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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Idosos no Japão

Sumiço de idosos expõe drama social japonês

23/08/2010 | 11:43 | Reuters

O frenesi na imprensa japonesa com o desaparecimento de idosos centenários trouxe à tona um efeito colateral do envelhecimento populacional no país: o potencial de isolamento e solidão dessas pessoas.

O pânico - e a culpa - foi instalado pela descoberta de que um homem que era apontado como o mais velho de Tóquio, com 111 anos, na verdade morreu há mais de 30. Os restos dele foram achados mumificados, em casa, e a família está sob suspeita de fraude.

Desde então, as autoridades já conseguiram localizar mais de 250 idosos e vêm surgindo relatos de que muitos outros estariam morrendo sozinhos e também que parentes estariam aplicando golpes para conseguir continuar recebendo suas pensões.

"Não se preocupem, minha sogra não é uma múmia", brincou Mio Akiyama aos funcionários da subprefeitura de Suginami (Tóquio) que passaram pelo bairro na semana passada, confirmando a existência de idosos.

Em meio às investigações, as autoridades descobriram que muitos idosos se mudaram para longe das famílias e nunca mais deram notícia, perdendo-se nos desvãos de uma rede de amparo insuficiente.

Fusa Furuya, moradora do bairro de Suginami, era supostamente a mulher mais velha da capital japonesa, aos 113 anos. Mas ela não foi encontrada no endereço em que estava registrada. Nenhum parente sabe o paradeiro dela.

Uma neta "postiça" disse que há mais de 20 anos não sabe da idosa. "Eu me sinto triste e solitária. Não percebi que esse tipo de coisa poderia acontecer em Suginami, onde eu vivo", disse a aposentada Katsuji Yamashiro, 67 anos.

Estima-se que o Japão tenha 41 mil pessoas com mais de cem anos de idade. Há 25 anos as mulheres do país detêm o recorde mundial de expectativa de vida.

"Não concebo uma situação em que eu não soubesse onde ela está. Talvez o rompimento dos laços familiares seja a causa dos recentes acontecimentos", disse Akiyama, segurando a mão da sua frágil e acamada sogra, de 107 anos.
Se Akiyama ainda demonstra o respeito pelos idosos que muitos veem como um valor japonês tradicional, outras famílias estão mudando, e os idosos não necessariamente recebem o apoio de seus parentes.

Até 2020, estima-se que um terço dos idosos japoneses estará vivendo sozinho, refletindo não só o envelhecimento populacional, mas também o aumento dos divórcios. Para 2015, a previsão do governo é que um quarto dos 125 milhões de japoneses tenha mais de 65 anos.

"Até recentemente, os núcleos familiares eram centrais para a sociedade japonesa, mas hoje as pessoas estão vivendo sozinhas e substituindo esse modelo de lar," disse Akio Doteuchi, do Instituto de Pesquisas NLI.

Fonte: GAZETA DO POVO (Curitiba)

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