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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Riquezas da ICAR e seus trambiques

A riqueza oculta da Igreja Católica

15 de junho de 2010 10:09 am

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Der  Spiegel

Por Anna Catherin Loll e Peter Wensierski

A Igreja Católica na Alemanha, já em dificuldades para lidar com o escândalo de abuso sexual, também foi atingida por revelações de roubo, contabilidade opaca e extravagância. Enquanto alguns fiéis são forçados a enfrentar cortes, alguns bispos desfrutam dos ornamentos da considerável riqueza oculta da Igreja.

Logo após o Pentecostes, o padre S. recebeu uma visita inesperada ao amanhecer, não do Espírito Santo, mas da polícia.

Para as autoridades, as palavras do Evangelho de Lucas se concretizaram naquela manhã: quem procura, acha. Mais de 131 mil euros estavam escondidos em vários lugares nas salas do padre católico, escondidos entre sua roupa para lavar ou pregados debaixo das gavetas. O padre foi preso na hora. Após várias semanas sob custódia, Hans S., 76 anos, agora está de volta ao mosteiro, aguardando por julgamento.

E para espanto geral, a proliferação de dinheiro pode ser ainda mais milagrosa do que inicialmente presumida. O gabinete do promotor-público da cidade sulista de Würzburg agora estima que S. possa ter desviado até 1,5 milhão de euros de doações e outros fundos da Igreja. Os membros de sua congregação, em uma aldeia produtora de vinho na região bávara de Franconia, estão perplexos. Eles confiaram cegamente em seu pastor, que sempre parecia humilde e modesto.

A Igreja Católica está atualmente sendo abalada por uma série de escândalos financeiros, não apenas em Franconia, mas também em Augsburg, outra cidade bávara, onde o desvio pelo bispo Walter Mixa dos fundos de uma fundação que cuida de orfanatos recentemente ganhou as manchetes.

Mais de 40 milhões de euros desapareceram da Diocese de Magdeburg, no leste da Alemanha, 5 milhões de euros desapareceram em Limburg, perto de Frankfurt, e recentemente foi descoberto que um padre da Diocese de Münster tinha 30 contas bancárias secretas. E enquanto os fiéis por toda a Alemanha estão demitindo funcionários e cortando fundos de trabalho comunitário, muitos bispos ainda vivem em uma situação superior. Uma nova residência? Um lar ostentoso para sua aposentadoria? A reforma de uma coluna mariana no valor de 120 mil euros? Nenhum desses gastos representa um problema para as altas autoridades da Igreja em Trier, a oeste de Passau, no canto sudeste da Bavária, cujos cofres estão cheios de dinheiro.

Em muitos lugares, esta flagrante disparidade, juntamente com os relatos de má gestão, apropriação indébita e ostentação levaram os fiéis a enfrentarem as autoridades da Igreja. Eles estão acusando muitos bispos de apenas encobrirem o problema, como fizeram no caso de escândalo de abuso sexual. Eles estão determinados a não permitir que mais ninguém veja por trás da cortina o seu mundo paralelo de contas bancárias gordas e ativos escondidos, que, em alguns casos, escoram seu poder há séculos. O único aspecto das finanças da Igreja que é público é o orçamento da diocese, cujos recursos vêm do imposto da igreja – mas os verdadeiros ativos da Igreja permanecem nas sombras.

Dúvidas crescentes sobre os fundos da Igreja

Mas agora toda essa riqueza está se transformando em uma questão política. Os desempregados, recebedores de assistência habitacional, famílias, comunidades, empresas, militares – nos próximos anos, o governo federal planeja privar todos eles de bilhões de euros. Mas a Igreja, entre todos, está sendo poupada, e ninguém questiona o apoio generoso que ela recebe do governo.

Financeiramente falando, as dioceses alemãs estão em excelente forma. “A Igreja Católica alega que está pobre, mas a verdade é que ela esconde sua riqueza”, diz Carsten Frerk, um cientista político de Berlim que, após anos de pesquisa, está publicando ainda neste ano “Violettbuch Kirchenfinanzen” (O livro violeta das finanças da Igreja). Frerk estima que os ativos em dinheiro das entidades legais da Igreja cheguem a cerca de 50 bilhões de euros. Os católicos, que não divulgam seus próprios números, acusam Frerk de ser um crítico ateísta e preconceituoso da Igreja.

Os ativos, acumulados ao longo de séculos, são investidos em muitas áreas, incluindo imóveis, bancos de propriedade da Igreja, academias, cervejarias, vinícolas, empresas de mídia e hospitais. A Igreja também obtém renda de ações, fundações e heranças. Como regra, todo esse dinheiro vai para as contas das chamadas sés episcopais. Apenas o bispo e seus associados mais próximos têm conhecimento deste orçamento paralelo, que as autoridades tributárias não são obrigadas a fiscalizar. Os orçamentos públicos das dioceses consistem de bem menos do que o total de suas finanças.

Esta teia complicada é tratada com tamanho sigilo que nem mesmo os chefes de departamentos financeiros de todas as dioceses discutem abertamente suas finanças uns com os outros. Estruturas aparentemente barrocas tornam estas finanças ainda mais difíceis de compreender. Dependendo da diocese, os administradores dos fundos da Igreja podem ser membros do conselho fiscal da Igreja, um painel fiscal diocesano, um conselho financeiro ou um conselho administrativo. Às vezes os ativos também são divididos em fundações.

Dentre as 27 dioceses católicas da Alemanha, 25 se recusaram a fornecer informação em resposta a um levantamento da “Spiegel”, notando que essa informação “não é pública”. Apenas duas dioceses, Magdeburg e a Arquidiocese de Berlim, que estavam à beira da falência há poucos anos, se mostraram um tanto mais receptivas, provavelmente porque possuem pouco o que esconder.

Ativos secretos

O vigário-geral de uma diocese endinheirada, por outro lado, disse: “Sim, os ativos da sé episcopal são um segredo. Mas talvez seria melhor se você usasse o termo ‘confidencial’”. Quando foi pedido a uma porta-voz da Diocese de Limburg para que ela explicasse esse sigilo, ela respondeu: “É apenas o modo como é”. Finalmente, um representante da Conferência dos Bispos da Alemanha disse: “Eu não quero conversar com você sobre isso”.

Representantes leigos na base não são mais bem-sucedidos. Eles enfrentam um muro de silêncio, até mesmo quando são responsáveis pela supervisão financeira de sua diocese. Um deles é Herbert Steffen, que foi nomeado pela congregação ao conselho diocesano em Trier. Steffen, 75 anos, não é exatamente um forte crítico. Um ex-fabricante de móveis, ele vem de uma família arquicatólica de empreendedores na região do Rio Moselle. Sua preocupação era tão direta quanto conservadora: ele queria assegurar uma condição financeira sólida para sua diocese.

O empresário ficou irritado com suas experiências no conselho diocesano. “Eu fiquei surpreso com o pequeno tamanho do orçamento. Era algo que achei que devíamos tratar”, ele disse. Na reunião do conselho, ele perguntou a um confidente do bispo se aquele era todo o orçamento. “Também há o orçamento da sé episcopal. Mas ele não é destinado ao público”, respondeu a autoridade. Quando Steffen perguntou, “você está me dizendo que nós também não podemos vê-lo?” a autoridade disse: “Não”.

Trier, a mais velha diocese da Alemanha, é um bom exemplo da divisão católica entre ricos e pobres. O bispo Stephan Ackermann, que também supervisiona os casos de abuso sexual para a Conferência dos Bispos da Alemanha, pode ser bastante generoso em assuntos financeiros, particularmente quando envolvem projetos de prestígio vizinhos ao seu palácio episcopal. Por exemplo, a diocese atualmente tem reservado 1 milhão de euros para a reforma da praça atrás da Catedral de Trier. As autoridades locais da Igreja querem assegurar que a área esteja impecável, caso o papa decida conduzir a peregrinação anual da “santa túnica” em 2012, juntando-se aos fiéis na adoração da túnica que supostamente contém pedaços da túnica vestida por Jesus.

Cortes nos serviços sociais católicos

Por outro lado, os subsídios para organizações jovens e centros comunitários estão sofrendo cortes radicais ou sendo eliminados. Segundo o programa de corte de custos proposto pela diocese, várias instalações seriam fechadas, escritórios do supletivo católico, a Academia Católica de Trier e as sociedades estudantis católicas em Trier e nas cidades vizinhas de Saarbrücken e Koblenz.

Aqueles que serão afetados pelos cortes estão ultrajados. “Nossa meta é tornar a Igreja mais acessível”, diz Guido Gross, um padre que ministra aos estudantes universitários, “mas agora eles querem se livrar de todo o campo de atividade”. Lukas Rölli, da Confederação das Sociedades Estudantis Católicas, acrescenta: “Eu renunciarei minha fé se o bispo assinar isso”. Para Rölli, a Igreja Católica passa a impressão de que está “tentando cada vez mais se retirar da sociedade, voltando para a sacristia”.

Em Colônia, uma das dioceses mais ricas do mundo, também há uma enorme desigualdade entre aparência e realidade. Os fiéis católicos de lá lutam para se manter no azul financeiramente. Igrejas foram fechadas enquanto um número menor de padres precisa atender congregações cada vez maiores, de acordo com as exigências dos programas de austeridade. Enquanto isso, a Arquidiocese de Colônia tem um grande orçamento de 863 milhões de euros e os ativos da sé episcopal são estimados em vários bilhões de euros. Segundo os cálculos de Frerk, o crítico da Igreja, a participação acionária da diocese em um grupo de empresas conhecida como Aachener Gesellschaften, que consiste de 26 mil unidades comerciais e residenciais, valia mais de 1 bilhão de euros em 2003.

Mas o escritório financeiro do arcebispo faz pouca menção destas boas notícias. Se fizesse, os fiéis estariam dispostos a suportar todos os cortes e doariam alegremente seu dinheiro para o pagamento dos novos vitrais da catedral, de autoria do artista Gerhard Richter? Para a arquidiocese, é sempre preferível ter outros para pagarem as contas, mesmo quando se trata de pagar o arquiconservador cardeal Joachim Meisner. Com base em um acordo de séculos, o governo paga o salário mensal do cardeal da diocese, de cerca de 11.300 euros, o que não impede Meisner de atacar repetidamente seus patrocinadores por suas várias “falhas” e ateísmo.

Dinheiro dos contribuintes para as igrejas alemãs

Meisner e muitos de seus pares não são os únicos que recebem salários públicos. Ano após ano, tanto a Igreja Católica quanto a Igreja Protestante na Alemanha recebem pagamentos generosos dos governos federal, estaduais e locais. Não tão conhecidos como o imposto da igreja (cerca de 10 bilhões de euros por ano) são os subsídios anuais às igrejas, tanto diretos quanto indiretos, que em 2000 somaram estimados 17 bilhões de euros.

O governo paga somas substanciais de dinheiro para manutenção e constante reforma das catedrais e outros prédios da Igreja. Ele paga os salários dos professores de religião e paga a conta do vinho do altar, usado nos serviços religiosos para os militares. Alguns benefícios, como a entrega anual de lenha que algumas poucas cidades do sul da Alemanha fazem ao seus bispos, são baseados em direitos adquiridos de 200 anos que os políticos nunca revisaram.

Apesar da separação constitucional entre Igreja e Estado na Alemanha, subsídios substanciais são pagos para as conferências da Igreja, bibliotecas e padres que ministram os serviços religiosos aos policiais, presidiários, militares e instituições psiquiátricas. O governo até mesmo ajuda a pagar pela contratação daqueles que se recusam a lutar por motivos religiosos e até pela manutenção das urnas do ofertório e cruzes à beira da estrada.

A Igreja gosta de apontar o quanto faz pelos pobres e indefesos, além de promover a coesão social, o que é um argumento válido. Todavia, o governo paga a conta por muitas dessas atividades. O governo alemão arca com grande parte do orçamento anual da Associação Cáritas da Alemanha, estimado em 45 bilhões de euros, enquanto a Igreja Católica arca com apenas uma fração.

Em diretrizes publicadas em 15 de março, o conselho financeiro diocesano da cidade bávara de Regensburg, que administra os ativos da sé episcopal, até mesmo especifica que condições devem ser atendidas antes que contribua financeiramente para a reforma de abrigos e jardins de infância dirigidos pela Igreja – especificamente que só contribuirá se o governo local “concordar contratualmente a pagar” dois terços dos custos totais e estiver disposto a garantir o pagamento de pelo menos 80% do custo do déficit operacional potencial por “pelo menos 25 anos”.

Aparentemente a diocese está apenas interessada em jardins de infância dirigidos pela Igreja se o governo assumir grande parte do custo. Isso significa que a diocese abandonaria rapidamente seus cuidados compassivos pelos filhos de Deus se os recursos públicos secassem? Em outras dioceses alemãs, hospitais, escolas e asilos católicos são totalmente financiados pelo governo.

A Igreja não paga impostos e não é supervisionada

Em troca, a Igreja não é nem mesma obrigada a pagar impostos: nenhum imposto sobre imóvel, nenhum imposto corporativo e nenhum imposto sobre ganhos de capital. Tudo o que ela faz como uma corporação pública na Alemanha é considerado caridade, isenta de impostos. Diferente de outras corporações públicas como universidades, a Igreja não está sujeita a qualquer supervisão do Estado.

Segundo a lei da igreja, “A Igreja Católica tem o direito inerente, independente do poder secular, de adquirir, possuir, administrar e vender ativos para atender seus próprios propósitos”. Defender esse “direito inerente” e os bilhões que o acompanham é uma das principais funções dos bispos.

Estruturas financeiras complexas e caixa secreto apenas se tornam mais visíveis ao público quando administradores traidores abusam deles.

Isso está particularmente evidente na Diocese de Limburg no momento. Há poucas semanas, o chefe da administração financeira da Igreja, que desviou cerca de 5 milhões de euros, foi sentenciado a mais de seis anos de prisão. O homem, que também era o diretor administrativo da congregação católica em Limburg, tinha livre acesso aos fundos da Igreja.

“O desfalque foi surpreendentemente fácil”, comentou o juiz. O problema só foi descoberto quando a diocese introduziu recentemente um novo sistema de contabilidade comercial. Até então, os bispos de Limburg e seus confidentes aparentemente podiam dispor dos fundos como achassem adequado. O atual bispo de Limburg, Franz-Peter Tebartz-van Elst, teve que reconhecer que erros foram cometidos durante as auditorias financeiras.

Um palácio digno de um príncipe

A diocese podia facilmente arcar com uma abordagem desatenta para com suas finanças, porque a sé episcopal parece ter muito dinheiro. Ela está atualmente planejando a construção de uma nova residência para o bispo, em parte com fundos da sé episcopal. Os moradores da pequena cidade se referem à colina acima de Limburg, onde o bispo viverá atrás dos altos muros de pedra de uma ex-propriedade aristocrática, como a “Acrópole”.

“Nosso bispo quer ser um príncipe de novo”, zombam os moradores locais. Em comparação, seu antecessor, o bispo Franz Kamphaus, escolheu viver modestamente em um apartamento de dois cômodos no seminário, em vez da velha residência do bispo, que ele entregou para uma família de refugiados etíopes por vários anos.

O que os arquitetos projetaram para Tebartz-van Elst na “Acrópole” é bem mais do que um apartamento generoso com uma capela própria. Como parte do projeto, os prédios adjacentes também exigirão reformas e adaptações extensas. Novos aposentos serão necessários para uma ordem de freiras que se mudará para cuidar de Sua Excelência. E como parte de um novo sistema de segurança para o museu da catedral, a mudança de uma das saídas de emergência do museu custará sozinha 1,5 milhão de euros. Como benefício adicional, será difícil perturbar o bispo em seu refúgio no futuro.

Enquanto isso, o bispo ordenou seus fiéis a seguirem o lema “poupar e reformar”. Limburg é uma das dioceses que estão cortando paróquias, missas e padres. Nas aldeias vizinhas, os fiéis estão trabalhando arduamente para coletar doações para o trabalho de manutenção mais urgente de suas igrejas. “A economia está acontecendo na base, enquanto a reforma ocorre em outro lugar”, diz Henny Toepfer, da divisão local do movimento de reforma “Nós Somos a Igreja”. Ela tem dificuldade em entender por que milhões de euros estão disponíveis para a nova residência, mas não para o pagamento dos ônibus que transportam os católicos idosos dos vilarejos para a missa.

A atração dos mercados financeiros

Há algum tempo, os vícios tradicionais da ostentação e desperdício ganharam a companhia de uma tentação moderna para os administradores financeiros das sés episcopais: a promessa de lucros nos mercados de capital globais.

Veja, por exemplo, Magdeburg. Na esperança de solucionar seus problemas financeiros, a diocese empobrecida, que também conta com relativamente poucos membros, criou uma empresa de ações chamada Gero AG. Para aumentar os ganhos com juros e juros compostos, o confidente do bispo Leo Nowak investiu em negócios imobiliários, em empresas de marinha mercante, usinas de biogás e até mesmo na controversa pesquisa de plantas transgênicas. Um padre na administração da diocese até mesmo abençoou a estufa que seria utilizada pelas plantas transgênicas, na esperança de que o pio investimento da Igreja prosperasse.

Hoje o bispo enfrenta um problema financeiro. Sua diocese alega ter perdido mais de 40 milhões de euros, enquanto a imprensa estima que os prejuízos sejam de 100 milhões de euros. Agora, o novo conselho executivo da Gero AG planeja reestruturar a rede em dificuldades de empresas e holdings. A corporação já processou seu ex-diretor administrativo por perdas.

Por que os príncipes da Igreja se recusam a prestar contas para suas congregações? E por que são tão cuidadosos em manter o governo, que os apoia tão generosamente, de fora de seus assuntos financeiros?

Um ex-porta-voz de uma diocese passou bastante tempo pensando nestas questões. Ele atribui os problemas atuais ao mundo pré-moderno de ordinários diocesanos e residências, que giram em torno de suas cortes reais. “Os bispos e prelados, com seus títulos pomposos, se sentem superiores em relação ao mundo ocidental e se protegem contra ele”, ele diz. “O confessionário está na igreja, não nos escritórios das autoridades fiscais.”

Tradução: George El Khouri Andolfato

Fonte: http://www.cella.com.br

Chamá-la de porca, será ofender as suínas

31/08/2010 20h00 - Atualizado em 31/08/2010 20h00

Mulher é presa nos EUA por não limpar a casa

Incidente ocorreu em Sumter, no estado da Carolina do Sul.
Havia entre 25 e 30 centímetros de lixo espalhados pelo chão.

Do G1, em São Paulo


A norte-americana Alison Alsbrooks Scurry, de 31 anos, foi presa na semana passada em Sumter, no estado da Carolina do Sul (EUA), por não limpar a casa e manter os três filhos vivendo sem as condições mínimas de higiene, segundo reportagem da emissora de TV "WIS".

Havia entre 25 e 30 centímetros de lixo espalhados pelo chão.
Havia entre 25 e 30 centímetros de lixo espalhados pelo chão. (Foto: Reprodução/WIS TV)

A polícia prendeu a mulher após receber uma denúncia anônima de que Alison deixava seus filhos de oito, nove e dez anos vivendo no meio do lixo. De acordo com os investigadores, havia entre 25 e 30 centímetros de lixo espalhados pelo chão da casa.

Alison Scurry terá que comparecer em uma audiência no tribunal no dia 1º de novembro. Apesar das péssimas condições de higiene, os filhos de Alison estavam em boas condições de saúde.

Maus-tratos religiosos

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Morre a cadela mutilada durante ritual de magia negra


Uma cadela vira-lata de rua de menos de um ano de idade (foto) não resistiu a um ritual religioso e morreu em consequência de maus-tratos como queimadura com cera de vela na testa e no focinho, mandíbula quebrada, extração de sangue e dentes e o vazamento do olho esquerdo.

A denúncia é da protetora de animais Andreia, de acordo com informação do site da Anda (Agência de Notícias de Direitos Animais).

Andreia contou que no sábado (28) levou a cadela a um veterinário em Canoas, mas não conseguiu salvá-la por causa da extrema crueldade. O sacrifício da cadela em um ritual de magia negra ocorreu em Guaíba, cidade gaúcha de 96 mil habitantes que fica a 32 km de Porto Alegre.

Andreia disse ter ficado em estado de choque quando encontrou a cadela abandonada na rua. “Alguém já viu despacho feito com cadela viva? Se não, espero que nunca vejam, porque é doloroso, triste.”

Não se sabe se houve interesse da polícia em investigar o caso.

Paulopes Weblog

A ignorância dos "civilizados" e dos silvícolas "aculturados"

31/08/2010 07h32 - Atualizado em 31/08/2010 07h35

Moradoras do interior de SP fazem procissão e novena para pedir chuva

Distrito de Ida Iolanda sofre com estiagem há quase três meses.
Tradição antiga reuniu mulheres do local.

Do G1 SP


Moradoras do distrito de Ida Iolanda, em Nhandeara, a 509 km de São Paulo, resolveram apelar para a religião para tentar acabar com a seca que atinge o local. Fiéis seguiram em procissão e fizeram uma novena para pedir chuva.

Os 2 mil moradores do distrito enfrentam a seca sofrem com a estiagem há quase três meses. As plantas da praça só recebem água quando o jardineiro trabalha.

A novena da chuva é uma tradição antiga no local e foi retomada este ano. As mulheres acreditam que com a fé é possível mudar a situação.

Em procissão, elas carregaram garrafas d’água e imagens de santos, levando a certeza de que serão atendidas. Durante a caminhada, de joelhos, elas fizeram o pedido pela chuva.

Nem o sol forte o calor desanimaram o grupo, que no cemitério da cidade derramaram a água na cruz, simbolizando a falta que a chuva faz.

-=-=-=-=

26/08/2010 12h17 - Atualizado em 26/08/2010 12h17

Índios fazem dança da chuva no interior de SP

Na aldeia Icatu, em Braúna, umidade do ar tem ficado em 10%.
Não deve chover no estado pelo menos até domingo (29).

Do G1 SP


O tempo seco que atinge o estado de São Paulo há uma semana fez com que índios da aldeia Icatu, na cidade de Braúna, a 499 km de São Paulo, realizassem a dança da chuva para tentar atrair a umidade para o local.

Na região, próxima a Araçatuba, a 530 km da capital paulista a umidade tem chegado aos 10%. E segundo os meteorologistas, não deve chover em todo o estado pelo menos até domingo (29).

Por volta das 12h, a Defesa Civil da capital paulista decretou estado de alerta por causa da baixa umidade, que estava em 20%. Durante a tarde, a previsão é de que o índice caia ainda mais e chegue aos 15%.

Para ser considerado adequado para a saúde, o ar precisa ter, no mínimo, 60% de umidade. Desde a última quinta-feira (19) a umidade do ar fica abaixo dos 30% na capital paulista.

Fonte: G1

Hebreus divididos

31/08/2010 - 02h30
Judeus dos Estados Unidos estão divididos sobre Israel

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JOÃO FELLET
DE SÃO PAULO

Às vésperas da retomada das conversas de paz entre israelenses e palestinos, marcadas para esta quarta-feira em Washington, os judeus americanos estão rachados quanto à forma de lidar com o Estado judeu.

De um lado, uma crescente e poderosa população ortodoxa mantém o apoio incondicional às atitudes do país; de outro, há cada vez mais jovens judeus dispostos a criticar as atitudes do governo em Jerusalém. A análise é do historiador americano (judeu) Peter Beinart, 39.

Mestre em relações internacionais por Oxford, Beinart gerou polêmica ao publicar um artigo na revista americana "The New York Review of Books" intitulado "O fracasso do estabilishment judeu americano".

Nele, argumenta que, por frequentemente serem filhos de casais mistos e não terem vivenciado conflitos que ameaçaram a existência de Israel, jovens judeus não ortodoxos se sentem menos ligados ao país.

O distanciamento permitiu o surgimento de vozes críticas a Israel dentro da comunidade, algo inédito, mas deu espaço à ascensão dos ortodoxos nas associações judaicas americanas.

Esses, por sua vez, tendem a apoiar a linha-dura israelense, que está no poder e deve ganhar força com o crescimento demográfico das comunidades ortodoxas locais.

Em entrevista à Folha, concedida por telefone, o historiador diz que, caso essa tendência se confirme, a perspectiva de paz no Oriente Médio ficará mais distante.



Folha - Há um racha crescente na sociedade americana a respeito das suas opiniões sobre Israel?
Peter Beinart - Sim. No meio do século 20, apoiar Israel era considerado uma causa de esquerda, uma questão democrática. O Partido Republicano era considerado anti-Israel. Isso mudará gradualmente. A divisão bipartidária que tanto afeta a política americana será sentida em Israel. Liberais democratas gradualmente se tornarão mais encorajados a criticar as políticas de Israel, especialmente se elas continuarem à direita.

Quem são os principais apoiadores de Israel nos EUA hoje?
Depende do que você quer dizer por apoiadores. Se falamos de apoio acrítico a qualquer ação de Israel, os três bastiões mais fortes são os cristãos evangélicos, alguns elementos dos católicos conservadores e os judeus ortodoxos _grupos essencialmente republicanos. Os eleitores do Partido Democrata, que são afro-americanos, latinos, brancos seculares, não são hostis a Israel, mas são mais propensos a criticar algumas políticas do país.

Como o fim da geração de judeus americanos que viveu durante o Holocausto está mudando a comunidade?
Quando se fala em mudança de geração entre os judeus americanos, não é simplesmente uma questão de quem viveu durante o Holocausto. Uma das coisas mais curiosas sobre a história dos judeus americanos é que o Holocausto não foi uma questão amplamente discutida entre eles até duas décadas depois de ocorrer.
A divisão ocorre mais entre as pessoas que viveram durante as guerras de 1967 e de 1973. E essa divisão se tornou mais evidente após a primeira e a segunda Intifadas.

E como essa mudança está sendo sentida pela comunidade? Os judeus mais jovens não vivenciaram nenhum grande conflito envolvendo Israel...
Em parte, esta é uma história de assimilação. Judeus americanos mais jovens se casam com pessoas de outras religiões em índices muito mais altos. Mas acho que perdeu força uma certa tendência instintiva de ver Israel sempre como vítima. [Há hoje] uma tendência de vê-lo como uma potência regional.
É menor a necessidade de manter as críticas dentro do seu círculo.

Qual o poder dos judeus americanos em relação a Israel hoje?
Israel é um lugar nacionalista, que não gosta de ouvir o que deve fazer de ninguém --judeus ou não judeus.
Por outro lado, muitos dos israelenses mais inteligentes creem que a sua aliança com os EUA é uma das mais importantes conquistas da história do país, até porque Israel não tem muitos outros aliados poderosos.
Existe influência real do governo americano e dos judeus americanos sobre o que acontece em Israel. Não haveria um congelamento dos assentamentos judaicos [em terras palestinas] se não fosse por pressão do governo americano.

O sr. acredita que o interesse decrescente que judeus não ortodoxos sentem em relação a Israel pode influenciar a relação entre os governos americano e israelense?
Poderia, mas isso depende de como essas pessoas podem ser mobilizadas para apoiar uma forma diferente de visão política, em que elas estariam mais abertas a pressionar Israel. As organizações judaicas americanas dizem representar um consenso bipartidário na comunidade judaica americana.
Acho que, com o tempo, essa visão se tornará difícil de manter e ficará claro que elas essencialmente representam apenas um elemento de direita na comunidade, e não o tipo de consenso bipartidário.

Alguns autores dizem que judeus não ortodoxos se sentem menos ligados a Israel porque formam famílias mistas, e não por razões políticas. Outros dizem que judeus mais jovens sempre foram menos ligados a Israel, e que a ligação aumenta conforme eles envelhecem.
Sobre o último ponto, se fosse verdade que há um efeito de ciclo de vida, em que alguém ficaria mais ligado quando tivesse filhos, as estatísticas mostrariam um aumento da ligação na meia-idade e uma queda.
Mas o que se vê é uma queda drástica. Quem tem 60 anos é mais ligado do que quem tem 40, que é mais ligado do que quem tem 20... A assimilação claramente tem um papel. Há um estudo recente focado em jovens judeus americanos não ortodoxos que não estão se assimilando. E mesmo entre essas pessoas encontram-se níveis mais baixos de quem diz sentir orgulho de Israel.

Judeus ortodoxos têm ganhado influência tanto em Israel quanto nos EUA. Esse processo é reversível?
Hoje parece inevitável: o judaísmo ortodoxo crescerá mais e mais em poder. Mas devemos ser modestos em nossos esforços para prever o futuro, porque, depois da Segunda Guerra, imaginava-se que o judaísmo ortodoxo estava morrendo, e que o futuro pertencia aos movimentos de Reforma e Conservador.
O judaísmo ortodoxo é extremamente forte demograficamente, mas é possível que as coisas mudem.

Isso só nos EUA, ou também em Israel?
Há um crescimento em paralelo em Israel e nos EUA, e provavelmente em outras partes da diáspora.

O sr. crê que a crescente influência de judeus ortodoxos em Israel é um obstáculo à paz?
Sim. Há essencialmente duas comunidades ortodoxas distintas em Israel. Há os religiosos nacionalistas, sionistas, e os ultaortodoxos, ou haradim. Os radicais são os primeiros. Eles criaram a ideologia religiosa segundo a qual agregar terras ao estado judeu é parte do processo de preparação para receber o messias.
Os ultraortodoxos historicamente têm se preocupado menos com isso, eles são mais distantes e desconfiados do estado de Israel, já que não é baseado na lei judaica. Mas essa comunidade também tem tendências antidemocráticas muito fortes.

As críticas internacionais contra Israel afetam as opiniões de judeus americanos sobre o país?
Por um lado, há uma tendência em parte do estabilishment judaico de responder defendendo Israel mais, porque o país estaria sob ataque. Mas também acho que as críticas de outras partes influenciam os EUA.
Nosso debate não é tão crítico como na Europa ou, imagino, na América Latina. Ainda assim, há grande criticismo nos EUA, mais do que alguns anos atrás.

A Guerra ao Terror teve algum efeito nas opiniões da comunidade judaica americana em relação a Israel?
O impacto maior foi provavelmente entre cristãos evangélicos, americanos conservadores não judeus. Eles passaram a se identificar mais com Israel após o 11 de Setembro, passaram a ver várias regiões do mundo como parte da disputa Ocidente versus terroristas.
Os judeus americanos já estavam mais alinhados com Israel e enfocaram o esforço de Israel contra o terrorismo.
Por outro lado, algumas pessoas passaram a ver a Guerra ao Terror e o terrorismo da jihad como consequências das políticas americanas, e podem querer mudar essa hostilidade mudando as políticas americanas.

Fointe: FOLHA DE SP

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Universo do cavalo - Termos e expressões (SO-SP)

SOBARBA

- Sobarbada f. Barbela de corda ou atilho que se coloca na barba do cavalo.

http://letratura.blogspot.com

SOBRE-CARGA

- (...) Chama sobre-carga a um couro, parte curtido, parte cru, com um gancho de ferro na ponta e que fica sobre o ligal e as cargas, para ser apertado com o cambito. (...) - ALUÍSIO DE ALMEIDA – Vida e morte do Tropeiro - Livraria Emartins Editora/SP/1971, p. 81.

SOBREANCA (Ver BAIXEIRO, GUALDRAPA e XAIREL)

SOBREBOTA (Ver POLAINA)

- América Central. Certa polaina de couro.

http://www.hispanicus.com

SOBRECEIA

- Sobreceia f. Prov. Ração que se dá aos bois ou aos cavalos, depois da ceia.

http://letratura.blogspot.com

SOBRECINCHA

SOBRECURVA

- Sobrecurva f. Tumor duro, na curva do jarrete da cavalgadura.

http://letratura.blogspot.com

SOBREMACHINHO

Sobremachinho m. Protuberância resultante da inflamação dos tendões das cavalgaduras. http://letratura.blogspot.com

SOBREMÃO

- Sobremão m. Exostose ou excrescência dura que se forma na mão ou na frente da coroa anterior, nas cavalgaduras.

http://letratura.blogspot.com

SOBRENERVO

- Sobrenervo m. Vet. Tumor sobre um nervo (falando-se das bestas).

http://letratura.blogspot.com

SOBRE-OSSO

- Exostose situada na parede lateral da tíbia.

- http://teleline.terra.es

SOBREPÉ

- Sobrepé m. Vet. Tara óssea que se desenvolve na parte anterior da coroa dos membros posteriores das cavalgaduras.

http://letratura.blogspot.com

SOBREPUESTO (Ver BADANA)

- Peça colocada sobre o coxinilho (ou pelego), de couro de carpincho (Ver ANTA) ou de veado - http://www.mujose.org.ar

SOBRERRODELA

- Sobrequartela f. Vet. Tara óssea das quartelas dos membros dos solípedes.

http://letratura.blogspot.com

SOCADO

- ENEDINO BATISTA RIBEIRO - Gavião de Penacho/Memórias de um serrano - IHGSC e ALESC/Florianópolis-SC/1999, vol. I, p. 91, registra a palavra.

- Lombilho de cabeças chatas, conforme CRISPIM MIRA - Terra Catarinense - Typ. Da Liv. Moderna – Fpolis-SC/1920, pág. 38.

SOCOLIPÉ

- Socolipé m. Prov. beir. Direcção contrária à do pêlo.

http://letratura.blogspot.com

SOFRENAÇO (Ver SOFRENAR)

- AMARO JUVENAL (pseudônimo de RAMIRO BARCELLOS) - Antônio Chimango – Artes e Ofícios Editora/P. Alegre-RS/2000, pág. 52: (...) A regra é - cabresto curto -/Pra ter tudo nos seus eixos;/Sofrenaço pelos queixos,/De vez em quando convém.../Mesmo aos que procedem bem (...). - A nota de rodapé de página 52 escalrece que sofrenaço é golpe súbito e enérgico (...).

SOFRENAR (Ver SOFRENAÇO)

- (...) bem na beira dum boqueirão, sofrenou o tostado (...) - SIMÕES LOPES NETO - Contos Gauchescos & Lendas do Sul - L&PM Editores S.A./SP-RS/1998, p. 169.

- (...) Na última coxilha, sofrenou o animal e se ergueu nos estribos (...) – MARIO ARREGUI - Cavalos do amanhecer – Tradução de Sérgio Faraco – L&PM Editores /P. Alegre e Floresta-RS/2003, p. 9.

- Parar o animal com uso da embocadura e outros recursos (jogo do corpo pra trás, comando vocal).

SOFRIMENTO DE CAVALO (Ver AGUAMENTO, ARAUCANOS e DOMA TRADICIONAL)

- (...) Também o bicho, atido preso, desandou a emagrecer, rejeitando a ração,. Toparam-no numa daquelas manhãs arrebentado n curral, onde lhe andavam a curar com salmoura a esporeação do vazio (...) - HUGO DE CARVALHO RAMOS – Tropas e Boiadas/O poldro picaço – Instituto Centro-Brasileiro de Cultura – 1917.

SOGA

- Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.

http://www.grupodesgarrados.com.br.

- ENEDINO BATISTA RIBEIRO - Gavião de Penacho/Memórias de um serrano - IHGSC e ALESC/Florianópolis-SC/1999, vol. I, p. 229, escreveu: (...) pôs os animais na soga, para não ficarmos a pé.

- Espécie de corda que se usa para amarrar os animais. Antigamente (antes do advento das cordas de nailon), eram confeccionadas com cipós torcidos e trançados e tinham a vantagem de formar um conjunto medianamente rígido, de sorte que se evitava que animal se enrolasse nela e se assasse, mormente nas quartelas, ferimento que custa muito a cicatrizar, eis que as quartelas são partes trabalhadas a cada passo dado pelo eqüino.

- (...) Nem mesmo cavalos soltos, tão freqüentes em pastar com a soga de rasto pelos gramados (...) - VIRGÍLIO VÁRZEA - A canção das gaivotas - Edit. Lunardelli/Fpolis-SC/1985, p. 147.

- Refere-se ao termo em destaque o escritor IVAN PEDRO DE MARTINS, na obra Fronteira Agreste - Edit. Movimento/P. Alegre-RS/1981, ps. 11 e 37.

SOL (Ver TUPI)

SOLDADO

- Diálogo entre personagens do livro de SHAKESPEARE intitulado Júlio César: OTÁVIO: (...) é um bom soldado, valente e experimentado. ANTONIO: Meu cavalo, Otávio, também o é. É uma criatura que ensinei a brigar, virar depressa, correr para atacar, parar de chofre, e cujos movimentos são regidos pela minha vontade. (...) - Ediouro Publicações S.A/RJ/1997, p. 90.

SOLDRA (Ver BABILHA e GRASSETE)

- Região própria dos chamados POSTERIORES.

SOLEAFERREA (Ver FERRADURA e HIPOSANDALIA)

SOLID GOLD (Ver RECORD DE SALTO)

SOLIMÃO II

- Solimão II, chamado o Magnífico, sucessor de Selim I, ocupava Belgrado e atacava, através de Barba-Ruiva, temível corsário, várias cidades que estavam sobre a tutela da Sereníssima República de Veneza: Clissa, Prevesa, Castelnuovo, e as ilhas mais ao sul, próximas à Grécia. Isso sem falar dos ataques em outras regiões e das alianças com reis católicos contra outros reis católicos, fruto da decadência da cristandade. Seu desejo era de invadir Roma e entrar à cavalo na Basílica de S. Pedro.

- http://www.lepanto.com.br

SOLÍPEDE

- Ver conto de MÁRCIO CAMARGO COSTA intitulado O registro, na obra A caudilha de Lages – Edit. Lunardelli/Fpolis/1987, p. 57.

SOMOIOG

- Palavra romena, que significa molho de palha para esfregar os cavalos suados.

SONADOR (Ver GATEADO)

SONHO

- (...) O sonho de Mingote Caré era ter um cavalo. Um dia a tentação foi maior que o medo e ele roubou um tordilho numa estância da fronteira. (...) – ÉRICO VERÍSSIMO - O Continente - Edit. Globo/P. Alegre-RS/1962, p. 460.

SONO DO CAVALO (Ver ERVA SOPORÍFERA)

SOPO

- Cavalo, conf. SYLVIO ALVES, no Vocabulário do Charadista (Livraria Acadêmica/RJ/vol. I, pág. 278.

SOREIRO

- (...) O cavalo preto de Benevides - soreiro fogoso, de pescoço recurvo em cauda de galo (...) - JOÃO GUIMARÃES ROSA - Sagarana (conto O burrinho pedrês) - Livraria José Olympio Editora/RJ/1974, p. 7.

SORGO (Ver FARRO)

SORO ANTI-OFÍDICO

SORO ANTI-REJEIÇÃO

- Como se reverenciasse a própria vida, o Padre Damien Boulogne passa a mão no focinho do cavalo Azur, numa fazenda perto de Rouen, França. O mais antigo dos sobreviventes de transplante cardíaco sabe que o sangue deste animal lhe permite continuar vivendo, pois é com ele que se fabrica o soro anti-rejeição, segundo a melhor técnica francesa. (...) - Revista MANCHETE - 06/09/1969, p. 49.

SOROLINA (Ver AREJADO)

- Medicamento recomendado para animais que se encontram “arejados”. Dá um suadouro no animal em que é administrada. Para animais jovens, dose de até 5 ml. A aplicação é feita na musculatura da anca, precedida de 5 ml deLasix, este na veia.

SORRAIA

- Raça espanhola responsável por parte do plantel americano

http://www.geocities.com

SORTELHA (Ver ARGOLINHA)

- Sortelha f. Corrida de cavalos, em que o cavaleiro deve enfiar uma lança num anel suspenso de um arco. http://letratura.blogspot.com

SORTIJAS (Ver ARGOLINHA)

- POR RAUL OSCAR FINUCCI - DIRECTOR DEL PERIODICO “EL TRADICIONAL”

La Corrida de Sortija

Una de las diversiones más tradicionales del gaucho fue la corrida de sortija, esa carrera “a la furia” de hombre y yeguarizo en que la habilidad, la vista y la vaquía se conjugan para que el “lápiz” entre por la pequeña argolla. Juego antiguo convertido hoy en un deporte casi profesional, que apasiona al que se acerca al alambrado de la cancha a ver a los jinetes lanzados a toda velocidad.

La sortija era la diversión más frecuente del gaucho, se corría en los carnavales (lugar de inicio del desfile gauchesco), y en toda fiesta popular.

Cuenta Thomas J. Hutchinson allá por el 1861: “En la plaza principal y a eso de las cinco de la tarde, se verán

plantados en el centro de la calle más importante, dos postes verticales de madera, de poco más o menos diez pies de altura, cruzados por una viga.

En el medio de esta viga atravesada, y por debajo, está suspendida flojamente una pequeña sortija, no más grande que un anillo de boda. Un gaucho, galopando rápidamente por debajo de ella, debe llevarse la sortija en un trozo de ramita, tan gruesa como un lápiz común o una lapicera. Fracasan muchas veces porque no basta hacerla saltar sin retenerla en el palito”.

De esta sencilla forma nos relata un viajero extranjero, como se jugaba este entretenimiento tan campero.

Siempre se instituyó un premio para el ganador, el Juez de Paz o el caudillo político de la zona donaban un premio en efectivo. También hay algunas referencias sobre la época de Juan Manuel de Rosas, que dicen que como premio se daban anillos de oro y diamantes y mantas y ponchos indios. Esto sin duda hay que tomarlo con pinzas por dos motivos: lo del anillo es poco probable y tal vez responda a querer referir una liviandad opulenta, lo de los ponchos llama la atención porque en épocas de la lucha contra el “infiel”, era poco probable que un “cristiano” se pusiera esa prenda (téngase en cuenta que un hombre con un poncho indio de a caballo y a lo lejos era blanco seguro de las partidas). La utilización de ponchos indios por parte del criollo fue algo que ocurrió a fines de siglo.

La Corrida de Sortija, por estos años, se ha transformado en algo casi profesional. Debemos ser justos y decir que en algunas instituciones tradicionalistas se exige correr la sortija con el recado completo, como lo usaba el gaucho en el siglo pasado, con lazo y todo. Pero para los que corren sortija como deporte, es un cuestión de dinero. No me refiero a las apuestas que seguramente correrán por afuera, si no al premio que decíamos que siempre existió. Hoy escuchamos anunciar “Sortija Millonaria”, esta es una manera de atraer participantes, que pagan su inscripción para intervenir en la corrida.

La cercanía al profesionalismo se nota inmediatamente uno se acerca a la cancha. Los caballos son casi todos “pura sangre” y ya no se ven aperos completos. Como si esto fuera poco, los sortijeros estriban cortito como los “jockeys” que un puede ver en cualquier hipódromo. Si bien estas características han desvirtuado el espíritu tradicional del divertimento, hemos de reconocer que todos los corredores de sortija visten de paisano; sombrero o boina, bombachas, camisa y pañuelo al cuello.

Otro importante dato que aferra esta actividad a la tradición gaucha (por suerte todavía), es el Campeonato Nacional de Sortija de disputa entre instituciones tradicionalistas. Seguramente éstas conservarán, en lo posible, la esencia del hombre campero de nuestro pasado.

- VISCONDE DE TAUNAY – Memórias – Edição preparada por Sérgio Medeiros/Editora Iluminuras Ltda/SP-SP/2005, p. 497, refere-se ao jogo em destaque, escrevendo: (...) Animei-me, com efeito, um tanto com as distrações que nos proporcionavam os festejos oficiais, uns, populares, sortijas (jogo de argolinhas) (...).

SORVEIRA

- Árvore cujos frutos são aprciados pelos cavalos.

- (...) prendeu Juba ao tronco de uma sorveira, entrou na choupana e deitou-se numa manta. Ficou algum tempo observando o cavalo que comia os bonitos frutos vermelhos e já maduros (...)– VALERIO MASSIMO MANFREDI - A última legião (...) - Edit. Rocco Ltda e L&PM Editores – Porto Alegre/RS – 2008, p. 97.

SOTA

- Sota m. Boleeiro que vai montado no cavalo da sela.2. Cavalo que é atrelado à frente da parelha, a fim de ajudar esta a puxar o carro.

http://letratura.blogspot.com

SOTRETA

- Espanhol (Argentina e Bolívia). Cavalo inútil, cheio de defeitos.

- En la campaña argentina, nombre dado al caballo viejo que ya presta poca utilidad. // También se aplica al caballo de mal andar, mañero. // Por extensión, a las personas

- http://www.confederaciongaucha.com.ar

SOVÉU

- (...) Era um matungo enredado/Nas rodilhas de um sovéu (...) - AMARO JUVENAL (pseudônimo de RAMIRO BARCELLOS) - Antônio Chimango – Artes e Ofícios Editora/P. Alegre-RS/2000, pág. 59. O livro em destaque, em nota de rodapé de nº 10, esclarece que sovéu é um laço de couro transçado, guardado em voltas, as rodilhas.

SPAHI

- No dizer de - SYLVIO ALVES, no Vocabulário do Charadista (Livraria Acadêmica/RJ/vol. II, pág. 863, é o soldado da cavalaria turca.

SPINNER

- Giro sobre patas. Geralmente os posteriores ficam no mesmo ponto, dando-se o deslocamento dos anteriores em movimento circular.

- (...) Apesar dos progressos, nem tudo anda ainda muito depressa. A produção de soro antiofídico - e é bom lembrar que o Butantã produz soros também contra picadas de aranhas e escorpiões, além de muitas vacinas - leva seis meses, desde a extração do veneno da cobra até o ampolamento. Logo depois de extraído, o veneno é secado e mantido sob refrigeração, para ser utilizado na preparação de antígenos. Cada tipo de veneno seco é injetado em cavalos, que produzem anticorpos. Assim que o sangue dos animais atinge o nível ideal de anticorpos, é feita a sangria, Tiram-se aproximadamente três por cento do peso do animal, que tem, em média, 400 quilos. São, portanto, doze litros de sangue, que dão seis litros de plasma. (...) - Rev. MANCHETE, 19/julho/1986, p. 67.

Heranças da própria desumanidade

Se eles trucidam os povos dos países que invadem e voltam assim, imagine-se o que deixam para trás quando saem.
E dizer que foram para lá, sob o hipócrita argumento de defesa da democracia, quando todos sabemos que foram defender os interesses das petroleiras multinacionais ...


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30/08/2010 - 15h16

Após retirada do Iraque, EUA acumulam soldados mutilados e com traumas psicológicos

DA EFE, EM WASHINGTON

Após mais de sete anos de conflito, os EUA encerram nesta terça-feira (31) sua missão de combate no Iraque, passando a enfrentar um grande desafio interno: atender aos milhares de soldados que devem retornar ao país mutilados, com traumas psicológicos e que perderam seus empregos.

A campanha do Iraque tornou-se a guerra mais longa da história dos EUA, e uma das que teve maior custo econômico e humano, somando quase US$ 900 bilhões investidos e 4,2 mil soldados mortos.

O presidente americano, Barack Obama, fará um anúncio na terça-feira às 21h (horário de Brasília), para anunciar o fim da guerra, embora cerca de 50 mil soldados integrando uma força de transição devam permanecer no Iraque.

"Nenhum soldado volta da guerra sendo a mesma pessoa que saiu de casa. Sempre retornam diferentes, raras vezes para melhor, e muitas famílias não os reconhecem", disse o presidente do grupo Veteranos pela Paz, Mike Ferner.

"Os homens e mulheres que voltam da guerra, mesmo que não tenham problemas de saúde, têm enormes dificuldades para encontrar trabalho, ainda mais na atual situação econômica", apontou.

PROBLEMAS MENTAIS GRAVES

Nos últimos sete anos, quase 1,5 milhão de homens e mulheres serviram nesta guerra que, em seus momentos de maior intensidade, chegou a ter deslocados 171 mil soldados. Cerca de 30 mil retornaram com ferimentos físicos e lesões psicológicas.

Por isso, os veteranos esperam que Obama, como fez em seu discurso por rádio no sábado, se comprometa amanhã a colocar todos os recursos disponíveis para evitar que os veteranos fiquem à margem da sociedade.

No sábado, Obama reconheceu que o maior problema são os soldados que sofrem lesões cerebrais e estresse pós-traumático (PTSD, na sigla em inglês), dado que "poucos recebem o diagnóstico e cuidados adequados".

Mas "estamos mudando isso", disse Obama, ao lembrar que o governo está investindo recursos no tratamento e atenção dos doentes e em tratamentos para reduzir a alta taxa de suicídios.

TRAUMAS

Cerca de 30% dos soldados que retornaram do Iraque sofrem de problemas mentais graves após terem presenciado mortes, mutilações, combates e a tensão constante de viver em uma zona de guerra.

Um estudo da revista "Military Medicine" aponta que 62% dos soldados que retornaram receberam ou precisam de tratamento psicológico; 6% mostram síndrome de estresse pós-traumático e 27% passaram a abusar de álcool.

Os traumas psicológicos não são o único obstáculo enfrentado pelos soldados ao voltar ao país, que segue sofrendo as consequências da pior crise econômica desde a Grande Depressão iniciada em 1929.

"O maior problema que eu vejo agora é que os veteranos voltam e muito não encontrarão seus empregos", disse Tracy Handschuh da Operation Homefront, um grupo que ajuda aos militares na solução de suas emergências financeiras.

Apesar de as empresas terem obrigação legal de manterem os postos de trabalho dos reservistas quando estes são enviados a missões no exterior "isso não funciona se a companhia fechou durante a recessão", comentou Handschuh, quem acrescentou que "quando o soldado volte talvez o emprego já não exista mais".

Uma característica da Guerra do Iraque foi o envio repetitivo das mesmas tropas à zona de guerra.

Ao menos tempo 57% dos membros em serviço ativo das Forças Armadas dos EUA (excluídas os reservistas) serviram em torno da área de combate e 31% retornaram ao menos para uma segunda temporada.

"As missões de um ano colocam à prova aos soldados, mesmo que sua moral esteja boa", comentou o inspetor-geral de Saúde do Exército, tenente-general Kevin Kiley, quem lembrou que enquanto estão longe de casa os soldados, homens e mulheres, "perdem de presenciar fatos como nascimentos, os primeiros passos dos filhos, os aniversários".

"Mas quando os soldados vão para uma segunda ou uma terceira missão, o impacto é bem maior", acrescentou.

Fonte: FOLHA DE SP

CHUVA DE M.... - Ui!

Mistério de chuva de fezes intriga cidade na França

Saint-Pandelon fica na região francesa de Aquitânia

Uma misteriosa "chuva" de excrementos intriga os habitantes do vilarejo de Saint-Pandelon, no sudoeste da França. Desde meados de maio, eles se queixam de "gotas" marrons que caem do céu, com cheiro e textura de matéria fecal.

O prefeito do vilarejo, Jean-Pierre Boiselle, afirmou que uma "chuva de cocô" passou a cair durante o dia e também à noite no município.

Se no início a história fazia os 750 habitantes da localidade sorrirem, eles passaram a ficar aterrorizados com a chuva de excrementos, que deixou partes da cidade com ar irrespirável.

As crianças não podem mais brincar fora de casa e os moradores hesitam em comer as frutas e legumes das hortas locais. Eles também não fazem mais churrascos ao ar livre nesse período de verão na Europa.

Teorias

As "gotas" marrons, quase do tamanho de uma unha do dedo mínimo, sujam os carros, móveis de jardim e as roupas secando nos varais.

A primeira hipótese levantada pelos moradores para explicar o fenômeno foi a de que aviões estariam despejando o conteúdo de seus banheiros sobre a região.

Mas isso seria impossível, afirmou a Direção Geral da Aviação Civil da França, acrescentando que "os aviões de linha são pressurizados e não é possível despejar o conteúdo de banheiros ou de nenhuma outra coisa".

Após investigações, a polícia militar francesa declarou que a "chuva" de fezes poderia ser causada por aves migratórias, da espécie conhecida como andorinhões, que se instalaram na região nesta estação.

"Esse pássaro tem a particularidade de voar o tempo todo e se alimentar em pleno voo. Por isso as fezes caem durante o dia e à noite", afirmou o capitão Michel Brethes, da polícia militar de Dax, nos arredores do vilarejo de Saint-Pandelon.

Exames

Um laboratório da região realizou neste mês pesquisas científicas com o material coletado e confirmou que as "gotas" que cairam do céu são excrementos de origem animal, mas não conseguiu solucionar totalmente o mistério.

"Nas amostras analisadas, não encontramos bactérias específicas das fezes humanas. Mas não podemos dizer a qual tipo de animal esses excrementos correspondem", afirmou Alain Mesplède, diretor do laboratório de análises científicas da região.

"Apenas confirmamos a presença de bactérias típicas a todas as espécies animais", diz o pesquisador.

Sem saber ao certo se as fezes seriam realmente de pássaros, os moradores de Saint-Pandelon esperam que a "chuva" fedorenta não caia novamente em outras estações.

Fonte: BBC