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quinta-feira, 30 de maio de 2019

Governo brasileiro confundiu judeus com nazistas na 2ª Guerra

ARMANDO ANTENORE


O alemão Fritz Alfred Johannes Friedrich, de origem judaica, recebeu uma notícia devastadora no primeiro semestre de 1944. Não poderia embolsar os lucros a que tinha direito como sócio de uma loja de tecidos em São Paulo. O governo brasileiro iria confiscar todo o rendimento não só o daquele ano como o dos dois anteriores.
A expropriação se repetiu em 1945 e 46. Resultado: a loja, desfalcada, acabou quebrando.
Agora, o suíço Hansjurg Brumann, neto de Friedrich, quer o dinheiro de volta Äalgo em torno de US$ 85 mil. Apoia-se, principalmente, no argumento de que seu avô pagou por uma injustiça. "Foi vítima de um paradoxo histórico", como prefere dizer.
O contra-senso começou no dia 11 de março de 1942, quando o então presidente Getúlio Vargas baixou o decreto-lei número 4.166.
O país atravessava a ditadura do Estado Novo, e o mundo amargava a Segunda Guerra. Depois de um longo namoro com Hitler e Mussolini, Vargas virou o jogo e se aproximou dos norte-americanos.
O decreto refletia a mudança de rumo. Determinava o confisco de bens dos alemães, italianos e japoneses que moravam no Brasil ou que, vivendo fora, possuíam negócios aqui. Também atingia os cidadãos de países dominados pelo nazi-fascismo, como a Áustria.
Todos passavam a carregar a pecha de "súditos do Eixo", uma referência à aliança bélica da Alemanha com Itália e Japão. Os bens sequestrados seguiriam para o Fundo de Indenização de Guerra.
O paradoxo repousava no fato de o decreto não distinguir, entre os "inimigos", os refugiados israelitas. Dessa maneira, um judeu de Berlim que, fugindo do horror nazista, tivesse imigrado para São Paulo, sofreria as consequências da lei de Vargas por ser alemão.
Se na Europa penara como vítima de Hitler, em solo tropical responderia pelos atos do algoz.
Era o caso de Friedrich. Com ascendência judaica, fixara residência em Zurique (Suíça), onde se encontrava durante a guerra. A Alemanha o considerava impuro. E o Brasil, país que escolhera para investir parte de suas economias, o expropriava.
Além das perdas financeiras, o Estado Novo impingiu outras restrições aos cidadãos do Eixo até o cessar-fogo, em 1945. Novamente, não diferenciou os judeus.
Proibia que falassem alemão, italiano ou japonês em público e lhes exigia salvo-condutos para viajarem ou mudarem de residência Cada pessoa que pedia a autorização ficava "fichada" no Departamento de Ordem Política e Social, o Deops, hoje extinto.
Embora conhecidas pela comunidade israelita, as perseguições contra os judeus que a ditadura de Vargas tratou como representantes do nazi-fascismo ainda compõem um capítulo obscuro da história brasileira.
No ano em que o Estado de Israel completa meio século, a Folha resolveu investigar o assunto. Teve acesso à documentação do Arquivo Histórico do Itamaraty (no Rio) e do Deops paulista, colhida pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo.
Também consultou o "Inventário Deops - Alemanha", recém-lançado por três pesquisadoras da USP: Ana Maria Dietrich, Eliane Alves e Priscila Perazzo.
Às informações da papelada, acrescentou vários depoimentos. Pôde, assim, reconstituir alguns episódios da época. Rodrigo Onias, da Redação, e a tradutora Susanne Umnirski-Gattaz ajudaram nas entrevistas em alemão.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc26059823.htm

Os judeus da Itália

Por vinte e um séculos, dos tempos da Roma republicana até hoje, os judeus moraram na ‘ilha do orvalho divino’, ou seja, na Ital yá, conforme a criativa etimologia hebraica. Sua história é a somatória das vicissitudes enfrentadas por muitas comunidades, na maioria localizadas nas cidades.

Edição 59 - Dezembro de 2007
De Roma a Veneza, de Milão a Palermo, de Mântua a Ferrara e Livorno, estas comunidades ficaram, por séculos, reunidas em seus bairros ou guetos, ao redor das sinagogas. Mais do que uma história, trata-se de um conjunto de histórias regionais e diversificadas, intimamente ligadas à história da Itália, e que, após a queda do Império Romano (476 E.C), só voltou a ser unitário entre 1861-1870, depois das lutas do Ressurgimento.

Apesar do fato de os judeus já se encontrarem na Itália, oriundos da Terra de Israel ou da Magna Grécia, e geralmente radicados em Roma por motivos comerciais e culturais, o grande triunfo na conquista da Judéia pelo Imperador Vespasiano e seu filho Tito - responsável por feroz repressão da mais grave das numerosas revoltas dos judeus - trouxe à capital do Império algumas dezenas de milhares de judeus, entre prisioneiros e fugitivos. Alguns foram vendidos como escravos e resgatados pelos mesmos judeus que já viviam na cidade, enquanto outros se concentraram em Roma, no bairro de Trastevere e na Ilha Tiberina.

Em Roma, os judeus viveram um longo período de paz e prosperidade, com autonomia para erguer suas escolas, sinagogas e catacumbas. Com a progressiva afirmação do cristianismo - legalizado através do Edito de Constantino, em 313, e o Concílio de Nicéia, em 325, e, finalmente, declarado religião oficial do Império Romano com o Edito de Teodósio, em 380 - a religião hebraica passou de "reconhecida" a "tolerada", até ver-se completamente banida.

Os judeus foram perseguidos, embora nunca chegassem à expulsão definitiva, por serem considerados testemunhas das raízes antigas do cristianismo, além de objeto do proselitismo. Foram progressivamente privados de todos os direitos políticos, e proibidos de exercer cargos públicos e determinadas profissões. Não podiam testemunhar contra os cristãos nem podiam erguer novas sinagogas.

Os teólogos e escritores cristãos começaram a atribuir aos judeus - e a todas as suas futuras gerações - a culpa pela morte de Jesus. Este fato impregnou profundamente o pensamento e o imaginário dos povos da Idade Média cristã, provocando recorrentes manifestações de desprezo e hostilidade contra os judeus. Santo Agostinho (354-430), o mais importante entre os teólogos cristãos, afirmava que esse povo, por sua própria existência, era parte do Desígnio Divino, pois eram testemunhas da "verdade" do cristianismo. Segundo o teólogo, a posição desfavorável e a humilhação dos judeus representavam "o triunfo da Igreja sobre a Sinagoga". Esta tese foi adotada como regra da política dos Papas até os dias de hoje.

É importante evidenciar que, na península italiana, a Igreja, grande dominadora, foi o centro de todas as divisões territoriais. Assim sendo, ao longo dos séculos, conforme a política dos vários Papas e das dominações estrangeiras que se sucederam - lombardos, francos, bizantinos, árabes e outros - os judeus se depararam com proteção ou desprezo, tolerância, repressões e reclusões, em todos os seus níveis.

Na Sicília e no sul da Itália, entre o século 9 e 11, sob o domínio árabe-muçulmano, os judeus tiveram um período de grande prosperidade, o que favoreceu um profícuo contato entre as comunidades judaicas sicilianas e as islâmicas, que se estendiam da Mesopotâmia à Espanha.

Dos judeus que viviam no sul da península, em particular na Apúlia (em italiano Puglia), há importantes testemunhos. De fato, eles se encontravam no limite entre três mundos: o bizantino, o dos bárbaros (godos e lombardos) e, posteriormente, o dos muçulmanos.

Devido a essa fragmentação, ocorriam incursões e guerras que mudavam continuamente as fronteiras, e, conseqüentemente, os senhores e povos.

As colônias judaicas localizadas nos portos meridionais da Apúlia (Otranto e Taranto) e ao longo da Via Appia (Brindisi, Oria, Matera, Venosa, Benevento, Cápua) se transformaram em elos de uma corrente que coligava a Terra de Israel e o Oriente a Roma e, através de Roma, a outros núcleos judaicos da Diáspora Ocidental. Parece que justamente a partir da Itália Meridional ocorreu a difusão do Talmud, no Ocidente, além do renascimento da língua e da cultura hebraica.

Testemunhos importantes dos núcleos judaicos italianos nos são nos apresentados no Livro de Viagem (Sefer Massaót) de Benjamin de Tudela, judeu espanhol, comerciante de pedras preciosas, que, entre 1159 e 1172, viajou intensamente pela área do Mediterrâneo. Em suas famosas anotações sobre as condições das comunidades judaicas, recolhidas em qualquer lugar onde parava, Tudela relata que na Sicília e na Apúlia os judeus desfrutavam de situação particularmente favorável.

No ano de 1348, chegaram ao Norte da Itália, Lombardia e Vêneto, duas correntes minoritárias: uma procedia dos países de língua alemã, de onde os judeus eram sistematicamente banidos por causa das cruzadas e da peste; outra corrente provinha da França, devido às expulsões decretadas entre 1306 e 1394, sendo que esta última se estabeleceu nos território do Piemonte. A partir do século 14, devido à queda de qualidade de vida em Roma, ocorreu uma migração de banqueiros judeus que, em várias etapas (Úmbria, Toscana, Marche, Emília - Romana), também aportaram no Norte da Itália. Da fusão das três correntes (alemã, francesa e romana) se originaram as comunidades judaicas da Itália do Norte e Central.

No século 16, uma onda de fugitivos de rito sefardita, procedentes das expulsões da Espanha (1492) e de Portugal (1497), dirigiram-se às florescentes comunidades de Amsterdã e Hamburgo onde, graças ao clima de tolerância encontrado, puderam retomar sua própria religião. Uma parte deles se transferiu, mais tarde, dentro do país, para os Estados de Ferrara e Módena, sob o governo dos Duques d'Este, constituindo a "Nação Hebraica Espanhola e Portuguesa" desses Estados.

Entre as famílias que aqui se hospedaram há que se mencionar a família de Samuel e Benvenida Abravanel e a de Gracia Mendes (Doña Gracia Nasi, ver artigo Morashá no 56) e Samuel Usque. Em certo momento, estes últimos definiram Ferrara como "o refúgio mais seguro da Itália".

Também as cidades de Pisa e Livorno, sob governo dos Médici, hospedaram grande quantidade de judeus sefaradim, em particular de cristãos novos procedentes de Portugal, que formaram a "Nação Hebraica" de Livorno. Outros sefarditas dirigiram-se a outras cidades italianas, como Veneza, Roma e Nápoles.

Outro grupo de judeus se estabeleceram na Itália por motivos políticos ou comerciais. De fato, a condição privilegiada dos judeus, sob domínio muçulmano, transferiu-se para a Europa após a Revolução Francesa; não porque piorasse a situação dos judeus no mundo islâmico, mas porque melhoraram suas condições jurídicas na Europa. Por esta razão, tornaram-se intoleráveis aos judeus as condições reservadas às minorias étnicas no Império Otomano.

Com a anexação de Trieste, Gorízia, Merano e Fiume ao Reino da Itália, em conseqüência da 1a Guerra Mundial, surgiu um novo grupo de judeus oriundos dos países dos quais faziam parte as comunidades das cidades citadas: Áustria e Alemanha. Chegaram ainda judeus da Polônia, Hungria e também da ilha de Corfu.

O historiador Amós Luzzatti afirma que o judaísmo italiano não é asquenazita nem sefardita; tampouco é italiano. É, de certa forma, um Kibutz Galuiot, ou seja, uma reunião de muitas diásporas. E, por esta característica, desenvolveu-se de maneira diferente das demais comunidades judaicas do mundo.

Em 1938, quando da realização do Censo da Raça, pelo regime fascista, viviam na Itália 45.270 judeus. No fim da 2ª. Guerra Mundial, em 1945, depois das perseguições nazi-fascistas e a deportação, os judeus italianos eram 21.000, aos quais se juntaram de 20 a 30.000 refugiados em trânsito, sobreviventes dos Lager, que foram reunidos em campos de refugiados antes de sua transferência para Israel ou as Américas. Parte destes, porém, ficaram na Itália, acabando por se assimilar à população local.

Devido ao nascimento do Estado de Israel, em 1948, e às sucessivas guerras árabe-israelenses (em particular a Campanha do Sinai, em 1956), os judeus que viviam nos países árabes há vários séculos tiveram que fugir, sendo considerados "inimigos sionistas". Muitos foram para a Itália, em particular Roma e Milão. Em Roma, estabeleceram-se especialmente os judeus de Trípoli, enquanto a Milão aportaram egípcios, sírios, libaneses, iraquianos, persas e outros. Todos eles transformaram profundamente a própria estrutura comunitária. Os novos grupos, que, nos países de origem, eram obrigados a viver segregados, tiveram dificuldades para se inserir seja nas comunidades locais seja na cidade. Seguiam os próprios costumes e rituais em sinagogas separadas, falando francês e árabe.

Com a segunda geração, nascida na Itália, muitas coisas mudaram: seus filhos estudam na escola judaica, falam italiano e são bem inseridos na cidade e na sociedade.

O judaísmo italiano, o dos "remanescentes", caracteriza-se sob vários aspectos, dos quais o mais evidente é a auto-definição de Ebrei - não judeus - diversificação que, além da Itália, somente é vista na antiga União Soviética. Segue-se a variação dos sobrenomes, utilizando topônimos, isto é, nomes próprios designativos de cidades ou acidentes geográficos (no caso, as cidades italianas de Milão, Perúgia, Campagnano e outras); ou da geografia espanhola (Franco, Navarro, etc.) ou mesmo da alta nobreza (Fernandez, Diaz etc.). Estes nomes, apesar de não serem judeus, foram emprestados para disfarçar a origem judaica, fato que geralmente acontecia com os cristãos novos. Alguns dos sobrenomes remontam às antigas famílias nobres israelitas da Judéia, como os min-ha-Anawim (Anaw, Anav, Anau), os min-ha-Ne'arim (de' Fanciulli), os min-ha-Tapuchim (De' Pomis), os min-ha-Zequenim (dei Vecchi, Del Vecchio), os min-ha-Adumim (De Rossi) e outros. Alguns dos sobrenomes alemães foram italianizados, ao longo dos séculos, ou seja, foram adequados à pronúncia italiana; outros tiveram que ser italianizados compulsoriamente, por força da lei fascista. Outros sobrenomes derivam de livros sagrados (Mossé), das profissões (Orefici); de verbos (Benvenisti) etc. Muitos sobrenomes têm brasões de família usados nas Ketubot (contratos de casamento), capas de livros, túmulos, não como símbolo de nobreza, mas como referência às atividades mercantis ou profissionais de cada família.

Os "remanescentes italianos" observam um ritual particular de oração, chamado "dos filhos de Roma" (benei Romi), e nas sinagogas de rito italiano podemos constatar uma disposição bilateral do Aron Hacodesh (onde são recolhidos os rolos da Torá) e da Tebá (púlpito de onde se conduzem as preces). Os cânticos nas sinagogas têm especial musicalidade.

A pronúncia do hebraico pelos italianos tem aspectos peculiares e não era muito comum o uso da língua iídiche. Os judeus falavam o dialeto local, no qual intercalavam palavras hebraicas, ladinas, espanholas, portuguesas e dos outros portos por onde a sorte os levara. Formaram-se, assim, grupos de linguagens diferentes, sendo que os diversos dialetos não permitiam que se entendessem entre eles. Entre os mais importantes podemos citar os falados em Roma (romanesco), Livorno (bagito), Ferrara (guetaiolo), o de Veneza e outros. Existiram, também, obras literárias, poesias e peças de teatros escritas nesses dialetos, com tamanho nível de detalhamento lingüístico que podem ser considerados verdadeiros idiomas.

O processo de italianização não impediu aos judeus italianos conservarem, ainda que não homogeneamente, suas próprias peculiaridades étnicas e religiosas.

Acho importante falar um pouco mais da história, pouco conhecida, da presença na Itália dos judeus asquenazitas.

Como já dito, entre 1348 e 1349, todas as comunidades da Alemanha, exceção feita talvez a Ratisbona (Regensburg) e Viena, foram submetidas a massacres sistemáticos. Poucos conseguiram fugir e uma parte destes procurou asilo na Itália, onde a peste também fizera muitas vítimas. Mas o equilíbrio da população e a intervenção da Igreja haviam poupado aos judeus a desonra e os castigos por serem considerados os "propagadores" da doença.

Os asquenazitas procuraram asilo na Itália por vários motivos: enquanto trampolim para Eretz Israel; porque a Itália era considerada - entre 1200 e 1300 - o berço dos estudos hebraicos na Europa; pela existência de famosos rabinos no Sul da Itália, discípulos estes, em parte, das academias talmúdicas da Mesopotâmia. Ainda estava viva em sua memória a família dos Calonimidi de Lucca, que, no século 8, introduziram na Alemanha o estudo do Talmud e a corrente do misticismo.

O próprio ritual alemão foi influenciado pelo romano. Ademais, os judeus alemães já mantinham relações comerciais regulares com a Itália e freqüentemente visitavam a península para tratar de negócios. Os judeus de Graz, por exemplo, detinham em suas mãos o comércio de Veneza.

A imigração alemã progredia à medida que progrediam as perseguições nos países alemães. Os imigrantes fixaram-se primeiro na Itália Setentrional, cuja população judaica era muito escassa, enquanto os judeus que provinham da Terra de Israel estabeleceram-se no Sul. Estes, aos poucos, espalharam-se por todo o Vêneto, a Lombardia e o Piemonte, chegando até o Estado do Mar da República de Veneza e das Marcas. Ao redor de 1490, numerosos judeus alemães teriam chegado às cidades do Reino de Nápoles, devido à excepcional concessão, em 1498, do direito de cidadania plena para qualquer pessoa que escolhesse como residência uma de suas cidades.

A população judaica local, bem como as autoridades, acolheram os imigrantes com cordialidade e as relações entre os dois grupos foram geralmente muito boas. Logicamente essa massa imigratória transformou a fisionomia do judaísmo italiano, especialmente na Itália do Norte, onde, no início de 1500, as comunidades alemãs se tornaram predominantes. Depois das expulsões da Itália do Sul, em 1492, governada pelos espanhóis, e a chegada dos judeus espanhóis, nas primeiras décadas de 1500, a relação entre judeus italianos e alemães ficou mais estreita. A razão para tal aproximação foi o fato de os dois grupos se sentirem rejeitados pelo novo elemento, rico ou mesmo abastado, com seus rituais diferentes e uma atitude arrogante frente aos correligionários locais.

De qualquer forma, nas comunidades e dentro das famílias, os três principais ritos - italiano, alemão e espanhol - conservaram-se aos mínimos detalhes, através dos séculos, até tempos recentes. Este fenômeno, totalmente especial ao judaísmo italiano, nunca mais se repetiu nos países da Diáspora. Com o passar o tempo, porém, devido às influências recíprocas, os contrastes foram mutuamente atenuados.

Os rabinos alemães possuíam profunda cultura talmúdica, eram grandes peritos nos diferentes períodos talmúdicos (posequim) e era total a observância às leis da Torá. Mas possuíam escasso conhecimento da cultura geral, do método científico, do estudo da medicina, do latim e do grego. Estes judeus aprenderam, na escola de Gutenberg (que imprimiu a estampa da sua Bíblia em 1456), a arte da tipografia e a introduziram na Itália. Os tipógrafos da família Soncino contaram-se entre os mais famosos do período e eram bem conhecidos também no mundo cristão. O fundador da família Soncino foi o Rabino Moshé de Spira (Speyer), cujas tipografias se espalharam pela Itália do Centro e do Sul, representando, seus livros, verdadeiras jóias da arte tipográfica.

Como dito acima, os judeus alemães emigrados para a Itália, de 1300 até 1500, falavam o iídiche! Este dialeto judeu-alemão possuía características diferentes conforme a proveniência das várias regiões da Alemanha e da Áustria. Ao lado do dialeto falado pelas massas, foi-se desenvolvendo na Itália uma verdadeira literatura própria judeu-alemã e seus cultores valeram-se das tipografias italianas para a publicação e propagação de suas obras. Foi assim que as primeiras publicações da literatura iídiche da Europa Oriental e da América foram estampadas na Itália.

Sejam os judeus asquenazitas sejam os sefarditas, ambos os grupos deixaram na Itália importantes marcas de sua presença e em diferentes campos: literário, estudos hebraicos, medicina e outros. Os vestígios mais evidentes são as lápides funerárias que se encontram nos cemitérios de Livorno, Pisa e Veneza.

Bibliografia:

Campagnano, Anna Rosa; Petragnani, Sema, A milenária presença de judeus na Itália. Resgatando a memória da imigração de judeus italianos no Brasil (1938- 1941), São Paulo, Ed. Atheneu, 2007.

Jomtov, Ludovico Bato, L'immigazione degli ebrei tedeschi in Itália dal Trecento al Cinquecento. In Scritti in memória di Sally Mayer (1875-1953), Saggi sull'ebraismo italiano. Ed. Fondazione Sally Mayer, Jerusalem , 1956.

Sacerdoti, Annie. Gli ebrei in Itália. Ed Marsílio, Veneza, 1997
Segre, Bruno. Gli ebrei in Itália, Ed Giuntina, Florença , 2001.

Fonte: http://www.morasha.com.br/comunidades-da-diaspora-1/os-judeus-da-italia.html

Estudiosos revelam outra faceta da Itália com judeus na Primeira Guerra


Atuação do país com judeus antes e durante conflito é foco de pesquisa.
Estudo mina imagem de 'abdutores benignos' e reacende memória de heróis.



Paul VitelloDo NYT










Os italianos tomaram tudo da família de Ursula Korn Selig durante a Primeira Guerra Mundial, incluindo um hotel que a família possuía na Riviera e o dinheiro que traziam depois de terem fugido da perseguição dos judeus na Alemanha, em 1938.


Os italianos também salvaram sua família da morte quase certa em campos de concentração nazistas, disse Selig, escondendo-os numa sucessão de abrigos secretos na Itália entre 1938 e 1944, muitas vezes sob o risco de morte.
O Museu da Herança Judaica, memorial sobre o Holocausto em Nova York (Foto: ancy Siesel / The New York Times)



As duas faces da Itália diante dos cidadãos e refugiados judeus pouco antes e durante a Segunda Guerra se tornaram o foco de uma pesquisa histórica recente, que mina a imagem do país como um lugar de abdutores benignos e ao mesmo tempo reacende memórias de italianos heróicos.

Selig, de 85 anos, que vive em Manhattan desde 1950, ofereceu seu testemunho duplo após a discussão recente de um painel sobre os novos conhecimentos no Museum of Jewish Heritage, em Battery Park City – dias antes de os judeus comemorarem a Kristallnacht, a noite dos ataques mortais pelos alemães nazistas em novembro de 1938.

As novas descobertas contradizem a crença tradicional de que os italianos só começaram a fazer cumprir leis anti-semitas depois que as tropas alemãs ocuparam o país em 1943, e mesmo assim o fizeram com relutância. Em vários estudos, muitos deles com base num relatório pouco divulgado encomendado pelo governo italiano em 1999, os pesquisadores revelaram vários registros dos tempos de guerra, detalhando uma sistemática negação dos direitos dos judeus italianos, começando no verão de 1938, logo depois dos ataques da Kristallnacht em novembro.

Naquele ano, o governo fascista de Benito Mussolini proibiu crianças judias de freqüentar escolas públicas ou particulares, ordenou a demissão de judeus do corpo docente de todas as universidades e proibiu os judeus de realizar serviço militar e ocupar cargos em repartições públicas, além da indústria dos bancos e seguros.

Ilaria Pavan, professor da Scuola Normale Superiore de Pisa, afirmou que uma séria de leis muito mais onerosas em 1939 e 1940 revogou as permissões dos vendedores ambulantes e das licenças de funcionamento dos donos de lojas, exigindo que empresários judeus - assim como os que possuíam ações ou títulos – vendessem todos esses ativos aos "arianos". Contas de banco tiveram que ser entregues a autoridades do governo, aparentemente para evitar a transferência de dinheiro para o exterior.
Pôsteres judeus da Primeira Guerra Mundial em exposição no Museu Nacional de História da Arte Judaica, na Filadélfia (Foto: Ryan Collerd / The New York Time)



Há poucos registros em relação à quantidade de dinheiro envolvida nos confiscos e nas vendas forçadas de propriedades que pertenciam a judeus entre 1938 e 1943, disse Pavan, que foi membro da comissão oficial do governo responsável por investigar essa pilhagem anti-semita.

No entanto, entre 1943 e 1945, quando o governo italiano estava sob supervisão direta da Alemanha, o roubo de propriedades de cidadãos italianos judeus e refugiados que tinham chegado à Itália na esperança de obter proteção, ela disse, totalizou quase US$ 1 bilhão de dólares, em valores atuais.

Depois da guerra, encorajados em parte pela ocupação americana na Itália, os italianos abraçaram um espírito de reconciliação nacional que "permitiu a construção de uma memória coletiva mais aceitável", disse Alessandro Cassin, diretor de publicação para o Centro Primo Levi, instituto de pesquisa em Manhattan que promove o estudo da história italiana judaica, e que organizou o painel de discussão.

Essa ocultação foi possível, em parte, porque em comparação com os horrores causados pela Alemanha nazista o governo italiano não foi "tão letal", disse Guri Schwarz, professor adjunto da Universidade de Pisa. O governo não permitiu o abuso físico de cidadãos judeus, não executou ninguém nos campos de concentração estabelecidos para judeus no sul da Itália, nem começou a enviar judeus para campos de concentração nazistas até a ocupação alemã em 1943, ele disse.

Dos 45 mil judeus contabilizados no censo de Mussolini em 1938, cerca de 8 mil morreram em campos nazistas. Cerca de 7 mil conseguiram fugir. Aproximadamente 30 mil viveram escondidos antes de serem liberados pelas tropas aliadas, contou Schwarz.
Selig foi uma das pessoas a se esconder.

"É uma situação muito complexa", ela disse, quando questionada sobre seus sentimentos em relação à Itália em tempos de guerra e aos italianos. Ela tinha 13 anos quando sua família fugiu de Berlim e se estabeleceu no norte da Itália, em 1938. Selig disse que sua experiência na Itália nos oito anos seguintes incluiu desespero pela privação e êxtase pela liberdade.

"Eles tomaram tudo de nós", ela disse. "Meu pai e minha mãe eram ricos quando chegaram à Itália. Mas, quando vieram para os Estados Unidos depois da guerra, ele teve de trabalhar como vigia noturno, e ela trabalhou numa confecção de roupas".

Por outro lado, como Selig contou durante um período de perguntas e respostas depois de sua apresentação, "eu não estaria aqui se não fosse pelos italianos. Uma mulher italiana me escondeu, um padre italiano me colocou num convento, onde usei hábito de freira, e um garoto italiano arriscava sua vida para nos trazer comida", ela disse.

Harry Arlin, 83 anos, que estava na plateia, disse que sua família esteve internada num campo italiano por vários anos. Ele também se levantou para contar suas experiências: "Se os italianos não tivessem nos levado para seus campos, teríamos sido enviados aos campos dos alemães e mortos".

Michele Sarfatti, autora de vários livros sobre o anti-semitismo fascista italiano, afirmou que uma grande proporção de judeus italianos sobreviveu à guerra em comparação aos judeus da maioria dos outros países europeus.

No entanto, a culpabilidade italiana pela perseguição dos judeus permanece relativamente desconhecida e amplamente inadmitida pelos italianos, disse Pavan. "As pessoas ficaram sem posses, foram transformadas em fantasmas em seu próprio país", disse. "Isso também faz parte da verdade".

Tradução: Gabriela d'Ávila
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/estudiosos-revelam-outra-faceta-da-italia-com-judeus-na-primeira-guerra.html

Prados com ovelhas a pastar em Lisboa. Objetivo é melhorar os pulmões da cidade e enfrentar ondas de calor

29.05.2019 às 13h43
Jardim da Cerca da Graça foi um dos espaços verdes recuperado em 2015 numa das zonas históricas de Lisboa

É o primeiro projeto Life ganho pela Câmara de Lisboa e vai permitir criar prados biodiversos na cidade com ovelhas a pastar. Esta quarta-feira, a capital portuguesa acolhe um encontro do Grupo da Liderança Climática das Grandes Cidades, num evento paralelo à Conferência Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas - ECCA2019 sobre ondas de calor e como tornar as cidades “mais cool”



Carla Tomás


Com os termómetros a subir e ondas de calor mais frequentes e prolongadas no futuro próximo, torna-se premente adaptar as cidades às alterações climáticas. A Câmara Municipal de Lisboa tem vindo a redesenhar a cidade com esse objetivo e acaba de receber mais um incentivo ao ganhar um financiamento de 2,7 milhões de euros (com 55% de financiamento comunitário) para o projeto Life “Lungs” (Pulmões), que arranca em setembro e se prolonga até 2024.

O objetivo é dar continuidade à manutenção e crescimento das estruturas verdes da cidade (parques, jardins, hortas e prados) como formas de atenuar as ondas de calor e a escassez hídrica que se projetam para um futuro próximo, tornando a cidade mais resiliente ao aumento das temperaturas. Entre estes espaços verdes, a autarquia vai criar “prados biodiversos onde colocará ovelhas a pastar, ajudar as pessoas que têm hortas urbanas a regar de forma eficiente, assim como demonstrar como os serviços dos ecossistemas permitem diminuir as temperaturas ou melhorar a qualidade do solo, por exemplo”, explica Duarte Mata, arquiteto paisagista e adjunto do vereador da Estrutura Verde e Energia, José Sá Fernandes.

Com recursos a fundos do POSEUR, financiamento privado (Casino de Lisboa) ou empréstimos do BEI, a autarquia tem investido nos últimos cinco anos uma média de 10 milhões de euros anualmente na construção e manutenção da estrutura verde da cidade, criação de ciclovias, pontes cicláveis e pedonáveis, etc.
Ganhar a batalha nas cidades

“A batalha [contra as alterações climáticas] será ganha ou perdida nas cidades”, sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, esta terça-feira, na abertura da Conferência Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas — ECCA 2019 — que decorre até quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Fernando Medina elencou cinco ações que a autarquia está a desenvolver para adaptar a cidade, entre as quais: a aposta no recurso a sistemas de água de esgoto reciclada para lavagem de ruas e rega de jardins; o novo sistema de drenagem para enfrentar inundações, o aumento da mancha verde da cidade para enfrentar as ondas de calor ou a colocação de plataformas solares nos autocarros para produção de energia, tendo em conta que Lisboa é a capital europeia com mais horas de sol disponível diariamente. Medina aproveitou também para lembrar que Lisboa é a primeira capital do sul da Europa a conquistar a distinção de Capital Verde Europeia, galardão que vai erguer em 2020.

Esta quarta-feira, num evento paralelo à ECCA, o município acolhe sete das cidades representadas no Grupo da Liderança Climática das Grandes Cidades — “C40 Cities”, para falar sobre o mapeamento das ilhas de calor e como refrescá-las. Esta rede conta com 96 grandes cidades de todo o mundo e representa mais de 700 milhões de habitantes e um quarto da economia mundial. Neste encontro em Lisboa estão representadas Madrid, Atenas, Roma, Barcelona, Berlim e Telavive, que integram a rede “Cool Cities” do “C40”.

A coordenadora desta rede, Regina Vetter, lembra em declarações ao Expresso que “o primeiro passo é desenvolver mapas de ilhas de calor com dados de satélite ou medições em terra para identificar e localizar onde se encontram os locais e as pessoas mais vulneráveis”, de forma a planear as estruturas verdes nas cidades, zonas de sombra ou pavimentos que refletem o calor. Lisboa, que aderiu ao C40 no início deste ano, está a começar a desenhar esse mapa e continua a desenvolver as estruturas verdes que permitem atenuar as ilhas de calor.

Como lembra Daniela Jacob, investigadora do Climate Service Center da Alemanha: “Todas as projeções indicam que os próximos cinco anos vão ser tão ou mais quentes que os últimos cinco”, e que já em meados deste século os termómetros vão subir em média globalmente mais 1,5º C do que o que registavam na era pré-industrial. Por isso, defende: “Temos de criar zonas de sombra nas cidades e mais espaços verdes”. Só assim se conseguirá atenuar o calor que aí vem.
 
Fonte: https://expresso.pt/sociedade/2019-05-29-Prados-com-ovelhas-a-pastar-em-Lisboa.-Objetivo-e-melhorar-os-pulmoes-da-cidade-e-enfrentar-ondas-de-calor#gs.f2gxva

Ministra admite classificar como tortura crimes de violência doméstica

29.05.2019 às 15h54
Ministra da Justiça Francisca Van Dunem
TIAGO MIRANDA

Ministra da Justiça diz que irá avaliar a questão para ver a “sequência que é possível dar” em termos da transposição para o direito nacional



Lusa


A ministra da Justiça admitiu esta quarta-feira analisar o alargamento do conceito jurídico de tortura aos crimes relacionados com violência doméstica.

Francisca Van Dunem disse, na inauguração de um novo espaço de apoio às vítimas de violência na comarca de Lisboa Oeste, em Sintra, que o alargamento do conceito da tortura a situações relacionadas com a violência doméstica "é uma questão a ser analisada", no âmbito de um conjunto de obrigações que resultam "de convenções e tratados internacionais de que Portugal faz parte".

"Há sempre questões que eventualmente ficam ao lado ou são questões que ficam marginalizadas", reconheceu a governante, acrescentando que irá analisar a questão e se verá a "sequência é que é possível dar" em termos da transposição para o direito nacional.

A ministra, que falava na inauguração do Espaço de Intervenção e de Assessoria no Combate à Violência da Comarca de Lisboa Oeste - "Espaço IACV"-, no Tribunal Judicial de Sintra, respondeu desta forma ao desafio deixado por Margarida Medina Martins, da Associação de Mulheres contra a Violência (AMCV).

A responsável da AMCV desafiou o Governo a adotar, à semelhança de outros países, "o alargamento do conceito da tortura", enquanto "tratamento desumano com caráter continuado", nas "questões da violação, da violência doméstica e da mutilação genital feminina".

"Muitas das situações com que nós nos confrontamos na área da violência doméstica e de género perfazem precisamente esta situação" de violência com caráter continuado, "perfazendo precisamente o quadro da Convenção da Tortura", frisou Margarida Medina Martins.

No seu entendimento, o "desafio político" que deixou "vai permitir um maior reconhecimento e valorização dos testemunhos que as vítimas sobreviventes vão dar", pois "não se trata na maior parte das vezes de casos pontuais, mas de situações de terror induzido, praticado ao longo dos anos".

A inauguração do Espaço IACV na comarca de Lisboa Oeste contou também com a presença da Procuradora-geral da República, Lucília Gago, da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, e da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro.

O novo espaço surge na sequência de vários protocolos com o Governo para a criação de gabinetes de atendimento a vítimas de violência doméstica nas instalações de seis dos Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) do país.

Além da Procuradoria-geral da República, os protocolos envolvem a parceria da AMCV, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
 
Fonte: https://expresso.pt/sociedade/2019-05-29-Ministra-admite-classificar-como-tortura-crimes-de-violencia-domestica#gs.f2gebu

PIB NEGATIVO CONFIRMADO

No primeiro trimestre deste ano, o Brasil, sob o governo ultradireitista do Coiso, amargou PIB NEGATIVO. 
Estamos no mesmo caminho desastroso da Argentina, cujo governo se autoproclama "neoliberal".
É isto que os economistas dos países dominantes (G-7) e seus asseclas que se dizem brasileiros - cujo maior orgulho é ter nos seus currículos cursos em Harvard -, queriam: a derrocada da economia brasileira, que sob governos anteriores ameaçava a hegemonia europeia e estadunidense, dentre outras.
Bolsonaro foi apoiado por Trump com o propósito de "enterrar" o Brasil, em benefício do Sistema Financeiro Internacional (os bancos continuam ganhando muito) e dos EUA.  
Ou reagimos ao governo entreguista e traidor de Bolsonaro, ou iremos de mal a pior. 

"Neonazista é candidato à presidência da Argentina nas eleições de outubro"

Uma característica dele é inegável: o homem é corajoso, a ponto de confrontar a maior comunidade judaica da América Latina.

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Proprietário de livraria é preso por sonegação fiscal em Criciúma

Pergunta inevitável: por que os evangélicos mostram-se crescentemente ligados ao judaísmo, Israel e temas afins? 
Sabe-se que derivaram do judaísmo o cristianismo e o islamismo. Mas esta característica nunca foi tão salientada quanto nos tempos recentes. Está ocorrendo um deslumbramento evangélico com Israel.
O que está motivando tal movimento?  

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Empresário foi condenado a quatro anos e dois meses em regime semiaberto
Redação ND, Florianópolis 29/05/2019 às 12h11


Um empresário foi detido, nessa terça-feira (29), pelos crimes de sonegação e fraude fiscal. O homem de 50 anos deixou de recolher o ICMS em vendas realizadas com cartão de crédito e débito durante todo o ano de 2012.

Segundo a Polícia Civil, o acusado também omitiu informações fiscais à Receita Estadual.


Empresário detido por sonegação e fraude fiscal divulgava itens vendidos em sua livraria nas redes sociais – Facebook/Reprodução/ND

O empresário é proprietário de uma livraria evangélica localizada no Centro de Criciúma. Conforme divulgado em perfil de rede social, o acusado estudou administração e também é responsável por uma agência de publicidade.


Policiais civis da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Criciúma abordaram o empresário em sua livraria, de onde foi encaminhado para o Presídio Regional de Criciúma. Ele foi condenado a quatro anos e dois meses em regime semiaberto.
Fonte: https://ndmais.com.br/noticias/proprietario-de-livraria-e-preso-por-sonegacao-fiscal-em-criciuma/

A incrível foto de águia que viralizou e surpreendeu fotógrafo amador: 'Senti a brisa das asas'







Um fotógrafo amador canadense diz estar "maravilhado" pela repercussão mundial da imagem que registrou de uma águia-de-cabeça-branca (também conhecida como águia-americana ou águia-careca) em pleno voo.


Steve Biro tirou a foto de Bruce, a águia, na Canadian Raptor Conservancy, um santuário de aves de rapina em Ontário, no Canadá.


Em seguida, publicou a imagem em grupos de fotógrafos no Facebook. O registro rapidamente viralizou.


Na foto, a águia aparece em pleno voo sobre o rio e "olhando" para a câmera. Suas asas abertas tocam levemente a água, numa simetria perfeita.


A imagem é uma das centenas que Biro tirou de Bruce naquele dia.


"Ele está perfeitamente dentro do quadro; as duas asas estão tocando a água", diz ele à BBC. "Aquela [fotografia] foi a que me pareceu mais especial. Mas não sabia qual seria a reação das pessoas", acrescenta.

A foto chegou à primeira página da rede social Reddit e virou notícia em todo o mundo.


As aves normalmente não se sentem perturbadas por fotógrafos que visitam o santuário. Mas Biro diz a águia parecia irritada com o posicionamento de sua câmera.


"Ele estava realmente tentando me afastar de onde eu estava", diz.


"Senti a brisa das asas quando ele voou sobre mim. As outras pessoas que estavam lá ficaram assustadas quando ele veio na minha direção. Foi realmente muito emocionante".

Biro conta que, assim que se levantou da pedra onde estava sentado, Bruce voou e reivindicou o local para si.

Ele vem tirando fotos há 10 anos como hobby - "de natureza, paisagens, cidades... gosto de tudo".

Mas Biro confessa ter uma "queda" por imagens de pássaros.

"Há algo neles que para mim é cativante", diz Biro.

"A maneira como caçam, a maneira como interagem. Às vezes, você os observa fazendo coisas. Eles são brincalhões, assim como as crianças. É incrível como podemos ver características humanas nos pássaros - e nos animais em geral".

Segundo ele, a fotografia o desafia a ver o mundo "como se fosse criança de novo".

As águias-de-cabeça branca são nativas da América do Norte.

Nos Estados Unidos, onde é o símbolo nacional, a ave faz ninhos em mais da metade do país. No Canadá, é mais comumente encontrada na Colúmbia Britânica, nas pradarias e em partes de Ontário.
Fonte:  https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48426013

Comunidade rural chilena se volta contra Bayer-Monsanto


Chile é maior exportador de sementes do Hemisfério Sul. Ali, a empresa alemã amplia fábricas para produção de sementes transgênicas da subsidiária Monsanto. Ambientalistas temem que plantas nativas sejam afetadas.



Bayer leva à frente planos de ampliação de fábrica de processamento de sementes da Monsanto no Chile


"Fora do Chile Bayer-Monsanto", lia-se nos cartazes levados por manifestantes às ruas da capital chilena. Santiago foi uma das 30 cidades do mundo onde milhares de pessoas se juntaram à Marcha contra Monsanto internacional, em 19 de maio último, para exigir cultivos livres de agrotóxicos e de sementes geneticamente modificadas.

Poucos dias antes, a gigante químico-farmacêutica Bayer havia sido condenada a pagar uma indenização de mais de 2 bilhões de dólares a um casal nos Estados Unidos, que responsabilizou o herbicida Roundup, fabricado pela subsidiária Monsanto, pelo desenvolvimento de seu câncer. O Chile é um importante polo para a Bayer, mas ali também há vozes cada vez mais críticas.

Cerca de 50 quilômetros ao sul de Santiago se encontram as duas maiores fábricas para a produção de sementes no Chile. Em setembro de 2018, logo após a aquisição da Monsanto, a divisão de cultivo da Bayer (Bayer Crop Science) anunciou a modernização da fábrica de Viluco, a única a produzir sementes de hortaliças na América do Sul e uma das três maiores unidades de produção da empresa no mundo.

"Queremos modernizar a tecnologia e os processos para que a fábrica atinja o padrão das unidades na Holanda e nos Estados Unidos", disse Yuri Charme, da Bayer Crop Science, ao apresentar os planos à imprensa chilena.

O projeto chamado Demand Fulfillment (Cumprimento de Demanda) visa aumentar a produção de sementes em 20%, para que o Chile possa, num futuro próximo, atender a 70% da demanda na região. "Esse projeto é importante para a empresa e para o país, pois assim o Chile se posiciona na vanguarda da inovação na agroindústria", acrescentou Charme.

O Chile já é o país que mais exporta sementes no Hemisfério Sul. Segundo dados da associação sindical de produtores ChileBio, em 2016/2017, o país exportou 338,5 milhões dólares em sementes, um quinto das quais eram transgênicas. Uma vantagem para o negócio no país sul-americano são as estações do ano invertidas em relação à Europa.

As sementes de hortaliças processadas na fábrica de Viluco respondem atualmente por apenas uma pequena porcentagem das exportações do produto. Muito mais importante, no entanto, é o milho, a soja e a canola, que são processados em outra fábrica a poucos quilômetros ao sul de Viluco, na comunidade rural de Paine.

Ali, a maior parte da população vive da agricultura. Em 2016, a Monsanto anunciou – antes da fusão com a Bayer – a ampliação da fábrica. Como forma de resistência, um grupo de moradores fundou o Comitê para a Defesa de Paine.

Camila Olavarría, porta-voz do comitê, criticou: "Aqui está sendo construída a maior fábrica de processamento de sementes da América Latina. Não há estudos sobre seu impacto no meio ambiente. Os políticos aprovaram o projeto sem ouvir a opinião da população".

Os membros do Comitê temem a contaminação de sementes nativas através da polinização cruzada, ou seja, quando o vento leva o pólen de plantas geneticamente modificadas para cultivos vizinhos. Isso acontece de forma particularmente fácil com a canola, já que seu pólen consegue voar até três quilômetros.

Fábrica da Monsanto em Paine, no Chile

Sementes geneticamente modificadas

Por esse motivo, nos países da UE, o cultivo da canola transgênica é proibido. No Chile, ele é permitido para fins de pesquisa e exportação. De acordo com a associação ChileBio, cerca de 13.900 hectares foram plantados com sementes geneticamente modificadas em 2017/2018, dos quais 56% eram de milho, 27% de canola e 17% de soja.

A única forma de impedir a polinização cruzada seria um afastamento suficiente entre os campos de cultivo. No Chile, no entanto, nenhum distanciamento é necessário.

Olavarría disse acreditar que as sementes em Paine já estão contaminadas: "A maioria dos canteiros aqui está geneticamente modificado. A Bayer-Monsanto dá aos agricultores locais as sementes que plantam em suas terras, para que eles devolvam algumas delas, que são então processadas para exportação nas fábricas em Paine e Viluco", explicou. "Os agricultores recebem a semente junto a um pacote de pesticidas tóxicos como o Roundup."

Roundup é nome comercial do herbicida glifosato – o agrotóxico mais vendido no Chile. Em março de 2015, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) classificou o glifosato como "provavelmente cancerígeno".

Camila Navarro, outro membro do Comitê para a Defesa de Paine, afirmou ter observado mudanças na comunidade: "Há um número crescente de casos de câncer, não apenas entre os agricultores, mas também entre trabalhadores sazonais e pessoas que vivem perto das plantações."

Segundo Navarro, filhos de trabalhadores sazonais apresentam frequentemente distúrbios de fala e deficiências cognitivas. Ela também relatou sobre gestantes, que trabalham nas plantações, com frequentes abortos ou malformações fatais em recém-nascidos. Não existem estudos oficiais sobre a relação entre pesticidas e as doenças.

Rede de ação contra pesticidas

O câncer é a segunda causa de morte mais comum no Chile. Todos os anos, registram-se 45 mil novos casos da doença, informou o Ministério da Saúde do Chile no início do ano.

Uma rede de ação contra pesticidas chilena exige agora a proibição do glifosato no país. "A Bayer e a Monsanto não são bem-vindas no Chile, e o cultivo envolvendo plantas geneticamente modificadas e pesticidas tóxicos prejudica o meio ambiente e a saúde da população", reclamou Lucía Sepúlveda, membro da rede. Ela também é porta-voz de um movimento da sociedade civil contra acordos de livre-comércio.

O acordo de livre-comércio que o Chile está negociando com a União Europeia e a Parceria Transpacífica (TPP), que está sendo discutida atualmente no Senado chileno, exigiriam que o país assinasse o chamado Acordo UPOV-91, cujo objetivo é privatizar mais sementes, entre outros, por meio de patentes.

"Tentamos conscientizar as pessoas sobre essas questões para que possamos banir empresas como a Bayer e a Monsanto de nosso país", afirmou Sepúlveda.

Essa não é uma tarefa fácil, pois muitos residentes nos arredores das fábricas de sementes da Bayer-Monsanto sentem medo ao falar de forma crítica sobre a empresa. O mesmo acontece com Margarita Celis. Ela pratica a agricultura orgânica e comercializa seus produtos no mercado local.

Celis não pode pagar o selo de certificação biológica do governo. Embora não use pesticidas e plante com sementes nativas, é possível que seus produtos já estejam geneticamente contaminados porque crescem a poucos quilômetros dos cultivos com plantas geneticamente modificadas.

"Aqui se trata de dinheiro", disse ela indignada. "A maioria dos agricultores se encontra em situação de dependência. A empresa lhes vende o pacote todo, sementes e pesticidas. Eles foram atraídos com a promessa de mais lucro, mas só agora percebem os estragos que causaram."

Indagada pela DW, a Bayer do Chile não quis comentar as alegações feitas pelos moradores de Paine. A empresa enviou somente uma declaração por meio de uma agência externa, indicando que o uso do glifosato não tem nenhum impacto na saúde.
 
Fonte: https://www.dw.com/pt-br/comunidade-rural-chilena-se-volta-contra-bayer-monsanto/a-48971424

quarta-feira, 29 de maio de 2019

STF derruba trecho da reforma trabalhista e proíbe grávida em local insalubre



Por 10 votos a 1, o plenário do Supremo Tribunal Federal derrubou nesta quarta-feira (29) trecho da reforma trabalhista de 2017 que permite que mulheres grávidas e lactantes trabalhem em atividades insalubres em algumas situações; "Na prática, o STF proibiu que essas mulheres trabalhem em locais insalubres em qualquer circunstância", informa a Folha de S. Paulo

29 de Maio de 2019 às 17:13


247 - Por 10 votos a 1, o plenário do Supremo Tribunal Federal derrubou nesta quarta-feira (29) trecho da reforma trabalhista de 2017 que permite que mulheres grávidas e lactantes trabalhem em atividades insalubres em algumas situações. "Na prática, o STF proibiu que essas mulheres trabalhem em locais insalubres em qualquer circunstância", informa a Folha de S. Paulo.

"A corte julgou nesta quarta (29) uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade) ajuizada pela CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) contra trecho da reforma trabalhista que diz que, para a gestante ser afastada de atividades de insalubridade média ou mínima, é preciso "apresentar atestado de saúde emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento".

Para a CNTM, a exigência de apresentar atestado médico violou dispositivos constitucionais sobre a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e a proteção à maternidade, à gestante e ao recém-nascido", conta a reportagem.

Importante vitória! O STF acaba de declarar inconstitucional o trecho da Reforma Trabalhista aprovada por Temer que permitia que gestantes e lactantes exercessem atividades em ambientes insalubres.
 
Fonte: CONJUR

EE.UU. pierde el liderazgo de los países más competitivos del mundo


El ranking IMD constata las consecuencias de las políticas comerciales de Trump


EE.UU. pierde el liderazgo de los países más competitivos del mundo
El Parlamento de Singapur, el Estado más competitivo del mundo según el IMD (Wallace Woon / EFE)
¿Ya se puede hablar de efecto Trump? Estados Unidos han dejado de ser el país más competitivo del mundo, según el ranking de referencia que elabora cada año desde hace tres décadas la escuela de negocios suiza IMD tras examinar hasta 235 indicadores. La economía norteamericana ha caído este año a la tercera posición.
Bien es cierto que estas listas hay que tomárselas como un ejercicio académico, no obstante el dato no deja de ser significativo. “Para un país como EE.UU., que lo tiene absolutamente todo: mercado interior, tecnología, infraestructuras, universidades... es muy difícil no ser el primero”, comenta el profesor Arturo Bris, uno de los autores del informe.

Competitividad

Estados Unidos nota el impacto de la guerra comercial

Y, sin embargo, la guerra comercial está ahí. De acuerdo con un estudio de la OCDE difun­dido ayer, el conflicto internacional empieza a dejar el rastro de las políticas proteccionistas. En efecto, las importaciones estadounidenses de productos chinos, a raíz de la ba­talla comercial entre las dos po­tencias, cayeron en valor un 12 % en el primer trimestre, el mayor descenso desde que existen registros. Los aranceles empiezan a notarse y no sólo es China: globalmente las importaciones estadounidenses bajaron un 1,9% entre enero y marzo respecto al trimestre anterior, cuando ya habían permanecido estancadas entre los meses de octubre y diciembre.
“EE.UU. se está disparando en el pie con esta rabieta comercial. Las políticas de Donald Trump, como las rebajas fiscales, producen buenos resultados a corto plazo, pero una vez que se acaba el efecto, a largo plazo son insostenibles”, comenta Arturo Bris.
Así, al primer lugar del ranking de IMD este año sube Singapur (por primera vez desde el 2010), mientras que Hong Kong se queda en el segundo. La ciudad-Estado y la región especial china son muy eficientes. “Es fácil ser competitivo cuando vives en situaciones próximas a dictaduras”, subraya el autor.
En términos generales, la novedad de este año es la reducción de la brecha entre Asia y el resto de economías occidentales. El continente asiático sigue escalando posiciones. No sólo suben las grandes economías de la región, sino también las de la periferia, como Tailandia o Indonesia, por mencionar algunas.
En ese contexto, Europa está en claro declive, también debido a la debilidad de las economías escandinavas, que hasta ahora eran las locomotoras de las economías del Viejo Continente, el descenso del Reino Unido (el Brexit) y, con cierta sorpresa, Portugal.

Ranking

España se mantiene en el lugar 36, pero advierten sobre “la sostenibilidad de las políticas fiscales”

¿Y España? No cambia su po­sición y se queda en el lugar 36. Los problemas siguen siendo los mismos desde hace años, con lo que se están convirtiendo en estructu­rales. El mercado del trabajo, la baja productividad, el sistema educativo, el escaso manejo de los idiomas. Además, “es necesario impulsar más acuerdos entre el sector privado y el público”, señala Bris. “También se necesita atraer más talento internacional. Es una anomalía que sólo haya un consejero delegado extranjero en las empresas del ­Ibex. Si se captara más talento, también habría la posibilidad de pagar salarios más elevados”, añade.
Una de las novedades de este año en lo que se refiere a España es que el IMD alerta de la “sostenibilidad de las políticas fiscales a medio y a largo plazo”. Un mensaje dirigido a los planes expansivos puestos en marcha por el actual Gobierno y que deberían completarse a lo largo de esta legislatura.
Vistas de la zona Cuatro Torres Business Area, en Madrid
Vistas de la zona Cuatro Torres Business Area, en Madrid (Dani Duch)
El ranking de IMD considera una amplia gama de estadísticas como el desempleo, el PIB y el gasto gubernamental en salud y educación, así como datos de una encuesta de opinión que cubre temas como la cohesión social, la globalización y la corrupción. Esta información se divide en cuatro categorías: rendimiento económico, infraestructura, eficiencia gubernamental y eficiencia comercial, hasta dar una puntuación final.
Eso sí: el Foro Económico de Davos también elabora su propia lista de competitividad y Estados Unidos todavía estaba en lo más alto en el 2018. ¿Mantendrá el liderazgo en la próxima edición ?

Mueren dos personas en Francia por comer queso contaminado con listeria


Otras cuatro personas han tenido que ser hospitalizadas


Mueren dos personas en Francia por comer queso contaminado con listeria
Brie (bhofack2 / Getty)
El consumo de queso contaminado con listeria y fabricado por la compañía Fromagère de la Brie ha causado en Francia dos muertes, mientras que otras cuatro personas tuvieron que ser hospitalizadas, informó este miércoles el diario Le Parisien.
El primer fallecimiento por listeriosis se produjo el 3 de mayo y la víctima fue una mujer de 64 años residente en Yonne, en el centroeste de Francia.
En el registro efectuado en su domicilio se encontró en la nevera un queso de leche cruda contaminado con listeria y producido por esa empresa.

En el domicilio de uno de los fallecidos se encontró en la nevera un queso de leche cruda contaminado con listeria

En el segundo caso, según anunció este lunes la agencia sanitaria de la región de Alta Francia, la infección, que se transmite principalmente por la ingestión de alimentos contaminados, provocó que una mujer embarazada perdiera al bebé.
Los ministerios de Sanidad y Agricultura de Francia anunciaron el pasado 10 de abril la retirada de quesos de Fromagère de la Brie tras hallar restos de la bacteria en esos productos.
El director de la empresa, Philippe Bobin, anunció en Le Parisien un día después su intención de dimitir “en quince días” y de encontrar un comprador para ayudar a salvaguardar los 65 puestos de trabajo.

Fonte: https://www.lavanguardia.com/sucesos/20190529/462561992682/mueren-dos-personas-francia-queso-listeria.html

Aspargo branco: o rei da primavera na Europa

 Os alemães são campeões europeus no quesito produção e consumo de aspargos. Cada alemão come em média 1,5 quilo de aspargos por temporada.

Rico em vitaminas, baixo teor calórico e com um sabor bem próprio, o aspargo branco é a pedida número 1 da primavera na Europa Central, principalmente na Alemanha. No país, 10% do cultivo é de aspargos verdes - que crescem acima do solo -, e 90% de brancos. Os aspargos brancos são cultivados dentro da terra para evitar a exposição ao sol e o processo de fotossíntese. E como a colheita fica mais fácil quando a ponta do aspargo está começando a aparecer, as plantações são cobertas com lonas especiais para proteger o vegetal da luz.

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/aspargo-branco-o-rei-da-primavera-na-europa/av-48832747

Chef de cozinha “bruxo” coloca serragem e farinha de pedra nas refeições


 Há 25 anos, Stefan Wiesner leva a natureza dos Alpes suíços para o cardápio - que já recebeu uma estrela Michelin.


O chef de cozinha Stefan Wiesner aposta em uma gastronomia inspirada na natureza, mas de um jeito bem diferente. Com a madeira do pinheiro suíço, por exemplo, ele prepara um vinagre de sabor levemente amadeirado para temperar a carne de cervo. Na 'despensa' do chef tem prego enferrujado, pedaços de chifre, ferraduras e até pedras – um dos ingredientes preferidos dele. Stefan Wiesner usa ardósia, minério de ferro e granito da região para fazer farinha. "Comer farinha de pedra ou minerais é muito saudável se você não ingerir muito. Eu como granito todos os dias, e me faz muito bem", afirma o chef que tem uma série de apelidos por conta de suas criações, entre eles 'Paracelso da cozinha' e 'Bruxo'. 

Fonte:  https://www.dw.com/pt-br/chef-de-cozinha-bruxo-coloca-serragem-e-farinha-de-pedra-nas-refei%C3%A7%C3%B5es/av-48832875

A guerra das culturas


Atos pró-Bolsonaro mostraram que o Brasil vive uma guerra de culturas: a do obscurantismo contra a do esclarecimento. Conquistas seculares de ciência, direitos humanos e democracia estão em disputa.



Apoiadores de Bolsonaro em manifestação na Avenida Paulista, em 26 de maio

Não existe mais muita coisa capaz de me chocar no Brasil – mas uma cena acabou conseguindo. Em Curitiba, apoiadores de Jair Bolsonaro arrancaram uma faixa com os dizeres Em Defesa da Educação da fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Centenas de pessoas aplaudiram.

Ficou evidente que o Brasil vive uma guerra de culturas. As forças do obscurantismo estão atacando o iluminismo. Este mês, duas grandes manifestações levaram milhões de brasileiros às ruas. Elas não poderiam ter sido mais distintas.

Da primeira, participaram sobretudo pessoas jovens, que protestaram pela educação, há duas semanas. Eram negras e brancas e tudo o que há no meio. São o Brasil do futuro. E é por esse futuro que lutam. Porque, se há algo com que se pode solucionar quase todos os outros problemas do Brasil, é a educação.

Através dela, é possível conter as pragas da violência, da desigualdade, da destruição ambiental e da corrupção. Para fazer mudanças no Brasil, seria preciso começar por aí. Os verdadeiros patriotas, portanto, são os estudantes do ensino médio e universitários que vão às ruas contra os cortes do governo.

Também está claro o motivo pelo qual muitos brasileiros são contra a educação para todos. Esses participaram da outra manifestação, que aconteceu no último domingo (26/05), com o intento de apoiar o presidente Bolsonaro, cujo governo está ameaçado de acabar em fiasco. Mas os fãs dele só veem o que querem ver. Em vez de um homem medíocre, misantropo, intelectualmente e moralmente fraco, eles reconhecem um "mito". Nos atos, houve até quem dissesse que Bolsonaro foi enviado por Deus. Que Deus cruel.

O ideal do movimento bolsonarista é um país no qual os papéis sociais (e sexuais) são claramente distribuídos. É um país onde há uma nítida definição de quem fica em cima e de quem fica embaixo. São os próprios apoiadores brancos de Bolsonaro que tiram proveito dessa desigualdade. Primeiro, por meio da legião de trabalhadores baratos e sem formação. E segunda, porque a existência dos pobres faz eles se sentirem superiores.

É assim que devem ser interpretadas as fotos sarcásticas tiradas com sem-teto pelos manifestantes. Eles lucram com as estruturas antigas do feudalismo, que ainda existem no Brasil e que só podem ser rompidas com a educação. Por isso, qualquer esforço de criar igualdade de oportunidades é chamado por eles de "socialismo".


O colunista Philipp Lichterbeck vive no Rio desde 2012


O conflito entre o pensamento esclarecido e o antiesclarecimento fica mais evidente quando se trata de religião e racionalidade. A questão fundamental se debruça sobre o que deve ter mais influência nas decisões políticas. Nas sociedades modernas, a resposta costuma ser: a razão. Os novos direitistas brasileiros acham que isso está errado – desde Olavo de Carvalho, o ideólogo do antiesclarecimento, passando pelos ministros Damares Alves e Ernesto Araújo, até o próprio presidente ("Deus acima de todos").

Eles confundem sua fé com conhecimento. Por isso, desprezam o conhecimento dos outros e a ciência, que é complexa e cheia de nuances. Assim, pode-se explicar o fato de Bolsonaro acusar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de disseminar "fake news" – apesar de ele não ser um especialista em estatística. A ministra da Família, Damares Alves, afirma que a Teoria da Evolução é errada – mas não tem noção de biologia. E o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, acha que as mudanças climáticas não estão acontecendo – contra o consenso de pesquisadores no mundo todo.

Enquanto isso, nas ruas, os direitistas pedem "o fim de Paulo Freire", que nunca leram. Esse desprezo por intelectuais e cientistas é uma característica fundamental de regimes autoritários. É ela, na verdade, que está por trás dos contingenciamentos financeiros na área da educação.

O cenário combina com a notícia de que o Brasil entrou para o grupo de 24 países no mundo que vivem uma "erosão" em suas democracias. A avaliação é do Instituto V-Dem (Varieties of Democracy, ou Variedades da Democracia), da Universidade de Gotemburgo, que tem o maior banco de dados sobre democracias no mundo. O Brasil, segundo os especialistas, está sendo afetado severamente por uma onda de autocratização.

Será que as pessoas que aplaudiram quando a faixa a favor da educação foi arrancada em Curitiba aplaudiriam amanhã, se os livros de Paulo Freire, Jorge Amado e Chico Buarque fossem queimados? Temo que a resposta seja "sim". Essas pessoas acreditam que sua ignorância vale mais do que o conhecimento dos outros. O Brasil está num caminho escuro e perigoso.
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Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, ele colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para os jornais Tagesspiegel (Berlim), Wochenzeitung (Zurique) e Wiener Zeitung. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/a-guerra-das-culturas/a-48931926


O que teme? - Flávio Bolsonaro tenta interromper investigação na Justiça pela terceira vez

Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado
Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) (Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) solicitou a terceira medida judicial contra a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre supostas práticas irregulares em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. A defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresentou outro pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Rio contra o juiz que determinou as quebras de seus sigilos bancário e fiscal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A apresentação da defesa do senador, segundo o jornal, tem argumentos parecidos aos feitos pela defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj e ponto central da investigação. O documento, no entanto, é mantido sob sigilo. O MP-RJ afirma que há indícios de crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio entre 2007 e 2018, e solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas.
Os pedidos de habeas corpus de Flávio e Queiroz serão analisados pelo desembargador Antônio Amado. No mês passado, ele foi o responsável por negar o pedido de liminar solicitado pelo senador para interromper a investigação do Ministério Público. Flávio já tinha tentado bloquear a apuração no Supremo Tribunal Federal (STF), apontando quebra de sigilo ilegal, mas o caso foi arquivado pelo ministro Marco Aurélio Mello.

Fonte: https://istoe.com.br/flavio-bolsonaro-tenta-interromper-investigacao-na-justica-pela-terceira-vez/