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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ex-fabricantes de amianto condenados em Itália a 16 anos de prisão

Sentença considerada histórica

Ex-fabricantes de amianto condenados em Itália a 16 anos de prisão

13.02.2012 - 12:50 Por Ricardo Garcia
Mulher segura cartaz em que se lê "Stephan Schmidheiny o teu lugar é na cadeia" 
Mulher segura cartaz em que se lê "Stephan Schmidheiny o teu lugar é na cadeia" (Foto: Giuseppe Cacace/AFP)
Num veredicto considerado histórico, um tribunal italiano condenou hoje a 16 anos de prisão dois ex-responsáveis da antiga multinacional Eternit, devido à poluição causada pelo amianto.

O bilionário suíço Stephan Schmidheiny, 65 anos, ex-proprietário da empresa, e o barão belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, 91 anos, um dos seus maiores accionistas e ex-administrador, foram condenados por terem “desastre doloso” e “omissão dolosa”, num caso relacionado com as fábricas que a Eternit tinha em Itália.

A acusação alegava que cerca de 2300 pessoas morreram devido à contaminação por amianto provocada sobretudo pela fábrica de Casale Monferrato, na região de Piemonte (norte de Itália), mas também por outras três unidades da Eternit. Entre as vítimas estavam trabalhadores das fábricas, parentes dos funcionários e moradores da região. Os trabalhadores estiveram sujeitos à inalação de grandes doses de amianto - um produto cancerígeno. Das chaminés das fábricas, eram também lançadas grandes quantidades de fibras de amianto, espalhando a poluição por uma vasta área.

As fábricas italianas encerraram já há 25 anos. Mas os efeitos do amianto podem levar décadas até se manifestarem.

Depois de anos de investigações, o julgamento teve início em 2009. Mais de seis mil pessoas reclamavam compensações, no processo cível que acompanhou o criminal.

O tribunal determinou que os ex-responsáveis da Eternit – que não estiveram presentes no julgamento – deverão pagar indemnizações que somam, no total, cerca de 95 milhões de euros, segundo a imprensa italiana.

O amianto foi utilizado durante décadas como isolante, integrando diversos materiais da construção civil. As suas fibras, porém, causam problemas graves de saúde, sobretudo pulmonares, incluindo o cancro. O seu uso está banido em vários pontos do mundo.


Fonte: PUBLICO (Portugal)

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