis foi o azougue do pirata médico Thomas Dover. Os militares com sífilis eram esfregados com ungüento de mercúrio, ou medicados com cloreto mercuroso (calomelano), ou recebiam injeções instramusculares de mercúrio, ou um banho de vapor de mercúrio. "Pa ra esse fim, o paciente se senta em uma cadeira, envolto em cobertores, deixando a cabeça exposta, e sessenta grãos de calomelano são volatilizados pelo calor da água do banho e por uma espiriteira colocada sob a cadeira. O procedimento dura wuinze ou vinte minutos", ensina um livro didático de medicina de 1904. O livro somava o desencorajamento e o desconforto. "Durante o uso do mercúrio, o paciente deve se abster de fumo e de estimulantes e levar uma vida o mais saudável possível em todos os sentidos (...) - RICHARD GORDON - A assustadora história do sexo - Ediouro Publicações S.A./RJ/1997, p. 47.

- Aguevet, em Hebraico.

- (...) Com o final do século XV inaugurava-se a era do Renascimento das artes, da ciência e da cultura. Entretanto, a descoberta da América, que marcou a grande virada, trouxe consigo - para os habitantes do Velho Mundo - também uma horrível calamidade: a sífilis. Uma doença até então desconhecida na Europa, que alguns marinheiros de Colombo haviam contraído na ilha de Hispaniola e que espalharam quando de sua volta. A doença teria recebido este nome somente cerca de sessenta anos mais tarde. Não sabendo designá-la de outra forma, e tampouco conhecendo suas causas, os vários povos - atribuindo-se reciprocamente a culpa - chamaram-na de mal francioso, mal napolitano, doença dos alemães, dos holandeses, dos poloneses, dos espanhóis, dos turcos e - como não podia deixar de ser - dos cristãos. Ninguém tinha a menor noção do que fazer para combatê-la e as primeiras curas (por força de expressão) ocorreram apenas um século mais tarde, mas criando com freqüência outros problemas da mesma doença. Somente em 1940, com a descoberta da penicilina, foi encontrada, afinal, a cura definitiva para a sífilis. Até então, portanto, só restava uma única esperança: dirigir-se a algum santo. Por exemplo, São Clotoaldo, a respeito de quem já falamos quando tratamos das doenças da pele - a sífilis sempre foi considerada uma clara doença da pele, porque as suas manifestações (erupções) eram, na maioria das vezes, cutâneas (no decorrer dos séculos, a doença teria mudado de fisionomia, manifestando-se provavelmente nas mucosas. (...) - LUCIANO STERPELLONE - Os Santos e a Medicina - Edit. Paulus/SP/1998, p. 246.

- Congênita: Infecção do feto in utero provocada pelo treponema pallidum, o agente causal da sífilis. As manifestações clínicas são variadas na sua forma e podem surgir a qualquer momento entre o início da infância e o começo da idade adulta. - JOSÉ MANOEL BERTOLOTE - Glossário de Termos de Psiquiatria e Saúde Mental (...) - Edit. Artes Médicas Ltda/P. Alegre-RS/1997, p. 137.

- (...) Considerando-se a influência romana sobre os bordéis do mundo ocidental - graças a comandantes militares como César, - nada mais justo que um italiano, Girolomo Fracastoro, fosse o responsável pela invenção da palavra "sífilis". Em seu poema escrito no século XVI, o herói epônimo de Fracastoro é amaldiçoado com a doença que atormentava o deus Apolo. (...) - EMMETT MURPHY - História dos Grandes Bordéis do Mundo - Artes e Ofícios Editora/Porto Alegre-RS/1994, p. 254.

- Do grego sys, porco, e philo, amar, significando amor imundo. Há muita controvérsia sobre outras origens. Mas a etimologia mais usada é a que refere o poema do médico Jerônimo Fracasto (cerca de 1530), cujo eneredo conta que Sífilo, pastor da rainha Alcitos, recusa-se a servir ao deus Apolo, que castiga o pastor e seus seguidores com uma terrível epidemia. (...) - DEONÍSIO DA SILVA - De onde vêm as palavras - Edit. Mandarim/1997, p. 234.

- (...) Em 1905, as espiroquetas da sífilis foram identificados por um zoólogo do leste prussiano, chamado Fritz Schaudinn e, em 1906, um bacteriologista em Berlin, August Von Wassermann aperfeiçoou um sistema de exame de sangue, tornando o diagnóstico mais fidedigno do que antes, embora os espiroquetas não fossem encontrados em todos os pacientes ou em todos os estágios da doença, o que não tornava o exame infalível. Em 1909, em Frankfurt-am-Main, o químico Paul Ehrlich descobriu que um derivado de arsênico (a que ele deu o nome de salvarsan) efetuava uma cura mágica e, apesar de vários acidentes desagradáveis durante os primeiros tempos - sendo complicada a dosagem técnica - uma versão melhorada superou os problemas. Atualmente, os antibióticos e sulfamidas substituíram o arsênico no tratamento da sífilis, mas esta continua sendo curável apenas durante o primeiro e segundo estágios. No terceiro, os tecidos já sofreram dano irreversível. (...) - REAY TANNAHILL - O sexo na história - Liv. Fco. Alves Edit. S.A./RJ/1983, p. 401.

- O Dicionário das Plantas Úteis do Brasil, de G. L. CRUZ (Editora Bertrand Brasil S.A./RJ-SP/1995, arrola as seguintes plantas com capacidade para cura da sífilis: acariçoba; araticum-apê; Arnica-do-mato; Bálsamo-das-missões; Caapeba; Cabeça-de-negro; Cajueiro-do-campo; Canela-de-perdiz; Caroba; Chepéu-de-couro; Cipó-azougue; Cipó-de-gato; Coco - coqueiro carnaúba; Cobretum; Copaibeira; Cuféia; Douradinha; Erva-de-lagarto; Erva-dos-cachos- da-Índia; Hidrocólita; Ipoméia-jalapa; Manacá; Manacá-anacon; Maravilha; Panacéia; Pau-pombo; Pau-terra; Pé-de-cavalo; Perobinha- do-campo; Pita; Salsaparrilha-de-vera-cruz; Smilax japecanga; Saponária; Taiuiá; Unha-de-boi; urtiga-brava; Velame-branco. (p. 596).

- (...) O primeiro e segundo estágios da sífilis são caracterizados por sintomas que surgem esporadicamente e desaparecem por acordo próprio. No mínimo uma semana ou no máximo três meses após a infecção, pode surgir um intumescimento dos gânglios linfáticos, em geral na virilha, desenvolvendo-se um pequeno caroço que pode transformar-se em úlcera. Semanas ou meses após desaparecerem tais sintomas, pode surgir uma erupção cutânea e outra pequena inchação dos gânglios linfáticos, mas que também desaparecem sem tratamento. Somente no terceiro estágio, que talvez ocorra após um lapso de anos, é que o dano permanente se torna visível, às vezes com uma perda de coordenação que produz o característico andar vacilante do sifilítico avançado, em outras através de alucinações ou demência.(...) - REAY TANNAHILL - O sexo na história - Liv. Fco. Alves Edit. S.A./RJ/1983, p. 396.

- (...) O rei tinha 52 anos, úlceras varicosas, fístulas ósseas, possivelmente sífilis terciária. (...) - RICHARD GORDON - A assustadora história do sexo - Ediouro Publicações S.A./RJ/1997, p. 28.

- Syphilis, em Alemão.

- Ver Classificação Internacional de Doenças, da OMS, cód. 090, 091, 092 e 647.0/0.

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