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quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

VÁ À PRAIA – ANTES QUE ELA ACABE



Amanda Gorziza e Renata Buono | 03jan2022_10h01


As praias e dunas brasileiras estão sendo engolidas. Num processo lento, a paisagem de mais de 7 mil km de litoral do país está sendo radicalmente modificada pela natureza e pela mão humana, conforme mostram os dados de uma análise do MapBiomas feita a partir de imagens de satélite. De 1985 a 2020, o Brasil perdeu de praias, dunas e areais continentais o equivalente à área de Salvador. Além da erosão costeira, com o avanço das águas do mar sobre as faixas de areia, há outros motivos para o sumiço das paisagens litorâneas. Entre eles, a pressão imobiliária e a multiplicação de empreendimentos salineiros ou para produção de espécies aquáticas em cativeiro, além da expansão de espécies vegetais invasoras. O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu superfície de dunas, praias e areais – 49% do que tinha em 1985 –, o equivalente à área de 665 Maracanãs. A preservação desses locais é importante para o controle da erosão costeira e a biodiversidade da faixa litorânea, mas apenas 40% das áreas no Brasil estão protegidas por alguma Unidade de Conservação. O =igualdades desta semana ajuda a entender esse fenômeno.


Entre 1985 e 2020, as praias, dunas e areais brasileiros perderam o equivalente à área de Salvador. No total, foram cerca de 70 mil hectares.


Proporcionalmente, 15% da área de praias, dunas e areais existente no Brasil foi perdida. Em 1985, havia 451 mil hectares desse tipo de cobertura e, em 2020, chegou a 382 mil hectares.


Um dos motivos da diminuição das paisagens litorâneas são as obras de infraestrutura urbana, como estradas e prédios. Elas representam 10% da mudança do uso da terra das praias, dunas e areais. Entre 1985 e 2020, mais de 12 mil hectares foram perdidos para a construção de empreendimentos – isso equivale à área de 30 Copacabanas.


As Unidades de Conservação em zonas costeiras são importantes para a preservação da fauna e da flora. A degradação das dunas, praias e areais nos últimos 36 anos pode ser explicada, em parte, pela baixa proteção. Em 2020, apenas 40% dessas áreas eram cobertas por UCs.


O Rio de Janeiro é o estado que mais perdeu superfície de dunas, praias e areais. Desde 1985, a costa fluminense perdeu 49% de sua área. No caso do Rio de Janeiro, como em quase todos os estados, as grandes perdas estão associadas a campos de dunas e paleodunas, e não de praias, segundo o MapBiomas.


Algumas cidades costeiras estão sendo engolidas pelo Oceano Atlântico, como é o caso do distrito de Atafona, localizado no município de São João da Barra, no litoral Norte do Rio de Janeiro. Em 36 anos, metade das praias, dunas e areais da região desapareceram. Especialistas afirmam que algumas das causas da erosão costeira na região são as ações humanas e os efeitos das mudanças climáticas.


Mesmo sendo um dos locais com mais extensos cordões arenosos, o Rio Grande do Sul perdeu 28% das áreas de dunas, praias e areais de 1985 a 2020. Entre os casos de ocupação por usos da terra no estado, há o avanço dos pinheiros sobre campos dunares em áreas que fazem limite com florestas plantadas. Em 36 anos, 6,3 mil hectares de praias e dunas viraram silvicultura.

Fontes: MapBiomas; IBGE; Maracanã; Data.Rio; Parque Ibirapuera

Amanda Gorziza (siga @amandalcgorziza no Twitter)

Estagiária de jornalismo na piauí
Renata Buono (siga @revistapiaui no Twitter)

Renata Buono é designer e diretora do estúdio BuonoDisegno

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