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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

"O Judiciário vem se consolidando como uma ilha conservadora", diz professora da UnB



"O Judiciário vem se consolidando como uma ilha conservadora", diz professora da UnB

Para Vargas, o conservadorismo no judiciário também se reflete em sua composição: de onze cargos, há apenas duas mulheres e nenhum negro / Reprodução

Lançada como "anticandidata" à vaga no STF, Beatriz Vargas analisa a situação do Poder Judiciário no país

Mayara Paixão

Um poder que tem se distanciado da realidade social da população brasileira e cuja composição deve ser urgentemente repensada. Essa é parte da análise feita pela advogada e professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Beatriz Vargas Ramos, sobre o atual cenário do Poder Judiciário inserido em um contexto do golpe político que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff.

A "anticandidatura" da professora foi lançada por um grupo de mulheres, profissionais de diversas áreas, em resposta aos nomes até agora cotados para assumirem a vaga do ministro falecido Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em conversa com o Brasil de Fato, a professora explicou os objetivos de sua anticandidatura e fez uma análise do atual panorama do Poder Judiciário brasileiro. Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Qual é o objetivo do manifesto?

Beatriz Vargas: O objetivo geral é demarcar aqueles princípios e bandeiras que esse grupo de mulheres, profissionais de diversas áreas e militantes de vários movimentos, entendem que estão em risco de violação desde o momento em que o golpe político se consumou no país.

A gente não nomeou ninguém das possíveis listas divulgadas, dos apadrinhados pelo governo Temer, porque nós entendemos que, qualquer que seja o nome que ele venha a indicar, essa pessoa não tem legitimidade para entrar no Supremo.

Era impensável que, para um Supremo sobre o regime da Constituição de 1988, fossem sequer cogitados determinados nomes que estão nessa lista. Claro, o mais fundamentalista é o nome do ministro Ives Gandra Martins Filho, mas não é o único nome que, ao nosso modo de ver, representa o conservadorismo. É uma pessoa que, em pleno século XXI, traz de volta essa concepção de que uma mulher deve obediência ao marido, o que é uma afronta às próprias mulheres que têm assento em tribunais superiores. É um radical, mas isso não significa que, se não for o Gandra, qualquer outro ministro poderia satisfazer esse anseio por um Supremo Tribunal Federal cumpridor da missão constitucional. Nós entendemos que não.

O que a gente está dizendo é que o perfil desses ministros em potencial não nos agrada, no sentido de que a gente sabe que a indicação do Temer será sempre de alguém que vai reunir elementos de conservadorismo, de apoio à política neoliberal, ao desmonte do mundo do trabalho. É uma denúncia ideológica, política. E, ao mesmo tempo, estamos nos colocando a respeito do que nós entendemos que deva ser o Supremo, ou um ministro que venha a ocupar a vaga de Teori: um órgão cumpridor, acima de tudo, da missão constitucional de proteção dos direitos fundamentais. E o que estamos lendo na cena pública é que há uma tendência de indicação de alguém que seja adepto do Estado mínimo, do Estado policial.

A anticandidatura é um símbolo: representa aquilo que nós, especialmente as mulheres, não aceitamos como um perfil do futuro integrante da corte constitucional brasileira.

O Poder Judiciário é visto por muitos como o mais antidemocrático no país, uma vez que não é escolhido pela população. Como você analisa isso?

Nós entendemos que o Poder Judiciário vem se consolidando cada vez mais como uma ilha conservadora, distante da realidade da maioria da população brasileira. Acaba sendo um poder antidemocrático, porque a forma que ele tem de prestar contas ao cidadão, uma vez que não é eleito, seria pelos fundamentos de suas decisões. O que traz legitimidade a uma decisão é a adequação dela ao princípio constitucional válido.

Mas, atualmente, o Poder Judiciário se desincumbiu da missão de atuar como guardião da Constituição. A sua própria fundamentação das decisões não convence sobre o seu acerto. É um poder que tem deixado de dialogar com a sociedade. Parece que entende que a sua legitimidade se impõe sobre si mesma, e isso não é possível em uma democracia.

Por isso colocamos no manifesto que ele deve estar aberto ao protagonismo social.

Nós achamos que o próprio processo de escolha do ministro do Supremo é antidemocrático e precisa ser repensado. Não existe um confronto de ideias, uma análise do perfil do candidato, de modo a apurar e decidir se ele de fato compreende a missão de ter um assento no STF. As coisas acabam girando em torno de personalidades, e não de ideias. Acho que um ministro do Supremo também deve ter uma proposta de atuação, como em qualquer outro Poder da República. As pessoas que querem ter assento nos órgãos superiores da magistratura deveriam vir à público colocar o seu programa político aberto para a sociedade.

Temos que ter uma solução. Eu não tenho, mas isso envolveria que a gente buscasse conhecer outros processos, em outros lugares do mundo. Será que existe algum tipo de participação popular mais direta?

Como analisa a atual composição do STF com apenas duas mulheres e nenhuma pessoa negra?

A questão do conservadorismo no Poder Judiciário se reflete nisso também. A cúpulas do judiciário têm sido formadas por uma elite branca e masculina.

O machismo na estrutura do judiciário é velado. Ele aparece em pequenas interdições cotidianas que visam fechar o acesso às cúpulas decisórias às mulheres e, também, aos negros, porque o racismo é estrutural. A sociedade brasileira é racista, o judiciário não seria?

Acho que o judiciário precisa olhar para esses fantasmas com coragem, olhar de frente. É algo semelhante a um processo de psicanálise: você só se cura de um determinado problema psicanalítico quando você consegue ver. E o problema é que o judiciário nega a existência disso. Enquanto negar, não vai ter solução. A gente vê o resultado: o racismo está no sistema de justiça inteiro.

Como avalia a atuação do Poder Judiciário no contexto de golpe político no Brasil?

Eu tenho olhado para o Poder Judiciário neste momento fazendo uma espécie de analogia com o Poder Moderador da constituição do Império. Era um terceiro poder que tinha o poder total, interferia e dava a última palavra em absolutamente tudo. Acho que o poder judiciário tem se comportado como esse poder.

É um poder sem legitimidade pelo voto - outra semelhança com o Poder Moderador. Isso não quer dizer que não tenha outra forma de legitimidade. Não estou defendendo abertamente o voto para o Poder Judiciário porque não sei até que ponto isso poderia resolver. Temos uma Câmara de Deputados que foi eleita, e qual a qualidade dela? Mas ninguém pode negar que teve legitimidade pelo voto.

É um poder que se comporta como estando acima de todos os demais poderes, uma espécie de pretensão de dar a última palavra. Não que o Poder Judiciário e, principalmente, a Corte Suprema não tenha a última palavra em matéria constitucional. Mas o que a gente percebe hoje é uma figuração na cena pública que vai muito além disso, uma intervenção política direta, inclusive com a performance de alguns daqueles ministros fora dos autos, um ativismo político nada recomendável do ponto de vista de um decoro desse poder.

O Poder Moderador deveria ser a sociedade, a última palavra deveria ser nossa.

O que representam as recentes declarações de Ives Gandra, ministro do Tribunal Superior do Trabalho, sobre as mulheres e casais homoafetivos?

Atraso, retrocesso, descumprimento, violação e confronto direto com os princípios constitucionais de igualdade, tolerância, isonomia e pluralismo democrático. Ele nega a pluralidade de gênero, nega direitos a pessoas por suas diferenças.

Eu, como mulher e do campo do direito, me sinto ofendida pessoalmente quando um ministro diz que uma mulher deve obediência a um homem. Fico imaginando como que mulheres que têm assento no próprio STF encaram isso, será que aquelas ministras também precisam de um homem para dar aval às decisões delas?

Se uma mulher deve obediência a um homem é porque ela não tem autonomia. Ele nega a capacidade da mulher, a autonomia feminina. Essa posição dele no campo do direito das mulheres, dos homossexuais, a meu ver, é uma expressão de machismo, de homofobia. O discurso dele empodera esse conflito.

Edição: José Eduardo Bernardes

Brasil de Fato

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domingo, 29 de janeiro de 2017

Imprimir pele já é possível


Uma universidade de Madrid criou um protótipo de uma impressora 3D que imprime pele humana, 100% funcional. Pode ser uma enorme esperança para quem precisa de transplantes de pele e para os casos de “grandes queimados”




Pode parecer ficção científica, mas está muito perto de ser uma realidade. Em Madrid, no Departamento de Bioengenharia da Universidade Carlos III, foi criado um protótipo de uma bioimpressora 3D capaz de fabricar pele humana, 100% funcional. O invento pode representar um contributo importantíssimo para transplantes e casos de queimaduras extensas. Até aqui, a bioimpressora permite "replicar a estrutura natural da pele, com uma capa externa – a epiderme -, e outra mais profunda – a derme ", explica José Luis Jordano, responsável da unidade de engenharia biomédica da Unidade Mista Centro de Investigações Energéticas do Meio Ambiente e Tecnológicas (CIEMAT/UC3M). O projeto encontra-se, por enquanto, em fase de aprovação por parte de vários organismos reguladores europeus, mas deverá, nos próximos meses, receber luz verde para avançar para comercialização.

O processo da impressora 3D capaz de imprimir pele está integralmente descrito na revista científica Biofabrication. O "miolo" (ou corpo central) da impressora é composto por biotintas (o equivalente aos cartuchos das impressoras de papel) e encerra uma das partes mais complexas do processo de impressão 3D. "O mais complicado é o design dessas biotintas, que, como se fossem seringas, se enchem de vários componentes: queratinócitos e fibroblastos, os dois tipos celulares fundamentais à pele, fatores de crescimento, e as substâncias que garantem um desenvolvimento correto da pele. Depois, um computador coloca a "mistura adequada no momento adequado" em placas onde vai sendo produzida a pele, que logo se introduz numa incubadora a uma temperatura controlad
a.

As impressoras 3D imprimem potencialmente tudo: mãos, corações e, agora, pele

A bioimpressora consegue produzir pele autóloga (criada a partir das células do próprio paciente), ou alogénica (fabricada a partir de bancos de células ou dadores), mais indicada para testar produtos químicos, fármacos e cosméticos. Por enquanto, a pele criada ainda não permite a reprodução de algumas estruturas, como as glândulas sebáceas presentes na pele. Mas "temos indicadores de como chegar à produção de elementos que não conseguíamos fazer manualmente, como as glândulas sebáceas ou cabelo", defende Jordano.

Até agora, o processo disponível para criar pele só era possível ser realizado de forma manual. Retirava-se uma amostra de tecido fazendo uma biópsia, depois as células eram cultivadas durante umas semanas, até conseguir a regeneração da pele necessária. A grande vantagem de uma impressora de pele é permitir fabricar pedaços maiores de pele - e de forma mais rápida. O médico dermatologista António Picoto refere que "já há algum tempo que se trabalha neste sentido". "A primeira ideia que ocorre é para o tratamento de queimados, mas em cirurgia dermatológica haverá também possibilidade de utilização. Também certas doenças da pele serão candidatas possíveis para esta tecnologia." No entanto, alerta que "é preciso prudência para passar da conceção à prática - há muitos obstáculos a vencer".

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Seccionais da OAB emitem nota de repúdio contra indicação de Ives ao STF

Seccionais da OAB emitem nota de repúdio contra indicação de Ives ao STF


Após matéria do Justificando expondo os pensamentos do ministro do Tribunal Superior do Trabalho cotado para o Supremo Tribunal Federal, Ives Gandra Filho, sobre a submissão de mulheres aos maridos, bem como comparando uniões homoafetivas ao bestialismo, as Seccionais do Pará e do 

Rio de Janeiro emitiram nota de repúdio à indicação do magistrado à vaga de Teori Zavascki.


Em nota, a Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que “não é de hoje que o pensamento do Sr. Ives Gandra encontra-se totalmente divorciado da imensa maioria da sociedade brasileira e que, agora, tornou-se público ao defender posições machistas e homofóbicas”.

A OAB/PA ainda destacou a postura patronal do ministro, que não encontro apoio nem entre seus pares – “no âmbito do judiciário, suas posições são reprovadas pela grande maioria dos magistrados trabalhistas e demais operadores do Direito, por atentarem contra a própria Justiça Especializada que preside, atingindo sua infraestrutura e atacando seus princípios fundamentais”.


Já a Seccional do Rio de Janeiro, afirmou em nota a incompatibilidade entre as afirmações de Ives com o Estado Democrático – “Sua visão, revelada em artigo técnico e agora amplamente divulgada pela imprensa, demonstra grave retrocesso quanto aos princípios do Estado democrático de Direito e sério risco à igualdade constitucional de gênero defendida pela OAB”.


Mídia nacional repercute repúdio de juristas a Gandra Filho


Nas mídias de grande circulação, o nome de Ives também foi rechaçado por juristas. Em entrevista a Frederico Vasconcelos, da Folha de São Paulo, a jurista Maria Berenice Dias, especializada em direito das famílias, os textos “manifestam de forma clara que o ministro Ives Gandra Filho não tem condições de assumir o cargo no Supremo Tribunal Federal”.


“Suas manifestações afrontam os direitos de significativas parcelas de cidadãos já consagrados pelo próprio Supremo. Além de conservadoras, preconceituosas e ofensivas, as manifestações autorizam, inclusive, a busca de responsabilização civil e penal”, afirmou a advogada.


Para ela, “toda a sociedade está aliviada porque a confissão dele [nos textos citados] deixa induvidável que não dispõe dos requisitos constitucionais para ocupar a Corte Suprema, que exige notório conhecimento jurídico e ilibada conduta”.


Na coluna de Sônia Racy, do Estadão, o Advogado Sergio Bermudes classificou a indicação como absurda – “um retrocesso ter no STF alguém que sequer tem condições de ouvir argumentação a favor de algo sobre o que ele já tenha opinião formada. Ele é contra o aborto, é xenofóbico, é destemperado”, diz o advogado carioca, para quem “falta seriedade a Gandra Filho”. 

Como funcionam os Illuminati




21.01.2017


Vídeo, 2 partes: Nova Ordem Mundial (Secreta)

http://www.dailymotion.com/video/xifzre_bienvenue-chez-illumicorp-1-2_news



Vídeo:

Apresentação e treinamento de novos membros Illuminati / Estrutura e projetos da organização secreta
(em inglês, legendado em francês, 2 partes)


"Com a Central de Inteligência e o departamento de Segurança Interior, monitoraremos indivíduos contrários ao Grande Plano e os eliminaremos do sistema. Rapidamente, a sociedade aprendeu que tem uma escolha: apoiar o sistema e ter luxo, ou rejeitá-lo e perder acesso a ele", trecho do vídeo legendado em português por Edu Montesanti, abaixo:


Alto membro explica estrutura do Corpo Illuminati e funções do novo membro: 


"Você está se juntando a uma organização que se encontra, talvez, no ponto mais emocionante da nossa longa história. Nossos fundadores tiveram um sonho apaixonado: transformar o país e, finalmente, o mundo todo em uma organização coesa. 


"Quando o corpo concluir seu plano de centralizar os recursos do planeta, e faremos isso, poderemos organizar, distribuir e governar para o bem de todos. Quando a concorrência estiver reduzida aos Illuminati, venderemos a utopia aos povos de todo o planeta que compartilhem nossos ideais, baseados nas necessidade e se alegrem, todos juntos, por um novo mundo harmonioso.


"Todo mundo sabe que há 3 classes: rica, média e pobre. O que nenhuma dessas classes percebe, é que o topo da pirâmide permanece, há uma pedra de uma elite independente com um conselho que administra tudo, cujo proprietário é o Corpo Illuminati. 


"Essencialmente, as 3 classes mais abaixo servem como base e fornecem recursos ao Corpo.


"O Corpo é composto de diversos ramos de administração, cada ramo é dividido da mesma maneira que na parte superior, em 5 níveis. Você começará na parte inferior da caixa no início. Seu papel será fazer com que sejam obedecidas ordens nas sub-empresas e instituições controladas pelo Corpo. Você será colocado na liderança de uma instituição ou empresa pública, a fim de executar planos do topo. Lembre-se: seu papel é muito importante. Será representante do Corpo no mundo exterior. Será nossa conexão com a massa inferior. Nunca fale publicamente de suas ordens nem de seus superiores.


"Você será colocado em posição de poder em um dos seguintes setores, desta forma, será acompanhado e dirigido de cima. Você decidirá a estratégia e implementará programas para alcançar nosso objetivo. Esse tem sido o segredo do sucesso do Corpo Illuminati: controlando a cabeça, controla-se o corpo."

1. Bancos e negócios "Esses são as mais eficazes para o controle mundial. Através dos bancos internacionais, manipulamos todos os países. Temos estabelecido diversas instituições, tais como o FMI, a OMC que trabalham para nós, a fim de empobrecer nações em desenvolvimento. Lembre-se que a dívida é uma arma poderosa contra um país que não partilha da visão do Corpo Illuminati."


Explica como a organização comanda o Federal Reserve (banco central dos EUA), toda a economia do país e como, através de empréstimos, tem feito bilhões de dólares.
"Através de várias aquisições, calma e silenciosamente compramos a maior parte da indústria dos EUA. O Corpo e seus membros possuem a maior parte do petróleo, do transporte, dos bancos, da mídia, dos alimentos, redes de comunicação, indústrias dos EUA e mais. Através de conglomerados crescentes, fomos capazes de afetar uma mecânica de precisão de grandes dimensões da mão de obra e do governo.


"Finalmente, as corporações substituirão os governos como organismo internacional centralizado, que atenderá às necessidades globais da população."

2. Complexo Militar e Inteligência "O Corpo controla o exército norte-americano, uma ferramenta de opressão e de oposição. Moldaremos essas instituições a fim de servir como protótipo para nossa política mundial. Quando estivermos prontos, nossa tecnologia e nossa mão de obra dominarão aqueles que se opuserem à nova ordem mundial.
"Explorando o patriotismo norte-americano, encorajaremos os soldados com a paz de uma força superior. Quando chegar o tempo, levaremos essa mentalidade para a crença de uma governança global que deve proteger todo o mundo, através de uma força superior usando o complexo militar-industrial, construindo o arsenal necessário para iniciar a batalha final, definida pelo plano.


"Nosso primeira investida será a nação islamita que é reconhecida por nunca se submeter a uma dominação do Ocidente. Eles também detêm as maiores reservas petrolíferas do planeta. O Corpo deve ter a posse desse precioso recurso, crucial para manter nossa dominação sobre os países em todo o mundo.
"(...) Temos desenvolvido novas formas de guerra e de redução da população."

3. Política "O sistema político norte-americano está há muito tempo sob controle direto do Corpo Illuminati. Na verdade, foi fácil adquirir e administrar. Os políticos conhecem nossas expectativas implícitas, e farão de tudo para se manter no poder."
Explica como a organização manipula os dois principais partidos dos EUA, Republicano e Democrático, através da mídia reduzindo o debate deles, provocando forte oposição de um ao outro e como a organização secreta usa tudo isso para seus propósitos. Apoiando-se no descrédito do sistema político perante à população, a própria organização elabora programas partidários, cujos partidos se beneficiam junto dela.

Parte II 4. Educação "(...) Nosso conselho supremo percebeu que quando cria uma organização provada a fim de ditar um programa a nível federal, as crianças serão condicionadas a obedecer a nível de massa.


"Desde 1902, milhões de dólares têm sido investidos a fim de criar um padrão de educação geral. Os resultados são evidentes hoje: as doutrinas de educação pública transformaram as últimas gerações em uma massa mais frágil [sem conteúdo] e dócil [passiva]."


Explica como a organização influencia na aceitação das crianças às suas ideias de novo mundo.


"Além disso, o Copro tem estabelecido diversas associações, incluindo a Associação Americana de História que lhes determina a visão da história. O conhecimento é um poder, de maneira que, a todos custo, devemos ser os próprios autores de todas as verdades, escrevendo a história de acordo com nossos interesses. As vozes internas não podem mais alcançar as massas, assim podemos influenciar a cultura geral baseados em nosso principal objetivo."

5. Meios de Comunicação "O Corpo utiliza os meios de comunicação para formar a opinião pública sobre acontecimentos atuais, e condicionar desejos e atitudes de acordo com nossa futura agenda. 


"Através de noticiários, entretenimento, publicidade poderemos programar uma variedade de emoções no inconsciente coletivo. Com o tempo, eliminaremos totalmente os jornais: agora, dispomos de inúmeros meios para programas e condicionar as massas.


"(...) Essa mídia [do entretenimento, inclusive no jornalismo] é a mais eficaz para o reforço das atitudes e desejos subliminares, afim de alcançar nossos objetivos."
Explica como usam a questão ambiental para alarmar as pessoas, a fim de aceitar a agenda mundial da organização: "(...) Devemos reforçar o desejo de normalidade através de anúncios publicitários, criando modelos inatingíveis entre as pessoas. O resultado será pessoas divididas, procurando desesperadamente a aceitação das outras.


"Através dos reality shows, repetimos o modelo de sobrevivência individual contra a sobrevivência coletiva. Isso deteriora a ideia de se viver em comunidade priorizando o indivíduo em função de seus próprios interesses. Através de uma população que duvida e suspeita constantemente, mantemos o status quo em uma sociedade fragmentada que não pensa por si mesma."

6. Religião "A religião tem servido aos nossos objetivos de uma maneira incrível. É a mais antiga e talvez a mais gloriosa forma de controle social utilizada pelo Corpo.


"A religião perdeu seu controle sobre as pessoas, de maneira que o fanatismo é resultado de tal declínio, o que ajuda o Corpo. Nossa influência invisível sobre as igrejas ajuda a criar cristãos fundamentalistas, para manipular suas opiniões sobre acontecimentos atuais de acordo com a política do Corpo. 


"Eles [líderes religiosos] são enviados a nossos ministros que lhes interpretam a Bíblia, e eles pregam isso a seus seguidores. A fé cega deles é utilizada para lhes transformar em soldados voluntários para defender nossa causa durante a catástrofe que está por vir.


"(...) A ascensão do fundamentalismo islamita é uma vantagem ao Corpo Illuminati, através de ameaças de violentos ataques. Nos próximos anos, os ataques terroristas justificarão retaliação, iniciando a fase final do Grande Projeto.


"Os cristãos apoiarão nossas ações, visto que a crença deles será demonstrada como verdadeira para as profecias do fim do tempo, criadas pelo diretamente pelos lideres religiosos do Corpo Illuminati.

Pronunciamento do presidente dos Illuminati: "Estamos nos últimos dias das trevas. Secretamente juntos, esperamos a fase final do Grande Plano (...) Você é um membro do Corpo Illuminati agora. Sua fidelidade e sua devoção pertencem apenas a nós. Ajude-nos a concluir o Plano. Juntos, orgulhosamente, iniciaremos a Nova Ordem Mundial (...)".

Explanador finaliza expondo interesses dos Illuminati em se manter diferentes classes sociais para benefício do topo, através da Grade de Controle: "É antigo desejo do Corpo de exercer controle sobra as classes inferiores, a fim de se proteger delas, e proteger elas mesmas. Com acesso das massas à tecnologia, podemos controlar (...). Podemos, facilmente, encaminhar a população de forma segura para um novo mundo sendo vigiado e controlado pelo Corpo Illuminati.


"(...) Com a Central de Inteligência e o departamento de Segurança Interior, monitoraremos indivíduos contrários ao Grande Plano e os eliminaremos do sistema. Rapidamente, a sociedade aprendeu que tem uma escolha: apoiar o sistema e ter luxo, ou rejeitá-lo e perder acesso a ele".

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Academia das Ciências debate a portuguesidade de Cristóvão Colombo


Academia das Ciências debate a portuguesidade de Cristóvão Colombo

Em parceria com a Associação Cristóvão Colon, a Academia das Ciências de Lisboa irá levar a cabo um colóquio dedicado à polémica teoria de que Cristóvão Colombo era um português natural de Cuba, no Alentejo, sendo o seu nome real Cristóvão Colon. O evento irá decorrer dia 26 de Janeiro pelas 15:00 na sede da Academia das Ciências, sita na Rua da Academia das Ciências nº 19.

O colóquio intitula-se "A Ciência de Colon Versus a História de Colombo" e conta com três oradores, mais especificamente o Eng. Carlos Calado, o Cor. Carlos P. Neves e o Tem-Cor. Brandão Ferreira. Os oradores irão realçar as contradições evidentes existentes em alguns dos relatos descritos na história do Colombo genovês e os conhecimentos demonstrados pelo Almirante Colon.

Já foram publicadas várias obras no mercado editorial português a defender esta teoria, contudo tanto quanto conseguimos apurar encontram-se actualmente esgotadas ou indisponíveis, já no mercado internacional "Columbus - The Untold Story" de Manuel Rosa foi dado à estampa em 2016 e foi agraciado como sendo "O Melhor Livro de História Autopublicado" em 2016 pelo "The Huffington Post". 

Nuno Afonso

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Interessante matéria sobre o café

22.01.2017 às 11h00



Depois dos runs e whiskies velhos, dos vinhos velhos e das carnes maturadas, eis que a tendência do vintage chega ao café




É preciso alguma imaginação para conceber um empregado de café gritar: "Sai uma bica velha", em vez de "sai um café cheio", "americano" ou "italiano", "sem princípio", ou "abatanado", nas infindáveis versões da arte de tirar um café. Mas a tendência do vintage chegou ao café. Uma conhecida marca desta bebida lançou este mês uma edição limitada de café de 2014, envelhecido durante três anos. Este, composto por grão 100% Arábica, envelheceu três anos num armazém da Colômbia, no meio das montanhas, a 3700 metros de altitude. Neste armazém sem janelas – e por isso, sem luz -, as sementes de café maturaram ao longo deste período.

O local foi escolhido pelo facto de, em altitude, haver menos oxigénio, e assim mais frio. Como tal, "a humidade congela, em vez de ser absorvida pelos grãos", explica a Nespresso. Um sistema de rotação foi ainda criado, com as sacas de serapilheira a serem viradas ao contrário e mudadas de posição para os grãos de café envelhecerem de forma homogénea.

Para se envelhecer café, tem de se partir de grãos de café verde de elevada qualidade

© THOMAS MUKOYA / REUTERS

Mas afinal, qual o objetivo de criar um café vintage? Dar uma novidade ao consumidor, criar um novo nicho? Rodolfo Tristão, escansão de café desde 2009, esclarece: "Acredito que esta é uma forma inovadora de surpreender os apreciadores de café, transpondo-os para o mundo dos vinhos. E já que temos os whiskies e os runs envelhecidos, por que não explorar isso num café?" É um facto. E a que sabe um café envelhecido? "Devido ao tempo de estágio, este café vintage 2014 concentra um pouco mais os aromas, buscando mais aromas secundários e terciários, fruto da evolução. Toque amadeirado, notas suaves de fruto e sabor elegante, sedoso e menos acídulo, mais intenso", descreve o 'sommelier'.

Qualquer café pode ser envelhecido? (Ou seja, será que podemos fazer experiências com grãos que tenhamos em casa?) Não, responde Rodolfo. "Para se conseguir um café envelhecido, é preciso ter um café verde de elevada qualidade", explica. "Nem todos os cafés envelhecem bem, tal como acontece nos vinhos". Será que esta inovação se vai tornar numa tendência? Rodolfo já sabia "da existência de cafés envelhecidos, comercializados por pequenas empresas em outros países", mas confessa que foi a primeira vez que provou um café deste género.

Os grãos de café costumavam passar meses nas caravelas, no tempo dos Descobrimentos, até chegarem à Europa. Não há registo de se estragarem na viagem.

MICHAEL SWANSON

Se pensarmos bem, e recuarmos até às origens do consumo do café na Europa, quando este era transportado nos navios, do continente americano para cá, percebemos que passavam meses desde que as sacas de café embarcavam até chegarem. E não há registo de que se estragasse. Como a cura dos queijos ou dos enchidos, talvez o café ganhe em poder ser vintage. Agora é ver se a moda pega ou passa.

Fonte: http://expresso.sapo.pt/

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Canção do Albatroz


Em 1901, Máximo Gorki escreveu este belo poema sentindo o tempo que vivia e do qual se avizinhava poderosa tempestade revolucionária na Rússia heróica de seu tempo. A palavra albatroz (burieviestnik) em russo pode ser traduzida como mensageiro (viéstnik) da tempestade (buria), por ser ele o único animal que sai alegremente a voar e sente-se perfeitamente à vontade em meio a qualquer tormenta. A mensagem é clara: no meio do caos, não devemos temer as tempestades, mas voar com elas e contribuir para que elas transformem efetivamente o mundo!
Quando verti este poema para o português anos atrás, a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas estava em seus estertores. Convém lembrar que o poema foi escrito às vésperas de um tempo de sonho, sonho do qual se precisou acordar...
"Sobre a superfície cinzenta do mar,
O vento reúne
Pesadas nuvens.
Semelhante a um raio negro,
Entre as nuvens e o mar,
Paira orgulhoso o albatroz,
Mensageiro da tempestade.
E ora são as asas tocando as ondas,
Ora é uma flecha rasgando as nuvens,
Ele grita.
E as nuvens escutam a alegria
No ousado grito do pássaro.
Nesse grito - sede de tempestade!
Nesse grito - as nuvens escutam a fúria,
A chama da paixão,
A confiança na Vitória.
As gaivotas gemem diante da tempestade,
Gemem e lançam-se ao mar,
Para lá no fundo esconderem
O pavor da tempestade.
E os mergulhões também gemem.
A eles, mergulhões,
É inacessível a delícia da luta pela vida:
O barulho do trovão os amedronta...
O tolo pingüim, timidamente
Esconde seu corpo obeso entre as rochas...
Apenas o orgulhoso albatroz voa,
Ousado e livre sobre a espuma cinzenta do mar.
Tonitroa o trovão.
As ondas gemem na espuma da fúria.
E discutem com o vento.
Eis que o vento
Abraça uma porção de ondas
Com força e lança-as
Com maldade selvagem nas rochas,
Espalhando-as como a poeira,
Respingando uma noite de esmeraldas.
O albatroz paira a gritar
Como um raio negro,
Rompendo as nuvens como uma flecha,
Levantando espuma com suas asas.
Ei-lo voando rápido como um demônio;
Orgulhoso e negro demônio da tempestade;
Ri das nuvens, soluça de alegria!
Ele - sensível demônio -
Há muito vem escutando
Cansaço na fúria do trovão.
Tem certeza de que as nuvens não escondem,
Não, não escondem...
Uiva o vento... Ribomba o trovão...
Sobre o abismo do mar,
Um monte de nuvens pesadas
Brilham como centelhas.
O mar pega as flechas de relâmpagos
E as apaga em sua voragem.
Parecem cobras de fogo.
Os reflexos desses raios,
Rastejando sobre o mar e desaparecendo.
_ Tempestade!
Breve rebentará a tempestade!
Esse corajoso albatroz
Paira altivo entre os raios
E sobre o mar furiosamente urrando
Então grita o profeta da Vitória:

QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!"

Francisco Louçã: Não sei se o jornalismo morreu..

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24.01.2017 | Fonte de informações: 

Não sei se o jornalismo morreu, também não sei se quer viver - por Francisco Louçã

[Por Francisco Louçã] Um dia, entrei com a família num restaurante de um país do hemisfério sul e pedimos um prato, já não sei qual. O empregado explicou-nos, condescendente, que "tem, mas acabou". Creio que o jornalismo pode estar a passar por um risco semelhante: tem, existe, são profissionais com códigos e com instituições, que produzem um bem público, mas este está a mudar tão depressa que se pode tornar irreconhecível ou redundante, pode acabar.

Não é da existência de jornais, ou de rádios, ou de televisões, como objectos produtores de comunicação, que trato aqui. Esses continuam, mudam mas continuam. Sempre foram desafiados por novas formas de informação e sempre resistiram e continuaram. É mesmo ao jornalismo como profissão com um estatuto próprio na sociedade que me refiro.

Esse jornalismo está em risco de morrer. Um risco não é ainda uma conclusão, nem tem que ser: os dias recentes, aliás, demonstraram em pequenos detalhes que existem regras seguidas pelos jornalistas e que atestam o seu cuidado profissional, que provam portanto que ainda existe jornalismo. Por exemplo, ao que me dei conta, nenhuma televisão usou imagens integrais do caixão aberto de Mário Soares, transmitindo portanto unicamente imagens da sua vida e das cerimónias fúnebres, mas mantendo respeito pela imagem do seu corpo e da sua morte. Elogio esta escolha, que é digna.

No entanto a reflexão que vos quero trazer é mais vasta do que a motivada por um episódio. Deixando para outras núpcias os debates sobre a "pós-verdade" ou a "nova ignorância", aqui trazidos por Pacheco Pereira e António Guerreiro, entre outros, refiro-me agora a três questões: a tempestade perfeita que se abateu sobre o jornalismo (ou, ainda pode haver independência da comunicação social?), o recurso às estratégias da banalização anestesiante ou da banalização obsessiva (ou, o jornalismo ainda quer informar?) e a inclinação política de parte do jornalismo, que substitui a notícia pelo comentário engajado (ou, a agressividade do jornalismo de hoje significa que abandona a busca ou a pretensão de objectividade?). Não sei se o Congresso dos Jornalistas as discutirá, mas estas são para já as questões cépticas para as quais preciso de ter resposta. E aqui adianto alguma reflexão, continuando o que tenho escrito neste blog sobre o assunto.

1. A tempestade perfeita

A comunicação social está no meio de uma tempestade perfeita em que tudo agrava os riscos:

A) A recessão esvaiu a publicidade e reduziu as receitas dos órgãos de comunicação social, além de ter destruído alguns, aumentando o desemprego entre os jornalistas.

B) A concentração das empresas de comunicação acentuou-se, ameaçando a independência profissional dos jornalistas e a liberdade de escolha dos consumidores. A ofensiva da Altice sobre as televisões é a mais recente demonstração do perigo da concentração.

C) Ambos os factores agravaram a precarização, os estágios e a dependência profissional e atacaram a falta de autonomia dos jornalistas, tornando-os mais vulneráveis ao poder.

D) A evolução tecnológica destroçou a forma tradicional dos circuitos de informação e suscitou mecanismos de sedução e de esmagamento informativo, manipulando as redes sociais (os robots na internet durante a campanha presidencial norte-americana são um exemplo). Neste contexto, a norma dos tempos de informação foi subvertida, pois os jornalistas já só informam o que já se sabe.

A questão é se estes factores se modificarão. Mas a resposta é que é pouco provável e que portanto é difícil que haja independência da comunicação social.

A condição económica não se alterará. Mesmo com uma pequena recuperação económica, a publicidade diversifica-se, impõe preços baixos, e a comunicação social apenas sobrevive com o recurso ao mercado publicitário, quanto não é por ele destruída ou condicionada.

A concentração também dificilmente se reduzirá. Em Portugal, nenhum governo se atreveu a sequer imitar as leis anti-concentração dos EUA ou de países europeus e um grupo empresarial da comunicação pode ter uma distribuidora com grande quota de mercado, ou órgãos dominantes em várias áreas da comunicação. Pelo contrário, a concentração tem-se agravado e distorcido (com compras por grupos angolanos e chineses, por exemplo).

A precarização profissional dos jornalistas decorre das duas condições anteriores, com o recurso extensivo a estagiários e a empregos de curta duração, com a queda salarial e a acentuação do poder das hierarquias. O jornalista já não tem autonomia, já não investiga sem ser autorizado, já não tem recursos para fazer uma reportagem, já não pode prosseguir um caso. Os directores ocupam o seu tempo a procurar patrocínios, a frequentar feiras empresariais, a promover produtos, a almoçar com clientes, a cortejar anunciantes. Ou seja, a concorrência entre órgãos de comunicação é determinada pelo mercado a montante e não pela qualidade da informação e pelo público a jusante. Não escolhemos o que vemos e lemos, o mercado é que nos escolhe.

Por isso mesmo, o produto da comunicação social tem vindo a ser modificado. A razão é esta: o objectivo da informação passou a ser a audiência e não a informação ou, mais em concreto, como os tempos da comunicação foram encurtados, a produção de notícias é marcada pela gestão do efémero e portanto pela procura da excitação, que é a chave da audiência imediata. Se perguntar a qualquer jornalista de TV se são precisos 15 minutos na abertura de um telejornal para dissecar todas as hipóteses sobre o desaparecimento de uma mulher em Grândola, a única resposta coerente é que teme que os concorrentes façam o mesmo e se não foi isso é o futebol.

O espaço noticioso é portanto gerido por uma certeza: a da inevitável degradação da informação, que tem que ser transformada em entretenimento. A notícia cede à emoção. O jornalismo de choque é portanto o resultado deste processo de contaminação. Num exemplo recente que aqui discuti, na noite do massacre de Nice, um jornalista de televisão, perguntava em directo a um homem que estava ao lado da sua mulher, morta no passeio, como se sentia. Receio que, mesmo sem a crueldade da pergunta neste caso, é desse tipo de emoção que se ocupe grande parte da reportagem de Grândola quando percorre os vizinhos, os colegas ou os conhecidos da mulher desaparecida.

Ou seja, o resultado da tempestade perfeita foi acentuar a transformação da natureza da comunicação social: em vez de notícias (a escolha de títulos como "Diário de Notícias" ou "Jornal de Notícias" ou "Correio da Manhã" ou "Público", por exemplo, destinava-se a sublinhar que se trata de dar notícias), a comunicação social produz regularmente senso comum, ou seja, produz ideias, ideologias e conformação. Portanto, transforma-se gradualmente num órgão de poder e não de contrapoder. Não há independência do jornalismo. Tem, mas acabou.

2. A comunicação como discurso da banalidade anestesiante e da banalidade perturbante

Ao passar a produzir senso comum em vez de informação, a comunicação social muda também os seus procedimentos. Mais um exemplo: o predomínio do futebol nos nossos canais de televisão por cabo é um caso de estudo entre a televisão internacional. Abra a CNN ou outra televisão cabo de referência e procure à 2ªf, 3ªf, 4ªf, 5ªf, 6ªf, sábado e domingo o programa diário de antecipação, de análise e depois de discussão dos jogos, com claques representadas, com especialistas, com gritadores, com repetições nos horários nobres - e não encontra. Ou seja, a televisão portuguesa vocacionada para a informação, o cabo (que assim aliviou os canais generalistas que abertamente se especializaram em entretenimento, ou telenovela), escolheu priorizar o caminho da não-notícia, interpretando obsessivamente o jogo, espectacularizando a sua própria interpretação em que o acontecimento é a discussão do acontecimento.

O meu argumento até hoje foi que este trabalho de produção de senso comum pela comunicação social é construído como uma banalidade banal, ou tranquilizadora, baseado no entretenimento, na diversão, na distração, na efemeridade. Mas há também um contraponto desta tranquilidade, que é a sua condição de sucesso: deve emergir também e ocasionalmente uma banalidade perturbante. Essa linguagem da perturbação tem três funções: em primeiro lugar, a informação deve ser surpreendente, porque essa é a sua condição para mobilizar a atenção; em segundo lugar, deve contrastar com a programação banal, porque essa é a condição para o entretenimento gerar a distração; em terceiro lugar, deve criar o espaço para que o senso comum estabeleça a banalidade tranquilizadora como o estado da natureza, isto é, como o lugar da democracia. A emoção violenta, a excitação do acontecimento, a expectativa do imediato provocante são instrumentos de afirmação pública de um discurso e de uma instituição, mais ainda do que meios de captação de audiências.

Um exemplo estudado por Diana Andringa na sua tese de doutoramento (a autora foi jornalista e presidente do seu Sindicato) foi o do caso do Arrastão na praia de Carcavelos, no verão de 2005. Os detalhes são bem conhecidos: a mesma pessoa que chamou a polícia forneceu o testemunho e algumas fotos imprecisas às televisões, tendo todos os canais aberto a sua emissão de telejornal das 20h com textos alarmistas baseados nesse testemunho. As fotos mostravam jovens, quase todos negros, a correr na praia. As televisões compararam a sua notícia com a de arrastões nas praias do Rio de Janeiro, em que os banhistas teriam sido roubados, e esse paralelo foi depois explorado por quase todos os que analisaram o caso.

O efeito de bola de neve foi tanto imediato quanto prolongado ao longo dos dias seguintes: a polícia, a câmara municipal, o governo e outros protagonistas intervieram imediatamente, alimentando a narrativa do arrastão, e fornece
do a confirmação da informação, oferecendo a multiplicação de tomadas de posição e o enquadramento institucional que constituíam os vários ângulos da notícia. Depois dessas primeiras notícias, totalmente dominantes no espaço mediático nacional, houve um debate parlamentar tenso, marcado pelo alarme e pelos discursos securitários.

No entanto, todo o episódio não passava de uma construção fantasiosa. As fotos, que mostravam algumas dezenas de jovens, foram transformadas ficcionalmente em centenas de pessoas, supostamente organizadas previamente em bairros suburbanos para prepararem um roubo sob a forma do arrastão. Mas não havia pessoas que testemunhassem terem sido roubadas. Não houve nem uma só queixa na polícia. Não tinha havido roubo, só uma correria pela praia e um susto.

Poucos dias depois, o Superintendente da PSP confirmou que, meia hora depois dos acontecimentos terem sido reportados e da primeira investigação da polícia no local, já sabia que não tinha havido arrastão nenhum. Mas, e esse é o aspecto mais revelador do testemunho deste chefe da polícia, nenhum órgão de comunicação social queria ouvir ou aceitar esta interpretação: ela não podia ser comunicada pois não fazia parte do senso comum. Era possível contar a verdade, embora não se saiba se o Superintendente sequer o tentou, mas nenhum órgão de comunicação social reportaria essa afirmação, mesmo que feita pela polícia: era uma não-declaração. O apetite pela notícia criava um frenesim que selecionava a informação e excluía o contraditório e neste caso excluía mesmo os factos, porque não se alinhavam com a história. A confirmação da fraude noticiosa pelo Superintendente da PSP foi feita a Diana Andringa, que dirigiu com Jorge Costa um documentário sobre o tema, "Arrastão", revelando então o que nenhum órgão de comunicação social quisera admitir.

Um mês e meio depois, uma sondagem entre editores, chefes, coordenadores e diretores de órgãos de comunicação social demonstrou que mais de metade continuava a achar que a cobertura tinha sido correta, mesmo que se baseasse no que já se sabia ter sido uma invenção. Houve pivots de telejornal que ameaçaram inconsequentemente com um processo judicial os autores do documentário "Arrastão", incluindo Andringa, em que o Superintendente da polícia desmentia a informação que os jornalistas tinham veiculado e as gravações dos seus telejornais eram reproduzidas, demonstrando como tinham dado corpo à notícia falsa.

Há várias interpretações possíveis para este acontecimento notável, que é a informação frenética sobre um não-acontecimento. Miguel Vale de Almeida, citado por Diana Andringa, argumentou que a comunicação social representa tipicamente o medo com base na exclusão e na hierarquia social. Assim, o senso comum da segurança é construído pela designação do inimigo. O facto é que os jornalistas não ouviram os jovens negros, na eventual presunção de que a credibilidade do seu testemunho seria irrelevante, ou talvez porque eles já nem estivessem localizáveis para testemunhar e não valia a pena procurá-los. Em todo o caso, a hierarquia da exclusão é evidente. Outro exemplo é a disponibilidade de alguns programas televisivos para documentarem rusgas a bairros, a partir do ponto de vista do interior de um carro da polícia, com perseguições e atos encenados para benefício da filmagem, procurando criar o mínimo de dramatismo que seria de esperar da analogia entre a vida real e as séries policiais na televisão, o que exemplifica como se formou a vulnerabilidade de alguma comunicação social a este mito do arrastão.

Neste caso, a banalidade perturbante foi uma construção ficcional. Mas o que nos interessa da história, mais do que os factos entretanto esclarecidos, é o código e o modo de comunicação que requer essa construção perturbante, seja ela verdadeira ou falsa, porque esta é a linguagem chave da informação de todos os dias.

Afinal, esta é a regra mais comum na comunicação social que faz sucesso. Outro exemplo: o Correio da Manhã torna-se participante num processo judicial para assim criar as notícias de que quer fazer manchete, usando o que ainda está em segredo de justiça e eventualmente manipulando a informação - qual é então o limite? Portanto, se pergunto se o jornalismo quer informar, não estou certo da resposta.

3. A contaminação do jornalismo pelo comentarismo

A terceira questão que quero discutir é a forma como o comentário pelos próprios jornalistas se tornou parte do combate político e mesmo partidário. Já era assim, bem se pode dizer. Veja-se o exemplo do comentário económico nos canais generalistas: é totalmente monopolizado por jornalistas defensores das ideias liberais e da solução austeridade, André Macedo na RTP, António Costa na TVI e Gomes Ferreira na SIC. Não há no comentário económico nos canais generalistas nenhum lugar para a defesa de alternativas, mesmo quando o fracasso da austeridade e da liberalização financeira entra pelos olhos dentro. Sim, é assim, mas não tem que ser e não era assim em toda a comunicação social. Noutros órgãos de comunicação, há comentário pluralista e debate aberto.

Em todo o caso, estamos a viver um processo de radicalização. O director do Sol, o arquitecto Saraiva, ganhou galardões na literatura com um livro de escândalos de alcova e intriga política. O director do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, escreve sobre "as patas", para se referir a Mariana Mortágua e Catarina Martins. Camilo Lourenço, que passou a participar organicamente nas actividades do CDS e em nome do partido foi várias vezes aos Açores apoiar a sua campanha eleitoral, esquece-se de referir a sua vinculação, desconhecida da maioria dos leitores, quando assina a sua coluna de opinião. Há ainda, do outro lado do espectro político, o jornalismo panegírico.

Ou veja o seguinte exemplo de um texto de Paulo Ferreira, que foi editor de economia da RTP e agora escreve no Observador, ao elencar os malefícios da pretensa política proposta pela esquerda:

"Querem nacionalizar os sectores mais importantes e o mais que vier atrás deles, fazer do Estado o actor principal da economia, acabar com o mercado de capitais, destruir grupos económicos privados, colocar os sindicatos afectos a dirigir as empresas, retirar o país do euro, levantar barreiras proteccionistas para bens, serviços e capital, não pagar pelo menos parte da dívida pública, proibir negócios novos e inovadores para proteger os antigos que recusam adaptar-se, impedir qualquer avaliação de mérito que seja consequente para a carreira e salário dos trabalhadores, etc.". O etc. é maravilhoso, depois da "proibição de negócios novos e inovadores" e de "colocar os sindicatos a dirigir as empresas" e "impedir qualquer avaliação de mérito", entre outras travessuras assustadoras.

Veja-se outro exemplo. O director-adjunto do Expresso, Vieira Pereira, escrevia num texto de opinião que sente uma "forte náusea" quando se fala de nacionalização. Ou vejam-se mais dois exemplos deste jornal em que escrevo (e que tem um código rigoroso). Num editorial recente, o autor denuncia a "alegria tonta" do BE e PCP com a saída do euro. As palavras devem ter sido bem escolhidas, "alegria tonta". Noutros textos, Manuel Carvalho, já em registo de coluna de opinião, denuncia como os partidos de esquerda "dão largas ao seu sectarismo" (o exemplo é o de "cartazes imbecis e ofensivos"). "Imbecis e ofensivos".

Em particular, como sempre achei que as colunas de "sobe e desce" são uma arrogância que facilmente descamba em ajustes de contas ideológicos, sendo que nunca podem reclamar objectividade pois são o resultado da emoção e do imediatismo a que chamei o "estilo matarruano", tenho também a maior reserva sobre qualquer função de julgamento pela comunicação social, em editorial ou fora dele.

O julgamento sumário é sempre irredutível: tal acto político é "imbecil", tal iniciativa é "asinina", tal proposta é uma "náusea", tal ideia é "estúpida", tal dirigente política é "troll", "aumenta o grau de disparates", este tipo de categorias é demasiado definitivo para ser tomado a sério mas parece ser escrito a sério - e cada uma destas expressões foi de facto escrita por jornalistas, editorialistas e directores de órgãos de informação nos últimos meses.

As "setas" com que jornalistas classificam os actos políticos ou sociais são um exemplo dessa assunção do poder punitivo, mas existem outras formas de o exibir, aliás cada vez mais banalizadas: quando o editorial determina que tal acção partidária é uma "estupidez" ou que tal político é um "fracassado", quando um jornalista decreta que tal partido "não se leva a sério" (tudo isto são expressões usadas nos últimos meses em editoriais), chegamos ao ponto de não retorno, em que órgãos de comunicação social, mesmo os anteriormente chamados de "referência" pela sua observação de regras profissionais, se aproximam de uma câmara política.

Porque é que então estes jornalistas suicidam a sua profissão desta forma? Porque não acreditam que ainda haja espaço para o jornalismo. E essa descrença opera através de dois caminhos diferentes. O primeiro processo é contaminação da informação pelo comentário. O surgimento de canais de informação em cabo e a multiplicação dos conteúdos em diversas plataformas tecnológicas criou uma indústria de informação que produz em tempo contínuo, que por isso exige desesperadamente manter a máquina em funcionamento e, para tanto, faz equivaler as várias formas de comunicação através de um processo de mimetização (os jornais e revistas, tal como a rádio, parecem-se cada vez mais com a TV). Nesse contínuo de produção, a solução fácil é a combinação eclética de várias modos de informação (vejam-se os telejornais actuais de hora e meia de notícias, entretenimento, com gastronomia, espectáculo, socialites e mesmo sorteios) e a formatação da informação pelo comentário, que começou por ser uma matéria de especialistas (os de economia que todos os dias nos explicam os números da Bolsa, por exemplo) e passou depois a ser uma função dos próprios jornalistas. Uma notícia não existe se não é interpretada e comentada para os telespectadores ou leitores e se não é repetida infinitamente.

O segundo caminho, mais poroso, porventura mais importante, é a radical modificação do regime de informação. Na maior parte dos casos, quando chegamos à hora do telejornal ou à colocação em banca do jornal no dia seguinte, já muita gente leu, comentou, tuitou, postou e discutiu as notícias (salvo precisamente as que são exploradas por esse arquipélago raríssimo do jornalismo de investigação, que garante o privilégio de noticiar a notícia pelos seus jornalistas). Portanto, a notícia no telejornal ou no jornal do dia seguinte já só é comentário da notícia.

Os jornalistas, para além da corrida contra o tempo na informação online, tornam-se comentadores de si próprios, por acreditarem que o comentário é o que resta da função de jornalista. São portanto imensamente influenciados pelo que se está a escrever nas redes sociais acerca da notícia, como grandes vagas que oscilam para um lado e para outro. Os jornalistas tornam-se eles próprios antenas dos efeitos interpretativos que as suas notícias suscitam e isso é entretenimento mais do que informação. Os directores dos jornais e televisões vão explicar à antena as suas páginas e parece que ninguém nota a estranheza do facto. A comunicação deixou de ser notícia para se discutida pelo público e passa a ser interpretada, comentada e discutida pelo próprios jornalistas num efeito circular infinito.

A outra consequência é que, assim, terminada a notícia (ou prolongada agonicamente para ocupar tempo, o que tão frequentemente vemos na televisão: o clube de futebol jogou e é uma hora de telejornal, Ronaldo ganhou um prémio e revemos mais uma vez a sua carreira desde miúdo, etc.), só resta ao jornalista ser um comentador e daí a tentação óbvia de se tornar o juiz, o que apimenta a análise com a sentença. A agressividade do comentário significa que o jornalismo abdicou da busca ou da intenção de objectividade? Parece que sim.

Portanto, tudo inevitável? Nem pensar. Haverá twitter, mas há vida para além do twitter, a notícia não tem que ser a leve impressão, o efémero da frase sobre o acontecimento, a palavra choque para o classificar, tal como o jornalismo não deve ser condenado a desaparecer com a produção contínua da informação que se deixou contaminar por essa fronteira perigosa da defesa de pontos de vista interessados. A comunicação social sempre se reinventou perante a evolução do seu próprio meio: os jornais sobreviveram à rádio e a rádio sobreviveu à televisão. A televisão pode sobreviver à internet e ficará ao lado dos jornais e das rádios. Mas não precisava de aceitar limitar o jornalismo a uma função de pivot de continuidade.

O que fica atrás dito é testemunho de algum pessimismo, porque creio que o jornalismo está a obrar para a sua própria destruição - no dia em que a informação só for vista como entretenimento ou como análise crispada, passou a ser outra coisa. Portanto, o problema não é do Correio da Manhã, que diz ao que vem. O problema é dos que, querendo ter uma comunicação social de referência, navegam na facilidade. Têm, mas parece que aceitam que acabou.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O acidente impediu Teori de dar explicações sobre o lado B de sua figura pública.




Teori com Jobim (esq.) e Fernando Ernesto Correa (centro)



Em julho de 1969, o senador Edward “Ted” Kennedy, irmão caçula de John e Robert, se envolveu em um acidente pavoroso.

Voltando de uma festa com sua secretária Mary Jo Kopechne, Ted perdeu a direção de seu Oldsmobile, que derrapou e caiu de uma ponte.

Ele conseguiu nadar até a margem. Mary Jo não teve a mesma sorte: presa nas ferragens, afogou-se. Tinha 28 anos.

Ted era uma promessa do Partido Democrata e esperança do clã. Nunca conseguiu sair para presidente. Considerado o favorito nas primárias de 1980, perdeu para o insosso Jimmy Carter. Consolidou-se como o “leão do Senado”.

Passou as últimas décadas jurando que não estava embriagado quando o carro foi parar no rio. Arrependeu-se publicamente, mas não adiantou. Sua carreira afundou naquela noite.

Um outro Teori Zavascki está vindo à tona desde que o Beechcraft King Air C90 de seu amigo Carlos Alberto Filgueiras mergulhou na baía de Paraty, oposto àquele que os brasileiros foram habituados a ver.

Não fosse a tragédia, não saberíamos que um ministro do STF cultivava amizade íntima com um empresário que tentou travar uma ação no STF. A mansão de Carlos Alberto Filgueiras, para onde Teori ia naquela tarde, está no centro de uma acusação de crime ambiental.

Filgueiras era sócio do BTG Pactual na empresa Forte Mar Empreendimentos e Participações, em cujo nome está o prédio ocupado pelo hotel Emiliano em Copacabana, no Rio.

Como relator da Lava Jato, Teori libertou André Esteves, sócio do BTG, em dezembro de 2015, determinando sua prisão domiciliar. Em abril, permitiu que ele voltasse a trabalhar.

Nelson Jobim, seu colega numa confraria que se reunia em Porto Alegre para “conversar fiado, tomar vinho e comer churrasco”, é membro do conselho do BTG. Também fazia parte dessa turma Fernando Ernesto Correa, sócio da RBS, investigada na Operação Zelotes.

“Era alguém absolutamente isento”, diz Paulo Odone, ex-presidente do Grêmio e ex-deputado estadual. Na política, Odone aumentou sensivelmente seu patrimônio declarado: foi de R$ 1,8 milhão em 2010 para R$ 8,7 milhões em 2014.

A namorada de Teori, Liliana Schneider, trabalha na rede Antonio Bernardo, joalheria usada por Sergio Cabral para lavar dinheiro, segundo a operação Calicute.

Um jurista ouvido pelo DCM diz que Teori Zavascki não era passível de ser corrompido. Mas admite que, eventualmente, o interessado em fazer tráfico de influência não precisa negociar nada explicitamente. “Basta contar que foi com Teori para a praia”, afirma.

Isso não era escondido num armário. Não é como se ele colocasse um disfarce de Groucho Marx e se isolasse em Neverland. É que a mídia nunca se importou. Ninguém prestava atenção.

O Brasil é o país de Gilmar Mendes, não se esqueça. Alguns podem tudo. Ainda assim, mesmo com nosso alto grau de tolerância para com uma casta, Teori ficaria com uma satisfação a dar para a opinião pública.

Ted Kennedy sobreviveu ao acidente, mas virou, na prática, uma carta fora do baralho. Teori, caso tivesse escapado, teria de explicar cedo ou tarde, por exemplo, como pagava as diárias no Emiliano (R$ 1500 a diária no próximo fim de semana), se é que pagava, ou o que Maíra Panas estava fazendo na aeronave.

Seria instado a explicar a natureza de suas relações perigosas. Sob alguns aspectos, o destino de Ted Kennedy foi mais cruel.

Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Crescer no vazio ético da mídia brasileira




19.01.2017


Era madrugada e dois jornalistas conversavam sobre mídia num aeroporto do Nordeste. Um era estrangeiro e outro brasileiro, ambos de um grande jornal internacional com extensão no Brasil.

O brasileiro - pela conversa era fotógrafo - pergunta ao estrangeiro como está a imagem do Brasil no país dele depois do golpe. O estrangeiro repete que está pior do que era antes. Mas, ressalta que notícias sobre o Brasil pouco aparecem no seu país de origem. Porém, continua dizendo que o Brasil, surpreendentemente, é o segundo mercado no mundo do jornal que ele representa. Esperavam que esse lugar fosse ocupado pela Argentina ou México, mas, aconteceu aqui, com uma equipe reduzida que ele começa a comentar com o fotógrafo.

Roberto Malvezzi (Gogó)



A conversa prossegue e o brasileiro pergunta qual seria a razão dessa expansão justamente no Brasil. O estrangeiro, sem titubear, diz que a mídia tradicional brasileira é muito parcial, particularmente depois de apoiar o golpe, e o público procura por um jornalismo decente. 

O brasileiro retruca que também há muita parcialidade no que os blogueiros de esquerda publicam. A conclusão de ambos é que não há jornalismo isento no Brasil.

Na verdade, nenhum jornalismo é totalmente isento. Depende da posição fundamental do jornal. Entretanto, a mídia corporativa no Brasil anda insuportável e o jornalismo chapa branca de esquerda também não contribui. Mesmo tendo posição clara diante da situação brasileira, é possível um jornalismo pelo menos mais ético. Há exceções para jornalistas de todos os meios e algumas mídias alternativas.

Então, em outras palavras, o estrangeiro disse essa frase: "nossa estratégia é continuar crescendo no vazio ético da mídia brasileira, simplesmente fazendo jornalismo".



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