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terça-feira, 25 de maio de 2010

O estado é chulo: Saramago

O estado chulo
Maio 25, 2010 - por Fundação José Saramago

Sempre se falou da Europa como de um mercado com não sei quantos milhões de consumidores, ninguém falou na Europa dos cidadãos que precisam de medicamentos, pensões de velhice dignas, assistência hospitalar, sistemas educativos modernos. É duvidoso que, em tantos anos de construção europeia, nada na Comunidade aponte nesse sentido. Aquilo de que se fala é em reduzir os benefícios sociais. Se me é permitido, passámos do ideal do estado providência para o estado chulo.

“Uma certa ideia de Europa”
Entrevista de Clara Ferreira Alves para Expresso, 7 de agosto de 1993


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Ouso indagar ao laureado escritor português:

Onde a situação é diferente?

Onde o estado (gênero) não está a se substituir por empresas privadas (na assistência média, na previdência, na segurança pública, na educação, na exploração das estradas, sem, todavia, diminuir a sua fome de arrecadação, que chega às raias do confisco?

Penso que em nenhum lugar do mundo. O estado é mesmo uma indecência, porta-se como um abutre, em relação aos cidadãos. Infelizmente, estes, aplaudem o simulacro de liberdade de que pensam estar desfrutando, seja sob o regime capitalista, seja sob o regime comunista, seja sob o regime socialista.
O Estado, esta ficção jurídica, foi colocado a serviço de grupos dominantes, transformando-se numa espécie de sanguessuga, incontido e despudorado, daqueles a quem deveria servir, os cidadãos. A troca da liberdade pela segurança que o estado deveria prover não tem se revelado um bom negócio para o ser humano, pelo simples fato de que esse pacto (bilateral e que deveria ser oneroso para ambas as partes) não é respeitado pelo estado. Ele sabe exigir muito, mas pouco dá em compensação. O estado é mesmo indecente, respeitável Saramago.

O exemplo do dia: a Jamaica. Lá, como cá no Brasil, o estado omisso está sendo substituído, em muitas comunidades, pelo assistencialismo dos traficantes:


France Presse

25/05/2010 00h46 - Atualizado em 25/05/2010 06h48
Violência na Jamaica bloqueia aeroporto de Kingston
Polícia atacou base de traficante que pode ser extraditado para os EUA.
Governo decretou o estado de emergência na capital jamaicana.

Da AFP. e, Kingston
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A onda de violência na Jamaica está bloqueando o acesso ao aeroporto de Kingston e pode se estender a outras cidades do país caribenho, informou nesta segunda-feira (24) o departamento americano de Estado.

"O acesso ao Aeroporto Internacional Norman Manley foi bloqueado de maneira intermitente por tiroteios entre criminosos e a polícia", revelou o departamento de Estado, ao desaconselhar viagens de cidadãos americanos à região.

"Existe a possibilidade de que a violência avance além da região de Kingston".

A tensão é crescente na Jamaica, onde nesta segunda a polícia e o exército atacaram a base de um traficante cuja extradição é pedida pelos Estados Unidos, em uma operação que deixou vítimas.

Com a apoio de tropas do exército e de helicópteros, a polícia invadiu o subúrbio de Tivoli Gardens, a oeste de Kingston, para prender Christopher "Dudus" Coke.

Coke está refugiado no bairro de Tivoli Gardens desde que o governo da Jamaica assinou a ordem para sua extradição, na semana passada.

Popular por sua política de assistência aos jamaicanos pobres, Coke é procurado nos Estados Unidos por tráfico de drogas e de armas, e pode ser condenado à prisão perpétua.
Rua fica bloqueada em Kingston após confrontos que deixaram dois mortosRua fica bloqueada em Kingston após confrontos que deixaram dois mortos (Foto: Reuters)



Disparos de metralhadora foram ouvidos em toda a capital durante esta segunda-feira.

Mais cedo, a polícia pediu que as pessoas permanecessem em casa e advertiu que, após os confrontos do fim de semana, "o nível de ameaça agora é grave".

O delegado de polícia, Owen Ellington, disse a seus funcionários que se defendam, por medo de que Coke e seus seguidores tenham acumulado armamento pesado.

"Não hesitem em responder rapidamente e tomar decisões ativas se forem atacados por esses criminosos", disse Ellington enquanto percorria a cidade.

"Fica claro que estão empenhados em causar caos na sociedade com suas ações premeditadas, vis e frias contra a polícia", acrescentou.

No domingo, em meio a uma onda de ataques a delegacias por gangues ligadas a Coke, o governo decretou o estado de emergência na capital jamaicana.


Fonte: G1

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- MÁRIO PRATA diz: Chulo é aquele sujeito que vive explorando mulheres - em Portugal: gigolô. É um dos piores xingamentos em Portugal. E, se o chulo for de terceira, é chuleco. - Dicionário de Português - Edit. Globo S.A./SP/1993, p. 40.


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Arcebispo jamaicano diz que conflitos se devem a descaso político

Agência ANSA

KINGSTON - O arcebispo de Kingston, monsenhor Donald James Reece, afirmou que os conflitos na Jamaica são resultado do "descaso" dos políticos locais e da aproximação deles com facções criminosas.

"A violência, que atingiu a capital no último fim de semana, é consequência de uma combinação de fatores ligados aos problemas econômicos, drogas e corrupção", observou o religioso, em uma carta endereçada a membros da Igreja Católica.

No documento, reproduzido pelo jornal vaticano L 'Osservatore Romano, Reece se diz "preocupado pela situação do país", mas comenta que, "nós, jamaicanos, estamos colhendo o que plantamos".

Para o arcebispo da capital, o cenário atual é "o resultado de décadas de descaso e de falta de integridade e de responsabilidade da parte de todos, mas, sobretudo, dos políticos dos principais partidos que cultivaram relações, por anos, com chefes e facções para garantir votos".

"O que aconteceu nos últimos dias era esperado há tempos. Não é uma novidade", ressaltou, explicando que "nas últimas duas décadas, as ilhas do Caribe tornaram-se verdadeiras centrais de tráfico de droga entre a América do Sul e os Estados Unidos".

Desde a semana passada, após o governo jamaicano anunciar sua intenção de extraditar Christopher "Dudus" Coke, acusado de narcotráfico, para os Estados Unidos, traficantes e policiais se enfrentam nas ruas da capital.

Washington pediu a extradição de Coke e acredita que ele seja um dos líderes do tráfico com maior poder no mundo. Coke, por sua vez, nega as acusações e afirma ser um empresário legítimo. Ele detém o apoio de grande parte da população de baixa renda da capital do país, que promete defendê-lo.

Policiais e militares estão percorrendo as ruas de Kingston à procura de Coke para detê-lo. Os confrontos já deixaram 44 mortos e cerca de 500 detidos, segundo estimativa das autoridades.

"Os cidadãos saem às ruas para defender Coke, entre eles centenas de mulheres que organizaram uma manifestação. Eles veem esse homem como seu benfeitor, até o compararam a Jesus", relatou Reece.

"A polícia está tentando deter as gangues, mas esses esforços não terão sucesso, a menos que o governo forneça os serviços sociais ao povo que pede proteção e ajuda aos criminosos", observou o arcebispo.

13:00 - 27/05/201

Fonte: http://jbonline.terra.com.br

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