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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Restos mortais de 215 crianças são encontrados em internato indígena no Canadá, administrado por uma Igreja Católica


Por Luisa Fragão 29 maio 2021 - 12:50


Divulgação


Os restos mortais de 215 crianças foram encontrados enterrados em um antigo internato para indígenas no Canadá. A informação foi confirmada por uma comunidade indígena local. Fechado em 1969, a instituição era mantido pela Igreja Católica e tinha o objetivo de integrar indígenas à sociedade.

Nessas instituições, crianças eram separadas de suas famílias, obrigadas a abandonar sua língua e sua cultura. As causas e datas das mortes ainda são desconhecidas, já que nunca foram registradas pela direção.

Os restos mortais foram descobertos por um especialista usando um georadar no local do internato, que fica na província de British Columbia. A informação foi repassada à imprensa pela comunidade aborígine Tk’emlups te Secwepemc.

“Algumas tinham apenas três anos”, disse Rosanne Casimir, chefe da comunidade. Segundo ela, os resultados preliminares da investigação devem ser divulgados em um relatório em junho. Um legista e museus da província estão ajudando a descobrir as circunstâncias das mortes.

Fonte: https://revistaforum.com.br/global/restos-mortais-de-215-criancas-sao-encontrados-em-internato-indigena-no-canada/

TACAR, um verbo que caiu no gosto popular, novamente

 Mas, de onde veio o hábito de usá-lo?

- É provável que do termo em destaque (taca) tenha surgido o verbo “tacar”, sinônimo de bater com a taca, castigar.

- Chega-lhe a taca, home: que isso é falta de carga no lombo. Amanhã, bota-lhe em riba mais um dobro da dianteira e o rosário de ferraduras. Vamos ver se ainda treta depois pelo caminho... - HUGO DE CARVALHO RAMOS – Tropas e boiadas/O peru de roda - Instituto Centro Brasileiro de Cultura/1917. 

Na mesma obra (Cap. IX), o autor citado acrescentou: (...) o senhor d’engenho apanhou o bacalhau - espécie de chicote - e acrescentou outras tantas tacadas (...)..

domingo, 30 de maio de 2021

DIVISAS ANTIGAS - Curiosidades

Hoje em dia, para se fazer qualquer documento de propriedade ou de posse, exige a legislação levantamento topográfico (pelo menos planimétrico), com referências expressas a coordenadas geo-referenciadas, ângulos medidas de perímetro, superfície, dentre outros dados.

Mas, como era caracterizada, antigamente (nos idos do século XIX) uma propriedade? - 

Vejamos:

- Os campos tinham as seguintes confrontações: Sul, campos denominados DA RONDA, por uma vertente chamada da Panelinha, que nasce nos subúrbios dessa cidade, ao Norte, com campos de Benedito Mariano de Souza( hoje pertencentes a viúva de João David de Moura Ramos), principiando de uma vertente aonde finda o vallo do boqueirão e por ele abaixo até encontrar a barra do banhado forte que faz divisa com a invernada de Fidêncio Antônio Ribeiro (hoje pertencente ao Ten.Cel. Luiz Gonzaga de Azevedo), ao Oeste, com um vallo que principia da ponta do referido banhado, seguindo por dito vallo acima até findar na cabeceira de uma vertente que segue a encontrar o arroio Panelinha, ao Leste, principiando da vertente que divide pelo Norte por um vallo que junta o boqueirão de campo seguindo por dentro do mato a encontrar com uma vertente que divide com campos da herança de d. Leopoldina Pereira Carpes, seguindo pelo lageado abaixo até fazer barra no mencionado Panelinha. Ao Sul, divide ainda por uma cerca com terrenos municipais.

Salvador deixou um campo “nos fundos do Urupú” sendo que uma fração da parte que tocou à viúva, esta e seu 2º marido venderam, a 21-7-1835 (Livro 2º de Notas. fl. 24v) a Joaquim Pires de Almeida, a qual se dividia “pela parte do Norte por um boqueirão onde tem um valo dividindo com o campo que foi vendido por ela vendedora ao Capitão Francisco Marques Pereira e pelo Sul com o campo dela vendedora por uma canhada que faz caídas a Leste de onde tem uma vertente de uma Invernada Velha e foi do Xará e por ela abaixo em toda a sua extensão até onde faz barra o arroio que divide a campo de Bernardino José Lopes e José Joaquim de Carvalho, e pelo Este por outra quebrada que atravessa a estrada e forma um banhado e deságua no Banhado grande que nasce da ponta do valo do mesmo lado de Este e divide o campo que foi do dito Capitão Marques e hoje de Maciel de tal”.

No inventário de José Joaquim de Carvalho, autuado em 1848, constam campos sitos no distrito da vila de Cruz Alta sobre a Estrada Geral que vai para São Martinho denominados SANTO AGOSTINHO, partindo pelo Norte com campos pertencentes a João Vaz e ao inventariando Caetano José de Carvalho pelo valo do Boqueirão, pelo Sul com campos pertencentes aos herdeiros de José Joaquim Batista e com campos da ESTÂNCIA DA CONCEIÇÃO. A Leste, divide com campos pertencentes aos ditos herdeiros de José Joaquim Batista e Manuel Rodrigues, pelo Oeste com os referidos CAMPOS DA CONCEIÇÃO, cujos campos confrontados contendo uma légua, mais ou menos, de fundos e légua e meia de largura com as restingas e capões e foi avaliado pela quantia de um conto e quinhentos mil réis.

“Diz Vidal José do Pilar, que ele tem povoado uns campos na Fronteira de Rio Pardo há mais de sete anos, onde conserva grande porção de Animais vacuns e cavalares, casas, currais, mangueira e árvores de espinho; o qual campo se divide pelo Sul com o DURASNAL DE S. MIGUEL, pelo Norte entra por um Campo plano onde der medição e se fincar o marco, pelo Leste com o RIO JACUI, pelo Oeste com um Lagrimal que nasce de perto do estabelecimento de José Joaquim Batista; o qual campo poderá ter uma légua de Largo e três de Comprido onde for fincada a divisa pela medição; e como quer possuí-lo com legitimo titulo de sesmaria, portanto pede a V.Exe. seja servido conceder a Graça implorada — E.R.M.”.

- http://www.genealogiacorrea.com.br/GENTROP7.pdf

Os levantamentos biográficos, reproduzidos na fonte citada, são impressionantes. Dedicar-se a reunir todos os dados ali referidos foi uma tarefa hercúlea, a exemplo daquela empreendida pelo famoso Pedro Taques. Hajam fôlego, persistência, recursos financeiros e vontade de deixar a história familiar registrada.


Sentindo o frio, no Sul do Brasil



Extrato dos meus "glossários", guardados ainda mal organizados das minhas leituras.

INVERNO (Ver ESTAÇÕES, FRIAGEM, FRIO INVERNADA, GELEIRA, GELO, INVERNADOR, INVERNAGEM, INVERNISTA, TAINHA)

- APOLINÁRIO PORTO ALEGRE - O vaqueano - Editora Três - RJ/1973, p. 23: O inverno é um cemitério! Sazão de morte que não poupa a tenra vergôntea, nem as catassóis da asa do colibri! Por isso, o calabrio que se sente quando ele se aproxima, o terror que vaga na floresta e na campina, a palidez do manto das verduras, a ausência de cantores plumosos … e depois o minuano!. Como é cruel, ele que fustiga a árvore secular, que aspergia doce sombra no ardor da sesta, até lhe arrancar uma por uma as folhas de seu diadema! que cresta a várzea há pouco vicejante alfombra! que torna a linfa de onda argentina e anodina, fria como uma geleira, silenciosa como um ermo, ingrata ao lábio ana exsicação da sede!
Quem pode amar-te quadra sem sombras, brisas, cantos e flores? período que espasma a vida e congela a flor das alegrias?

sexta-feira, 28 de maio de 2021

BOICOTE JÁ - Com crescimento recorde na pandemia, Nestlé mantém corte de direitos de trabalhadores


Em três estados, empregados da multinacional suíça lutam há 300 dias contra redução no valor do vale-alimentação

Vanessa Ramos e Daniel Giovanaz
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 28 de Maio de 2021 às 11:26


Nestlé comprou a Garoto em 2002; imagem mostra fábrica em Vila Velha (ES) - Divulgação / Nestlé


Trabalhadores de fábricas da multinacional suíça Nestlé no Brasil completam 300 dias de luta contra a retirada de direitos em plena pandemia.

Na Bahia, em São Paulo e em Pernambuco, houve redução no valor do vale-alimentação. No Espírito Santo, a empresa também propõe cortar o tíquete, mas a medida ainda não entrou em vigor.

A Nestlé registrou, em 2020, o maior crescimento orgânico dos últimos cinco anos: 3,6%. A crise sanitária, que obrigou milhões de pessoas a ficarem em casa, contribuiu para o aumento das vendas e não impactou a produtividade.


“A América Latina apresentou alto crescimento orgânico de um dígito, com contribuições positivas em todas as regiões e na maioria das categorias de produtos. (...) O Brasil registrou crescimento de dois dígitos com forte demanda ampliada, especialmente para Ninho, NAN e Nescafé”, diz texto publicado pela Nestlé em fevereiro, sobre os resultados do ano passado.

“A pandemia global não nos atrasou”, disse Mark Schneider, diretor-executivo da Nestlé, ao comentar os resultados na página da companhia.

Entenda detalhes da situação em cada estado.

Junho será decisivo no Espírito Santo

Com data-base em junho, a Nestlé se nega a pagar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), acertada em acordo coletivo há cerca de 30 anos.

Além disso, propõe reduzir o vale-alimentação em 48,6%, de R$ 680 para R$ 350.

Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação-ES), Linda Morais questiona as motivações desse corte.

“Nós continuamos na resistência contra essa proposta injusta da Nestlé. Nada justifica essa redução [do vale-alimentação]. Os trabalhadores continuam as atividades em plena pandemia”, diz.

“Esse direito, essa conquista, não é um favor da Nestlé: é uma consequência do trabalho empregado diariamente por cada operário. Nós vamos continuar lutando, resistindo bravamente em defesa desses direitos, que fazem a diferença na vida dos trabalhadores”, promete a sindicalista.

Em 28 de abril, o Sindialimentação-ES encaminhou à Garoto a pauta visando a negociação do acordo coletivo 2021/2023.

O sindicato busca acordo nas negociações que envolvem cláusulas econômicas e sociais, como tíquete-alimentação, auxílio-creche, farmácia, entre outros benefícios, e também com relação ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Entre outras propostas, o Sindialimentação-ES defende o reajuste do auxílio-alimentação para R$ 750, auxílio-material/uniforme e óculos para R$ 520 e a manutenção das demais cláusulas do acordo coletivo atual.

Com data-base em junho, a entidade também propõe o pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de 1º de junho de 2020 a 31 de maio de 2021, com acréscimo de 3% de ganho real, a partir de 1º de junho deste ano.

Empresa e sindicato não entraram em acordo até o momento.

Em 23 de junho está marcada uma audiência judicial para discutir questões como a “irredutibilidade do auxílio-alimentação e sua incorporação.” No dia 28, ocorre outra audiência judicial, para pagamento da PLR de 2020, que está atrasada.

O Sindialimentação espera que a Nestlé reveja sua posição e busque a conciliação antes dessas audiências.

Demissões e cortes na Bahia

Em 27 de novembro, a fábrica da Nestlé em Itabuna (BA) fechou as portas, deixando 141 trabalhadores desempregados.

Resta no estado apenas uma unidade, em Feira de Santana (BA).

“As empresas de alimentação vêm se beneficiando desse momento, porque as pessoas em casa consomem mais. As empresas estão explorando os trabalhadores cada vez mais. Em vez de recompensá-los, estão retirando direitos conquistados com muita luta”, lamenta o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins do Estado da Bahia (Sindialimentação-BA), Carlos Cerqueira.

Durante a pandemia, a assistência médica passou a ter cobrança de 20%, o adicional noturno foi reduzido de 70% para 50% e a ajuda-medicamento caiu de 90% para 60%.

Também houve mudança no plano de PLR, com redução de 20% a 30%, conforme o salário do trabalhador.

Cerqueira, que também é diretor da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da Central Única dos Trabalhadores (Contac-CUT), teme ainda que a Nestlé expanda sua política de terceirizações.

“Os locais que tiveram essa estratégia efetivada chegaram a reduzir mais de 20% do quadro efetivo de trabalhadores. Essa é a política da maior empresa de alimentação do mundo”, critica.

Em Pernambuco, foco na redução de danos

Em 2019, o valor do vale-alimentação dos trabalhadores da Nestlé em Pernambuco era de R$ 500. Hoje, é de R$ 320, na contramão do preço dos alimentos no supermercado, que não param de subir.

Romerio de Lima Azevedo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados no Estado de Pernambuco (Sintilpe), diz que a principal demanda hoje é a manutenção do tíquete.

O trabalho também não parou na pandemia. Romerio relata que o sindicato tem acompanhado de perto o cumprimento dos protocolos de segurança sanitária no estado.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Nestlé.

Segundo nota enviada pela assessoria de comunicação, "a Nestlé mantém sua postura de empresa aberta ao diálogo e à negociação transparente com as entidades representativas dos trabalhadores, respeitando todas as fases de propostas, discussões, consultas e assembleias, com a participação e poder de decisão dos colaboradores."

No Espírito Santo, a empresa afirma ter feito uma nova proposta formal nesta semana para avançar na negociação sobre o acordo coletivo relativo a 2020 e acredita que os termos oferecidos devem ser devidamente discutidos em assembleia formal dos trabalhadores – as negociações para o período já foram concluídas em São Paulo e na Bahia.

"Importante ressaltar que a Nestlé vem honrando as condições validadas mesmo com o vencimento do acordo coletivo anterior, em maio de 2020", diz o texto.

Na Bahia, a empresa confirma que a negociação sobre o acordo coletivo relativo a 2021 continua em andamento, com as propostas em discussão e dentro do cronograma previsto.

"Para a Nestlé, as negociações coletivas realizadas anualmente, em datas-base definidas pelos sindicatos, são fundamentais para a sustentabilidade do negócio, manutenção das operações e geração de valor em toda a cadeia de atuação da companhia", acrescenta a nota enviada pela assessoria.

Não é só no Brasil


Na capital do Peru, em Lima, a semana foi marcada por protestos do lado de fora das unidades de trabalho contra a demissão de empregados em meio à pandemia.

Entidades sindicais obtiveram a sinalização de que aqueles que estavam afastados devido a comorbidades podem ser demitidos em breve.

Protesto contra práticas desleais da Nestlé peruana na pandemia - Créditos: Sindicato Nacional de Trabalhadores da Nestlé no Peru




Outra bandeira das manifestações é o cumprimento de um acordo assinado há dois anos que previa aumento salarial em 2021, e não foi cumprido pela empresa.

“A empresa tem insistido em manter uma posição arbitrária, convocando trabalhadores vulneráveis a aderir à demissão voluntária, oferecendo para isso uma indenização e dizendo aos que não aceitarem esta oferta receberão uma carta de demissão”, relata o secretário-geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Nestlé no Peru, Juan De La Cruz Cardozo.

Segundo Cardozo, a empresa desrespeita uma lei peruana estabelecida no ano passado aos trabalhadores doentes e que pertencem ao grupo de risco, que permite o afastamento com garantia de pagamentos e direitos até o fim da pandemia.

Na sexta-feira (28), a Federação Nacional de Trabalhadores da Nestlé no Peru se reunirá com o Ministério do Trabalho e Promoção do Emprego do pais e representantes da empresa para buscar alternativas aos problemas enfrentados pela categoria.

No Chile, os principais problemas identificados no começo da pandemia seguem ocorrendo.

Na fábrica localizada em Maipú, na Região Metropolitana de Santiago, por exemplo, a distância máxima que os trabalhadores deveriam percorrer para a higienização é de 75 metros, conforme acordado com a empresa. Porém, em algumas seções, como a de chocolate, esta distância é de 600 metros desde o ano passado, mesmo depois de denúncias enviadas aos órgãos oficiais de fiscalização.

Fábrica de chocolates e biscoitos da Nestlé no Chile / Fesinem

Sobrecarga para as mulheres

Outra dificuldade tem sido enfrentada pelas mulheres dessa fábrica, que são a maioria da categoria. Isso porque o berçário em que deixavam seus filhos durante seus turnos de trabalho foi fechado.

“A empresa ofereceu uma bolsa-creche, mas isso não resolveu a situação, além de representar um tremendo retrocesso em conquistas alcançadas há mais de 40 anos”, lamenta José Guzmán, dirigente da Federação de Sindicatos da Empresa Nestlé, Empresas de Serviços e Atividades Afins (Fesinem).

“Ao retirar o direito de levar seus filhos à creche e ao jardim de infância dentro da fábrica, muitas trabalhadoras não têm quem cuide dos filhos, principalmente quando têm que trabalhar no turno da tarde ou da noite”, completa.

Segundo o dirigente, a empresa também interrompeu avanços nos direitos trabalhistas.

“Apesar de ter ampliado seu patrimônio com a compra recente da empresa de chocolates finos La Fête Chocolat, ela continua oferecendo reajuste salarial zero para o ano de 2022”, afirma Guzmán, que é funcionário da fábrica de Maipú há 35 anos.

Edição: Rebeca Cavalcante


quinta-feira, 27 de maio de 2021

A BENGALA COMO ARMA



BENGALA (Ver BORDÃO, CAJADO, RABO-DE-MACACO)

- ENEDINO BATISTA RIBEIRO – Gavião-de-penacho – IHGSC + ALESC/Fpolis-SC/1990, vol. 1, p. 461: “13-08-1924 – Segundo notícias procedentes de Florianópolis, o Dr. Nereu Ramos, no Café Java, agrediu à bengala o Sr. Manoel Simões, genro do Dr. Hercílio Pedro da Luz. Dizem ainda as notícias, que o Dr. Nereu Ramos fez uso de um revólver, tendo ferido o Sr. Manoel Minego Pereira, de Tijucas”. 
O mesmo autor volta a tocar no uso da bengala como arma: “Aníbal, armado de rabo-de-tatu, e o Dr. Agripa, de revólver e bengala, o primeiro agrediu o Dr. Armando, goelando-o e colocando-o contra a aprende, fez-lhe com as unhas vários ferimentos no pescoço; o Dr. Agripa agrediu José Batalha, vibrando-lhe uma bengalada na região frontal direita, produzindo um ferimento contuso de três centímetros de extensão” (obra citada, p. 481).

segunda-feira, 24 de maio de 2021

INSIGNIFICÂNCIA OU NÃO? - Proprietário de cavalos que danificaram 188 m² de área federal é condenado


23 de maio de 2021, 8h54

Causar dano, direto ou indireto, a uma unidade de conservação ambiental federal é passível de reclusão. Assim entendeu a 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ao recusar a apelação de um proprietário de cavalos que foi condenado por deixar os animais soltos em área de conservação.
Os animais danificaram uma área de 188 m²
Dollar Photo Club

Segundo os autos, o proprietário de três cavalos foi denunciado pelo Ministério Público Federal por manter os animais em confinamento dentro de uma unidade de conservação federal, a Floresta Nacional de Canela (RS). A presença dos equinos teria danificado a vegetação nativa por causa do pisoteio e pastagens dos animais. Segundo a acusação, 188 metros quadrados foram prejudicados — cerca de um quinto de um campo de futebol.

Em primeira instância, o autor foi condenado conforme o artigo 40 da Lei 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O proprietário recorreu e alegou ser aplicável ao caso o princípio da insignificância.

Ao analisar os autos, a desembargadora federal Cláudia Cristina Cristofani destacou em seu voto que "os tribunais têm adotado o entendimento de que é excepcionalíssima a aplicação do princípio da insignificância quando os bens jurídicos protegidos envolvem o meio ambiente. A conduta do réu causou dano ambiental em Unidade de Conservação, em área de 188 m², o que não pode ser considerada uma área ínfima, de modo que não incide, no caso dos autos, o princípio bagatelar. Assim, presentes materialidade, autoria e dolo e ausentes causas excludentes de ilicitude ou culpabilidade, deve ser mantida a condenação", afirmou.

A magistrada manteve a pena em um ano, quatro meses e dez dias de reclusão em regime semiaberto, uma vez que se trata de réu reincidente, "razão pela qual correta a fixação do regime semiaberto", explicou. Com informações da assessoria de imprensa do TRF4.

5009810-17.2019.4.04.7107

https://www.conjur.com.br/2021-mai-23/proprietario-cavalos-danificaram-188-area-federal-condenado


domingo, 23 de maio de 2021

Demanda mundial por areia gera crises ambientais e corrupção


Do concreto de construção aos celulares, ela é uma matéria-prima onipresente, porém facilmente esquecida, cuja obtenção envolve máfias e até mortes. E o pior: aos poucos a areia vai se transformando em artigo escasso.



Areia desértica: abundante, porém sem valor para setor de construção


Areia é um elemento indispensável na vida moderna, compondo o concreto das casas, o asfalto das estradas, o vidro das janelas e os chips de silício dos telefones celulares. Contudo, além de ser a origem de um ramo comercial destrutivo e por vezes ilegal, ela está cada vez mais escassa, e ninguém sabe dizer quando acabará de vez.

Apesar de ser o material mais empregado do mundo, a areia também é um dos menos monitorados: ao contrário de outros produtos, as instâncias reguladoras só têm uma vaga noção de quanto dela se utiliza por ano. Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) de 2019 teve que se basear nos dados sobre o cimento, que é misturado com areia e cascalho para fazer concreto, para chegar a uma estimativa de 50 bilhões de toneladas.

Pesquisadores ressalvam que isso é mais areia do que se pode usar responsavelmente a cada ano – embora ela também possa ser fabricada através da trituração de rochas. Em algumas regiões, a carência já motivou matanças direcionadas e a destruição de habitats.

"A natureza da crise é que não entendemos suficientemente esse material", observa a coautora do relatório Louise Gallagher, do Observatório Global da Areia, em Genebra. "Não entendemos bem os impactos nos locais de onde o retiramos. Às vezes, nem sabemos de onde vem, como é extraído dos rios. Simplesmente não sabemos."
Danos para humanos e meio ambiente

O que está claro para os especialistas, contudo, é que extrair areia em quantidades sem precedentes envolve alto custo para os seres humanos e o planeta: a mineração destrói habitats, polui rios e erode praias, muitas das quais já vêm perdendo terreno por causa da elevação do nível do mar.

Quando os mineradores escavam camadas de areia, as margens dos rios se tornam menos estáveis. Poluição e acidez matam os peixes e reduzem a quantidade de água disponível para a população e as plantações. E o problema piora quando represas rio acima impedem os sedimentos de voltarem a encher o leito dos rios.

"Há tantos aspectos que não são levados em consideração", comenta a pesquisadora independente Kiran Pereira, autora de um livro propondo soluções para a crise dessa matéria-prima. "Isso definitivamente não é refletido no custo da areia."

O pior é que grande parte do impacto sequer é imediatamente visível, o que dificulta saber sua extensão, ressalva Stephen Edwards, que pesquisa sobre setores extrativistas na União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). "Certamente está chegando a um nível em que precisamos prestar mais atenção ao assunto."

Um artigo publicado pela revista Nature em 2019 relatava que a mineração de areia contribuíra para levar há beira da extinção os gaviais do rio Ganges, só restando 250 adultos dessa espécie de crocodilo em estado natural. Além disso, a atividade desestabilizou as margens do Mekong, no Sudeste Asiático, cujo eventual desmoronamento pode deixar desabrigados 500 mil indivíduos.

Um dos motivos por que os danos da mineração têm sido ignorados é que, embora componha todo tipo de objetos do dia a dia, a areia fica "oculta em plena vista", aponta o coautor do estudo Chris Hackney, geógrafo da Universidade de Newcastle, Inglaterra. "Pergunte às pessoas qual é a matéria-prima mais importante do planeta, e a areia dificilmente será mencionada."

Areia para construção das Palm Islands de Dubai teve que ser retirada do fundo do Golfo Pérsico
Por que não explorar os desertos?

Falar de escassez de areia parece um contrassenso. Embora um terço da superfície da Terra seja classificada como deserto, em grande parte arenoso, países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, importam o produto de lugares como Canadá ou Austrália. O arranha-céu Burj Khalifa, de 830 metros de altura, foi construído nos Emirados Árabes Unidos usando areia do outro lado do mundo.

Isso se deve ao pouco valor que a areia do deserto tem para o setor de construções: quando o vento sopra nas dunas, ele torna esféricas as partículas de areia, que assim oferecem menos fricção necessária a um concreto forte, do que os arestosos grãos nos leitos fluviais, praias e no fundo do mar.

"Quando cresci em Bangalore, eu lia constantemente relatos sobre rios sendo dizimados pela mineração de areia", conta Pereira. Entre suas primeiras lembranças está levantar-se às 2 horas da madrugada para pegar água numa torneira pública muito disputada. "Ao mesmo tempo, lembro de ver centenas e centenas de caminhões cheios de areia subindo e descendo a estrada para suprir todos os canteiros de obras."

A maior demanda é da China, que entre 2011 e 2014 produziu mais cimento do que os Estados Unidos em todo o século 20. Calcula-se que, até 2027, a segunda maior produtora do mundo, a Índia, superará a China como país mais populoso.

Com o mundo a caminho dos 10 bilhões de habitantes até meados do século e com a migração em massa para as cidades na Ásia e África, estima-se que a demanda de areia continue crescendo.

Não se trata apenas de concreto: em 2011, foram dragados 20 milhões de metros cúbicos de areia do solo marinho do litoral da Holanda para formar uma barreira de proteção contra a erosão e a mudança climática. Nos últimos 50 anos, Cingapura construiu ilhas artificiais, aumentando em um quarto sua área, com areia importada do Cambodja, Vietnã, Indonésia e Malásia. Nos Emirados Árabes Unidos, as Palm Islands artificiais de Dubai, visíveis do espaço, foram feitas com areia retirada do fundo do Golfo Pérsico.
Fonte de criminalidade

E há também o custo humano: com os preços da areia em ascensão, a polícia de países desde a África do Sul até o México têm registrado numerosas mortes pelas mãos dos mineradores. Mas em nenhum lugar a violência é tão grande como na Índia, onde se localizam as mais mortais "máfias da areia".

Quadrilhas criminosas têm queimado jornalistas vivos, desmembrado ativistas e atropelado policiais com caminhões. Um relatório de 2020 do grupo ambientalista Asia Network on Dams, Rivers and People, sediado em Nova Délhi, contou 193 vítimas da mineração ilegal de areia na Índia em dois anos.

As principais causas foram más condições de trabalho, violência e acidentes. Não só os mineradores têm que mergulhar até o fundo dos rios centenas de vezes ao dia, sem vestes protetoras, como há registros de trabalho infantil da Índia a Uganda, e raras vezes o setor foi responsabilizado.

No fim de fevereiro, um tribunal especial de Nova Délhi condenou à prisão por suborno o chefe da gigante indiana da areia de praia V.V. Minerals e o ex-diretor do Ministério do Meio Ambiente.

O magnata da areia, que há décadas vinha escapando de acusações de mineração ilegal, foi apanhado pagando as taxas de universidade do filho do funcionário, em troca de uma licença ambiental ilícita. Um veículo de imprensa local comparou o caso ao do notório mafioso americano Al Capone, finalmente condenado por infrações tributárias.

Rio Mekong, Vietnã: desmoronamento de margens pode deixar meio milhão de desabrigados

Soluções políticas e tecnológicas

Para resolver a crise da areia, os líderes mundiais precisam regulamentar melhor o setor e aplicar leis anticorrupção, assim como monitorar a produção global da matéria-prima. Seria ainda necessário reduzir a demanda, encontrando alternativas para o concreto e construindo de forma mais eficaz com materiais como madeira.

Os entulhos de prédios demolidos poderiam ser reutilizados como agregado para estradas, por exemplo. Pesquisadores investigam, ainda, maneiras de viabilizar a abundante areia desértica para a construção, aquecendo-a e triturando os grãos. O atual desafio é diminuir os custos do processamento.

"Nossa capacidade de construir não depende de nossa necessidade de areia", afirma a pesquisadora Kiran Pereira. "Podemos desassociar as duas coisas, e mesmo assim construir e permitir prosperidade humana, sem destruir nosso ecossistema."

Fonte: 

Judeu é atacado e insultado por três homens em Berlim

Vítima usava kipá quando levou soco no rosto. Cidades alemãs registraram incidentes antissemitas durante conflito entre Israel e Hamas.

Homem usando kipa

Número de incidentes de discurso ódio antissemita cresceu 15,7% na Alemanha em 2020, comparado ao ano anterior

Um homem judeu de 41 anos foi insultado e golpeado por três homens em Berlim na noite de sexta-feira (21/05), segundo a polícia informou neste sábado.

A vítima, que estava usando um kipá, levou um soco no rosto e foi alvo de xingamentos antissemitas.

Devido ao ataque, o homem atravessou a vitrine de vidro de uma loja, no bairro de Schöneberg. Ele comunicou o caso à polícia e foi levado a um hospital, onde recebeu curativos.

Os três agressores fugiram do local e suas identidades são desconhecidas.

Conflito entre Israel e Hamas

Nas últimas duas semanas, ocorreram protestos em várias cidades da Alemanha relacionados ao conflito entre Israel e o grupo islâmico radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor na sexta-feira, e atos ocorreram neste sábado em Berlim e Frankfurt. Na capital alemã, cerca de 500 pessoas marcharam defendendo a criação de um Estado palestino e contra ataques a sinagogas e mesquitas. Em Frankfurt, cerca de 950 pessoas se reuniram no centro da cidade e pediram "o fim imediato da anexação por Israel e da violência".

A maioria dos protestos ocorridos nos últimos dias foi pacífico, mas bandeiras de Israel foram incineradas em Bonn, Dusseldorf e Munster, no estado da Renânia do Norte-Vestfália. Na cidade de Gelsenkirchen, no mesmo estado, 180 pessoas marcharam da estação de trem até uma sinagoga, gritando slogans antissemitas. Em algumas cidades, sinagogas foram depredadas ou ameaçadas.

Repúdio ao antissemitismo

Felix Klein, comissário do governo alemão para combate ao antissemitismo, disse à DW no dia 14: "Foi terrível ver o ódio expresso aos judeus alemães e às sinagogas nos últimos dias. (...) Torná-los responsáveis pelos atos do governo israelense não é aceitável de forma alguma."

No mesmo dia, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier disse ao tabloide Bild: "Quem queima bandeiras da Estrela de David ou grita slogans antissemitas em nossas ruas não está apenas abusando do direito de manifestação, mas também cometendo um crime. (...) Não queremos, nem vamos tolerar o ódio aos judeus".

O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, prometeu no dia 16 tolerância zero contra o antissemitismo e afirmou que "qualquer pessoa que espalhar ódio antissemita enfrentará toda a força da lei”.

O chefe do Conselho Central para Muçulmanos na Alemanha, Aiman Mazyek, também criticou fortemente os protestos antissemitas em frente às sinagogas. "Condeno decisivamente tais cenas repugnantes", disse ele ao jornal Rheinische Post no sábado passado. "Quem reclama de racismo e ao mesmo tempo espalha tal ódio antissemita, perdeu tudo. Aqueles que supostamente querem criticar Israel, mas depois atacam sinagogas e judeus, atacam a todos nós", afirmou.

Incidentes contra judeus em alta

Mesmo antes do recente agravamento da violência entre israelenses e palestinos, já havia preocupação sobre o crescente número de incidentes antissemitas na Alemanha, a maior parte deles motivados por movimentos de extrema direita.

Os crimes de motivação política cresceram 8,5% na Alemanha em 2020 em comparação com o ano anterior, e aqueles cometidos pela extrema direita bateram recorde.

discurso de ódio antissemita também teve um aumento, com um crescimento de 15,7% nos incidentes, muitos dos quais realizados online.

"O ódio antissemita é um componente central da ideologia extremista de direita. Isso na Alemanha não é apenas preocupante, mas, no contexto de nossa história, profundamente vergonhoso", disse Seehofer no início de maio, antes do conflito entre o Hamas e Israel.

bl (dpa, ots)

Via https://www.dw.com/pt-br/judeu-%C3%A9-atacado-e-insultado-por-tr%C3%AAs-homens-em-berlim/a-57632004

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Dentista bolsonarista empurra namorada da escada e quebra três vasos na cabeça dela



Carlos Eduardo Massuia foi preso em flagrante por violência doméstica. Caso aconteceu em condomínio de alto padrão no MT

Por Luisa Fragão 21 maio 2021 - 08:56


Reprodução/Facebook

O cirurgião dentista Carlos Eduardo Massuia, eleitor do presidente Jair Bolsonaro, foi preso nesta sexta-feira (21) acusado de ter agredido a namorada de 25 anos na casa onde ele mora. O boletim de ocorrência relata que o homem arrastou a vítima pelos cabelos, a empurrou da escada e quebrou três vasos na cabeça dela. O caso aconteceu em Rondonópolis, no Mato Grosso.

Segundo informações do UOL, as agressões teriam ocorrido após uma discussão do casal. A mulher ficou com ferimentos em diversas partes do corpo, como na cabeça, no rosto, na mão e na perna.

Quando a Polícia Militar chegou ao condomínio de Carlos, de alto padrão, o dentista estava saindo do local. Ele foi abordado pelos policiais e levado à delegacia. Carlos foi autuado e preso em flagrante por crime de lesão corporal dolosa no âmbito da violência doméstica.

Fonte: https://revistaforum.com.br/mulher/dentista-bolsonarista-empurra-namorada-da-escada-e-quebra-tres-vasos-na-cabeca-dela/

Sobre a presença de Guarás no arquipélago integrado pela Ilha de SC





A espécie foi citada por MARCELINO ANTÔNIO DUTRA, escritor do Ribeirão da Ilha, na sua polêmica Assembleia da Aves - Tip. do Mercantil/RJ/1847.

E temos, dentre as ilhas do nosso arquipélago, uma que foi denominada Ilha dos Guarás.

AIRES DE CASAL - Corografia brasílica …, p. 47: Uma das mais lindas aves paludais, tem o corpo duma perdiz, pernas compridas, pescoço longo, bico comprido, e um pouco curvo; sem cauda. A primeira pena é branca; passado algum tempo torna-se negra, e finalmente escarlate, conservando a segunda cor nas extremidades das asas.

Guará, ou guaraz, é o nome de um pássaro do Brazil, branco em pequeno, cinzento depois, e que se torna por fim vermelho. E a ibis rubra dos naturalistas. Os indigenas enfeitavão com as pennas de suas azas as cannas de guerra, que ficavão como empavezadas com a vivida plumagem. - AUGUSTO-EMÍLIO ZALUAR - Peregrinação pela Província de São Paulo - Liv. Garnier/RJ/1860-1861, p. 111 (português da época)

quinta-feira, 20 de maio de 2021

RÁDIO RATONES - Românii au talent 2020: Makhmud Urumbayev

RADIO RATONES - GHOST RIDERS IN THE SKY - Wiesia Dudkowiak

Senador Alessandro Vieira compara Pazuello a nazista Adolf Eichmann


Publicado por Victor Dias
- 20 de maio de 2021

Roger-Viollet Topfoto / Wikimedia

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comparou Pazuello a Eichmann, o burocrata nazista que cuidava da logística do holocausto judeu, nesta quinta-feira (20) durante a CPi da covid,

O senador citou Hannah Arendt:

“Ele agiu segundo o que acreditava ser o seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender em sua carreira profissional, na mais perfeita lógica burocrática. Cumpria ordens sem questioná-las, com o maior zelo e eficiência, sem refletir sobre o Bem ou o Mal que pudessem causar.”

Pelas redes sociais, Alessandro continuou e disse que “Pazuello não é um homem mau”.

“É um burocrata que seguiu ordens sem pensar. Um burocrata que nunca entendeu que sua missão era salvar vidas, não obedecer ao chefe de ocasião. Perdemos milhares de vidas por conta desta visão distorcida. Distorção que Mandetta e Teich rejeitaram”, escreveu.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/senador-alessandro-vieira-compara-pazuello-a-nazista-adolf-eichmann/

Que duas, hein?


Joice para Zambelli: “Quem me perguntou se você era prostituta foi o presidente”

Jornalista George Marques testemunhou a troca de farpas entre as ex-aliadas no final da sessão da CPMI das Fake News

Por Redação 4 dez 2019 - 21:40

Reprodução


As deputadas federais Joice Hasselmann (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP), apesar de serem do mesmo partido, trocaram farpas de forma intensa na noite desta quarta-feira (4), já no final da sessão da CPMI das Fake News no Congresso.

De acordo com o jornalista George Marques, que acompanhou toda a sessão, Hasselmann disparou para Zambelli: “Quem me perguntou se você era prostituta foi o presidente”.




VIRGÍLIO VÁRZEA - ...Mares e campos/Manhã na roça


Pleno inverno.

Aqui e além, galos acordam cantando à aproximação do dia. Uma tênue mancha de claridade argêntea recorta em laca a linha ondulada das colinas verdes. Pouco a pouco, uma poeira de ocre transparente, que se esbate para o alto, cobre todo o horizonte, e o sol aponta, deslumbradoramente, como uma gema de ouro flamante. Vapores diáfanos diluem-se lentamente, em meio aos listrões vivos que purpureiam o nascente. Fundem-se no ar tons delicados de azul e rosa, e eleva-se da floresta uma orquestração triunfal. Despertam de súbito, ao alagamento tépido da luz, as culturas adormecidas. Abrem-se as casas.

Pelos terreiros, úmidos da serenada da noite, homens de cócoras, em camisa, de cangirão na mão, brancos de frio, ordenham as grossas tetas das pacientes e mugidoras vacas que criam, amarradas aos finos paus das parreiras, e que, expelindo fumaça no ar frígido, ruminam ainda restos de grama, numa mansidão ingênua de animal digno. 




Mulheres de xale pela cabeça chamam as galinhas, com um ruído seco de beiço, tremido, fazendo brurrr e sacudindo-lhes mãos cheias de milho e pirão esfarelado.



Um carro atopetado de raízes de mandioca, arrancadas de fresco, empoeiradas de areia, compridas, tortas, com o aspecto e a cor esquisita das plantas que se avolumam e vegetalizam enterradas, chia monotonamente, e aromatizado por florações vigorosas e germinativas, pelas emanações do gado e pelo cheiro acre das laranjas vermelhas, que caem de maturidade. 




Cantigas rústicas, amorosas, de uma sinceridade ingênua, com toadas prolongadas e vibrantes, misturam-se à alacridade do campo. E pela compridão majestosa e verde dos alagados e das pastagens, o colorido movimentoso e variado das rezes.

Santa Catarina, 1884.

Procuradoria acusa médicos de Maradona de homicídio com intenção eventual

Justiça argentina agrava a acusação contra sete investigados pela morte do ídolo argentino. Ex-jogador teria sido "abandonado à própria sorte" com "tratamento inadequado e deficiente".



Promotores dizem que equipe médica de Maradona sabia que ele tinha a saúde afetada por excesso de álcool e medicamentos


A Justiça argentina agravou a acusação contra os sete investigados pela morte do ídolo do futebol argentino Diego Maradona para homicídio com dolo (intenção) eventual, crime passível de pena de 8 a 25 anos de reclusão. Antes, eles haviam sido notificados por homicídio culposo, cuja pena varia de 1 a 5 anos, podendo ser cumprida em regime aberto.

Um dos motivos para a nova acusação foram as conclusões da junta médica de peritos que durante dois meses analisou as circunstâncias da morte de Maradona, segundo informação da Procuradoria Geral de San Isidro, localizada na região metropolitana de Buenos Aires e encarregada da investigação.

O relatório da junta concluiu que, nos últimos dias de vida, o ex-jogador foi "abandonado à própria sorte", com "tratamento inadequado, deficiente e temerário".

O ex-jogador morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, em uma casa alugada em um bairro ao norte de Buenos Aires, onde se recuperava de uma cirurgia na cabeça, após ter ficado hospitalizado por dez dias.

Ele havia sido internado em 2 de novembro em uma clínica em La Plata por anemia e desidratação e um dia depois foi transferido para um hospital na cidade de Olivos, na província de Buenos Aires, onde foi submetido a uma cirurgia devido a um hematoma subdural na cabeça.

Em 11 de novembro, o ídolo teve alta do hospital e foi levado para uma casa em um bairro afastado nos arredores de Buenos Aires, onde morreu.
"Equipe conhecia perigo de morte"

Com a mudança na qualificação, a equipe do Ministério Público considera que a morte de Maradona não foi fruto de imperícia ou negligência de seus médicos, mas que eles sabiam da possibilidade de o ex-craque morrer e nada fizeram para impedir que isso ocorresse.

Foram denunciados formalmente o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov e outros cinco profissionais de saúde que trataram de Maradona.
Fãs choram a morte de Maradona

Proibidos de sair do país, devem comparecer para depoimento entre 31 de maio e 14 de junho os enfermeiros Ricardo Omar Almirón e Dahiana Gisela Madrid, o coordenador dos enfermeiros, Mariano Perroni, a médica que coordenou a hospitalização domiciliar do ex-jogador, Nancy Forlini, e o psicólogo Carlos Angel Díaz, além de Cosachov e Luque, apontado como médico de família de Maradona.

A autópsia no corpo do ex-capitão e ex-técnico da seleção argentina determinou que ele morreu como resultado de um edema pulmonar agudo secundário a uma insuficiência cardíaca crônica exacerbada. Os legistas também descobriram uma "cardiomiopatia dilatada" no coração.
Mensagens nos celulares

Através de análises dos celulares da equipe médica, os promotores tiveram acesso a uma série de mensagens e áudios que mostram que a equipe médica sabia que nos últimos meses de vida Maradona tinha a saúde afetada por excesso de álcool, medicação psiquiátrica e consumo de maconha.

Entre as conclusões do relatório, a junta médica afirmou que "os sinais de risco de vida apresentados" pelo ex-craque foram ignorados, e os cuidados de enfermagem nas últimas semanas "foram cheios de deficiências e irregularidades".

Dalma, de 33 anos, e Gianinna, de 31, as duas filhas que Maradona teve com sua ex-mulher Claudia Villafañe, acusam Luque e a equipe médica pelos maus cuidados recebidos por seu pai. Em 10 de março, ambas participaram de uma passeata convocada pelos fãs de Maradona, exigindo justiça.

Em meio a recriminações e acusações pela atenção dispensada a Maradona em seus últimos anos, outro caso paralelo avança para resolver a disputa de herança entre seus cinco filhos, seus irmãos e o último representante legal do ídolo argentino, Matías Morla.

md/lf (EFE, AFP), via DW/BR

NEM TUDO QUE BRILHA É OURO - Tribunal de Justiça do Rio decreta falência da mineradora MMX, de Eike Batista

19 de maio de 2021, 18h21


A 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta quarta-feira (19/5), a falência da MMX Mineração e Metálicos e da MMX Corumbá Mineração, comandas por Eike Batista. As duas companhias estavam em recuperação judicial.
Tribunal de Justiça do Rio decreta falência da mineradora MMX, de Eike Batista

Em 2019, a 4ª Vara Empresarial do Rio negou o plano de reestruturação e decretou a falência da MMX. A empresa recorreu, e uma liminar do TJ-RJ suspendeu os efeitos da decisão.

A MMX pediu o adiamento do julgamento desta quarta para apresentar um novo plano de recuperação, que levaria em conta uma injeção de US$ 50 milhões da China Development Integration Limited.

A advogada da MMX Ivana Harter afirmou que o plano de recuperação da companhia não poderia ter sido negado pela 4ª Vara Empresarial do Rio, pois ficou demonstrado que ela teria dinheiro para se reestruturar, informou o jornal O Estado de S. Paulo.

Porém, os desembargadores não consideraram que o investimento seria suficiente para restaurar a saúde financeira da empresa e decretaram a sua falência.

A MMX informou que recorrerá da decisão.

A Justiça de Minas Gerais decretou em 5 de maio a falência da MMX Sudeste Mineração, um dos braços da mineradora controlada por Eike Batista.

Processo 0053657-85.2019.8.19.0000

https://www.conjur.com.br/2021-mai-19/tj-rj-decreta-falencia-mineradora-mmx-eike-batista


quarta-feira, 19 de maio de 2021

VERGONHA DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO DE ISRAEL



Conflito entre Israel e palestinos: derrubar prédio foi 'tentativa clara de silenciar jornalistas', diz repórter

19 maio 2021, 14:27 -03



Organizações de liberdade de imprensa condenaram veementemente um ataque israelense que destruiu a torre que abrigava a agência Associated Press e a rede de televisão Al Jazeera em Gaza.

Isso acontece em um momento em que os postos de controle estão fechados e jornalistas estrangeiros são impedidos de entrar em Gaza.

Israel alegou que a inteligência militar do Hamas estava operando dentro do prédio, mas o editor executivo da AP pediu uma investigação independente sobre o ataque.


PENSEM NUM VIZINHO ABUSADO - Homem terá que indenizar por jogar urina e fezes de cães na varanda do vizinho

19 de maio de 2021, 9h52


A 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou um homem a pagar indenização por danos morais de R$ 15 mil a um vizinho por jogar fezes e urina de cachorros na varanda dele.
Urina e fezes de cães corroeram teto do apartamento do autor da ação
Reprodução

O autor afirmou que seu vizinho de cima possui cachorros, que urinam e defecam constantemente na varanda. Devido aos dejetos e à lavagem inadequada, o teto está apresentando corrosão e necessita de reforma que custa R$ 4 mil, apontou. Além disso, declarou que as limpezas acabam derrubando água suja em sua varanda.

O réu sustentou que o prédio fica perto do mar e sofre os efeitos corrosivos da maresia. De acordo com ele, não há provas de que o desgaste tenha ocorrido devido à urina e às fezes de seus cachorros.

O juiz de primeira instância condenou o vizinho que tem os cachorros a pagar indenização por danos morais de R$ 15 mil ao autor. Ambos recorreram. Porém, o relator do caso, desembargador Cleber Ghelfenstein, negou as apelações.

Segundo o magistrado, a perícia encontrou vestígios de urina e fezes de cachorro provenientes do apartamento do réu. E o sulfato, o ácido úrico e o sódio, presentes nos dejetos, aceleram a deterioração do concreto e de determinados metais.

Como houve a comprovação do dano, da conduta do réu e do nexo de causalidade entre eles, o homem deve ser responsabilizado por seu ato ilícito, disse o desembargador. Ele também considerou que o valor da indenização está em conformidade com a jurisprudência.

Processo 0033026-85.2013.8.19.0209

 é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio de Janeiro.

Revista Consultor Jurídico, 19 de maio de 2021, 9h52

Investigação da PF mira escritório de advocacia em que Ricardo Salles é sócio


19 de maio de 2021, 11h13



A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal, de autorizar busca e apreensão e quebra do sigilo bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi dada para que se investigue se há participação do ministro em um esquema de facilitação de exportação ilegal de madeira.

Para embasar o pedido, a Polícia Federal aponta supostas "movimentações suspeitas" no escritório de advocacia do qual o ministro é sócio.
Ministro Alexandre vê indícios para abrir investigação sobre contrabandoNelson Júnior/SCO/STF

A decisão foi tomada em petição divulgada na manhã desta quarta-feira (19/5) pelo STF. "De acordo com a representação da autoridade policial, os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles; além de servidores públicos e de pessoas jurídicas", descreve Moraes.

De acordo com o ministro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou "operações suspeitas" envolvendo o escritório de advocacia do ministro Ricardo Salles.

"A esse respeito, a representação ainda aponta a possível existência de indícios de participação do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, em razão de comunicações ao Coaf por operações suspeitas realizadas, também nos últimos anos, por intermédio do escritório de advocacia do qual o referido Ministro de Estado é sócio", diz a decisão.

A Polícia Federal também destacou, conforme narra Alexandre, que parte das empresas envolvidas e ao menos dois agentes públicos investigados também tiveram "inúmeras comunicações" ao Coaf por operações suspeitas.

De acordo com uma testemunha, desde janeiro de 2021, outro agente público investigado nos autos (Leopoldo Penteado Butkiewicz), por ser assessor especial do atual ministro de Meio Ambiente, passou a atuar de forma direta no Ibama.

A testemunha disse que desde 2015 (período em que atua na área de infrações ambientais) "nunca tinha visto um assessor direto do Ministro do Meio Ambiente atuar dessa forma e que, segundo se recorda, o referido agente público de confiança participaria dos grupos de Whatsapp do SIAM/GAB, tendo por diversas vezes dado ordens diretamente ao depoente e intercedido em favor de autuados".

No inquérito, a Polícia Federal lembra a reunião ministerial do dia 22 de abril na qual o ministro disse que ia aproveitar a pandemia para "passar a boiada". Segundo o ministro Alexandre, "o referido modus operandi teria sido aplicado na questão das exportações ilícitas de produtos florestais, pois, na ausência de um parecer do corpo técnico especializado que objetivasse a eventual revogação da Instrução Normativa n. 15/2011, do Ibama, o que se viu na prática foi a elaboração de um parecer por servidores de confiança, em total descompasso com a legalidade".

"Passando a boiada"

Em sua representação enviada ao Supremo, a Polícia Federal menciona a reunião ministerial de 22 de abril do ano passado, em que Salles sugeriu que alterações de normas infralegais fossem feitas por meio de pareceres que subsidiariam atos administrativos. "(...) Tem um monte de coisa que é só parecer, caneta, parecer, caneta", afirmou.

Segundo a PF, esse modus operandi teria sido aplicado na tentativa de atribuir legalidade a lotes de madeira brasileira apreendidos nos Estados Unidos por autoridades daquele país. As empresas responsáveis pela mercadoria — ainda de acordo com a PF — tentaram contornar a questão consultando servidores nomeados ou promovidos por Salles.

Em seguida, essas empresas teriam protocolado um pedido para caducar os efeitos de uma instrução normativa do Ibama que estabelece os procedimentos para a exportação de madeira (IN 15/11). Esse requerimento teria sido encaminhado ao presidente do Ibama e, ainda segundo a PF, Salles se encontrou, no mesmo dia, com representantes dessas exportadoras. A revogação da instrução normativa, segundo os autos, acabou sendo revogada pelo Ministério do Meio Ambiente por meio de um despacho baseado em parecer feito por servidores de confiança de Salles — e não por meio de parecer feito por corpo técnico especializado.

Pet 8.795

https://www.conjur.com.br/2021-mai-19/investigacao-pf-mira-escritorio-advocacia-ricardo-salles

Derretimento do gelo da Groenlândia pode ser irreversível, apontam pesquisas


Prestes a alcançar ponto crítico, perda da camada de gelo da ilha ártica pode elevar nível do mar em mais de 7 metros. Ao mesmo tempo, derretimento intensifica cobiça internacional sobre Groenlândia.




Catástrofe ambiental, fusão do gelo da Groenlândia também facilita acesso a matérias-primas preciosas


Partes do manto de gelo da Groenlândia estão prestes a alcançar um ponto crítico a partir do qual será praticamente impossível deter seu derretimento. Devido às temperaturas ascendentes, já começou a desestabilização de áreas no centro-oeste da ilha, relatou o Instituto de Potsdam de Pesquisa Climática (PIK), com base em dados de pesquisadores alemães e noruegueses.

"Nossos resultados indicam que no futuro ocorrerá um derretimento significativamente maior, o que é muito preocupante", explicou o pesquisador Niklas Boers, do instituto sediado na Alemanha. O fato se deve a efeitos de retroalimentação, em que o aquecimento do manto glacial se acelera à medida que sua altura se reduz.

Para evitar um derretimento total, não bastaria conter o aquecimento do planeta: para que a camada de gelo retorne à altura de séculos passados, as temperaturas teriam, antes, que baixar até níveis muito inferiores ao pré-industrial.

"Ou seja: a perda de massa de gelo atual e a esperada no futuro próximo será basicamente irreversível. Por isso, é mais do que hora de reduzirmos, rápida e decididamente, as emissões de gases do efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis, e de voltar a estabilizar o manto glacial e o nosso clima", apelou Boers.
Consequências globais

O PIK explica que, segundo os modelos desenvolvidos até agora, a fusão do manto glacial groenlandês se torna incontornável se a temperatura média global exceder entre 0,8 ºC e 3,2 ºC o nível pré-industrial.

Estudo com lêmingues comprova o aquecimento global

A partir desse limite crítico, a camada de gelo poderá se fundir inteiramente ao longo de centenas ou milhares de anos, resultando numa elevação de mais de 7 metros do nível do mar global, assim como num colapso da circulação meridional de capotamento do Atlântico (AMOC), responsável pelo calor relativo na Europa e na América do Norte.

Os 21 milhões de quilômetros quadrados da Região Ártica se estendem do Polo Norte ao Círculo Polar, distribuídos por oito países: Rússia, Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia, a Groenlândia (pertencente à Dinamarca) e o estado americano do Alasca. O manto glacial groenlandês é o segundo maior do mundo, depois do da Antártida, no Polo Sul, e outros estudos também enfatizam a ameaça a esse importante ecossistema.

Por exemplo, uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (17/05) pela revista Geophysical Research Letters mostra que a capacidade do gelo de refletir a luz solar também representa um papel importante: se a superfície gelada absorve mais calor – seja devido a uma redução da precipitação de neve ou à alteração da forma dos cristais de gelo –, o processo de derretimento é acelerado.
Choque de interesses internacionais

O Ártico e a mudança climática foram igualmente temas de uma visita do secretário de Estado americano, Anthony Blinken, à Dinamarca, onde conversou nesta terça-feira com a primeira-ministra Mette Frederiksen e o chefe da diplomacia groenlandesa, Pele Broberg.

Assim como as ilhas Faroé, a Groenlândia é basicamente autônoma, apesar de oficialmente pertencer ao reino dinamarquês. O derretimento do gelo facilita o acesso a jazidas de matérias-primas que tanto países vizinhos quanto distantes, como a China, gostariam de explorar.

Blinken também participará de um encontro ministerial do Conselho Ártico, a se iniciar nesta quarta-feira em Reykjavik. Na semana corrente, a Rússia assume da Islândia a presidência rotativa bianual do conselho. Antecipando a reunião de ministros na capital islandesa, o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, advertiu o Ocidente contra ingerências no Ártico.

Ele evocou prerrogativas territoriais de seu país, frisando que seriam "legítimas" todas as ações militares realizadas por Moscou no Ártico. "Tem estado absolutamente claro para todos, por muito tempo, que é nosso território, essa é a nossa terra. Somos responsáveis por assegurar que nossa costa ártica esteja segura", afirmou o chefe de diplomacia numa coletiva de imprensa na capital russa.

av/lf (AFP, Reuters, ots), via https://www.dw.com/pt-br/derretimento-do-gelo-da-groenl%C3%A2ndia-pode-ser-irrevers%C3%ADvel-apontam-pesquisas/a-57570248