A polêmica crescia no sábado, 14, na
Alemanha depois que uma dupla de rap acusada de antissemitismo por
letras nas quais se comparam com presos de Auschwitz recebeu um prêmio
no Dia da Lembrança do Holocausto. Os rappers alemães Kollegah e Farid
Bang fazem referência ao campo de extermínio nazista em sua canção 0815,
na qual dizem que seus corpos estão "mais definidos que o de um preso
de Auschwitz". Na quinta-feira, 12, venceram o prêmio Echo na categoria
Hip-Hop/Urbano, após venderem mais de 200 mil cópias de seu álbum
Jovem, Brutal e Belo 3. Na própria quinta-feira, Israel celebrou o Yom
HaShoah, o Dia da Lembrança do Holocausto, em memória dos seis milhões
de judeus que morreram nos campos nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial. Os dois rappers disseram que rejeitam qualquer forma de
antissemitismo e Kollegah ofereceu ingressos gratuitos "por toda a vida"
para os fãs judeus da dupla. Mas as letras da música geraram um forte
debate na Alemanha, onde a memória dos crimes do nazismo ainda está
viva. O ministro alemão de Justiça, Heiko Maas, disse que tais
"provocações antissemitas" são "simplesmente repugnantes". "É uma
vergonha que este prêmio tenha sido entregue no Dia da Lembrança do
Holocausto". "Agora na Alemanha alguém é recompensado por depreciar as
mulheres, por exaltar a violência e por fazer piada das vítimas de
Auschwitz", disse ao jornal Bild Ronald Lauder, presidente do Congresso
Judaico Mundial. "O fato de que responsáveis da indústria musical
premiem tais comentários com a desculpa da arte e da liberdade de
expressão é escandaloso", declarou Josef Schuster, presidente do
Conselho Central de Judeus na Alemanha. Antes de os rappers vencerem o
prêmio Echo, o Comitê Internacional de Auschwitz disse que sua presença
na cerimônia de premiação era "um tapa na cara dos sobreviventes do
Holocausto".
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