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domingo, 29 de agosto de 2010

Racista e ainda velhaco?

Assassinato de líder afrikaaner e as tensões raciais

“Kill the Bôer, Kill the Farmer” (Mate o bôer, Mate o fazendeiro) é a música preferida de Julius Malema (presidente da ala juvenil do Congresso Nacional Africano, CNA – partido há 15 anos no poder) e que parece ter sido a trilha sonora do assassinato que assustou o país da Copa do Mundo no domingo de Páscoa. Eugene Terre’Blanche, líder afrikaaner (sul-africanos descendentes de franceses, alemães e principalmente holandeses) à frente do partido AWB (Movimento de Resistência Afrikaaner) foi atacado e morto em sua fazenda nos arredores de “Villana Ventersdorp”, cidade na província Noroeste, no último sábado. Os dois suspeitos negros, que estão presos, trabalhavam para Eugene. Segundo informações policiais, os suspeitos teriam atacado Eugene após uma discussão sobre salários atrasados. Partidos políticos, organizações e sul-africanos manifestam receio em relação a um conflito racial a dois meses da Copa do Mundo.

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Foto: Arquivo Life

A reportagem sobre a morte de Eugene você confere no Jornal do Brasil desta segunda-feira. Por aqui, vamos conhecer um pouco mais desta figura intrigante, rude e reconhecidamente racista que foi Eugene Terre’Blache. A fundação do partido AWB, feita por ele em 1973, tinha como motivação principal a manutenção do apartheid (1948-1994). Na verdade, o que Eugene queria era uma pátria para brancos, uma nação monocromática! Ele ignorava o fato de a África do Sul ser também dos negros e a possibilidade de dividir terras e dignidade com os sul-africanos de pele escura. Desta forma, os benefícios que o líder reivindicava só seriam possíveis com a segregação, que transformava os negros na sombra da sociedade sul-africana. Essa idéia de privilegiar a “raça pura” teria alguma semelhança com o nazismo? Se positiva a resposta, como seria o escudo ou bandeira do partido?

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Foto: Arquivo AWB

Olhando rapidamente, daria para se confundir com a suástica... Quando soube que a era “nazista” estava prestes a ser extinta, ele teve um verdadeiro ataque de ódio. Quando viu o presidente branco Frederik de Klerk negociar com o líder negro Nelson Mandela a transição de poder em 1994, liderou protestos sangrentos e ameaçou provocar uma guerra, caso o plano democrático se concretizasse. Os protestos violentos se mantiveram, mas a guerra civil não foi levada adiante. Eugene teve que engolir a proposta de uma África do Sul democrática e literalmente dos negros, que foram correndo ocupar suas mesas e cadeiras no governo. Em um de seus ataques de fúria, o líder bôer assaltou um funcionário de um posto de gasolina e espancou um guarda negro, no ano de 1996. Foi condenado em 2001 e passou três anos na prisão, tempo que teria feito dele uma pessoa menos racista, segundo o próprio. Difícil de acreditar...

No ano de 2008, o líder de extrema-direita voltou à política! Ativou o partido buscando espaço no poder, aproveitando um cenário de caos na África do Sul: crise energética, aumento da violência e corrupção no governo. O poder de oratória permanecia intocável e, aos poucos, Eugene parecia juntar os cacos do seu partido. Agora, com o assassinato, os membros de AWB adeptos de luta terão um estímulo maior para fazê-la. Essa possibilidade traz insegurança para a África do Sul, que sente um desconfortável aumento nas tensões raciais. “Ainda é prematuro falar sobre o caso e conseqüências. A polícia iniciou a investigação com os dois suspeitos que trabalhavam para Eugene. Independentemente do resultado da investigação, o AWB já mencionou que vai vingar a morte de seu líder”, conta o advogado sul-africano Paul Hofman ao Por dentro da África do Sul , destacando a raiva dos seguidores de Eugene que culpam a canção de Julius Malema.


Um curto trecho dos intermináveis e orgulhosos discursos de Eugene

“Não há uma clara evidência de que a música tenha relação direta com o incidente. Mas é claro que a insistência em repetir o som pode exacerbar as tensões e incitar a violência contra os fazendeiros”. Segundo Paul, muitos sul-africanos vêm dizendo que o número de ataques aos fazendeiros aumentou com o hábito de Malema. “Ele canta durante os discursos para distrair a atenção da população em relação às investigações sobre corrupção”, opina, lembrando que muitos sul-africanos vivem em paz e harmonia e que esse incidente cria percepções que dificultam a promoção da igualdade na nova África do Sul.

Apesar da polêmica, Paul acredita que o assassinato não vai desencadear uma onda de violência e protestos na África do Sul, a exemplo do ocorrido após Chris Hani (líder negro morto em 1993, às vésperas da instalação da democracia sul-africana) ter sido assassinado por um branco. “Eugene representa um grupo pequeno, o grupo de resistência afrikaaner. Mesmo assim, a canção (Kill the Bôer) não deve ser pronunciada. Isso precisa parar imediatamente em nome da paz, progresso e prosperidade na África do Sul”.




Frederico enviou em 07/04/2010 as 07:05:

Quem planta vento, colhe tempestade. Quem quer viver promove vida, defende vida. O caminho construído pelo morto não ía dar em bom local. Uma vida construída a base de racismo, preconceitos, desprezo, desdém e congêneres gera rancor, raiva e ódio em outras vidas. E ódio mata. Quem quer paz promove paz. Quem quer respeito promove e mostra o que é respeito. São poucas as pessoas que levam um soco no olho e viram o outro olho para ser socado. Esse preceito cristão não é aceito por todos. Então, em caso de dúvida, é melhor promover sempre a paz, o respeito, a igualdade para todos. Como diria minha tataravó: respeito é bom e preserva os dentes.

Roger enviou em 07/04/2010 as 15:48:

Respeito é bom. E esse que morreu desconhecia isso. O mundo nao perdeu com a morte dele. E o outro que canta para matar os brancos daqui a pouco vai pelo mesmo caminho.

Roger enviou em 07/04/2010 as 15:48:

Respeito é bom. E esse que morreu desconhecia isso. O mundo nao perdeu com a morte dele. E o outro que canta para matar os brancos daqui a pouco vai pelo mesmo caminho.

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