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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Foto-Ícone de 'Desabastecimento' É de Nova Iorque


 

Foto-Ícone de 'Desabastecimento' É de Nova Iorque. 24186.jpeg
Oposição venezuelana, regime de Washington e meios internacionais pautam mentiras através de foto manipulada, tirada em supermercado de Nova Iorque, prática que não é exceção envolvendo a Revolução Bolivariana e nem governos progressistas na região.
Utilizada inúmeras vezes pela mídia gorda internacional (muito peso, pouco conteúdo) como "prova" da escassez (inexistente) na Venezuela, ecoada raivosa e irredutivelmente pelas elites internacionais e por ele, Tio Sam, a icônica foto em supermercado com prateleiras vazias não foi tirada na Venezuela, mas sim (pasmem!) na nação paradigmática dos setores reacionários internacionais, a capital do moribundo capital global: pois é isto mesmo, em Nova Iorque!

A foto, tirada em 26 de agosto de 2011 por Allison Joyce no Stop & Shop situada à avenida Rockaway Beach, foi devidamente recortada e "pixelada" a fim de esconder inscrições em inglês nos escassos produtos sobre as prateleiras. A verdadeira origem desta imagem pode ser constatada na Reuters
Consta como uma das principais fotos quando se busca na Gúgol da CIA (segundo documentos de Assange) por "escassez Venezuela" em espanhol (escasez Venezuela). Tem também sido utilizada por cidadãos de direita no Fez-Se Buque (aquela rede social do "laranja" da CIA) a fim de ridicularizar a Revolução Bolivariana e aqueles que defendem a verdade dos fatos, a qual passa bem longe de todo este sujo festival da desinformação.

Como era de se esperar, o monopólio da informação ocidental não toma conhecimento do fato agora, jamais mencionado pelos mesmos setores que, apoiados em tão forte quanto patético apelo moralista e democrático, há mais de três anos acusam e burlam a realidade venezuelana.

O agravante deste caso para o monopólio da informação, é claro, deve-se ao fato de envolver, uma vez mais, os padrinhos que lhe jogam migalhas: os Estados Unidos em profunda crise intelectual, comunicacional, moral e econômica, que insiste na tentativa de voltar a fazer da América Latina seu quintal traseiro.

Na realidade, os moradores do Estado norte-americano de Nova Jersey preparavam-se para a chegada do furação Irene, de maneira que haviam saído às compras e estocado grandes quantidades de alimentos.

Nenhuma Novidade

A Guerra Midiática enfrentada pela Venezuela é tão antiga quanto a própria Revolução Bolivariana. Remonta a 1999, quando Hugo Chávez assumiu a Presidência. Esteve presente no fracassado golpe de 2002, desempenhando papel fundamental para que fosse perpetrado, e ao longo destes anos tem imputado á opinião pública internacional que os governos bolivarianos possuem caráter ditatorial, que reprimem fortemente as pessoas, e que nada na Venezuela funciona.

Em fevereiro de 2014, as guarimbas tomaram conta da Venezuela, falsamente vendida pela mídia-empresa ocidental como "protestos estudantis". As guarimbas, comprovadamente através de investigações policiais baseados em inquéritos e em filmagens, e de documentos secretos liberados, trataram-se de manifestações violentas da extrema-direita, financiadas pela oposição local e pelo regime de Washington, através de paramilitares encapuzados (assista ao documentário Guarimbas: Las Víctimas que el Mundo No Quiere 

O saldo foi 43 mortos, a maioria civis pró-governistas, policiais (oito) e transeuntes assassinados por oposicionistas. apenas oito mortos eram oposicionistas, dentre os quais um havia se eletrocutado sozinho quando tentava praticar violência. Cenário completamente daquele passado pela mídia internacional, que noticiava um "massacre" do governo contra cidadãos opositores pacíficos.

Contudo, aqueles microfocos de violência em 18 cidades venezuelanas, além de terem sido transformados pela mídia em algo generalizado em um país de 353 cidades, acabou desinformando e reforçando os falsos estigmas sobre o governo de Caracas. Uma das táticas foi exatamente publicar fotos de forte repressão policial como tendo sido tiradas na Venezuela, mas que na realidade eram de lugares dos mais remotos: desde o Chile (pró-EUA, sem que jamais os mesmos meios tenham feito a mea-culpa), até Bulgária e Cingapura.

Tal fato pode ser constatado, com detalhes, na galeria de fotos do sítio canadense Global Research (http://www.globalresearch.ca/constructing-the-anti-government-protests-in-venezuela-through-deceiption-a-photo-gallery/5369165) e em Rebelión.org  (http://www.rebelion.org/noticia.php?id=180977). Vale ressaltar: os setores mais "humanitários", profunda e irredutivelmente enraivecidos contra a "ditadura" do Maduro, jamais manifestaram um piu sobre tais fatos. E nem se espera que façam isso...

Quando o então presidente Hugo Chávez estava internado em Cuba, permanentemente acompanhado pelas filhas, o jornal El País da Espanha (das maiores aliadas do regime de Washington), diário de direita bastante conhecido por implacável perseguição a governos progressistas na América Latina, criou profunda polêmica sobre foto de Chávez à beira da morte: um dia depois, viria à tona que a foto não era de Chávez, mas de um internado qualquer. E dá-lhe El País, então, tentando se explicar dentro das Teorias do Jornalismo como se o "erro" fosse jornalístico e não se tratasse do velho jogo de interesses apostando na ignorância alheia.

A Guerra Econômica e o Mito da Escassez

É bem verdade, conforme já argumentado nestas páginas, que há escassez de alguns produtos básicos no país caribenho. Contudo, está bem longe da catástrofe anunciada e das causas apontadas por "especialistas" em coisa nenhuma, burocratas e tecnocratas que, como observou certa vez a revista Le Monde Diplomatique, "não vendem informação aos seus consumidores, mas vendem seus consumidores de informação aos patrocinadores".

Com o fim de gerar crise, a Guerra Econômica consiste em estocar toneladas de produtos, por parte do alto empresariado venezuelano, e em contrabandear outra enorme quantidade à vizinha Colômbia pelo Estado venezuelano de Táchira, ingressando à cidade de Cúcuta em solo colombiano. Tudo isso é provado: o presidente Maduro tem punido, sempre que os atos são flagrados, com altas multas as empresas e detenção de indivíduos envolvidos em ambos os crimes.

Porém, cada vez que o atual líder da Revolução Bolivariana denuncia o boicote econômico, é ridicularizado pela grande mídia de alienação das massas; e cada vez que pune empresas e indivíduos, tachado de comunista ditador que odeia a classe empresarial.

Não por acaso, a guerra econômica que derrubou o progressista presidente chileno Salvador Allende, em 1973, seguiu á risca esse mesmo boicote contra a Venezuela. Os primeiros produtos que passaram a faltar então no Chile? papeis higiênicos, e depois pastas de dente além de alguns alimentos básicos. Exatamente como se dá na Venezuela hoje, porém não dentro da dimensão apresentada pela mídia.

No caso do Chile, este livro em PDF revela, com detalhes através da exposição de inúmeros documentos, a relação direta dos Estados Unidos com a escassez chilena e o golpe militar que levou ao poder um dos ditadores mais crueis da história da humanidade, Augusto Pinochet.

Em outubro de 2014, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, em sua sigla em inglês) outorgou reconhecimento especial à Venezuela por sua "excelente" política voltada à erradicação da fome. Em junho de 2013, o presidente Nicolás Maduro já havia sido premiado pessoalmente pela ONU, em solenidade na Europa, pelas políticas sociais e pela defesa dos direitos humanos.

A Venezuela é um dos cinco países da região com índices mais baixos de desnutrição infantil entre menores de cinco anos, segundo dados do Instituto Nacional de Nutrição (INN). O índice de pessoas com fome, por sua vez, reduziu-se em mais de 80 por cento nos últimos 14 anos, de acordo com afirmações da diretora do INN.
Com a Palavra, os Protagonistas da Revolução Bolivariana: O Povo

Este mesmo autor que iniciava entrevista com anônimo funcionário colombiano da fronteira colombo-venezuelana a fim denunciar detalhes desta Guerra Econômica perpetrada pelo eixo Bogotá-Miami-Madri, denunciado por Maduro (início da entrevista entre muito drama até ambos terem sido bruscamente interrompidos, expulsos do local e o autor, ter de cruzar rapidamente a fronteira rumo à Venezuela para sua segurança), e que ouviu cidadãos dos mais diversos segmentos sociais e oficiais do governo da Venezuela, cruzada de ponta a ponta, constatou que não há a escassez exagerada pela mídia no país, além de seguir ouvindo o que cidadãos venezuelanos têm a dizer da "ditadura" alarmada pela mídia internacional, o que representa Hugo Chávez à sociedade, que lhes parece o decreto de Barack Obama que, injustificadamente, considera a Venezuela "ameaça inusual e extraordinária" a seu país, e por que tanto interesse dos EUA na Venezuela.
Morrer de Pé ou Viver de Joelhos? Ou Ainda, Morrer de Joelhos?

Neste último dia 11 de abril, o presidente Maduro afirmou em discurso a grande número de cidadãos, transmitido em cadeia nacional: "Aqui não ha Tuiter: aqui há rua! Aqui há pernas! Aqui há braços para defender a Revolução Bolivariana!", em referência às mentiras postadas sobre a Venezuela mundo afora pelos manipuladores da informação.

Pois uma vez mais, o "ditador" Maduro acabou aplaudido de pé por aqueles a quem "oprime": os cidadãos comuns.

Hugo Chávez, que viveu recíproca história de paixão com o povo venezuelano que até hoje, generalizadamente, chora pelo "Comandante Eterno", seguido fielmente por seu sucessor Maduro, disse que quando fora sequestrado no golpe de 24 horas de abril de 2002, na hora que militares haviam recebido ordem para executá-lo até serem impedidos por outros soldados das Forças Armadas ("este homem não pode ser morto: é o presidente eleito da nossa República! Se o matarem, nos mataremos todos!"), "logo me veio á mente Che Guevara e pensei que era melhor morrer de pé, que viver de joelhos".

Isso, novamente, traz ou deveria trazer muitas lições ao apático Brasil do jeitinho para tudo nem que se tenha que valer das alianças mais cínicas, o puxa-saquismo e inescrupuloso jogo de interesses em nome de "governabilidade" para não apenas morrer mas, o que é bem pior: morrer de joelhos, enquanto se tenta fracassadamente, entre "comentaristas" propagandistas do atual governo federal, qualificar o Brasil como integrante do bloco pertencente à Revolução Bolivariana vivida por Equador, Bolívia e a própria Venezuela - o que é ridículo do ponto de vista político e econômico.

Ou se compreende que Che Guevara tinha razão quando dizia, "não se pode confiar nem um tantinho assim no Império [entenda-se também na mídia predominante e nas elites locais]", e se reveste de valentia e de coragem advindas da integridade de caráter, ou se fecha para balanço (este autor fica com a última alternativa).
Edu Montesanti
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