Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mensalão: a renúncia à prescrição seria a solução decente

 

walterm1 às 14:13
 
Dirceu e Jefferson, réus e protagonistas no chamado Mensalão
Dirceu e Jefferson, réus e protagonistas no chamado Mensalão

Nos últimos 45 anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou apenas quatro  parlamentares. Só que essas decisões condenatórias ainda não transitaram em julgado.

Dos quatro condenados, nenhum está na cadeia. Atenção: para três deles, o risco de parar na cadeia é zero.

O único que poderá ir para a cadeia é Natan Donadon (PMDB-RO). Ele está condenado (não definitivamente) à pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão. Pela quantidade da pena, foi fixado o regime fechado

Os outros três não correram risco de encarceramento, apesar da gravidade dos crimes. Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), por exemplo, negociava votos em troca de cirurgias de laqueadura. Pegou regime aberto. José Tático (PTB-GO) teve pena de 7 anos em regime semiaberto — passa o dia na rua e vai dormir numa delegacia de polícia. Tático apropriou-se indevidamente de contribuições previdenciárias e foi condenado, também, por sonegação de contribuição previdenciária.

Um caso muito comentado na mídia foi de Cássio Taniguchi (DEM-PR) e que o STF declarou extinta a punibilidade pela prescrição, não foi julgado no tempo certo. No momento, fala-se em risco de prescrição no chamado caso do Mensalão, com base na pena em abstrato ou em face de uma eventual  pena em concreto (caso de condenação).

O caso do Mensalão leva a uma analogia com a decisão de sábado passado e que envolveu o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Berlusconi comprou a testemunha David Mills, um advogado britânico colocado na “gaveta” para mentir e excluir Berlusconi da formação de uma empresa offshore para lavagem de dinheiro. Mills levou, como documentalmente provado, US$ 600 mil.

No sábado, a suprema Corte de Apelação de Milão declarou a prescrição.

Com a prescrição não se absolve. Apenas se declara extinto o direito de punir pelo decurso do tempo.

Só que na Itália, diferentemente do Brasil onde a impunidade é incentivada, o réu pode renunciar à prescrição. Assim, o mérito da ação criminal (que leva à condenação ou à absolvição) é julgado.

No Brasil, não há possibilidade de os réus renunciarem à prescrição. O juiz tem de declarar ainda que não pedida pelas partes (acusação e defesa). Diferentemente do que ocorre na Itália e, infelizmente, não há possibilidade de renúncia.

Com efeito, os réus do Mensalão, ainda que tenham interesse numa decisão de mérito, não podem renunciar à prescrição.

Na Itália, o partido de oposição (Partido Democrático) a Berlusconi cobrou para que renunciasse à prescrição. Aí, Berlusconi respondeu que só não renunciava porque não confiava na imparcialidade Justiça de  Milão, que queria a todo custo a sua condenação, e demorou para reconhecer a prescrição.

Pano rápido. No Brasil, ninguém pode renunciar à prescrição e ter a sua responsabilidade deixada a limpo, com o exame do mérito. Na verdade, os políticos não vão querer mudar a lei. Até porque, prevista a renúncia, sofrerão pressão para renunciar à prescrição.

Wálter Fanganiello Maierovitch, para Portal TERRA

Polícia espanhola prende quatro hackers da rede Anonymous

A polícia espanhola anunciou nesta terça-feira a prisão de quatro hackers membros da organização internacional "Anonymous", acusados de publicar dados confidenciais, no âmbito de uma operação da Interpol que se estende à Argentina, Chile e Colômbia.
"Dois dos presos (na Espanha) foram detidos por ordem judicial, outro ficou liberdade sob fiança e o quarto, menor de idade, sob a custódia de seus pais", afirma o comunicado. Esta operação, chamada de "Thunder", faz parte de uma operação internacional da Interpol, "Exposure", que conduziu ao indiciamento de dez pessoas na Argentina, seis no Chile e cinco na Colômbia.
As quatro pessoas detidas na Espanha foram acusadas de ter publicado on-line os dados pessoais dos guarda-costas que trabalhavam para o presidente do governo espanhol e de agentes da polícia nacional. Também são suspeitas de ter atacado sites oficiais, bloqueando-os e modificando-os.
"Um dos detidos que foram presos, do qual a polícia só deu as iniciais F.J.B.D, conhecido como 'Thunder' ou 'Pacotron', estava encarregado supostamente de administrar e gerir a infraestrutura informática utilizada pelo Anonymous na Espanha e na América Latina, principalmente", acrescenta o comunicado. Ele foi preso em Málaga (sul da Espanha).
Os detidos são suspeitos de ter cometido "crimes de associação ilícita, danos informáticos e descoberta e revelação de segredos", segundo o texto.
Fonte: TERRA

Garzón é inocentado por investigar crimes da era Franco

Juiz superstar

 

O juiz espanhol Baltasar Garzón, de 56 anos, foi inocentado nesta segunda-feira (27/2) das acusações de ter violado a Lei de Anistia, de 1977, ao investigar crimes cometidos durante a ditadura do general Francisco Franco (1939 -1976). Dois grupos acusaram Garzón de abuso de poder ao tentar indiciar pessoas por crimes cometidos durante o franquismo.
Garzón argumentava que eram crimes contra a humanidade. Por isso, segundo ele, a Lei de Anistia não se aplicava aos casos. Em um processo, no começo deste mês, o juiz foi condenado por escuta ilegal. Ele perdeu o direito de exercer a profissão por 11 anos, mas está recorrendo contra a decisão.
Ao longo da sua carreira, Garzón ganhou apelidos como super-juiz e juiz estrela. Ficou conhecido internacionalmente por emitir uma ordem de prisão a Augusto Pinochet, o ex-presidente do Chile (1973-1990), pela morte e tortura de cidadãos espanhóis. Ele se baseou em um relatório da Comissão Chilena da Verdade (1990-1991).
Também participou de processos em que acusa de genocídio militares argentinos pelo desaparecimento de cidadãos espanhóis durante a ditadura argentina (1976-1983). Em 2001, solicitou permissão ao Conselho da Europa para processar o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, então membro da Assembleia Parlamentar do Conselho.
Na Espanha, Garzón atuou em processos contra diversos narcotraficantes. Comandou investigações sobre lavagem de dinheiro no litoral espanhol e falsificação de moeda. Em 1993, participou da política espanhola, entrando na lista de candidatos à Câmara dos Deputados pelo Psoe. Assumiu o comando do Plano Nacional Antidrogas, mas renunciou um ano depois por se queixar de corrupção no governo. Com informações da Agência Brasil.

Revista Consultor Jurídico, 27 de fevereiro de 2012

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR NÃO BENEFICIA GRANDES EMPRESAS

CDC não se aplica em contrato de financiamento a indústria de grande porte
O artigo 29 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) permite que pessoa jurídica seja equiparada a consumidor quando ficar comprovada sua vulnerabilidade. Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse entendimento é uma tendência nova na jurisprudência, que passou a ver as empresas não apenas como consumidoras finais de um produto ou serviço para aplicação do CDC.

Com base no conceito de vulnerabilidade, a Quarta Turma afastou a aplicação da legislação consumerista em uma disputa judicial entre o Banco do Nordeste e a Dureino S/A Derivados de Óleos Vegetais, decorrente de contrato de repasse de recursos externos. Seguindo o voto do ministro Salomão, relator do caso, os ministros entenderam que a empresa que industrializa produtos derivados de óleos vegetais e comercializa derivados de petróleo não se insere na situação de vulnerabilidade.

Ao afastar a aplicação do CDC, a decisão do STJ manteve a fixação dos juros remuneratórios pactuados no contrato de repasse de recursos externos. A justiça paulista havia reduzido os encargos financeiros com base no artigo 51 do CDC e na Lei 1.521/51 (Lei dos Crimes contra a Economia Popular).

Salomão destacou que a jurisprudência do STJ e do Supremo Tribunal Federal não admite a aplicação da referida lei às instituições financeiras. “A aplicação da Lei 1.521 para redução dos juros pactuados exigiria, necessariamente, a aplicação do CDC ao caso e a demonstração da ocorrência de usura real (lucro patrimonial acima de 20%) e não só usura pecuniária”, explicou o ministro no voto.

“Assim, não se pode concluir, de maneira simples, que a taxa de juros remuneratórios superior em 20% ao custo de captação implique, necessariamente, lucro patrimonial superior ao limite estabelecido na Lei 1.521, como o fizeram as instâncias ordinárias”, concluiu o relator, ressaltando que a remuneração do serviço não é o mesmo que lucro.

Seguindo essas considerações, a Turma deu parcial provimento ao recurso interposto pelo Banco do Nordeste, para afastar a aplicação do CDC no caso e manter as taxas de juros remuneratórias pactuadas.
Outras contestações
Além de aplicar o CDC e reduzir os juros pactuados, a Justiça paulista condenou o Banco do Nordeste a indenizar a Dureino por prejuizos decorrentes do atraso no repasse dos recursos financiados, que resultou na aquisição de soja em grão a preço majorado. A instituição financeira também foi condenada a pagar em dobro a quantia de título executivo já quitado que estava sendo cobrado. Houve ainda aplicação de multa por litigância de má-fé pela apresentação de embargos considerados protelatórios.

No recurso ao STJ, o banco questionou todos esses pontos, e ainda pediu a nulidade do acórdão por suspeição de desembargador, que teria operação de cédula rural com o banco na época do julgamento.

O relator rejeitou as alegações. Observou que não houve prequestionamento quanto à revisão de ofício de cláusulas contratuais e à suposta suspeição de magistrados. A multa foi mantida porque os embargos declaratórios opostos não tinham o propósito de prequestionamento.

Quanto ao pagamento em dobro de quantia indevidamente exigida em execução, no valor de R$ 2,29 milhões, a Turma avaliou que o artigo 1.531 do antigo Código Civil foi corretamente aplicado, uma vez que foi demonstrada a má-fé do banco. A indenização por perdas e danos também foi mantida porque o banco agiu ilicitamente ao atrasar por quase um ano, sem justificativa, o repasse dos recuros contratados, gerando efetivo prejuízo para a empresa.
Honorários
O Banco do Nordeste também questionou a fixação do percentual de 10% do valor da causa a título de honorários advocatícios. Segundo o recurso, esse valor chegava a R$ 1,82 milhão. Alega que houve sucumbência recíproca. Em recurso especial adesivo, a Dureino também contestou os honorários. Pediu a aplicação do percentual de 20%.

Para o ministro Salomão, houve sucumbência parcial da Dureino. Levando em consideração o trabalho realizado pelo advogado da recorrente, o lugar de prestação do serviço e o tempo exigido, bem como a importância e a natureza da causa, os ministros fixaram os honorários advocatícios devidos pelo banco em R$ 500 mil.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa, do STJ
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Procuradora pede cassação de Luiz Henrique e Gilmar Knaesel

Senador e deputado estadual são acusados de suposto crime eleitoral em 2010Continua vivo em Brasília o processo arquivado ano passado pelo Tribunal Regional Eleitoral pedindo a cassação do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e do deputado estadual Gilmar Knaesel (PSDB) por suposto crime eleitoral nas eleições de 2010.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai analisar o repasse de verbas públicas entre janeiro e março daquele ano, quando os políticos eram governador e secretário de Turismo, Cultura e Esporte.

Arquivado em agosto de 2011 pelo TRESC, o processo andou rápido em Brasília e está pronto para análise do relator, ministro Marcelo Ribeiro. Em dezembro, a ação do Ministério Público Eleitoral em SC ganhou uma aliada de peso: a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau endossou o pedido de cassação em parecer de 18 páginas.

A base do argumento da vice-procuradora – a mesma que pediu multas a Lula por campanha antecipada para Dilma Rousseff em 2010 – é a mesma que motivou a ação no Estado: o repasse de verbas dos fundos de turismo, cultura e esporte para entidades públicas e privadas em ano eleitoral. O parecer foca especialmente os 31 eventos beneficiados pela chamada "cota do governador".

Depoimentos de auditores do TCE, que integram o processo, apontam que parte dos recursos dos fundos seria de livre uso do governador e que os projetos dessa cota teriam tramitação facilitada. Entre janeiro e março de 2010, somam R$ 8,43 milhões – aumento de 146,99% em relação ao mesmo período de 2009. Knaesel é incluído por ter assinado contratos e repassado convênios que fazem a conta subir para R$ 11,39 milhões.

A vice-procuradora diz que a lei eleitoral impede repasses a entidades públicas e privadas em ano eleitoral, exceto em calamidade pública ou emergência. Também é permitido o repasse a programas sociais autorizados em lei e que estivessem sendo realizados desde o ano anterior. Foi essa a tese dos advogados de defesa e aceita no TRESC.

Sandra diz que as leis que regulamentam os fundos são genéricas e que o próprio TRESC, ao decidir pelo arquivamento, apontou irregularidades no gerenciamento deles. Na corte catarinense venceram, por cinco a um, as teses de que os eventos beneficiados não teriam potencialidade de favorecer as eleições de LHS e Knaesel e não caberia à Justiça punir por questões administrativas.

— Não se trata de meras falhas de execução dos projetos, mas do próprio desvirtuamento das funções administrativas, em prol do fortalecimento das candidaturas dos recorridos — escreve a vice-procuradora eleitoral no seu parecer.



Fonte: DIÁRIO CATARINENSE

Receita apreende avião da Universal com grande soma de dinheiro

 

 
O Citation X da igreja é semelhante a este
 
com atualização

Fiscais da Receita Federal apreenderam nesta terça-feria (21) no aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), um avião tipo Citation X (foto) da Igreja Universal, da filial da Argentina, com um grande soma de dinheiro.

A Receita não revelou o montante nem o destino que o dinheiro em espécie teria, se estava saindo ou chegando ao Brasil. O avião vale US$ 20 milhões (R$ 34,2 milhões). A informação é de Sonia Racy, do Estado de S. Paulo. 

Até o final desta noite, os chefes da igreja não tinham se manifestado. A Receita também não forneceu detalhes da operação.

É a segunda vez que autoridades federais apreendem dinheiro da igreja de Edir Macedo em um aeroporto. A primeira foi n dia 11 de julho de 2005, em um hangar da TAM em Brasília. A Polícia Federal flagrou o bispo João Batista Ramos Silva, então deputado pelo PFL-SP, com cerca de R$ 10 milhões em dez malas.

Em 2009, o MP (Ministério Público) de São Paulo acusou a Universal de usar jatinhos da Alliance Jet, uma empresa controlada por pastores, para tirar ilegalmente dinheiro do país.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1n75jFWdD

Religiosos dão mais audiência do que Carnaval

O investimento feito por SBT e Band para transmitir o Carnaval não surtiu efeito na audiência das duas emissoras.
Os programas religiosos exibidos na Record registraram mais audiência do que a folia televisiva exibidas na Band e no SBT.
Na noite de sexta-feira (17), na faixa da madrugada, da 1h45 às 3h28, a transmissão do Carnaval da Bahia, na Band, marcou 0,5 ponto de audiência.
Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande São Paulo.
AgNews
Transmissão do Carnaval em Salvador pela Band deu menos audiência que "Fala que Eu Te Escuto"
Transmissão do Carnaval em Salvador pela Band deu menos audiência que "Fala que Eu Te Escuto"

A Record, no mesmo horário, com atrações da Igreja Universal, como "Fala que Eu te Escuto", registrou 1,3 ponto de ibope.
O SBT, em sua transmissão de Carnaval no sábado (18), das 20h30 às 6h30, alcançou 1,3 ponto. A Record, no mesmo horário, marcou 5,4 pontos.
No domingo, tanto SBT como Band perderam novamente da Record, que chegou também a vencer o início das transmissões do Carnaval da Globo.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta quarta-feira (22).
A íntegra da coluna está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

Autoridade diz que Irã não descarta ataque 'preventivo'

Marina iraniana (arquivo) Foto: Reuters
As Forças Armadas iranianas ameaçam atacar se soberania nacional for ameaçada

Um representante das Forças Armadas iranianas afirmou nesta terça-feira que o país pode tomar ações militares preventivas contra seus inimigos se sentir que sua soberania está sob ameaça.
Em declarações à agência de notícias semi-oficial iraniana Fars, o general Mohammad Hejazi, vice-comandante das Forças Armadas, disse que a estratégia do país significa que "não vamos mais esperar para ver ação inimiga contra nós".
O governo iraniano vem enfrentando uma pressão internacional crescente devido a seu programa nuclear.
Enquanto isso, crescem os rumores de que Israel possa empreender uma ação militar contra o Irã.
Na semana passada, um oficial da inteligência americana afirmou que Washington acredita que o Irã responderia se atacado, mas que dificilmente daria início a um conflito.

Exercícios militares

Na segunda-feira, o Irã anunciou por meio de um comunicado que faria exercícios militares para aumentar a proteção a suas instalações nucleares, em meio a especulações sobre um possível ataque israelense contra as usinas.
"Os exercícios têm como meta reforçar as defesas antiaéreas integradas do país", disse o comunicado.
No fim do ano, o Irã fez exercícios militares nas proximidades do estreito de Hormuz, na entrada do Golfo Pérsico, lançando vários mísseis.
O Irã ameaçou bloquear a passagem, por onde passam 20% do petróleo para exportação do mundo, em retaliação contra as sanções ocidentais ao programa nuclear iraniano.
Também na segunda-feira, inspetores nucleares da ONU iniciaram uma visita de dois dias às instalações nucleares do país.
O governo iraniano afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, embora parte da comunidade internacional acredite que o Irã pretenda desenvolver armas atômicas.

Fonte: BBC

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CADEIA PARA OS ASSASSINOS



(JB) - Algumas religiões santificam a mendicância, como o ato mais expressivo da humildade. Pedir aos outros o pão, em lugar de o obter mediante o trabalho, é visto, assim, como o contraponto à vaidade e à arrogância. As sociedades, sendo profanas, não vêem com os mesmos olhos o ato de pedir. Os costumes, diferentes das razões éticas, sobretudo os construídos pela consciência burguesa, condenam a mendicância, ainda que admitam, com certo cinismo, a caridade. É interessante registrar que Sartre, senhor de grande lucidez e, em algum tempo, militante revolucionário, andava com moedas nos bolsos, que distribuía aos mendigos do Quartier Latin. Talvez se sentisse, com isso, menos culpado dos desajustes do mundo.
Matar mendigos não é um esporte novo. A civilização cristã oscila entre o exercício da caridade (que, em alguns casos, costuma ser negócio lucrativo) e da repressão. Entre a piedade e a forca, conforme o ensaio do historiador Bronislaw Geremek sobre os miseráveis e pequenos bandidos da Idade Média. No Brasil, a agressão e o assassinato dos diferentes estão assumindo dimensões insuportáveis. Numerosos moradores de rua em Salvador foram trucidados durante a greve dos policiais militares. Há suspeitas de que foram policiais, eles mesmos, os matadores. Coincidindo com os fatos da Bahia, um jovem universitário tentou intervir, ao assistir à agressão de um morador de rua na Ilha do Governador, no Rio, por cinco jovens. Foi quase linchado, teve seu rosto arrebentado pelas patadas, só reconstituído mediante o emprego de 63 pinos de platina.
Não é um fato isolado. Ao ser confundido como mendigo, conforme confessaram os matadores, um índio pataxó foi queimado por jovens bem situados de Brasília. No Rio de Janeiro, há décadas, os adversários de um governador da Guanabara o acusaram de mandar matar mendigos e atira-los junto à foz do Rio da Guarda. E houve quem sugerisse o incêndio, como uma forma de resolver o problema das favelas no Rio de Janeiro. Mais cínicas, autoridades de São Paulo decidiram criar obstáculos sob as marquises e os viadutos, a fim de impedir que ali os miseráveis pudessem repousar. No Rio, outras autoridades dividiram os bancos dos jardins, para que, sobre eles, os mendigos não pudessem se deitar.
Esses caçadores de mendigos naturalmente são conduzidos pelo senso estético da ordem do capitalismo totalitário. Uma cidade sem pedintes é muito mais bela. Mas é também muito mais bela, se nela não houver pessoas feias ou enfermas. Assim pensavam os nazistas, em sua cruzada de eugenia – embora não fossem belos nem fisicamente saudáveis homens como Himmler e Goebbels, entre outros. Da mesma forma que pretendiam a eliminação completa dos judeus, incomodava-os, pelo menos no discurso, a existência de homossexuais. Depois se soube que muitos deles eram homossexuais, mais dissimulados uns, menos dissimulados outros, como Ernst Röhm. Joachim Fest, o grande biógrafo de Hitler, chegou a suspeitar que houvesse uma ligação homossexual entre o líder nazista e seu arquiteto predileto e possível sucessor, Albert Speer.
E como o caminho da perfeição, de acordo com essa insanidade, é sem fim, quiseram eliminar, alem dos judeus, outros perturbadores de sua ordem estética e “moral”, como os ciganos, os negros, os mestiços, os eslavos – e os comunistas.
O racismo e a insânia dos nazistas não desculpam – e, sim, agravam – os atos estúpidos contra os miseráveis brasileiros que, sem teto, sem famílias, sem amigos, sem destinos, são nômades nas ruas, onde alguns nascem, e muitos quase sempre morrem. Mas, dessa visão curta de humanismo, padecem pessoas instruídas e aparentemente responsáveis, como a ministra francesa, que aconselhou os sem teto de seu país a não sair de casa, por causa do frio europeu que vem matando os desabrigados às centenas, e a juíza brasileira, que decretou a prisão domiciliar de um morador de rua.
A polícia tem o dever de identificar os matadores de mendigos e de levá-los à Justiça. E os juízes não podem se deixar engambelar pelos advogados dos assassinos. Em uma sociedade já tão injusta com os pobres, cabe ao Ministério Público e à Justiça socorrer os que, desprovidos de tudo, só têm a lei como consolo e esperança.
A sociedade se emociona com a coragem solidária do jovem Vitor. O Estado deve a ele uma manifestação oficial de reconhecimento. Seria louvável se a Assembléia Legislativa lhe concedesse a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Estado.

Fonte: Blog do MAURO SANTAYANA

"O Sul é o meu País" volta a se organizar

Domingo, 19/02/2012 - GAZETA DO POVO (Curitiba)
Divulgação
Divulgação / Celso Deucher, presidente do movimento, com a bandeira do novo país ao fundo: 30 mil filiados em 800 cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul Celso Deucher, presidente do movimento, com a bandeira do novo país ao fundo: 30 mil filiados em 800 cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
 
Separatismo

Após 20 anos, movimento “O Sul é o Meu País” volta a se organizar

Ideia da separação foi retomada no ano passado. No mês que vem, “sulistas” fazem congresso para comemorar as duas décadas da causa e ganhar novo fôlego
Publicado em 19/02/2012 | Sandro Moser 
 
Separar os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de seu grande inimigo: o Estado brasileiro. Essa é a polêmica luta do movimento “O Sul é o Meu País”, que completa 20 anos em 2012 com a pretensão de voltar a ganhar a discussão das ruas. Nos próximos dias 17 e 18 de março, os sulistas que querem a separação do resto do país fazem um congresso na Assem­­­­bleia Legislativa de Santa Cata­­­­rina, em Florianópolis, para celebrar as duas décadas de existência e ganhar novo fôlego. 
 
Tratado com ironia e procurando livrar-se do estigma de ser “racista” em relação à população de outras regiões do Brasil, o movimento foi retomado no ano passado após a realização de uma pesquisa que teria indicado um grande apoio popular à causa separatista nas capitais do Sul.
Sonho de independência
Uma nação com seleção e municípios fortes
Um Estado do tamanho da França, que privilegia os municípios e tem uma grande seleção de futebol. Esse é o país vislumbrado pelos separatistas. Segundo o presidente do movimento “O Sul é o Meu País”, Celso Deucher, a organização não tem legitimidade para fazer conjecturas sobre a nova nação. A tarefa cabe ao Grupo de Estudos Sul Livre, formado por intelectuais simpáticos à causa e do qual ele é o secretário-geral.
Até agora, os debates indicam que o Estado sulista adotaria um modelo descentralizado de poder batizado de “Confederação Municipalista”. “A vida real acontece nos municípios. Estados e União são ficções”, diz Deucher.

A principal diferença em relação ao Estado brasileiro seria a inversão da lógica da arrecadação tributária, diz ele. Os municípios ficariam com 70% do arrecadado e a Confederação com o restante – apenas para manter as Forças Armadas e um Parlamento ao estilo sueco, que só se reúne quando surge a necessidade de convocação. “Não queremos criar uma classe de burocratas sustentados pelos impostos, como acontece no Brasil”, afirma Deucher. 

Além da questão tributária, outros fatores que motivariam a separação são o descontentamento com a democracia representativa brasileira e ausência de autonomia legislativa dos atuais estados brasileiros – que hoje têm restrições para editar leis.
Deucher também diz que, com o novo país, haveria ainda uma suposta capacidade maior de reação contra injustiças. De quebra, mesmo sem ser fã do futebol, ele vislumbra um país com uma ótima seleção. “Muitos dos melhores jogadores e técnicos do mundo são da nossa região” gaba-se Deucher. (SM)
O atual presidente do movimento, Celso Deucher, diz que o sonho dos “sulistas” seria a realização de um plebiscito para a criação do novo país, livre do “imperialismo centralizador“ e da “terrorismo tributário” da federação brasileira – nas palavras dele. Participaria da consulta toda a população do Sul do Brasil.

No caminho do movimento, porém, há uma cláusula pétrea da Constituição Federal que diz que a República brasileira é “formada pela união indissolúvel” dos estados e municípios – o que torna inconstitucional qualquer intenção de criar um novo país. 

Assim, por prudência, os adeptos do movimento evitam falar em separatismo, preferindo a expressão “autonomia”. Como base legal da luta, explica Deucher, está o direito à liberdade de expressão e o princípio do Direito internacional da “autodeterminação dos povos”.
Ele ainda rebate a acusação de que o movimento é racista. “Isso sempre é usado para nos desacreditar. É uma besteira. O Sul do Brasil é uma das regiões mais múltiplas, com presença de várias etnias”, diz Deucher. Ele afirma estar concluindo um livro sobre a presença negra no Vale do Itajaí, em Santa Catarina – o que seria uma prova do caráter não racista da causa.
Criado no Rio Grande do Sul, o movimento se diz herdeiro de outros levantes separatistas sulinos – como a Revolução Farrou­­­pilha, no século 19. Segundo seu presidente, o movimento tem hoje representação em 800 municípios dos três estados e cerca de 30 mil filiados. O alto número de simpatizantes, no entanto, não se traduz em arrecadação financeira. Segundo Deucher, a organização sobrevive de doações dos 26 diretores e de mensalidades de R$ 15 pagas por cerca de cem membros.

Críticas

Para o professor de História Carlos Antunes Filho, da UFPR, as ideias separatistas no país são apoiadas em bases suspeitas. “É um delírio baseado em segregação racial e intolerância que destoa da forma coletiva e plural da construção da nação brasileira”, diz ele. 
O professor Herbert Toledo Martins, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, também desacredita a ideia. “Não é um movimento sério; não tem representatividade política.”
Acostumado a críticas, Deu­­­cher rechaça as acusações de que o movimento é delirante. “Pode ser um sonho; mas tem muita gente sonhando junto”, diz ele, que é professor de História numa escola de Brusque (SC), jornalista e marqueteiro político .

Religiosidade dos brasileiros

Religiosidade dos brasileiros é tema da Coleção do próximo domingo



Antes da chegada dos portugueses, diversas crenças e cultos indígenas já se espalhavam pelo nosso território. A partir de então difundiu-se fortemente o catolicismo -com grande ajuda dos padres jesuítas-, que se tornou a religião predominante do país até os dias de hoje.
Nos séculos seguintes, também chegaram as crenças de origem africana, trazidas pelos escravos e, mais à frente, imigrantes europeus e orientais trouxeram o judaísmo, o budismo, entre outras.
Atualmente, assim como o povo brasileiro é diverso em suas origens, cores e etnias, ele é também plural em sua religiosidade.
É dedicado às mais diferentes manifestações de fé dos brasileiros o quinto volume da Coleção Folha Fotos Antigas do Brasil, "Crenças e Templos", nas bancas no próximo domingo, dia 19.
O livro, que reúne importantes imagens feitas entre 1860 e 1960, é dividido em quatro partes temáticas: "Cristianismo", "Rituais de Origem Africana", "Outras Religiões" e "Templos".

Marcel Gautherot/Instituto Moreira Salles
Fiéis em frente à Igreja de São Francisco de Assis, no Ceará, em foto de Marcel Gautherot
Fiéis em frente à Igreja de São Francisco de Assis, no Ceará, em foto de Marcel Gautherot

Cada uma delas traz fotografias de grandes nomes como Vincenzo Pastore (1865-1918), Marcel Gautherot (1910-1996), Pierre Verger (1902-1996), Guilherme Gaensly (1843-1928), Marc Ferrez (1843-1923) e José Medeiros (1921-1990).
O volume traz registros feitos desde os tempos do Império, como a foto de Ferrez da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), cercada de carroças em ruas ainda de terra.
Há também fotografias de tempos mais modernos, como uma de Medeiros tirada nos anos 50, no Rio de Janeiro, no Congresso Eucarístico Internacional.
A COLEÇÃO FOLHA
A coleção, dedicada a apresentar algumas das fotografias mais importantes feitas no país entre 1840 e 1960, traz 20 volumes organizados de forma temática.
A série, que procura mostrar grandes acontecimentos e cenas do cotidiano, é um registro ilustrado da história do país -uma história da sociedade, do cotidiano, da economia e da política, contada por intermédio da fotografia.
As cenas foram captadas com maestria pelas lentes de fotógrafos que entraram para a história como testemunhas oculares e protagonistas da consolidação da fotografia como arte no Brasil.
As cerca de 900 imagens que compõem a coleção fazem parte dos principais acervos do país, como o Instituto Moreira Salles (apoiador da coleção), o Arquivo Público do Estado de São Paulo, a Fundação Pierre Verger e o Museu Paulista da USP.

Editoria de Arte/Folhapress

Un Papa rodeado por lobos

Intrigas y luchas de poder preparan la sucesión de un Benedicto XVI solo y enfermo

Un momento del consistorio, en el que ayer fueron proclamados 22 nuevos cardenales, entre ellos el español Santos Abril y Castelló, en la basílica de San Pedro. / TONY GENTILE (REUTERS)

Cuentan que a Juan Pablo II le preguntaron en cierta ocasión: “Su Santidad, ¿cuánta gente trabaja en el Vaticano?”. A lo que el polaco Karol Wojtyla, Papa entre 1978 y 2005, contestó con ironía: “Más o menos, la mitad…”. Ahora ya sabemos — siguiendo una broma que en realidad no lo era ni lo es tanto — a qué se dedica la otra mitad. 
De unas semanas a esta parte, el Vaticano vive conmocionado por una serie de filtraciones de documentos secretos que han llevado al portavoz de la Santa Sede, Federico Lombardi, a admitir que la Iglesia está sufriendo su particular Vatileaks. La publicación de una denuncia interna sobre corrupción y de un extraño complot para matar a Benedicto XVI dejan al descubierto las descarnadas luchas de poder ante la posible inminencia del fin de su papado. Aunque representante de Dios en la Tierra, Joseph Ratzinger es en realidad un hombre enfermo a punto de cumplir 85 años. En expresión de L’Osservatore Romano, “un pastor rodeado por lobos”.
 Los lobos, aunque se vistan de púrpura, se excitan con la sangre. Y el pastor Ratzinger ya avisó hace dos años —en una entrevista de Peter Seewald convertida en libro— que “cuando un Papa alcanza la clara conciencia de no estar bien física y espiritualmente para llevar adelante el encargo confiado, entonces tiene el derecho y en algunas circunstancias también el deber de dimitir”. ¿Piensa Benedicto XVI dar un paso atrás coincidiendo con su 85 cumpleaños —el 16 de abril— o con el séptimo aniversario —tres días después— de su papado?
Tal vez solo él y Dios lo sepan, pero lo que sí parece estar muy claro es que, ante tal posibilidad, los candidatos a sucederle se han puesto a luchar como hombres para un puesto divino. Y, por afinar un poco más, como hombres italianos. Tanto los apellidos que ilustran esta historia de intrigas y golpes bajos como las armas elegidas para el duelo son puramente locales. Hay además una razón de peso. La silla de Pedro lleva siendo ocupada por un extranjero desde 1978. ¿No es hora de ya de que el Espíritu Santo vuelva su mirada hacia un cardenal italiano en la próxima reunión de la Capilla Sixtina?
La lucha de poder en el seno de la Iglesia se está dirimiendo —de forma inédita y dolorosa para muchos verdaderos hombres de fe— en las páginas de los periódicos. Como si se tratase de la última filtración sobre los zafios escándalos de Silvio Berlusconi. El primer golpe llegó con la divulgación, a través de un programa de televisión, de una carta del arzobispo Carlo Maria Viganò, actual nuncio en Estados Unidos, en la que le contaba al Papa diversos casos de corrupción dentro del Vaticano y le pedía no ser removido de su cargo como secretario general del Governatorato —el departamento que se encarga de licitaciones y abastecimientos—. Viganò, sin embargo, fue enviado lejos de Roma. La segunda filtración destapaba un supuesto complot para matar al Pontífice. El periódico Il Fatto Quotidiano publicó una carta muy reciente enviada a Benedicto XVI por el cardenal colombiano Darío Castrillón Hoyos en la que le contaba que el cardenal italiano Paolo Romeo, arzobispo de Palermo (Sicilia), había realizado un viaje a China durante el cual habría comentado: “El Papa morirá en 12 meses”. Pero no solo eso. Según la carta del obispo colombiano, escrita en alemán y bajo el sello de “estrictamente confidencial”, el arzobispo de Palermo se había despachado a gusto en China contando supuestos secretos del Vaticano tales como que el Papa y su número dos, Tarcisio Bertone, se llevan a matar y que Benedicto XVI estaría dejando todo atado y bien atado para que su sucesor al frente de la Iglesia fuese el actual arzobispo de Milán, el cardenal Angelo Scola.
¿Qué hay de verdad y de mentira en tales confidencias que ven la luz ahora? Tal vez nada a partes iguales. Quizás lo único cierto es que un sector de la curia vaticana, la casta de diplomáticos pontificios, considera que el actual Papa ha ido demasiado lejos al promover la transparencia en los dineros de la Iglesia y al cortar de un tajo la permisividad con los abusos a menores. Demasiado lejos y demasiado rápido para quien, a fin de cuentas, es un alemán de 85 años, enfermo y solo, perdido en un laberinto ajeno de intrigas y golpes bajos. Durante 26 años, reinó sobre el Vaticano un Papa polaco, experto en relaciones públicas. Desde hace siete, un introvertido Papa alemán. Da la impresión de que Italia ha iniciado la reconquista de la silla de Pedro.

Fonte: EL PAIS (España)

Carnaval, Purim e marranos no Brasil


Por: Jane Bichmacher de Glasman * 

 A maioria dos estudiosos afirma que o Carnaval brasileiro surgiu em 1723, com a chegada de portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de correrias, mela-mela de farinha, água com limão, vindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. Muitos dos portugueses que trouxeram o Carnaval para o Brasil eram marranos, cristãos-novos que mantinham uma vida judaica em segredo. 

Os judeus portugueses fugindo à Inquisição foram primeiro para as Ilhas Atlânticas (Madeira, Açores, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe) e depois para o Brasil. Muitos se dedicavam à cultura da cana do açúcar, que depois continuaram no Brasil. Preocupado com a disseminação de práticas judaicas e com o estado espiritual dos habitantes da Colônia, o Santo Ofício enviou em 1591 um Visitador, um oficial encarregado de recolher indícios, depoimentos, acusações e suspeitos de judaísmo. 

O fato de terem passado quase cem anos desde o batismo forçado até a chegada do primeiro Visitador e a falta de rabinos e conhecedores das leis judaicas explica que os conhecimentos de cerimônias e práticas do judaísmo se tornavam bastante rudimentares. Sabia-se algo sobre Shabat, feriados, proibição de comer carne de porco, peixes sem escamas, mas a maior parte dos preceitos já era esquecida ou observada até erradamente. A perseguição da Inquisição, a imigração de cristãos-novos para o Brasil com suas vidas duplas e a introdução do Carnaval aqui não são meras coincidências. 

A vida exterior aparente como católicos e a vida secreta como judeus levou a uma série de práticas e costumes “disfarçados” e muitas vezes de caráter artificialmente sincrético. Muitos dos costumes judaicos que se perpetuaram eram referentes ao cotidiano, a usos domésticos, o que permitia que eles passassem de uma geração a outra com tal naturalidade que sequer os indivíduos se davam conta da origem deles. O sincretismo religioso devia-se a estratégias de camuflagem ou a uma quase inevitável interferência do catolicismo, a única religião oficialmente ensinada e divulgada. Por exemplo, em algumas casas foram encontrados retratos de "Santo Moisesinho" e de "Santa Ester", esta associada com a Virgem Maria. "Santa Ester" é a Rainha Ester, de fato uma criptojudia. 

 As práticas judaicas mencionadas nos processos inquisitoriais aparecem revestidas de um forte simbolismo. Procurando driblar as desconfianças da sociedade, os cripto-judeus viam-se obrigados a abandonar certas cerimônias marcantes da sua fé em favor de práticas menos conhecidas ou delatoras de sua real entrega religiosa: substituíram-se assim, as circuncisões pelas orações e vigílias domiciliares; a guarda pública de certas datas e festas, como o Ano Novo, pelos jejuns. 

Com o mesmo intuito, celebrações que no judaísmo tradicional ocupavam posição de menor destaque passavam, por serem menos acusadoras, a tema central da resistência marrana, como foi o caso do "Jejum de Ester" rainha judia que escondia suas origens ao próprio marido, vivendo, como os criptojudeus, da dissimulação, tornando-se a "Oração de Ester" a prece marrana por excelência. É bastante significativo o fato de ser uma mulher a heroína dos cristãos-novos, e seu exemplo se repetiria devido às necessidades impostas aos criptojudeus. 

Carnaval brasileiro, Purim e Carnavalização Muitos são os laços que unem Purim ao nosso Carnaval, desde o aspecto ancestral arquetípico da festividade, a “coincidência histórica” da entrada de cristãos-novos e da festividade no Brasil até o fato em comum de sua proibição e perseguição pela Igreja, passando pelo principal e mais visível a todos: os elementos e as formas de comemoração. Dentro deste aspecto, cabe destacar o concurso de Rainha do Carnaval (hoje multiplicado em Madrinhas de Bateria das Escolas de Samba), com referência à seleção da Rainha Ester; a bateria das escolas, como amálgama dos raashanim com os atabaques africanos; o Rei Momo, como um resquício de Mordechai; os bailes, músicas, máscaras e fantasias; a bebida, banindo censuras morais; os desfiles alegóricos; a alegria e, sobretudo, a inversão de papéis sociais. 

Não posso deixar de mencionar o sincrético aspecto da Rainha/Santa Ester com a Virgem Maria e a respectiva importância de ambas para a religião. A atribuição de tamanha importância em si a mulheres dentro de culturas machistas, já tem um caráter subversivo. Em Ester este caráter se acentua, ao se tornar cúmplice da articulação de uma trama perigosa e ao se tornar a protagonista da mesma, conseguindo um contra-decreto real. Perigo amplificado por ela arriscar a atenção real e, ao consegui-la, retirar sua máscara, sua “persona” Ester, revelando-se Hadassa, judia oculta que se torna heroína ao salvar seu povo do extermínio. 

Com tantas mulheres especiais no judaísmo, não é de se admirar que ela tenha se tornado a “Santa Ester” sincrética, santa de um povo que só sobreviveria ocultando sua verdadeira religião e mantendo-a, secretamente, por tantos séculos, em condições tão adversas. Quadro engenhosamente adequado à carnavalização da cultura brasileira, fenômeno social muito mais abrangente do que uma festa nacional comemorada anualmente. 

A carnavalização pode ser um desvio ou uma inversão dos costumes consagrados, sem atender a certas normas de interdição social. 

No carnaval existe carnavalização, mas nem toda carnavalização é um carnaval. Para Bakhtin, o Carnaval constituía simultaneamente um conjunto de manifestações da cultura popular e um princípio de compreensão holística dessa cultura em termos de visão do mundo coerente e organizada. A máscara do carnaval se torna uma oportunidade de revelar aspectos mais profundos da realidade cotidiana – aqueles que talvez sejam perturbadores demais para se mostrar abertamente. 

E assim, Carnavalização relaciona-se com marranismo e Carnaval com Purim – como elementos essenciais na formação da cultura brasileira. 

 * Jane Bichmacher de Glasman é escritora, doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica pela USP, professora adjunta, fundadora e ex-diretora do Programa de Estudos Judaicos da UERJ.
 
Fonte: http://www.coisasjudaicas.com

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Turismo - Uma faca de dois gumes

- Quando me lembro da minha infância em Canasvieiras, correndo livremente pelas alvas areias, que cantavam ao ser pisadas, da água transparente, limpa, que podia ser bebida, apesar de salgada;
- Quando recordo que eu e amigos de infância cortávamos espigões secos de piteira, para fazer balsas, com as quais entendíamos espinhéis para apanhar peixes ou ir até a Ilha do Argentino, sem medo de sermos atropelados por qualquer "voadeira";
- Quando me vem à mente a circunstância de que comíamos camarões e ostras crus, pegávamos goiás e siris (de casco branco e azul), valendo-nos de puçás, na beira da praia, pela tardinha;
- Quando me recordo do sururu que as tainhas causavam quando faziam o corso, ouriçando os pescadores, alguns dos quais (os vigias) ralavam as bundas nas pedras, à espera da "manta" (cardume) que lhes asseguraria comida por vários dias (algumas consumidas frescas, outras escaladas e secas ao sol), e vejo as notícias da atualidade sobre a poluição que acomete o nosso mar, não consigo evitar uma certa revolta contra o descalabro administrativo que permitiu a deterioração da qualidade de vida na nossa querida Ilha de Santa Catarina.
Eram tempos sem luz elétrica (imperavam as pombocas de querosene e pequenos lampiões também abastecidos com o mesmo combustível, da marca Jacaré), da água de poço artesiano ou de pequenas cachoeiras, dos fogões à lenha, do colchão de palha de milho ou de capim-colchão, dos quais sinto grande nostalgia.
Eram épocas em que o transporte coletivo se resumia a um ônibus pela manhã (sentido distrito-centro) e outro à tarde, em sentido inverso, cujo motorista diriga e cobrava, conhecendo todo mundo, praticamente.
O relativo desconforto, em comparação com tempos posteriores, era compensado pela pureza do meio-ambiente, pela singeleza e pureza das pessoas, pela prevalência dos costumes e da cultura  nativa, em boa parte herdada dos açoritas e madeirenses (?) que por aqui chegaram na década de 1740, trazendo animais (bois e cavalos), os engenhos de açúcar e de farinha, técnicas de construção de embarcações, de pescaria, modo cantado de falar, temor reverencial ao suposto deus único, etc...

Aí surgiu o banho de mar como forma de lazer (até então os "amarelos" não eram muito chegados a se lavar no mar, senão para remover o sangue que sobrava da degola de arraias, de tartarugas, dos cações) e com ele a ganância pelas faixas de areia, sendo as restingas e até os morros da Ilha invadidos por incontáveis casas de veraneio, com os problemas consequentes: esgotos não tratados, cercamento de caminhos, destruição de pitangueiras e outras espécies típicas (camarinha, araçá, etc...), eliminação da cultura local, total desaparecimento da agricultura de subsistência e da criação de animais de pequeno porte e, sobretudo, desaparecimento do pescadeor artesanal, na maioria das comunidades até então predominantemente pesqueiras.
Os que não conseguiram comprar um terreno à beira-mar, também passaram a cobiçar as delícias dos banhos, surgindo, então, o turismo, uma palavra derivada da língua inglesa, atividade que motivou a construção de hospedarias, hotéis e casas do gênero, tudo sem a prévia preparação da infraestrutura necessária.
É certo que, à época, ainda não se falava em ecologia, até porque se acreditava que o mar fosse capaz de absorver todas as sujidades que o ser humano a ele lançasse, a exemplo do que acontecia com a babugem dos peixes consumidos e do cocô jogado nas praias, depois de transportado pelos negros, às costas, nos famigerados "tigres".
O tempo mostrou que subestimou-se a capacidade do ser humano de destruir a pureza das praias, das águas e do ar. 
E hoje vejo triste notícia na mídia: Canasveiras está com todas as suas praias  seriamente poluídas, imprestáveis para o banho.
Antevendo quadro tão dantesco, há cerca de dois anos, propus uma ação popular, no afã de suprir as omissões administrativas, forçando os donos de residências de praia e estabelecimentos comerciais (de Canasvierias e da Lagoa da conceição) a ligarem seus despejos aos sistemas de coleta e tratamento implantados pela CASAN. Era uma ação piloto, pensando em propor outras, para reverter quadros semelhantes existentes em outros balneários, se lograsse êxito com aquela primeira
Pois, de forma inacreditável, os semideuses do Judiciário catarinense entenderam que a ação não devia prosperar, preferindo deixar morrer a "galinha dos ovos de ouro" em que se transformou o turismo, baseado, principalmente, na atração exercida pelas praias e pelo mar. 
Não posso me furtar à afirmação de que os julgadores foram irresponsáveis, cegos, despreparados para o exercício da magistratura, por não enxergar evidências incontestáveis, ou, de outro vértice, ocorreu perniciosa influência de algum setor poderoso, que eu não consegui identificar, no sentido de não ser permitida a evolução da ação mencionada.
Uma dó! Agora não é só a babugem dos peixes e as sobras de pequenos peixes que apodreciam nas areias  (as quais os veranistas e turistas usavam como argumento para combater a pesca de arrasto) que estão a desmotivar a vinda de gente de fora para nos visitar.
São fezes,  urina e dejetos outros, que não tratados adequadamente, infestam nossas outrora cristalinas águas.
Também pudera, até o ano passado - quando denunciei aqui o descumprimento da Lei Orgânica do Município - Florianópolis não possuía, sequer, um Plano de Desenvolvimento Turístico, sendo as medidas administrativas implementadas sem critério, aleatoriamente, apesar da propalada vocação turística da região. 
Ainda não temos, sequer, um Plano Diretor e o Plano de Desenvolvimento Turístico foi baixado por decreto, em 2011, antes do Plano Diretor, pasmem.
A situação de Canasvieiras, bem como de outros balneários, é mera e previsível decorrência de pura incompetência administrativa (dezenas de anos sem planejamento e preparação para a expansão dos núcleos habitacionais). Não se previu, nem se preparou os distritos para o inchaço que os acometeu, transformando, cada um deles, em cidade. 
Falta de água tratada, excesso de dejetos não tratados, energia elétrica inconstante, ausência de policiamento eficaz, entre outras mazelas, constituem o preço que estamos pagando por não termos escolhido melhor nossos administradores, ao longo de décadas.
Quando for votar, caro leitor, pense muito bem em tudo isto e não se deixe iludir por gente como os Amin, os Berger e outros que acenem com promessas de solução para os problemas apontados, pois que, tendo estado no governo municipal, não tiveram competência para resolvê-los.
Alguns serviços essenciais melhoraram, não há negar: vias de circulação, transporte coletivo, creches, escolas e serviços de saúde. Mas, no particular da preservação do meio-ambiente e dos costumes locais, estamos vivendo situação desastrosa.

Novo cardeal diz que se deve dar mais valor à mulher em casa


Por Hugo Torres

Monteiro de Castro foi, enquanto núncio do Vaticano, criticado em Madrid pelas suas posições moderadas 
  Monteiro de Castro foi, enquanto núncio do Vaticano, criticado em Madrid pelas suas posições moderadas (Reuters)
Manuel Monteiro de Castro é um dos 22 novos cardeais aos quais Bento XVI vai entregar, neste sábado, os anéis e os barretes cardinalícios. Nesta sexta-feira, o clérigo português surge em duas entrevistas a defender que o Governo deveria apoiar mais as famílias, para que a mulher pudesse ficar em casa e “aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, a educação dos filhos”.

Em entrevista ao Correio da Manhã, Monteiro de Castro afirma que “o maior problema de Portugal” é o “pouco apoio que o Estado dá à família”. “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos”, sustenta.

A resposta surge na sequência de uma pergunta sobre se está a acompanhar a situação difícil do país. O mesmo acontece na entrevista que o novo cardeal português dá ao Jornal de Notícias, na qual insiste que “Portugal tem de dar mais força às famílias, pôr os nossos portugueses a produzir em Portugal e não fora”. “Devíamos dar muito mais valor à família e ao valor da mulher em casa”, continua.

“O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo. A melhor formadora é a mãe, e se a mãe não tem tempo para respirar como vai ter tempo para formar”, questiona Monteiro de Castro, ainda na entrevista ao Jornal de Notícias.

“A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe”, considera. Monteiro de Castro diz mais: “Mas se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar… Isto é, uma família bem organizada é uma base fundamental para um país.”

Na essência, é a mesma resposta que deu ao Correio da Manhã: “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos.”

Monteiro de Castro, de 73 anos, desempenhou as funções de núncio (embaixador) do Vaticano em vários países, o último dos quais em Espanha. Aí, foi várias vezes criticado pelo arcebispo de Madrid, Rouco Varela, por ser demasiado moderado e insistir em estabelecer pontes com o Governo socialista de José Luis Zapatero.

Fonte: PUBLICO (Pt)

A MENTIRA DE FÁTIMA - Padre português conta tudo!!!

Todo CATÓLICO deveria ver esse vídeo

PADRES FIZERAM ESCRAVIDÃO NEGRA

O Livro dos Mártires


Martírio duplo na fogueira, 1558; De uma edição de 1641 de Foxe.


O Livro dos Mártires de John Foxe é um dos mais famosos livros da literatura Protestante, e apenas entre 1563 e 1684 teve nove edições.[1][2]
Escrito por John Foxe e publicado pela primeira vez em latim, em 1559, e depois em inglês, em 1563, com o nome The Actes and Monuments of These Latter and Perilous Dayes, o livro narra a história de sofrimento e perseguição dos principais mártires cristãos, começando por Jesus Cristo e até o final do reinado de Maria I (chamada pelos protestantes de Maria Sanguinária, devido às perseguições que sofreram durante o reinado dela).
Narra as histórias de reformadores e mártires famosos, como Policarpo, John Wycliffe, John Huss, Lutero, Hugh Latimer, Thomas Cranmer e muitos outros que sofreram perseguição e martírio pelos pagãos e pela Inquisição. O livro foi também ilustrado com gravuras.
O Livro dos Mártires moldou por séculos a consciência religiosa da Inglaterra. O livro contém uma severa crítica ao catolicismo e busca dar apoio à Igreja da Inglaterra, que fez o possível para colocar uma cópia dele em todas as paróquias do país.
No Brasil, a primeira tradução foi publicada em 2001, mas a tradução definitiva foi publicada em 2003, feita pelo especialista em língua inglesa Almiro Pisetta.

Referências

  1. Peter Nockles. The Nineteenth Century Reception (em inglês). Página visitada em 25 de janeiro de 2010.
  2. The Protestant Knights. The New Foxes' Book of Martyrs (em inglês). Página visitada em 25 de janeiro de 2010.

 Ligações externas

Index Librorum Prohibitorum


Livro com a "Lista dos Livros Proibidos".
Index Librorum Prohibitorum 2.jpg
O Index Librorum Prohibitorum ou Index Librorvm Prohibithorvm ("Índice dos Livros Proibidos" ou "Lista dos Livros Proibidos" em português) foi uma lista de publicações proibidas pela Igreja Católica, de "livros perniciosos" contendo ainda as regras da igreja relativamente a livros.

 História

O objetivo do Index Librorum Prohibitorum inicialmente era reagir contra o avanço do protestantismo, sendo criado em 1559 no Concílio de Trento (1545-1563), e ficando sob a administração da Inquisição ou Santo Ofício. Esta lista continha os livros ou de obras que se opusessem a doutrina da Igreja Católica e deste modo tinha o objetivo de prevenir a corrupção dos fiéis.
O Direito Canônico recomenda ainda que os trabalhos sobre a Sagrada Escritura, Teologia, Direito Canônico, História da Igreja, e quaisquer escritos que dizem respeito especialmente a religião ou os bons costumes, ser submetido ao juízo do Ordinário local[1]. Se essa pessoa dava o nihil obstat ("nada impede") os subalternos do Ordinário local forneciam o imprimatur ("deixe estar impresso ")[2].
O índice foi atualizado regularmente até a trigésima-segunda edição, em 1948, tendo os livros sido escolhidos pelo Santo Ofício ou pelo Papa. A lista não era simplesmente reativa, os autores eram encorajados a defender os seus trabalhos. Em certos casos eles podiam re-publicar com omissões se pretendessem evitar a interdição. A censura prévia era encorajada.
A trigésima-segunda edição, publicada em 1948, continha 4 000 títulos censurados por várias razões: heresia, deficiência moral, sexualidade explícita, incorrecção política, etc. A escassez dos meios de comunicação da época dificultava e até impossibilitava que a Igreja pudesse se defender em tempo útil. Assim como a Igreja Católica, membros de outras religiões também exerceram tal censura, tal como o protestantismo na sua fase inicial[3], embora não tenham um livro explícito para isso[carece de fontes].
Em determinados momentos da história obras de cientistas, filósofos, enciclopedistas ou pensadores como Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Nicolau Maquiavel, Erasmo de Roterdão, Baruch de Espinosa, John Locke, Berkeley, Denis Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume ou Immanuel Kant tenham pertencido a esta lista, sendo algumas dessas tendo sido removidas mais tarde.
Alguns famosos romancistas ou poetas incluidos na lista são: Laurence Sterne, Heinrich Heine, John Milton, Alexandre Dumas (pai e filho), Voltaire, Jonathan Swift, Daniel Defoe, Vitor Hugo, Emile Zola, Stendhal, Gustave Flaubert, Anatole France, Honoré de Balzac, Jean-Paul Sartre, Níkos Kazantzákis, e o sexologista holandês Theodoor Hendrik van de Velde, autor do manual sexual "The Perfect Marriage".
Teve um grande efeito por todo o mundo católico. Por muitos anos, em áreas tão diversas como o Quebec, Portugal, Brasil ou a Polonia, era muito difícil de encontrar cópias de livros banidos, especialmente fora das grandes cidades.
O índice foi abolido em 1966 pelo Papa Paulo VI,[4] sendo anunciado formalmente em 15 de junho de 1966 no jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, através de um documento chamado de "Notificação" escrito no dia anterior.[5]

 Ver Também

 Referências

  1. Code of Canon Law, canon 827 §3
  2. Code of Canon Law, canon 830
  3. Ecce Homo. Apresentado pela TV Escola. 2009.
  4. Notícia sobre abolição do Index
  5. L'Osservatore Romano, 15 de Junho de 1966, Ano 106, número 136, página 1.

 Ligações externas


Fonte: WILKIPEDIA