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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 28 de junho de 2019

CANALHA, CONSERVADOR, CONDENADO - MOACIR PEREIRA condenado a pagar R$ 50 mil por ofender comunidade indígena em SC


Conduta discriminatória
Jornalista condenado a pagar R$ 50 mil por ofender comunidade indígena em SC

28 de junho de 2019, 7h37


A juíza Marjôrie Cristina Freiberger, da 6ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis (Ambiental), condenou o jornalista Moacir Pereira a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais à Comunidade Indígena Morro dos Cavalos, de Palhoça (SC). A sentença atendeu pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que representou a cacique Eunice Antunes na ação indenizatória movida contra o jornalista.

A autora afirmou que o jornalista se valeu de sua posição para, por meio de seu blog e de sua coluna em jornal de grande circulação, fazer publicações preconceituosas e discriminatórias, incitando os leitores contra os índios da localidade. Os fatos se deram entre 2012 e 2014, tendo como motivação as controvérsias envolvendo as obras de duplicação da BR-101 e a demarcação de terras indígenas.
A cacique mencionou a publicação datada de 2 de abril de 2013, titulada como ‘‘S.O.S. dos pescadores do Morro dos Cavalos’’, na qual induz o leitor a crer que os índios têm nacionalidade paraguaia, não brasileira. No dia seguinte, narrou a petição, Pereira publicou outra matéria, intitulada ‘‘Lauro Dutra: a fraude da reserva indígena’’, sugerindo que a criação da reserva seria fraudulenta e insistindo na tese de que os índios seriam paraguaios. Em matéria publicada em 4 de agosto de 2013, imputou aos indígenas a responsabilidade pela morte de "brancos", decorrente de acidentes automobilísticos na BR-101, nas proximidades da Reserva Indígenas Morro dos Cavalos.

O jornalista, em sua defesa, alegou exercer o "papel de informar, comentar e abordar assuntos de interesse da população". Argumentou que, em seu blog, além de veicular informações de relevante interesse político, cultural, comunitário, social e econômico, também abre espaço para terceiros, recepcionando as mais diversas opiniões, inclusive contrárias ao próprio pensamento.

Reações preconceituosas
 
A juíza explicou que o réu deu início às publicações por causa da polêmica construção de um túnel naquele local, como forma de solucionar o problema do intenso tráfego na BR-101. ‘‘Não foram poucas as referências a esse tema ao longo dos aproximados três anos que antecederam à propositura desta demanda. E as reações dos leitores, como regra, foram as mais preconceituosas e discriminatórias possíveis’’, constatou a julgadora.

Para Marjôrie "também não se observou, no momento da publicação, ou em outro posterior, tentativa de o réu trazer qualquer versão contrária à ostensivamente defendida (de que os indígenas seriam invasores), e que foi o principal fundamento para as dezenas de ofensas destiladas por terceiros no blog de responsabilidade do réu".

Marjôrie considerou, entretanto, que diferentes são as notas e comentários feitos diretamente pelo réu ou aquelas publicações que, embora de autoria de terceiros, foram por ele reproduzidas. "Com efeito, quanto a essas últimas, o fato de não ser de sua autoria não afasta sua responsabilidade pelo conteúdo, pois tinha o dever de analisar as informações e, ao menos, buscar um contraponto àquelas expressadas por terceiros, descritas como verdades incontestáveis de que os índios do Morro dos Cavalos eram, na verdade, paraguaios". Com informações da Assessoria de Imprensa da Justiça Federal de Santa Catarina.

Procedimento Comum 5022304-62.2015.4.04.7200

Revista Consultor Jurídico, 28 de junho de 2019, 7h37

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Santos Cruz revela: foi demitido por atuação de 'gangue'


Duas semanas após ser demitido poir Jair Bolsonaro da Secretaria de Governo, o general Santos Cruz disse nesta quinta-feira que a divulgação de uma suposta conversa em que criticava Bolsonaro foi uma ação "medíocre" e decorrente de um "comportamento de gangue" 
 
27 de junho de 2019, 14:45 h Atualizado em 27 de junho de 2019, 15:30
 


247 - Duas semanas após ser demitido por Jair Bolsonaro da Secretaria de Governo, o general Santos Cruz disse nesta quinta-feira (27) que a divulgação de uma suposta conversa em que criticava Bolsonaro foi uma ação "medíocre" e decorrente de um "comportamento de gangue".

O general, afirmou no 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo, o fato foi criado para pressionar o presidente a demiti-lo. Foi em entrevista aos jornalistas Julia Duailibi e Daniel Bramatti.


Leia a declaração integral de Cruz: "(Foi) um print de uma tela falsa, como se eu tivesse falado com alguém criticando o presidente, os filhos, como se o (vice-presidente Hamilton) Mourão tivesse que assumir. Isso é crime. É medíocre, um comportamento de gangue. É uma coisa montada, mal feita, para criar um fato para pressionar o presidente a demitir".

Ele não indicou a quem se referia ao mencionar o "comportamento de gangue", mas sabe-se quem um dos principais vetores de sua queda foram os atritos com Carlos Bolsonaro, filho do presidente responsável pela indústria de fake news do bolsonarismo.
 
Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/santos-cruz-revela-foi-demitido-por-atuacao-de-gangue

Militar preso com cocaína na Espanha é bolsonarista



O militar Manoel Silva Rodrigues, que foi preso em Sevilha, na Espanha, com 39 quilos de cocaína em avião da FAB integrante da comitiva presidencial, é bolsonarista; nas redes sociais posava com fotos fazendo "arminha" e era presença constantes nas comitivas de Bolsonaro
27 de junho de 2019, 08:28 h Atualizado em 27 de junho de 2019, 08:58
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247 - O militar Manoel Silva Rodrigues, que foi preso em Sevilha, na Espanha, com 39 quilos de cocaína em avião da FAB integrante da comitiva presidencial, foi um apoiador de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral do ano passado e era uma presença constantes nas comitivas de Bolsonaro.

O segundo-sargento da Aeronáutica tem 38 anos e ganha salário bruto de R$ 7.298. "No Facebook, mostrou de quem era eleitor, fazendo arminha com as mãos com camiseta amarela. Cidadão de bem das Forças Armadas do Brasil, com muito orgulho, com muito amor", diz o jornalista Kiko Nogueira, editor do DCM.

Rodrigues era presença constantes nas comitivas de Bolsonaro.

Em fevereiro, ele estava entre os militares que o seguiram em viagem de Brasília a São Paulo para a realização de exames médicos.

Entre 18 e 20 de março, houve mais uma missão de transporte do “escalão avançado” da Presidência. Em 24 de maio, fez bate-volta de Brasília a Recife, acompanhando o presidente, que passou todo o dia em Pernambuco, relata a Folha de S.Paulo.


https://www.brasil247.com/brasil/militar-preso-com-cocaina-na-espanha-e-bolsonarista

Em meio ao vexame da cocaína da comitiva presidencial, mais um factóide criado pelo Judiciário


Outra agressão a Lula: Lava Jato encena um 'bloqueio' a dinheiro que ele não tem e nunca teve


Nota da assessoria de Lula denuncia mais uma manobra da Lava Jato contra o ex-presidente: inventam um 'bloqueio' de R$ 78 milhões, dinheiro que ele não tem nem nunca teve, para manobrar a opinião pública
27 de junho de 2019, 13:55 h
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247 - Leia a nota da assessoria de Lula sobre o "bloqueio" inventado:

O ex-presidente Lula não tem e nunca teve patrimônio sequer aproximado da quantia de R$ 78 milhões que o juiz da 13a. Vara Federal de Curitiba determinou bloquear.

A Lava Jato sabe muito bem que se trata de grosseira falsidade, pois seus procuradores e a Receita Federal fizeram uma devassa arbitrária e ilegal nas contas de Lula, de sua família, da empresa LILS Palestras e até do Instituto Lula, sem encontrar 1 centavo obtido ilicitamente. Lula sequer foi acusado de receber tais valores.

A decisão do juiz é ilegal e abusiva. Seu único resultado é produzir manchetes enganosas, associando o nome de Lula a uma quantia astronômica, como fez a Lava Jato em outros episódios. O ex-presidente já teve seus bens bloqueados em valores muito acima do definidos pelo STJ.

O bloqueio sem fundamentação jurídica é mais uma medida de perseguição política para inviabilizar o sustento de Lula, sua família e sua defesa. A defesa irá recorrer de mais essa violência.

Assessoria do ex-presidente Lula
 
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/outra-agressao-a-lula-lava-jato-encena-um-bloqueio-a-dinheiro-que-ele-nao-tem-e-nunca-teve 

O que vi de dinheiro desperdiçado no governo é impressionante, diz Santos Cruz


Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, criticou nesta quinta-feira, 27, durante evento em São Paulo o desperdício de recursos públicos no Executivo Federal.

“Nestes meus seis meses de governo, o que vi de dinheiro desperdiçado e dinheiro jogado no ralo é impressionante”, afirmou Santos Cruz durante o 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), sem entrar em detalhes sobre quais setores do governo fazem este desperdício.

Santos Cruz foi demitido em 13 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele disse não saber os motivos que levaram ele a sair do governo, mas afirmou ver como normal trocas em ministérios e empresas estatais.

“Como diz o Reginaldo (Rossi), meu caso é mais um que é banal”, disse, arrancando risos da plateia de jornalistas. “Eu não vou criticar a forma para não ser antiético. Eu acho absolutamente normal, eu não sei os motivos, eu não perguntei.”
 
Fonte: https://istoe.com.br/o-que-vi-de-dinheiro-desperdicado-no-governo-e-impressionante-diz-santos-cruz/
 

PF prende assessor e ex-coordenador de campanha do ministro do Turismo


Estadão Conteúdo 27/06/19 - 09h34 - Atualizado em 27/06/19 - 09h47



A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, 27, Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio (PSL), em operação que investiga um suposto esquema de candidaturas laranja pelo partido nas eleições do ano passado em Minas Gerais. Marcelo Álvaro Antonio era presidente da legenda no estado à época. A prisão ocorreu em Brasília.

Em Minas, a Polícia Federal também prendeu Roberto Silva Soares. Robertinho, como é conhecido, foi preso em Ipatinga, Região Leste de Minas Gerais. De acordo com as investigações, ele atuava como coordenador da campanha de Marcelo Álvaro a deputado federal.

A operação foi batizada de Sufrágio Ostentação. As candidaturas laranja teriam sido de mulheres. O objetivo, ainda segundo as investigações, seria o de acessar fundos eleitorais e utilizar os recursos para pagamento de despesas de outras candidaturas.
 
Fonte: https://istoe.com.br/pf-prende-assessor-e-ex-coordenador-de-campanha-do-ministro-do-turismo/

terça-feira, 25 de junho de 2019

‘Fake news’ mancham a campanha no Uruguai, com um protagonista milionário


Partidos tradicionais acusam o milionário Juan Sartori, um recém-chegado à política que cresce nas pesquisas como pré-candidato da direita


Magdalena Martínez
Montevidéu 23 JUN 2019 - 21:00 BRT O pré-candidato a presidente do Uruguai, Juan Sartori, cumprimenta durante ato de campanha em março. AFP



Todas as modalidades possíveis da utilização de notícias falsas e outros métodos de campanha suja confluem de maneira inesperada nas eleições primárias dos partidos do Uruguai, previstas para o final de junho e prévias às presidenciais de outubro. Assim, a “interna” de um dos países mais estáveis e tranquilos da América Latina está se transformando em um lodaçal, especialmente dentro do tradicionalíssimo Partido Nacional (PN), partido de direita que viu a irrupção do candidato surpresa Juan Sartori, genro do bilionário russo Dimitri Rybolovlev.

Os dirigentes do Partido Nacional foram à Justiça na quinta-feira para denunciar a utilização de notícias falsas em várias redes sociais contra vários pré-candidatos presidenciais. É provavelmente um gesto puramente formal. Em casos semelhantes denunciados anteriormente, juízes e promotores reconheceram a impotência de suas jurisdições. O Google, Facebook e Twitter não respondem aos seus pedidos de informação e demoram meses em enviar algum dado. O Uruguai, de 3,4 milhões de habitantes, experimenta um vazio legal: as grandes empresas que controlam as redes sociais reagem quando se trata de casos relacionados ao terrorismo e a criminalidade, mas não nesse tipo de ameaças à democracia.
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Oficialmente, os dirigentes do PN não acusam o empresário Juan Sartori na Justiça, mas na última semana o apontaram como o autor de dezenas de mensagens, ligações e notícias falsas que acusam seus dois competidores: Luis Lacalle Pou (favorito da disputa) e Jorge Larrañaga. Sartori reconheceu que o venezuelano Juan José Rendón, especialista em “propaganda falsa”, faz parte de sua ampla equipe de assessores, mas afirma que o utiliza para se defender desse tipo de campanha.

Enquanto isso a imagem juvenil e o sorriso de Sartori, que não mora no Uruguai desde os 12 anos, mas fez importantes investimentos no setor agrícola, é onipresente com ligações telefônicas robóticas, entregas de panfletos e anúncios nos sites e veículos de comunicação. As pesquisas mostram seu fulgurante crescimento eleitoral, já superando Larrañaga (um dos políticos mais conhecidos do país) com somente poucos meses de campanha e sem ter ligação com a política e o Partido Nacional.

O analista político Daniel Chasquetti, professor da Universidade da República, afirma que o Uruguai nunca viveu uma pré-campanha como essa e dá como certo que as notícias falsas que estão sendo produzidas vêm de Sartori já que “todos os outros candidatos são muito conhecidos e nunca agiram assim”.

Por todo o país circulam ligações telefônicas com pesquisas falsas que colocam perguntas em formato de acusação contra alguns dos candidatos, aparecem sites com informações explosivas que têm seguidores falsos, surgem contas de supostas redes sociais de algum partido que imitam a voz de um candidato. Também há mensagens de WhatsApp maliciosas, contas de Twitter e de Facebook suspeitas e, evidentemente, notícias fabricadas.

Os uruguaios assistem assombrados a semelhante mobilização de recursos, algo que Chasquetti contextualiza com números: “A lei eleitoral prevê doações privadas (que muitas vezes não são conhecidas) e um financiamento público que, para todos os partidos, em quatro eleições (internas, dois turnos presidenciais e municipais) chega aos 38 milhões de dólares (145 milhões de reais). Há pouca informação sobre os gastos de Sartori, mas sabemos que somente em março, quando ainda não havia começado oficialmente a campanha, investiu 10 milhões de dólares (38 milhões de reais) em anúncios de televisão”.
Financiamento sem limites

Sartori não parece ter limites na hora de gastar em sua campanha, enquanto se apresenta como um empresário de sucesso capaz de mudar o país. Sua principal promessa é a de mais trabalho e suas propostas concretas são vagas ou muito concretas, como a entrega de cartões a aposentados com os quais, no caso de se tornar presidente, poderão obter remédios gratuitos.

Efetivamente, o pré-candidato é um investidor relativamente conhecido, mas seu sucesso é cada vez mais questionado. O consórcio que ele montou e do qual foi expulso está cheio de dívidas e uma investigação da revista Búsqueda revelou acusações de fraude de alguns de seus sócios. Sartori, entretanto, nunca foi acusado judicialmente.

Formado na Suíça, Juan Sartori se ajusta mais ao perfil do financista que ao de empresário. De fato, é analista financeiro da renomada CFA Society, organização norte-americana que dá certificação profissional através de um difícil processo de exames. A elite mundial das finanças faz parte da CFA Society, considerada o standard dourado da indústria. Ninguém sabe com clareza qual o tamanho da fortuna do candidato, mas se sabe que em 2015 se casou com Ekaterina, filha do magnata russo Dimitri Rybolovlev, cuja riqueza chega a 10 bilhões de dólares (38 bilhões de reais), 20% do PIB do Uruguai.
Um complô da esquerda, ingerência russa, uma experiência...

O professor de Ciência Política Daniel Chasquetti está tão surpreso como o restante dos uruguaios e não consegue formular uma teoria clara que explique a súbita vontade presidencial de Sartori. O que se sabe é que pessoas ligadas ao candidato o inscreveram diretamente no Partido Nacional e que, de acordo com os estatutos, não foi possível negar sua participação nas primárias.

“Essa é uma gigantesca experiência”, diz Chasquetti, mais alarmado do que fascinado. “A verdade é que antes da chegada de Sartori o conjunto do bloco conservador parecia em condições de tomar o poder da Frente Ampla (coalizão de esquerda que governa o país) e que agora a situação é muito mais incerta”, diz o especialista.

Muitos militantes e alguns dirigentes do Partido Nacional afirmam que o candidato é um cavalo de Troia da esquerda e até acusam o ex-presidente José Pepe Mujica de ter preparado sua entrada no palco. O rumor é tão insistente que o próprio Mujica precisou desmenti-lo.

Por sua vez, Dimitri Rybolovlev afirma que não está financiando a campanha de seu genro, algo difícil de verificar. O oligarca russo é um personagem misterioso, protagonista de um rumoroso escândalo em Mônaco ligado ao tráfico de obras de arte, com interesses no principado, Chipre e Suíça. Ficou rico com uma empresa de fertilizantes, mas precisou vender a maior parte após, durante sua gestão, ocorrer uma catástrofe ecológica na região onde estavam as minas da companhia. Rybolovlev também foi ligado à campanha de Donald Trump e, de acordo com o jornalista francês Renaud Revel, autor de um livro sobre ele, “é um dos personagens mais poderosos do planeta”, capaz até mesmo de estremecer as relações internacionais e das finanças mundiais.
 
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/21/internacional/1561136386_900824.html

Justiça aumenta pena de ex-deputado Alberto Fraga para 5 anos de prisão em regime semiaberto

Fraga
Credito: Barbara Cabral/Esp.CB/DA.Press
Publicado em CB. Poder
Enquanto aguarda um convite do presidente Jair Bolsonaro para ocupar cargo no governo, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM/DF) sofreu um revés na semana passada. O juiz Fábio Esteves, da Vara Criminal do Núcleo Bandeirante, acatou recurso do Ministério Público do DF e aumentou a pena de Fraga na denúncia por concussão ao exigir vantagens de cooperativa de transporte. Com isso, a pena do ex-secretário de Transportes passou de 4 anos e 2 meses de reclusão e 20 dias-multa para 5 anos de reclusão, em regime semiaberto, e 25 dias-multa. Assim fica difícil…

O interesse nos Correios

O nome do partido do Coiso deveria ser PETN: Partido Entreguista e Traidor da Nação

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25.06.19 12:32



Apesar de o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, ter dito que a possível privatização da estatal é uma ideia a ser analisada mais à frente, há rumores de que pelo menos duas empresas estariam interessadas em comprar a estatal: Amazon e Alibaba.

A informação é da coluna Esplanada, do jornal O Dia, que cita fontes próximas aos Correios.


Segundo a publicação, haveria duas possibilidades: as duas empresas entrarem em uma disputa pela compra dos Correios — o que poderia aumentar o preço da venda — ou um acordo para um investimento conjunto.
 
Fonte: https://www.oantagonista.com/brasil/o-interesse-nos-correios/

STF pode julgar tranquilo: Exército não vai intervir

"Não há risco de o Supremo ser fechado por 'um soldado e um cabo' se votar pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e anulação do julgamento do ex-presidente Lula", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia



A rejeição do Alto Comando do Exército ao pleito do general Otavio Rego Barros que tencionava receber a quarta estrela é um claro revés não só de Rego Barros, mas do governo Bolsonaro.

Se ele alimentava alguma esperança de contar com o apoio do Exército para alguma aventura do tipo autogolpe, pode tirar seu cavalinho da chuva.
O Exército sinaliza que não engoliu a demissão truculenta e imotivada do general Santos Cruz, nem está disposto a seguir a cartilha bolsonarista, ao nomear um general que serviu ao governo Dilma para chefiar o Comando Militar da Região Sudeste em lugar do ex-comandante que foi para o governo.

A decisão também dá a entender que as pressões dos generais Eduardo Villas Boas e Augusto Heleno sobre o STF são de suas responsabilidades, não representando alinhamento automático do Alto Comando às suas teses.

Não há risco de o Supremo ser fechado por “um soldado e um cabo” se votar pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e anulação do julgamento do ex-presidente Lula. 


Fonte: https://www.brasil247.com/blog/stf-pode-julgar-tranquilo-exercito-nao-vai-intervir








Família Bolsonaro prospera, de forma atípica, em região pobre de SP






Thais Reis Oliveira
24 de junho de 2019


Mãe, irmãos, sobrinhos e cunhados do presidente são donos de 19 empresas na região, 14 delas abertas nos últimos oito anos



Em uma rua pacata no caminho da zona rural de Eldorado Paulista, um canteiro de obras desperta a atenção de quem passa. No topo da estrutura alta e imponente, debaixo de uma bandeira nacional e sobre oito janelas, lê-se um nome: “Igreja O Brasil Para Cristo”. Naquela região pobre do Vale do Ribeira, onde quatro em cada dez cidadãos vivem com meio salário mínimo por mês, tudo o que reluz remete ao mais ilustre cidadão: Jair Bolsonaro, o ex-militar-deputado convertido em presidente da República.

A cidade de 16 mil habitantes começou a ser povoada em meados de 1630 por portugueses cobiçosos do ouro que enchia as margens do Rio Ribeira. Foi primeiro batizada de Xiririca, referência guarani ao som da água corrente, e só virou Eldorado em 1948. Os Bolsonaro chegaram à cidade três séculos mais tarde, em 1966, depois de circular por várias cidadezinhas do sertão paulista. Eram liderados pelo patriarca Percy. O dentista prático e a mulher, dona Olinda, tiveram seis filhos: Angelo, Jair, Maria Denise, Solange, Renato e Vânia. “Foi ele que colocou o meu dente, era conhecido na cidade”, recorda um morador, antes de apontar para um dente de ouro, entre os poucos que lhe restam na boca.

O presidente fez a vida em Brasília, mas a família continuou por ali: a mãe e quatro irmãos ainda moram em Eldorado e outras cidades do entorno. São eles, além da matriarca dona Olinda, Renato, Angelo, Vânia, Denise e os sobrinhos Vitória Leite, Angelo Guido, Orestes e Osvaldo Campos. Somam-se ainda os cunhados José Orestes Fonseca Campos e Theodoro Konesuk, apontados como os mentores financeiros do clã. O sobrenome Campos batiza a maioria dos empreendimentos.
 
Festa na praça central

No dia em que as urnas comprovaram a vitória de Bolsonaro, a praça central da cidade foi tomada por uma festa regada a caixas e mais caixas de cerveja. Desde então, os parentes mantêm certa discrição. Pouco falam sobre o presidente e evitam qualquer contato com a mídia. Exuberante tem sido, no entanto, a prosperidade financeira da família.

Mãe, irmãos, sobrinhos e cunhados do presidente são donos de 19 empresas na região, 14 delas abertas nos últimos oito anos. O levantamento foi feito por CartaCapital a partir de dados da Junta Comercial de São Paulo. A carteira de negócios vai de sapatos e vestuário a material de construção, passando por conserto de eletrônicos. Há empreendimentos registrados em sete cidades.

O irmão Angelo, vive em Eldorado e é dono, ao menos no papel, de uma loja de móveis e outras duas de assistência técnica. Angelo Guido, seu filho, toca a casa lotérica e uma loja de consertos de eletrônicos. É considerado antipático pelos moradores de Eldorado. O caçula Renato mora na cidade de Miracatu, a cem quilômetros de Eldorado, onde tem uma loja de móveis com filiais em outros dois municípios vizinhos.

Em nome de sua filha Vitória está registrada uma loja de materiais de construção também em Miracatu, com filiais em Juquiá, Iguape e Apiaí. Renato é considerado simpático e gregário. É o único, além de Jair, que demonstra algum pendor para a política. Tentou ser prefeito da cidade, sem sucesso. Em 2016, uma reportagem do SBT descobriu que, durante três anos, ele recebia 17 mil reais mensais como assessor de um deputado, mas não aparecia para cumprir o seu dever. Em vez de bater ponto na função legislativa, preferia cuidar de suas lojas de móveis.

Naquela mesma praça central que abrigou o rega-bofe da vitória, os Bolsonaro dominam o comércio. Há uma casa lotérica, administrada pelo sobrinho do ex-capitão, Angelo, de 37 anos. Logo ao lado, segue a construção de um pequeno shopping que, segundo moradores, também pertence aos Bolsonaro. A família possui ainda uma loja de calçados e outras duas de móveis. O total de imóveis registrados em nome do clã passa de 70. Uma das aquisições mais recentes, segundo moradores, é um terreno próximo à sede de uma empresa de fertilizantes americana, a Mosaic, que explora fosfato de cálcio em uma área próxima à cidade de Cajati. 
 
Contrastes

O contraste chama atenção. Nos fundos da praça, uma população majoritariamente negra avoluma-se entre os ônibus que fazem o transporte intermunicipal entre as cidades vizinhas e as comunidades rurais e quilombos. Esses últimos, aliás, têm um motivo especial para temer os novos donos do poder. O racismo forjou a identidade eldoradense. Na década de 1960, a sede do Clube Caraitá, onde militares que permaneceram no município costumavam organizar bailes para arrecadar fundos para um time de futebol, só aceitava brancos.

Não muito longe do centro da cidade, a vitória eleitoral do ex-capitão coloca em risco os grupos quilombolas da região. O presidente referiu-se a eles nominalmente em um dos mais escabrosos episódios de preconceito que estrelou antes de ser eleito. Durante uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril de 2017, o então deputado federal disse que quilombolas não faziam nada e que o mais leve pesava sete arrobas. Denunciado pelo Ministério Público por racismo, Bolsonaro chegou a ser condenado a pagar uma indenização de 50 mil reais. Acabaria inocentado em junho deste ano.

Outra história ainda pulsa nas entranhas de Eldorado. Theodoro Konesuk, o cunhado apresentado como um dos mentores da família parágrafos atrás, está no centro de um imbróglio fundiário com uma das mais tradicionais comunidades descendentes de escravos na região, o quilombo do Bairro Galvão, em Iporanga, cidade vizinha a Eldorado.

Konesuk é casado com Vânia, irmã de Bolsonaro. No fim do ano passado, foi condenado a devolver à comunidade uma área invadida, terra devoluta anexada ilegalmente à sua fazenda. No papel, a reintegração de posse é considerada cumprida. “Entre o pago e o roubado, tem cerca de 150 alqueires”, calcula a líder Jovita Furquim de França, uma das fundadoras do Quilombo do Galvão. A extensão equivale a 1,5 quilômetro quadrado.

A terra, conta Jovita, passou por muitas mãos até chegar a Konesuk. O processo começou, na verdade, com o pai dele, Theodoro Júnior, ex-prefeito de Iporanga pela Arena. Segundo os quilombolas, o político passou a criar gado nas proximidades e ocupou um espaço que não lhe pertencia. Sem uma estrutura organizada, a comunidade não pôde fazer nada. “Os Konesuk beneficiaram a terra e nos deram emprego”, lembra Jovita. A situação começou a mudar a partir de 2003, quando uma lei promulgada pelo governo Lula reconheceu, demarcou e titulou as terras ocupadas por descendentes de escravos.

Com base na nova legislação, o governo paulista e a Fundação do Instituto de Terras do Estado de São Paulo exigiram, em 2013, que o cunhado de Bolsonaro devolvesse as terras aos legítimos proprietários. No papel, a reintegração de posse foi considerada cumprida – após uma negativa inicial, Konesuk foi notificado sobre a devolução e os quilombolas receberam o documento de posse em 2014. Nesses cinco anos, jamais ocuparam o terreno.

Uma família do quilombo começou a cultivar uma roça de banana, mas foi expulsa. Empregados de Konesuk, ao saber do avanço do roçado, destruíram as cercas que protegiam a plantação. As bananas acabaram comidas ou pisoteadas pelo gado. “Isso fez com que as pessoas ficassem com medo de voltar lá e acontecer o pior”, explica Jacira Santos, presidente da Associação do Quilombo Galvão.

O gado do cunhado do presidente, diz ela, continua a circular livremente pela área. Quando exige a posse de uma terra devoluta, o governo não paga pelo valor do terreno, por se tratar de área pública anexada ilegalmente. Mas é comum que o ocupante receba uma indenização por conta das benfeitorias. No caso específico, os quilombolas acham que o problema está no valor oferecido pelo Itesp a Konesuk – esse é um expediente comum nas contestações fundiárias a envolver o Estado. O cunhado de Bolsonaro, dizem, teria ficado com um imóvel com piscina no terreno e considerou baixo o pagamento oferecido pelo governo paulista. “O ódio, o fato de ele não desistir está nessa casa”, acredita Jovita. Nos últimos cinco anos, Konesuk em nenhum momento se manifestou nos autos do processo. Também não atendeu aos pedidos de entrevista de CartaCapital.

Naquela palestra em 2017, sob aplausos da plateia, Bolsonaro encerrou sua participação com a promessa de “não dar nenhum centímetro a mais de terra” aos povos tradicionais, indígenas ou quilombolas. As declarações do presidente nascem de uma tese popular em alguns segmentos da sociedade, de que esses grupos marginalizados têm direitos demais garantidos pelo Estado. Não é verdade. Segundo a Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas, existem no Brasil perto de 6 mil quilombos, mas apenas cerca de 200 estão titulados.

No Vale do Ribeira, estima-se que vivam hoje mais de 88 comunidades tradicionais, em diferentes níveis de reconhecimento pelo poder público. A presença negra na região começou no século XIX, quando escravos fugidos estabeleceram pequenas comunidades rurais na região. Esses descendentes produziam arroz, café, cachaça e carvão. Os conflitos fundiários se intensificaram a partir dos anos 1980. Naquela época, em meio à confusão jurídica sobre o direito às terras, as ameaças dos grileiros tornaram-se mais ostensivas. Muitos quilombolas foram expulsos. Outros, ameaçados, assinaram contratos fajutos e venderam suas terras por valores irrisórios.

Garantidos pela tênue proteção legal conquistada, os quilombolas hoje manejam cipós, plantas medicinais, sementes e promovem o trabalho coletivo em forma de mutirão. Esses costumes têm, aos poucos, ganhado status de patrimônio histórico. No ano passado, uma técnica tradicional de plantio, a roça de coivara, foi reconhecida pelo Iphan. O Instituto Socioambiental, que documentou o sistema agrícola para o reconhecimento, listou 240 variedades de culturas em 19 quilombos do Vale do Ribeira – há, por exemplo, 23 tipos de arroz e nove de laranja. O Vale também guarda um importante corredor biológico, formado pela maior área remanescente de Mata Atlântica.

A família Bolsonaro tem boa relação com os bananicultores da região. Não raras vezes, o presidente prometeu mexer na legislação ambiental para liberar o plantio em áreas de várzea, próximas a rios, sem medir as consequências pela contaminação por agrotóxicos (o atual governo, aliás, tornou-se campeão na liberação de pesticidas. Foram quase 200 em menos de seis meses de mandato). Outro alvo recorrente de Bolsonaro é o turismo. Em várias oportunidades, ele criticou e prometeu mudar a legislação ambiental que protege a biodiversidade de áreas turísticas no Vale do Ribeira, entre elas as cidades de Cananeia e Ilha Comprida. O presidente também defende a construção de hidrelétricas na região.

As terras quilombolas do Vale são cercadas por fazendas. As comunidades vivem do turismo rural e da agricultura familiar. Sem direito garantido à terra, podem perder o sustento. Restará trabalhar como empregados nesses empreendimentos. Apesar dos temores, Jovita e Jacira mantêm a cabeça erguida. “Sabemos que, sempre que troca o presidente, troca a reforma. Pode ser que eles queiram reivindicar tudo o que era deles, porque compraram, declarar guerra. Estamos com os pés no chão, mas não muito firmes. Eu rezo todo dia. Mas medo de fazendeiro eu não tenho”, diz Jovita. 
 
O despertar

Bolsonaro viveu na região até os 18 anos. A passagem de Carlos Lamarca pela pacata cidade marcaria para sempre o moleque magro e sapeca, segundo colegas de infância. Ali, o guerrilheiro montara um campo de treinamento de militantes. A ditadura descobriu o esconderijo em maio de 1970. Houve troca de tiros, morte e burburinho, mas Lamarca conseguiu escapar. Depois daquele episódio, Bolsonaro ficaria obcecado por se juntar às fileiras do Exército – gaba-se até hoje de ter servido de guia para os policiais que caçavam o guerrilheiro. Três anos depois, deixaria Eldorado para ingressar na escola de cadetes em Resende, no Rio de Janeiro.

No segundo turno das eleições do ano passado, a cidade deu a Bolsonaro 54,5% dos votos válidos, cerca de 700 a mais do que no primeiro turno. Não há quem não o conheça. Nos primeiros minutos das conversas, o clima é amistoso e reflete um certo orgulho do filho da terra. Basta, porém, um pouco mais de tempo de papo para descobrir que a cruzada do governo contra o Bolsa Família e outros benefícios assistenciais afeta a popularidade do presidente. “O pessoal está meio decepcionado com ele, com medo de perder o Bolsa Família”, diz o aposentado José Hermes, amigo de infância do presidente. “Aqui não tem emprego, é só banana e gado.”

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro foi visto na cidade em visita a amigos e parentes. Desde que se tornou presidente, voltou uma única vez, em uma rápida passagem durante o feriado de Corpus Christi. Centenas de pessoas o esperavam no aeroporto de Eldorado, enfeitado e faixas de boas vindas patrocinadas pelos produtores e comerciantes da cidade. Depois, circulou pela região central da cidade rodeado por uma claque. É natural que um município que ostenta indicadores tão ruins, como a segunda maior taxa de mortalidade infantil do Estado, exija de seu rebento mais ilustre um cuidado especial. Mas não há motivos para esperança. Como o ex-capitão disse recentemente em um vídeo publicado nas redes sociais, quem gosta de pobre é o PT. Sua família também parece gostar. A prosperidade em meio à pobreza e em parte ancorada na invasão de terras comprova. [/vc_row
 
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/politica/familia-bolsonaro-prospera-de-forma-atipica-em-regiao-pobre-de-sp/

MAIS UM JUIZ ATRABILIÁRIO? - A prisão arbitrária de lideranças de movimentos de moradia em SP




Processo é derivado de caso do edifício que desabou há um ano e nada tem a ver com os detidos. Advogados apontam abusos típicos de operações como a Lava Jato

Por Jornal GGN
- 24/06/2019



"Denúncias" acolhidas pelo delegado André Vinicius Figueiredo são incompatíveis com a atividades das pessoas presas. Pivô das prisões, prédio que desabou no ano passado não tinha ligações com movimentos de moradia. Foto: RBA

Da RBA

“Explicações” da polícia para prisão de ativistas reforça ação arbitrária

A prisão de quatro líderes de movimentos de moradia na manhã desta segunda-feira (24) não tem justificativa em provas ou ações dos detidos, segundo os advogados que acompanham o caso. “A prisão é uma prisão política. Mesmo processo da Lava Jato. Não tem nenhum cabimento, embasamento jurídico. Pessoas públicas, com endereço, trabalho, poderiam ter sido intimadas e compareceriam. A prisão preventiva ou condução coercitiva só cabe se o acusado se nega a depor. Não precisa nem estudar direito para saber”, afirmou Raimundo Bonfim, advogado e coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP).

A Polícia Civil cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, além de nove mandados de prisão temporária, sendo quatro efetivados. Foram detidos Angélica dos Santos Lima, Sidney Ferreira Silva, Janice Ferreira Silva (conhecida como Preta Ferreira) e Ednalva Silva Franco, de diferentes movimentos de moradia. A Defensoria Pública e os advogados vão ingressar com pedidos de liberdade ainda hoje, mas é improvável que a liberação ocorra esta noite. A prisão temporária é de cinco dias. As ordens foram expedidas pelo juiz Marco Antônio Martins Vargas.

O processo teve origem no inquérito que apurou as causas do incêndio e desmoronamento do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no Largo do Paissandu, em maio de 2018. Segundo o advogado, todas as prestações de contas e notas fiscais dos gastos realizados em ocupações do movimento foram apresentadas à polícia. A ocupação no edifício Wilton Paes de Almeida não era coordenada por movimentos de moradia que atuam na região central.

O advogado Ariel de Castro Alves afirma que o caso do Wilton Paes não pode ser usado para criminalizar os movimentos que atuam de maneira organizada em busca de soluções para a falta de habitação. “Estamos falando de movimentos de moradia, pessoas que estão à mercê da especulação, muitas saindo das ruas. Temos uma pessoa que foi acusada de extorsão e já foi absolvida por total falta de fundamento na acusação”, afirma Ariel.

Ariel alerta para o risco de pessoas interessadas em expor as lideranças de movimento estarem por trás das supostas denúncias e observa: “O grande erro da investigação é misturar o Wilton Paes com os demais movimentos de moradia. Nenhuma liderança do Wilton Paes foi presa”.

Segundo Bonfim, o pedido de prisão temporária se baseia na declaração de supostas testemunhas sobre cobrança indevida de aluguel. Carmen Silva, do Movimento dos Sem Teto do Centro, foi inocentada no início deste ano em outro processo baseado nas mesmas acusações, por falta de provas e de fundamentos à acusação, como apontou a sentença. “É mais um desrespeito à Constituição, às liberdades individuais. Está virando regra você escolher adversários políticos e perseguir”, afirmou Bonfim.

O delegado André Figueiredo disse que as prisões estão baseadas em depoimentos de 13 testemunhas e grampos telefônicos que teriam apontado a prática de extorsão e desvio de dinheiro nos movimentos. “As testemunhas dizem que pagavam R$ 200 a R$ 400 e esse valor não era usado em melhorias. Aqueles que não pagavam eram ameaçados e agredidos. Não estamos acusando os movimentos, mas pessoas que atuavam nos movimentos”, afirmou.

Segundo o delegado, dentre os investigados está Carmen Silva e os dois filhos dela, Sidney e Preta, que foram presos hoje. “Não tenho conhecimento do outro processo dela (Carmen). Podem ser testemunhas diferentes”, afirmou Figueiredo – depois de questionado sobre a semelhança entre as atuais acusações e as que levaram à prisão arbitrária de Carmen.

Criminalização

O advogado Ariel de Castro Alves vê sintonia entre a perseguição aos ativistas e os discursos do governador de São Paulo, que desde que assumiu afirmou que iria tratar os conflitos por falta de políticas de habitação popular em caso de polícia. “Isso se deu a partir de declarações do então prefeito, João Doria, hoje governador. Nós nem sequer sabemos quem são as pessoas que depuseram, que denunciaram.”

Figueiredo disse que as escutas telefônicas comprovariam as práticas de extorsão, bem como que alguns dos investigados estavam fugindo. Em parte, essa evasão se deu após reportagem do Fantástico, da TV Globo, ter noticiado que a polícia pretendia pedir a prisão de lideranças sem-teto. No entanto, o próprio delegado admitiu que a maioria das supostas lideranças não tinha seus nomes conhecidos. “A partir da prisão destes, pretendemos identificar os demais”, afirmou.

A reportagem em questão foi produzida para marcar um ano da tragédia do edifício, que deixou nove mortos. “Infelizmente, a imprensa que criminaliza, junto com o Judiciário, não vai mostrar o sucesso dos empreendimentos entregues por grupos de moradia. Querem passar que o movimento social trabalha de forma negativa. É mais um passo para criminalizar as lutas sociais”, afirmou Bonfim.

Deputados estaduais e federais, vereadores, artistas e militantes de movimentos sociais fizeram plantão em frente à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “Mostramos para o delegado que estas são pessoas do bem. Essas pessoas organizam. As pessoas pagam para dar conservação ao prédio. Eu pago condomínio no meu prédio e o condomínio paga as pessoas, o porteiro, quem limpa. Não caracteriza nenhum crime. Somos solidários, refutamos a criminalização, essa forma violenta de tratar o movimento popular”, afirmou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Leia também: Fora de Pauta

As cantoras e compositora Ana Cañas e Maria Gadú foram ao Deic prestar solidariedade. “Entendemos que essa é uma prisão política com a intenção de criminalizar o movimento de moradia. Estive com a Preta que está detida. É um momento delicado. Conheço profundamente essas pessoas. A denúncia de extorsão é impossível. Estamos aqui para prestar apoio contra a criminalização. O governador já disse que quer criminalizar os movimentos sociais. Então, queremos somar na luta por direitos”, disse Ana Cañas.


“Conhecemos a ocupação (Nove de Julho) há muito tempo, colaboramos na ideia de construir um centro cultural na ocupação, para proporcionar acesso à cultura e educação. Eles têm aulas, bibliotecas, cursos de inglês, espanhol. Eles têm almoços, festas, cinema, ações de dentistas. A Carmen super controla a parte da saúde. Estamos lá como aliados, acreditamos na idoneidade dessas pessoas”, reforçou Maria Gadú.

Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/a-prisao-arbitraria-de-liderancas-de-movimentos-de-moradia-em-sp/

PENA QUE ELE PRÓPRIO NÃO FOI ABORTADO!!! - Obrigar mulher estuprada a ouvir coração de feto é tortura, diz especialista


Além de propor internação compulsória de mulheres com "propensão ao abortamento ilegal", o projeto de lei do vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) propõe uma série de medidas que visa retardar e criar empecilhos à interrupção de gravidez em casos autorizados pela Constituição
 
25 de junho de 2019, 10:28 h

 

247 - Obrigar mulher estuprada a ouvir coração de feto é tortura, diz especialista O projeto do vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) propõe empecilhos à interrupção de gravidez até nos casos autorizados pela Constituição e pelo Supremo Tribunal Federal. A reportagem é do BuzzFedd News.

Além de propor internação compulsória de mulheres com "propensão ao abortamento ilegal", o projeto de lei do vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) propõe uma série de medidas que visa retardar e criar empecilhos à interrupção de gravidez em casos autorizados pela Constituição (risco de morte para a gestante e estupro) ou pelo Supremo Tribunal Federal (fetos anencéfalos). Reprodução/Facebook Fernando Holiday (DEM).
 
Entre as medidas estão só permitir o aborto nos casos legais depois da emissão de um "alvará judiciário" (artigo 2º, o que hoje não existe), impõe atendimento psicológico para dissuadir a decisão de abortar, artigo 3º), "obrigará a gestante a passar por atendimento religioso (artigo 5º) e, depois de tudo isso, estabelece que a mulher, que ainda queira exercer seu direito ao aberto legal, seja submetida a "ver e ouvir os resultados do exame de imagem e som".


Se por um lado o projeto tem constitucionalidade duvidosa (ao criar despesas para o Executivo, o que vereador não pode fazer, e por regulamentar em nível municipal matéria constitucional e decisões do plenário do Supremo), o projeto chocou especialistas em aborto legal. O aborto legal é permitido até a 22ª semana de gestação ou até o feto atingir 500 gramas. Para a psicóloga Daniela Pedroso, que há 22 anos trabalha com vítimas de estupro, o projeto de lei "perpetua a violência sofrida por essas mulheres e pode ser comparado a uma tortura".

"Como é que você coloca uma mulher para ouvir o coração de um feto fruto de um estupro? A mulher que engravida de um estuprador sente essa gestação como uma segunda violência. Você não pode obrigar essa mulher a ouvir o coração do feto", diz ela. Daniela fala em nome do Conselho Regional de Psicologia e do GEA (Grupo de Estudos sobre Aborto), que atua com especialistas de forma multidisciplinar há 12 anos no país. 
 
Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/obrigar-mulher-estuprada-a-ouvir-coracao-de-feto-e-tortura-diz-especialista

É BIBA? -

"Há um narcisismo exacerbado e cafona que aponta pra um desejo homossexual recalcado", diz o ex-deputado Jean Wyllys, ao comentar as poses do juiz na academia, divulgadas em redes sociais
25 de junho de 2019, 05:27 h

 





247 – O ex-deputado Jean Wyllys tentou explicar o narcisismo do juiz Marcelo Bretas, que tem postado fotos na academia em suas redes sociais. "Há um narcisismo exacerbado e cafona que aponta pra um desejo homossexual recalcado - algo doentio - nesses sujeitos. A impressão que dá é a de que toda sua vilania vem desse desejo sexual reprimido por um cristianismo fundamentalista, mas que demanda por holofotes", escreveu Jean. 
 
Há um narcisismo exacerbado e cafona que aponta pra um desejo homossexual recalcado - algo doentio - nesses sujeitos. A impressão que dá é a de que toda sua vilania vem desse desejo sexual reprimido por um cristianismo fundamentalista, mas que demanda por holofotes. https://twitter.com/laurojardim/status/1143241287107264512 
Lauro Jardim @laurojardim
 


Glenn: 'Vem mais coisa por aí, a máscara de Moro vai cair'


"A questão é o que vai ser revelado sobre o Moro, a máscara dele será derrubada", afirma o jornalista Glenn Greenwald, coautor de reportagens do site Intercept Brasil que apontam interferência de Moro no MPF-PR para orientar investigações durante a Operação Lava Jato
247 - O jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site Intercept Brasil e coautor de reportagens sobre irregularidades na Operação Lava Jato, siunalizou que dificilmente o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, conseguirá se manter no cargo. 
"A questão é o que vai ser revelado sobre o Moro, a máscara dele será derrubada", diz ao site Yahoo. "Acho que Moro ficou construindo por 4 anos uma imagem muito forte aqui e no mundo todo, de super herói, de que ele é o rei da ética. Uma máscara, essa coisa que faz dele uma figura superior para o brasileiro", afirma.
De acordo com Greenwald, "Moro não pode dizer que a reputação dele foi destruída". 
"Mas a aprovação dele caiu dez pontos e ainda vem muito mais coisa por aí, temos mais material que não divulgamos ainda e que já está em um processo de discussão editorial. Não me surpreende a posição do Bolsonaro com isso, porque sabemos que ele tem conexões com corruptos, milicianos, então por que surpreenderia? A questão é o que vai ser revelado sobre o Moro, a máscara dele será derrubada".
"Fiz jornalismo em muitos países. Aqui, nos Estados Unidos, muitos lugares. E na maioria deles é impensável que um juiz, diante dessas acusações, desses fatos, mantenha seu cargo", acrescenta. 

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/glenn-vem-mais-coisa-por-ai-a-mascara-de-moro-vai-cair

Mentiroso contumaz, passa vexame - Bolsonaro mente e é desmentido ao vivo pelo CEO da Fórmula 1



Uma cena inusitada: Bolsonaro afirma em entrevista coletiva no Palácio do Planalto que a prova de Fórmula 1 acontecerá a a partir de 2021 no Rio de Janeiro e é imediatamente desmentido pelo executivo da competição 1, Chase Carey; assista
25 de junho de 2019, 08:20 h





Jair Bolsonaro afirmou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (24) que a prova de Fórmula 1 acontecerá a a partir de 2021 no Rio de Janeiro, assegurando que esta é uma decisão dos executivos da competição; ato contínuo foi desmentido, ao vivo, pelo executivo da Fórmula 1, Chase Carey.



"O contrato vence no ano que vem com São Paulo e eles resolveram retornar a Fórmula 1 para o Rio de Janeiro" - disse Bolsonaro. A resposta veio a seguir: "No momento, não temos nada fechado, estamos ainda em negociação. Não queremos eliminar qualquer possibilidade, estamos negociando com Rio de Janeiro, mas também com São Paulo".
 
Fonte: https://www.brasil247.com/poder/bolsonaro-mente-e-e-desmentido-ao-vivo-pelo-ceo-da-formula-1-u2l0umtp

STF vai discutir responsabilidade do Estado por repórter ferido pela polícia



Repercussão geral

24 de junho de 2019, 19h34


O plenário do Supremo Tribunal Federal vai analisar a responsabilidade civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido pela polícia, em situação de tumulto, durante cobertura jornalística. O tema é de repercussão geral e foi decidido pelo Plenário Virtual da corte. Plenário do STF vai decidir responsabilidade do Estado sobre repórter ferido em trabalho.
Rosinei Coutinho/SCO/STF

O colegiado analisa recurso apresentado por um repórter fotográfico atingido no olho esquerdo bala de borracha, disparada pela Polícia Militar de São Paulo, enquanto cobria um protesto de professores na capital paulista em 18 de maio de 2000.

O relator do recurso, ministro Marco Aurélio, manifestou-se pela existência de repercussão geral da matéria. “Está-se diante de tema a exigir pronunciamento do Supremo”, disse. O mérito do recurso será submetido a posterior julgamento pelo Plenário físico do STF.

Ficaram vencidos os ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Rosa Weber, Gilmar Mendes e Celso de Mello, que votaram pelo não reconhecimento da repercussão geral.

O recurso questiona acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que admitiu que a bala de borracha da corporação militar foi a causa do ferimento no olho do repórter, com sequela permanente na visão, durante registro de tumulto envolvendo manifestantes grevistas e policiais, mas reformou entendimento do juízo de primeira instância para assentar a culpa exclusiva da vítima.

No recurso, o repórter alega que a decisão constitui “verdadeiro salvo-conduto” à atitude violenta e desmedida da polícia em manifestações públicas, imposição de censura implícita ao inibir que sejam noticiadas ações dos agentes estatais, e risco à atividade da imprensa. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

RE 1209429

Revista Consultor Jurídico, 24 de junho de 2019, 19h34

Competência da União - Município não pode definir limite de velocidade para bicicletas, diz TJ-RJ



25 de junho de 2019, 8h48

Por Sérgio Rodas


Somente a União pode legislar sobre trânsito. Com esse entendimento, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por maioria, negou, nesta segunda-feira (24/6), juízo de retratação e manteve a decisão que declarou a inconstitucionalidade da a Lei carioca 5.629/2013. A norma estabelece limite de velocidade nas ciclovias, ciclofaixas e vias públicas em certos horários. Somente a União pode definir limites de velocidade de bicicletas, diz TJ-RJ

A Prefeitura do Rio moveu ação direta de inconstitucionalidade contra a lei, e o Órgão Especial a anulou. Contudo, a Mesa Diretora da Câmara Municipal do Rio interpôs recurso extraordinário. A 3ª Vice-Presidência do TJ-RJ então questionou se o colegiado iria manter a decisão ou se retratar. Isso tendo como base o Tema 917 do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, os ministros decidiram que que não usurpa a competência privativa do chefe do Executivo lei que, embora crie despesa para a administração pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do regime jurídico de servidores públicos.

Porém, o relator do caso, desembargador Jessé Torres, votou por manter o acórdão. Para ele, o entendimento do Supremo não se aplica a esse caso. Isso porque matéria de trânsito é de competência privativa da União, conforme o artigo 22, XI, da Constituição Federal. Dessa maneira, a lei municipal viola o princípio da separação dos Poderes, apontou o magistrado.

“No caso vertente, houve usurpação pelo Poder Legislativo de matéria cuja iniciativa é privativa do chefe do Poder Executivo, na medida em que foi normatizada matéria relativa à organização e ao funcionamento da administração pública municipal, conforme prevê o artigo 61, parágrafo 1°, inciso II, da Constituição Federal, cuja aplicação, por simetria, é reproduzida em âmbito estadual e municipal, pela evidente razão de que a instituição ou a transformação de ciclovias em áreas de lazer implica providências administrativas que incluem custos e mobilização de agentes administrativos, matéria típica da função executiva sob a gestão do Poder Executivo”, apontou Torres.

Processo 0061325-15.2016.8.19.0000


 é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio de Janeiro.
Revista Consultor Jurídico, 25 de junho de 2019, 8h48

Grupo de juízes pede que Sergio Moro seja excluído da Ajufe

Interação heterodoxa


Um grupo de 30 juízes pediu que a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) abra processo administrativo para excluir o ministro da Justiça, Sergio Moro, da entidade. Desde que deixou a magistratura, Moro se tornou sócio benemérito da Ajufe.
Juízes pedem que a Ajufe abra processo administrativo para excluir o ministro da Justiça, Sergio Moro, da entidade
Lucas Pricken/STJ
Segundo o pedido, as conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil entre Moro e integrantes da "lava jato" indicam que "pode ter havido uma interação heterodoxa entre o então magistrado Sergio Moro e membros do MPF".
"Entendemos que as condutas expostas na publicação jornalística, caso confirmadas, são totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado, pois quando um juiz atua de forma parcial, chegando ao ponto de confundir sua atuação com a do órgão acusador, a credibilidade do Poder Judiciário é posta em xeque", afirmam.
No pedido de exclusão, os juízes dizem que a categoria de sócio benemérito pressupõe que o homenageado contribuiu com serviços relevantes à Ajufe. O que não seria o caso de Moro se confirmada a veracidade das conversas.
"Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da Ajufe, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade", diz o grupo, pedindo que seja aberto o processo administrativo disciplinar com o objetivo de excluir Moro.
Leia o pedido:
Ao Exmo. Sr. Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Fernando Mendes
Nós, juízes e juízas federais abaixo assinados(as), filiados(as) à Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE, vimos, por meio deste, nos termos do art. 75, inciso II, do Estatuto da entidade, apresentar REPRESENTAÇÃO em desfavor do sócio benemérito SÉRGIO FERNANDO MORO, com fundamento nos fatos a seguir:
Como é de conhecimento notório, foram divulgadas, nos dias 09, 12 14 e 18/06/2019, pela agência de notícias "The Intercept Brasil", informações sobre comunicações realizadas entre Sergio Fernando Moro, atual Ministro da Justiça, e os Procuradores da República Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, que teriam ocorrido no período em que o representado ainda integrava os quadros da magistratura federal:
1-https://theintercept.com/2019/06/09/chat-moro-deltan-telegram-lava-jato/
2-https://theintercept.com/2019/06/12/chat-sergio-moro-deltan-dallagnol-lavajato/
3-https://theintercept.com/2019/06/14/sergio-moro-enquanto-julgava-lula-sugeriu-a-lava-jato-emitir-uma-nota-oficial-contra-a-defesa-eles-acataram-e-pautaram-a-imprensa/
4-https://theintercept.com/2019/06/18/lava-jato-fingiu-investigar-fhc-apenas-para-criar-percepcao-publica-de-imparcialidade-mas-moro-repreendeu-melindra-alguem-cujo-apoio-e-importante/

As reportagens em questão indicam que pode ter havido uma interação heterodoxa entre o então magistrado Sergio Moro e membros do MPF. São narrados, no corpo das matérias, série de episódios que, caso venham a ser confirmados, são de extrema gravidade.
Segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece “fonte” a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa.
Em que pese a controvertida legalidade na forma de obtenção das referidas mensagens, a merecer investigação sob as regras do devido processo legal e as garantias constitucionais, a divulgação por órgão de imprensa está protegida pelo art 5º, inciso XIV, da Constituição da República.
O representado, em nota que divulgou acerca da referida denúncia jornalística (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/moro-fala-em-invasao-criminosa-nao-ve-anormalidade-em-supostas-mensagens-23728323), não negou a veracidade das comunicações divulgadas, tendo se limitado a afirmar que não vê anormalidade nas mensagens e que as conversas estão fora de contexto.
Entendemos que as condutas expostas na publicação jornalística, caso confirmadas, são totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado, pois quando um juiz atua de forma parcial, chegando ao ponto de confundir sua atuação com a do órgão acusador, a credibilidade do Poder Judiciário é posta em xeque.
A AJUFE, enquanto entidade que congrega os e as magistradas da Justiça Federal, tem por objetivos pugnar pelo fortalecimento do Poder Judiciário e de seus integrantes, pelo aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito e pela plena observância dos direitos humanos (art. 5º, I, do Estatuto).
Nesse sentido, nos afigura inadequado, como sugerem determinadas mensagens publicadas, que a AJUFE possa ter sido utilizada para tentar influenciar a opinião pública em relação a algum processo ou mesmo que possa defender o mérito de decisões judiciais, pois estas são sujeitas ao crivo de órgãos jurisdicionais compostos por outros associados.
A categoria de sócio benemérito pressupõe que o homenageado tenha contribuído com serviços relevantes à AJUFE.
Ora, os fatos revelados na matéria jornalística, não negados pelo representado, se porventura comprovados, indicariam ofensa ao Estado Democrático de Direito, comprometimento da imparcialidade da jurisdição e fomento de descrédito do Poder Judiciário como um todo e da Justiça Federal, em especial.
Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da AJUFE, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade.
Requeremos, dessa forma, a abertura de processo administrativo disciplinar, com rigorosa observância do contraditório e da ampla defesa, com vistas à apuração interna dos fatos relatados.
Na hipótese de confirmação, por forma lícita, das condutas apontadas, se configurado o desrespeito ao Estatuto e o prejuízo moral causados à AJUFE, ao Poder Judiciário e ao Estado Democrático de Direito, requeremos a exclusão do quadro social da AJUFE do sócio benemérito Sérgio Fernando Moro, cuja concessão foi aprovada em reunião da diretoria da entidade, realizada em Buenos Aires, Argentina, no dia 22/10/2018.
Recebida a representação, requer-se a suspensão cautelar do representado das atividades associativas, inclusive da participação na Lista AJUFE.
Brasília, 24 de junho de 2019.
Assinam:
Ana Inés Algorta Latorre, SJRS
Carlos Adriano Miranda Bandeira, SJRJ
Catarina Volkart Pinto, SJRS
Célia Regina Ody Bernardes, SJMG
Cláudia Dadico, SJSC
Cláudio Henrique Fonseca de Pina, SJPA
Diego Carmo de Sousa, SJBA
Fábio Henrique Rodrigues de M. Fiorenza, SJMT
Felipe Mota Pimentel de Oliveira, JFPE
Filipe Aquino Pessôa de Oliveira, SJBA
Gilton Batista Brito, SJSE
Heloísa Helena Sérvulo da Cunha, TRF3
Ivo Anselmo Höhn Junior, SJMA
Jacques de Queiroz Ferreira, SJMG
Jailsom Leandro de Sousa, SJSE
Jorge Luís Girão Barreto, SJCE
José Carlos Garcia, SJRJ
Lincoln Pinheiro Costa, SJBA
Luciana Bauer, SJPR
Marcelo Elias Vieira, SJRO
Marcelo Motta de Oliveira, SJMG
Marcus Vinicius Reis Bastos, SJDF
Paulo Cézar Alves Sodré, SJMT
Rafael Rihan P. Amorim, SJRJ
Raquel Domingues do Amaral, SJMS
Ricardo José Brito Bastos Aguiar de Arruda, JFCE
Rodrigo Gaspar de Mello, SJRJ
Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar, SJAL
Sérgio de Norões Milfont Júnior, SJCE
Victor Curado Silva Pereira, SJMA

 é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 25 de junho de 2019, 9h57

segunda-feira, 24 de junho de 2019

#VazaJato: Fux diz que nunca trocou diálogos com Deltan para auxiliar Lava Jato

"Ministro do STF procurou outros magistrados da corte para esclarecer mensagens vazadas", escreve Mônica Bergamo
Ministro do STF, Luiz Fux. Foto: Jose Cruz /Agencia Brasil
Jornal GGN – Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, procurou colegas da corte para desmentir diálogo relatado por Deltan a Moro.

No dia 12, o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu programa “O É da Coisa”, na Band, com participação do editor do The Intercept Brasil Leandro Demori, divulgou mensagens da #VazaJato entre Deltan Dallagnol, outros procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro onde o coordenador da Lava Jato disse “para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez”. Ao enviar essa mensagem a Sergio Moro, o ex-juiz responde: “Excelente, in Fux we trust” (em Fux, nós confiamos).
“Segundo Fux afirmou a outros ministros, o diálogo, como relatado pelo procurador Deltan Dallagnol a Moro, não existiu”, escreveu Mônica Bergamo.

Veja a seguir o trecho do diálogo que coloca o ministro Fux sob suspeita de parcialidade:

Deltan Dallagnol envia a procuradores: Caros, conversei com Fux mais uma vez hoje.
Deltan Dallagnol: Reservada, é claro. O ministro Fux disse quase espontaneamente que Teori Zavascki fez queda de braço com o Moro e viu que se queimou e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo.
Deltan Dallagnol: Fux disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez, só faltou como bom carioca chamar-me para ir a casa dele. Rss. Mas os sinais foram ótimos, falei da importância de nos protegermos como instituições, em especial no novo governo.
Deltan envia essa conversa para o juiz Sérgio Moro, que responde:
Moro: Excelente, in Fux we trust.

Fonte: Jornal GGN