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quarta-feira, 9 de setembro de 2020


Governo inglês quer considerar o movimento do clima Extinction Rebellion um grupo criminoso
Foto: Mike Kemp/In Pictures via Getty Images

Os ambientalistas anunciaram dez dias de protestos e decidiram bloquear a impressão de jornais para “denunciar a sua ineficácia a informar sobre a emergência climática.” No futuro, ações destas podem vir a acarretar penas de prisão até cinco anos

“Estamos a falar de um grupo de pessoas que ataca o nosso modo de vida. E por isso devem ser presas”. As palavras são de Priti Patel, a secretária de Estado britânica para os assuntos internos, que se prepara para pedir uma revisão da lei, de forma a agravar as penas para o grupo de ativistas do clima chamado Extinction Rebellion. 

Entre as opções, está a de o considerar como um gangue do crime organizado. Isso permitiria condenar os seus militantes a penas até cinco anos. Assinando um artigo no Daily Mail, Patel diz mesmo que “os ativistas devem enfrentar toda a força da lei por porem em prática táticas de guerrilha, que procuram minar e causar danos à nossa sociedade.” 

O caso estalou este fim de semana quando os Extinction Rebellion decidiram bloquear o acesso a duas gráficas onde são impressos jornais do grupo News Corp, controlados pela família de Rupert Murdoch. O ato acabou por provocar distúrbios na distribuição de jornais como o Financial Times, The Times, The Daily Mail, The Sun e The London Evening Standard. Ao que alegaram os ativistas, o objetivo era “denunciar a ineficácia destes medias na informação sobre o clima e a emergência ecológica”. Assim, durante a noite, dezenas de pessoas estacionaram vários veículos junto às saídas de várias gráficas, de forma a impedir a circulação. A polícia fez logo 13 detenções. 

“Ataque às nossas liberdades”? 

O protesto fora anunciado no início do mês, durante dez dias, e inclui várias ações – como a “caminhada da vergonha” perto do Banco de Inglaterra, um “carnaval da corrupção” perto de edifícios financeiros do governo e ainda uma manifestação silenciosa, no exterior do Palácio de Buckingham. Tudo para, como alegam, lutar pela vida de todos.

Mas, perante isto, Patel considera que é preciso tomar outras medidas. “Estou empenhada em assegurar que a polícia tenha os poderes necessários para enfrentar a perturbação causada por grupos como o Extinction Rebellion. Temos de nos defender contra este ataque ao capitalismo, ao nosso modo de vida e, em última análise, às nossas liberdades”. O próprio Boris Johnson também já disse que era “completamente inaceitável procurar limitar o acesso do público às notícias desta forma”. 

Ou “protesto como o das sufragistas”? 

Apenas uma voz se levantou para os defender – a da trabalhista Diane Abbott, famosa por se ter tornado a primeira mulher negra a ter assento na câmara dos comuns, em 1987. “Trata-se de uma ação direta que é legal. Não estamos a falar de criminosos. São manifestantes e ativista na tradição das sufragistas e das marchas da fome dos anos 1930”. 

O próprio grupo também lembrou que “o crime organizado é caracterizado por violência ou ameaça de violência e uso de suborno e corrupção”. E que “essa não é uma descrição precisa do que fazem os milhares de pessoas que participam nos protestos não violentos da Extinction Rebellion”. Como sempre, sublinhou, a sua intenção era pressionar os jornais a darem mais cobertura às alterações climáticas.  

Só que, ironicamente, o The Sun deste sábado trazia uma entrevista com o reconhecido Sir David Attenborough sobre o assunto. E há, sublinha por sua vez o Daily Mail, vários estudos académicos a sugerir que a cobertura jornalística das questões climáticas tem vindo a aumentar nos últimos anos.

https://visao.sapo.pt/atualidade/sociedade/2020-09-07-governo-ingles-quer-considerar-o-movimento-do-clima-extinction-rebellion-um-grupo-criminoso/

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