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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma frase genial

"O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre" - DENNIS DIDEROT


Com essa frase, ele quis dizer que todos os governantes e os dogmáticos deveriam ser completamente derrubados, para a humanidade ser livre.
Quis mostrar, ainda, que "altar" e trono", sempre associados nas maiores perversidades cometidas contra a espécie humana, formam uma aliança que precisa ser eliminada para o bem do povo em geral. Estado (gênero=União, entes federativos e municípios) e cultos não devem misturar-se, em qualquer república que se preze.
Tais afirmações, que causam certa apreensão, pela sua contundência, se conservam atuais e podem ser estendidas aos pregadores de muitos outros cultos, igualmente perniciosos à humanidade.

Releva, ainda, a circunstância de que não são bem os "padres " (isto é, a base das hierarquias religiosas) os mais perigosos para a humanidade, mas sim as altas hierarquias de todos os cultos, os que mandam, os que exploram inclusive os da base da pirâmide, que sequer têm seus vínculos reconhecidos com as instituições que os exploram. São os da parte de cima da pirâmide os responsáveis pelas articulações, as artimanhas, os pactos, as concordatas, as negociatas inescrupulosas, as safadezas, enfim.
Os déspotas da política, das finanças, do judiciário, do ministério público, da imprensa, do latifúndio, dos produtores de armas, das forças armadas, tradicionais aliados das Igrejas (notadamente da ICAR), assemelham-se muito aos déspotas dos grandes grupos econômicos-financeiros-religiosos. Por isto identificam-se e se juntam no esforço de chupar o sangue da humanidade, de forma acintosa, agressiva e inescrupulosa.

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Um exemplo de despotismo articulado pela Igreja com o legislador e com o Presidente da República, em prejuízo do "baixo clero":

Lei federal nº 10.170, de 29/12/2000

Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos desta lei, os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vacacional com ministros de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.

O verdadeiro objetivo da lei federal acima transcrita, parece claro ao blogueiro, é impedir a configuração de vínculo empregatício de padres, pastores e outros religiosos com as instituições que os exploram como colaboradores na prática do comércio da fé.
Ao dizer que seus ganhos não configuram remuneração (salário, como é mais conhecida a contraprestação pecuniária por qualquer trabalho), retiram das relações por eles vividas um pressuposto fundamental do vínculo de emprego, catalogado no art. 2º, da CLT.
A mesma preocupação perversa da ICAR em não ver reconhecido vínculo de emprego com seus pregadores foi contemplada pela Concordata (Tratado Internacional) assinada pelo Estado brasileiro com a Santa Sé.
Tal prática corresponde a um ajuste de déspotas, de lideres asquerosos, a saber, Lula e o papa Bento XVI, que municia o Judiciário Trabalhista para declarar inexistente vínculo de emprego entre as partes. De carona, os demais cultos também terão oportunidade de rechaçar as tentativas dos seus colaboradores de tentarem o reconhecimento de contratos individuais de trabalho.

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Para completar a leitura do livro de DIDEROT, o mais recomendável é a obra de BAKUNIN, (um autêntico "coletivista") no Brasil sintetizada pela publicação Textos Anarquistas, da L&PM Editores.

Uma pequena demonstração das convicções daquele eminente russo:

Sou um amante apaixonado da liberdade, considerando-a como o único espaço onde podem crescer e desenvolver-se a inteligência, a dignidade e a felicidade dos homens; não esta liberdade formal, outorgada e regulamentada pelo Estado, mentira eterna que, em realidade, representa apenas o privilégio de alguns, apoiada na escravidão de todos; não esta liberdade individualista, egoísta, mesquinha e fictícia, enaltecida pela escola de J. J. Rousseau e por todas as outras escolas do liberalismo burguês, que considera o assim chamado direito de todo mundo, representado pelo Estado, como o limite do direito de cada um, o que conduz, sempre e necessariamente, o direito de cada um a zero.

(...)

Sou um partidário convicto da igualdade econômica e social, porque sei que, fora desta igualdade, a liberdade, a justiça, a dignidade humana, a moralidade e o bem-estar dos indivíduos, assim como a prosperidade das nações, serão nada mais do que mentiras. Mas, partidário da liberdade, condição primeira da humanidade, penso que a igualdade deve estabelecer-se pela organização espontânea do trabalho e da propriedade coletiva das associações produtoras, livremente organizadas e federalizadas nas comunas, e pela federalização igualmente espontâneas das comunas, e não pela ação suprema e tutelar do Estado.


(...)

Os comunistas acreditam que devem organizar as forças operárias para dominar a potência política dos Estados. Os socialistas revolucionários se organizam com vistas à destruição, ou se quisermos usar um eufemismo, com vistas ao aniquilamento dos Estados. Os comunistas são partidários do princípio e da prática da autoridade, os socialistas revolucionários só têm confiança na liberdade.

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