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quinta-feira, 23 de junho de 2022

Quem é eminente ou excelente?

O trabalhador braçal, que enfrenta as adversidades da vida - a começar pela habitação precária, a alimentação de má qualidade (quando dela dispõe), o transporte público ineficiente, e precisa fazer esforço físico diário e desgastante -, ou o empresário, político, servidor público do alto escalão (como um ministro do Judiciário), militar do topo de carreira, que possui boa moradia, todo o conforto à sua disposição, conta bancária abundante de recursos para as despesas diárias e até para muito luxo, incluindo outros servidores subordinados, para lhe servirem cafezinho e para sustentar a capa preta no ombro e recebe, carro e motorista por conta do Estado, junto com o "salário", um monte de penduricalhos, sobre os quais sequer incide imposto de renda?


Quem excele, isto, é quem se supera, na tentativa de manter um mínimo de dignidade, para não deixar morrer seus filhos à míngua de alimentos, de remédios, de abrigo, de segurança, aquele que vê sua família ameaçada, a cada chuva forte, por deslizamento ou inundação, ou aquele que mora numa mansão, em lugar escolhido e totalmente protegido contra as intempéries, com a despensa bem provida de alimentos de qualidade, bebidas caras, remédios abundantes, conforto de toda espécie e até segurança privada a garantir-lhe tranquilidade?


Enfim: quem tem que se superar diariamente, arrostando toda espécie de dificuldades e barreiras para sobreviver ou quem conta com todos os benefícios de uma vida nababesca?


Sinceramente, ninguém é mais eminente ou excelente que o pobre, cujo esforço e superação que a vida lhe exige é incessante e massacrante.


Quanto aos que se auto intitulam eminências ou excelências, esmeram-se em manter um repugnante sistema de castas privilegiadas, sendo oportuno lembrar que a Constituição Federal, no seu artigo 7º veda tratamento diferenciado entre os que trabalham, ao proibir, no inciso XXXI, distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.


Sendo assim, exigir tratamento formal, cerimonioso e distintivo, constitui ofensa aos princípios constitucionais do mais genuíno republicanismo.


 


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