Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Rua judaica de Paris veta o McDonald's

Aí, pus-me a refletir: 

Um célebre florianopolitano - o Prof. Mancio Costa  (*) - citado por Jacques Schweidson, teria dito, certa vez, ser "mais fácil perguntar quem não tem ascendência judaica" na nossa Capital. (**)

Oportuno referir ainda, conhecido episódio da história da Ilha de SC, no qual enfrentaram-se católicos (ditos conservadores) e judeus (ditos liberais), tendo por motivação a localização de barracas. 
Pois bem: existirá alguma "rua judaica" por aqui?
Sírios, libaneses e árabes são presença marcante na região do mercado público e adjacências.
Mas, quanto aos judeus? 
O aludido Jacques Schweidson (um judeu gaúcho oriundo da Colônia Phillipson, do RS, que marcou forte presença no comércio da cidade, com sua Loja A Modelar, assim como na Maçonaria local), autor do livro "O judeu de bombacha", nunca se estabeleceu com sua loja comercial senão na rua Trajano, transversal da Felipe Schmidt.

-=-=-=-=- 

RONALDO SOARES
DE PARIS

O McDonald's fracassou na tentativa de instalar uma filial no histórico reduto judeu de Paris, o Marais.
A cadeia de fast-food, que pretendia abrir uma loja no coração do bairro - a rua des Rosiers, mundialmente conhecida pelos restaurantes de comida típica judaica -, desistiu da ideia diante da pressão de moradores, comerciantes e autoridades da região.
Ontem, a direção do McDonald's na França distribuiu comunicado anunciando que, "após consultar autoridades locais, decidiu não dar sequência (ao projeto) por causa de dificuldades técnicas".
A nota se referia a Lucien Finel, prefeito da quarta região administrativa de Paris - a cidade é dividida em 20 regiões, cada qual com uma subprefeitura -, que abrange o Marais.
Finel era contra a iniciativa, assim como moradores e comerciantes do bairro, que recolheram mais de 1.500 assinaturas pelo cancelamento do projeto.
Nem mesmo a possibilidade de haver versões kasher (comida preparada de acordo com as leis judaicas) dos sanduíches tradicionais da rede - o que só existe nos McDonald's de Israel - convenceu os judeus do Marais.
Eles espalharam cartazes pelo bairro, informando que a rua des Rosiers - onde os judeus começaram a se instalar no século 13 - estava com sua "identidade ameaçada".
A rua abriga o célebre restaurante judaico Jo Goldenberg's, vítima de uma bomba terrorista que matou seis pessoas em 1982, mas vem atraindo cada vez mais butiques da moda e outros tipos de restaurantes.
"A rua tem uma longa tradição de comércio judaico. Se houver um McDonald's aqui, o local ficará descaracterizado", disse à Folha Josef Finkelsztajn, 41, um dos organizadores de uma festa realizada ontem na rua para comemorar o fato de o McDonald's ter desistido do projeto.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1506200009.htm 

-=-=-=-

(*) Dizem que Costa e Acosta são um mesmo patronímico, de origem judaica.
Sobre as famílias judaicas do Brasil, refiro JOSÉ GONÇALVES SALVADOR, autor de Os cristãos-novos - Povoamento e Conquista do Solo Brasileiro - Edit. Pioneira. A edição que possuo é de 1976 e nela o escritor cita várias figuras proeminentes de ascendência hebreia.

(**) - JOSÉ BOITEUX - Na obra "Arcaz de um barriga-verde", publicada juntamente com "Águas Passadas", pela Editora a UFSC, em Florianópolis, nos idos de 1993, em crônica intitulada O filho do Antonico do Botequim, p. 115, fez ver que os judeus na Ilha de SC não eram poucos, a começar pelo denominado Patrono da Imprensa Catarinense (Jerônimo Coelho): "(...) este ano de 1860 não está correndo bem para nós, os judeus; logo no começo, a 16 de janeiro, faleceu o Conselheiro Jerônimo Coelho e agora  o segue  nas águas o José rodrigues, o seu amigo do peito".

Nenhum comentário: